Ordem de Trump sobre atletas trans é acatada por Comitê Olímpico dos EUA

Visando se alinhar à ordem executiva assinada neste ano pelo presidente Donald Trump, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOPC), atualizou sua política interna. Trump assinou a ordem tendo como objetivo proibir que mulheres trans possam competir em esportes femininos.

Após a publicação da declaração, o comitê optou por não responder ao pedido de comentários sobre a mudança.


Repercussão

De acordo com a ABC News, Gene Sykes, presidente do USOPC, e a CEO Sarah Hirshland mencionaram a ordem de Trump por meio de memorando enviado à comunidade da equipe dos EUA nesta semana.

Donald Trump assinou ordem executiva que proíbe mulheres trans de competirem em esportes femininos (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


A ABC News citou um documento que dizia que “como uma organização com carta federal, temos a obrigação de cumprir as expectativas do governo federal”.

A ordem executiva foi assinada por Trump em fevereiro, na qual o presidente diz querer homens fora dos esportes femininos, assim como proíbe meninas e mulheres trans de participarem em categorias femininas.

Apoiadores defenderam a medida por acreditarem que vai haver justiça nas competições, porém os críticos entendem que tal medida fere os direitos de uma minoria de atletas. O Departamento de Justiça deve assegurar também, pela ordem determinada, que todos os órgãos do governo exerçam a proibição no contexto escolar, seguindo a interpretação de Trump sobre o Título IX.


O que é o Título IX

O Título IX é uma lei americana que age contra a discriminação com base em sexo na educação. Esta mesma ordem busca impedir que novos vistos sejam concedidos a atletas trans que queiram participar de competições nos EUA.

Sarah Hirshland é CEO do USOPC (Foto: reprodução/Instagram/@usopc_ceo)


Trump se mostrou contrário a participação de atletas trans nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028. A medida visa também a participação do Departamento de Estado para que pressione o Comitê Olímpico Internacional (COI) a rever suas diretrizes, O COI permite a presença de atletas trans sob regras que evitam vantagens indevidas.

Especialistas acreditam que a nova política deve afetar apenas uma quantidade pequena de competidores.

Em dezembro de 2024, o presidente da Associação Atlética Universitária (NCAA) falou ao Senado americano que conhecia poucos atletas trans que competem dentro das instituições filiadas.

COI confirma boxe nas Olimpíadas de Los Angeles 2028

O Comitê Olímpico Internacional (COI) garantiu a permanência do boxe no programa dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. O anúncio oficial ocorreu nesta quinta-feira (20), durante a 144ª Sessão do COI, em que Karl Stross, Presidente da Comissão do Programa Olímpico, confirmou a decisão, sem qualquer abstenção entre os 106 membros votantes. A definição representa um alívio para atletas e federações nacionais, consolidando a continuidade de uma modalidade presente no evento desde 1904.

Mudanças na governança do boxe

Os escândalos de corrupção envolvendo a Associação Internacional de Boxe (IBA) levaram o COI a descredenciar a entidade como órgão regulador do esporte. Desde então, a organização buscou uma alternativa viável para garantir a governança do boxe olímpico. Em fevereiro de 2024, a World Boxing recebeu o reconhecimento provisório como nova federação internacional responsável pela modalidade.

O presidente da World Boxing, Boris van der Vorst, celebrou a decisão do COI e destacou a necessidade de ajustes regulatórios. “Daremos atenção para a equidade de gênero. Sobre os atletas transgêneros, ainda não temos isso organizado, e não cabe a mim comentar sobre as políticas do COI. Muitos especialistas estão nos ajudando nessa construção. Nossa principal intenção é manter o sonho olímpico para quem pratica o boxe em qualquer academia do mundo”, afirmou van der Vorst na zona mista.


Sessão do COI aprovou inclusão do Boxe na Olimpíada de 2028 (Foto: Reprodução/X/@iocmedia)

Boxe se destacou em Paris 2024

Durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, o boxe registrou uma distribuição histórica de medalhas. A competição, que ocorreu sob a supervisão de uma força-tarefa do COI em vez de uma federação internacional, teve medalhistas de 32 dos 68 Comitês Olímpicos Nacionais participantes. O Time de Refugiados também subiu ao pódio, reforçando o caráter inclusivo do torneio.

O Brasil marcou presença no quadro de medalhas com a pugilista Beatriz Ferreira, que conquistou a medalha de bronze na categoria até 60 kg. O feito reforçou a trajetória consistente do país no boxe olímpico, modalidade em que os atletas brasileiros têm acumulado bons resultados nas últimas edições dos Jogos.

Eleição do novo presidente do COI

Além da confirmação da permanência do boxe em Los Angeles 2028, a 144ª Sessão do COI também tem um tema central: a escolha do novo presidente da entidade. Os 109 membros do Comitê definirão nesta quinta-feira (20) o sucessor do atual mandatário, em um pleito que conta com sete candidatos.

Entre os favoritos estão Sebastian Coe, presidente da World Athletics; Juan Antonio Samaranch Jr., vice-presidente do COI; e Kirsty Coventry, ministra dos Esportes do Zimbábue. Caso eleita, Coventry se tornará a primeira mulher a presidir a instituição mais poderosa do esporte mundial nos seus 130 anos de história.

Com a permanência garantida no programa olímpico e uma nova governança em consolidação, o boxe se prepara para um novo ciclo, mantendo viva a esperança de atletas e fãs da modalidade em todo o mundo.

COI cria IA para identificar discurso de ódio contra atletas nas Olimpíadas de Paris

De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), mais de meio bilhão de postagens devem ser feitas nas redes sociais durante os Jogos Olímpicos. No entanto, mesmo que a maioria seja esperada para apoiar os atletas, experiências com edições anteriores dos Jogos fizeram os organizadores se prepararem para a ocorrência de ataques pessoais e discursos de ódio contra os participantes.

Plataformas vem ganhando espaço

Isso vem em um momento em que o mundo se torna cada vez mais enraizado na internet, e essas plataformas passam a ter cada vez mais espaço, principalmente no contexto de grandes eventos.

“Há tantas oportunidades fantásticas para o engajamento de atletas, mas infelizmente a violência online é inevitável, particularmente quando os atletas dependem das mídias sociais para seus perfis”

Kirsty Burrows, chefe da Unidade de Esporte Seguro do COI, em comunicado à imprensa

Com isso em mente, a Comissão de Atletas e a Comissão Médica e Científica do COI decidiram desenvolver um sistema baseado em inteligência artificial com a capacidade de identificar e sinalizar qualquer possível ameaça feita aos atletas e suas equipes. O sistema, chamado “Threat Matrix”, funciona em 35 idiomas e teve seu primeiro teste durante a Semana dos Esportes Olímpicos de 2023.


Ódio online vem sendo tema importante para o COI durante jogos de Paris (Foto: reprodução/Getty Images News/Pierre Crom/Getty Images Embed)


Sistema de vem com recursos avançados

O sistema de IA é de fácil configuração e vai além de identificar palavras ou frases nocivas, como xingamentos ou insultos racistas, xenofóbicos ou sexistas. Isso é necessário em um mundo em que a linguagem nas redes sociais está se tornando cada vez mais sutil.

Os grandes modelos de linguagem, como o GPT, já conseguem identificar sentimentos e interações por trás dos textos, mesmo que muitas vezes não sejam escritos de forma explícita. O sistema do COI foi treinado com esse propósito em mente.

O processo, no entanto, não é totalmente automatizado. Após identificar as postagens problemáticas, a Threat Matrix apresenta o material para uma equipe de revisores humanos, que assumem a responsabilidade de implementar ações. Essas ações podem variar desde a remoção do conteúdo nas plataformas até medidas mais severas, dependendo do caso. Isso é possível graças à capacidade do sistema de identificar o autor das postagens, retirando-o do anonimato da internet.

Chumbinho é impedido de usar prancha com imagem de Cristo Redentor na Olimpíada

João Chianca, conhecido como Chumbinho (23), teve um imprevisto às vésperas da estreia nos Jogos Olímpicos de Paris. O atleta customizou o próprio material com a imagem do Cristo Redentor, porém, foi impedido de utilizá-lo por infringir uma regra do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Acontece que o COI proíbe qualquer tipo de manifestação religiosa, segundo o regulamento 50 da Olimpíada “não é permitido nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial”. Por conta disso, João foi notificado pelo Comitê Olímpico e precisou trocar as pranchas de última hora.

Acabo de receber a notícia de que a pintura não está autorizada nos Jogos Olímpicos porque Cristo é uma figura religiosa. E os jogos têm regras estritas e se centram na neutralidade total. Obrigado a todos pelo apoio, essas pranchas estão lindas. Sempre buscarei refazer essa pintura”, comentou Chumbinho em seu perfil oficial no Instagram.


Publicação nos stories de Chumbinho sobre as pranchas customizadas (Foto: reprodução/Instagram/@joaochumbinho)


Estreia vitoriosa de Chumbinho nos Jogos Olímpicos

Chumbinho estreou no último sábado (27) nas Olimpíadas, o surfe dessa edição, é realizado em Teahupoo, no Taiti, o brasileiro mandou para a repescagem o marroquino Ramzi Boukhiam e Billy Stairmand da Nova Zelândia.

João é considerado especialista nas ondas tubulares de Teahupoo, e somou 10,07 (5,67+4,40) enquanto Ramzi ficou em segundo lugar com 9,76 e Billy somou 5,53. Além de Chumbinho, Gabriel Medina também avançou para as oitavas de final da competição.

O acidente de Chumbinho

João passou por um grave acidente no Havaí, em dezembro de 2023, o surfista estava competindo o Circuito Mundial e corria o risco de não participar dessas Olimpíadas. Chumbinho foi pego por várias ondas seguidas que o mantiveram submerso por vários minutos.

O brasileiro foi resgatado inconsciente preso à prancha, ele passou duas semanas em tratamento intensivo, com lesões que ocasionaram sangramento cerebral e concussão e fratura no crânio, além de receber 14 pontos para fechar o corte sofrido na cabeça.


Resgate de Chumbinho após acidente em dezembro de 2023 (Reprodução: Getty Images embed)


Mas o final dessa história é feliz, João superou todas as dificuldades e está em busca do tão sonhado ouro olímpico.