Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira (14 de julho de 2025), usou a Conferência Internacional sobre AIDS em Kigali (Ruanda) para recomendar o uso do lenacapavir, uma injeção semestral, sendo a promessa de uma nova ferramenta capaz de prevenir contra HIV, ela apresentou uma eficácia igual ou superior aos 99% dos comprimidos diários atualmente distribuídos no Brasil.
O objetivo é tornar amplo o acesso global de métodos de profilaxia de longa duração, diminuir infecções e facilitar a adesão em países com alto número de casos, oferecendo uma alternativa prática à PrEP oral diária.
Injeção semestral contra o HIV: como funciona a nova forma de prevenção
A nova injeção semestral para prevenção do HIV, baseada no medicamento lenacapavir da farmacêutica Gilead Sciences, representa uma alternativa inovadora e avançada aos métodos tradicionais de profilaxia pré-exposição (PrEP). O lenacapavir oferece proteção prolongada com apenas uma aplicação a cada seis meses, diferente dos comprimidos de uso diário, o que facilita a adesão ao tratamento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que estudos clínicos indicaram eficácia de quase 100% na prevenção do HIV, tornando o método uma das maiores promessas no combate à doença em décadas. Especialistas destacam que a injeção é especialmente útil para populações mais vulneráveis, que enfrentam dificuldades para manter o uso contínuo de medicamentos orais.
Segundo a OMS, a recomendação é vista como um marco para reduzir o número de novas infecções globalmente, especialmente em regiões com alto índice do vírus e infraestrutura de saúde limitada. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização, explicou que mesmo não havendo uma vacina disponível contra o HIV, já se pode considerar o lenacapavir como a melhor opção atual para interromper a cadeia de transmissão.
Além de sua eficácia, estudos apontam que o medicamento também é indicado como uma estratégia prática para superar barreiras como o estigma social e o esquecimento frequente de doses diárias. A OMS também reforçou que está trabalhando com governos e parceiros para acelerar a implementação dessa inovação nos países que mais necessitam.
— Remédios para tratamento de HIV (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)
OMS aponta desafios e próximos passos
Mesmo sendo considerada um marco no combate ao HIV, a implementação global da injeção semestral com lenacapavir ainda enfrenta obstáculos. Um dos principais desafios é o acesso equitativo em países de baixa e média renda, onde os sistemas de saúde possuem limitações para distribuir medicamentos inovadores em larga escala.
A OMS ressaltou a importância de parcerias estratégicas com governos, organizações não governamentais e a indústria farmacêutica para superar barreiras logísticas e econômicas. “Essas novas recomendações foram pensadas para aplicação no mundo real. A OMS está trabalhando de forma próxima com os países e parceiros para apoiar a implementação”, explicou a Dra. Meg Doherty, diretora de programas globais da organização.
Outro ponto crítico é que o tratamento ainda não tem um custo definido para a maioria dos mercados. A agência defende negociações para reduzir preços e tornar o lenacapavir acessível em comunidades mais vulneráveis, porém, isso ainda é algo a ser discutido futuramente.
Tedros Adhanom Ghebreyesus também reforçou o compromisso da organização em expandir o acesso ao tratamento. “É a melhor opção disponível enquanto aguardamos uma vacina contra o HIV. A OMS está comprometida em trabalhar com países e parceiros para garantir que essa inovação chegue às comunidades o mais rápido e seguro possível”, afirmou.
A entidade também estuda estratégias para garantir treinamento e suporte técnico aos profissionais de saúde, além de campanhas de conscientização para reduzir o estigma e incentivar a adesão ao novo método.
A recomendação da OMS para o uso da injeção semestral na prevenção do HIV marca um passo importante no combate à doença. Com potencial para facilitar o acesso e reduzir novas infecções, a iniciativa reforça a esperança de um futuro com menos barreiras na luta contra o vírus.
