“Enem dos Concursos”: o cargo mais disputado tem 120 vezes mais candidatos por vaga do que a USP

A concorrência para o cargo de analista administrativo na Superintendência Nacional de Previdência Complementar do governo federal é extremamente elevada, apresentando uma relação impressionante de 13.991,8 candidatos por vaga. Em contrapartida, o cargo com a menor concorrência é o de tecnologista do Ministério da Agricultura e Pecuária, que registra uma relação de apenas 14,5 candidatos por vaga. Essa diferença destacada ilustra a disparidade nas oportunidades e o nível de competitividade entre os diversos cargos disponíveis.

Os dados mencionados foram publicados nas planilhas oficialmente divulgadas na quarta-feira (25), pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Essas planilhas apresentam a nova relação de candidatos por vaga para as provas do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), amplamente conhecido como o “Enem dos Concursos”. Essa divulgação é significativa, pois os números refletem um recálculo elaborado com base na contagem real de candidatos, considerando aqueles que não compareceram às provas. Essa atualização é fundamental para entender a real competitividade dos diferentes cargos disponíveis, proporcionando uma visão mais precisa da situação atual do concurso.


Após considerar ausências, relação de candidato por vaga do CNU é recalculada (reprodução/Luh Fluza/Metrópoles)

Cargos mais disputados

O cargo mais concorrido do concurso é o de analista de planejamento, gestão e infraestrutura em informações geográficas e estatísticas com especialidade em engenharia civil, do IBGE, com 14.191 candidatos disputando uma única vaga.

Em segundo lugar, o cargo de Analista Administrativo na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) possui 13,9 mil candidatos por uma das 9 oportunidades disponíveis.

Por fim, o terceiro cargo mais demandado é o de Tecnologista no Ministério da Saúde, com 10,8 mil candidatos por duas vagas, exigindo formação em Engenharia Civil ou Arquitetura.

Enem dos Concursos

O Concurso Nacional Unificado, conhecido como “Enem dos Concursos”, é uma iniciativa inovadora que reúne em uma única prova as seleções para a contratação de servidores públicos em diversos órgãos do governo federal. Nesta edição inaugural, estão disponíveis 6.640 vagas em 21 instituições. Dos mais de 2,1 milhões de inscritos, apenas 970 mil compareceram às provas. Para garantir a segurança do exame, foram elaboradas 36 versões, distribuídas em 8 blocos, correspondendo às diferentes áreas com vagas disponíveis.

México se preocupa com Amazon e Mercado Livre, que dominam 85% do e-commerce

Na terça-feira passada (13), a organização que regula o direito da concorrência no México identificou alguns problemas e “possíveis barreiras” no setor do e-commerce, onde atualmente a Amazon (AMZO34) e o Mercado Livre (MELI34) detém 85% de todas as vendas e transações realizadas.

Cofece

De acordo com o órgão regulador Cofece (Comisión Federal de Competencia Económica), a atuação das duas empresas representa um “desafio praticamente intransponível para a expansão de players menores,” uma vez que as outras empresas do setor simplesmente não possuem os números e a infraestrutura necessária para competir de forma adequada.

Há, por exemplo, entraves de desenvolvimento tecnológico para novos empresários. Desenvolver as ferramentas, estoques, sistemas de logística, e publicidade, requer um nível de investimento elevado, o que hoje em dia não é tão viável somente a partir dos próprios lucros da empresa: com o “singlehoming” de compradores e vendedores em um único mercado, a Amazon e o Mercado Livre são praticamente donas do setor.


O Mercado Livre já respondeu ao órgão, afirmando que irá cooperar (reprodução/Shutterstock/Alison Nunes Calazans)


Medidas corretivas

Em recomendação do órgão ao governo mexicano, foram apresentadas algumas “medidas corretivas” que poderiam ser implementadas em um prazo de seis meses para regularizar a situação economicamente precária. Entre elas, estão as seguintes:

As empresas devem separar o streaming e outros serviços não relacionados ao marketplace do pacote de serviços do marketplace; as empresas devem ser mais transparentes sobre o funcionamento do algoritmo que recomenda produtos aos seus usuários; as empresas devem remover a possibilidade de escolher um parceiro logístico específico, e abrir mais opções para a integração de redes logísticas de terceiros.

No total, são medidas pensadas de forma a regularizar os serviços prestados pelas empresas. O primeiro ponto, por exemplo, serve para que a Amazon e o Mercado Livre tenham seus serviços de marketplace buscados e utilizados somente por causa das funções de marketplace.

É possível pensar no caso de risco que limita a concorrência no setor de e-commerce: se o pacote de uma das grandes empresas oferece serviços adicionais (como o streaming) e benefícios de fidelidade, este é mais desejável do que o de uma empresa que oferece apenas o seu próprio marketplace, que acaba perdendo espaço. Mas o ponto principal, claro, é que tais serviços e benefícios adicionais são coisas que apenas a Amazon e o Mercado Livre conseguem oferecer, após anos de investimentos e expansão horizontal para diferentes mercados – algo que novas empresas simplesmente não possuem, e portanto, não conseguem se firmar no setor.

Necessidade de competição

Na terça-feira (13), o Mercado Livre já respondeu à Cofece dizendo que iria cooperar, mas que sanções econômicas deveriam estar fora do radar, uma vez que a empresa não possui nenhuma investigação sobre práticas monopolistas. Ainda assim, permanece um fato que a empresa, junta com a Amazon, detém 85% do mercado.

Para o usuário, inicialmente não parece ser um problema grave: se essas empresas podem oferecer serviços adicionais (devido ao investimento tecnológico ao longo de anos) e mais baratos (devido a sua infraestrutura e logística já estabelecida), então faz certo sentido que seus serviços mereçam dominar o mercado. No entanto, a questão com que a Cofece se preocupa – e foi criada em parte para regular – trata justamente, se não do monopólio, do estabelecimento de um oligopólio na economia, e do fim da concorrência entre empresas no setor.

Embora as várias políticas empresariais de fidelidade que vem ganhando espaço na última década sejam incríveis para o lucro das empresas individuais, a falta da concorrência no longo-prazo significa que as poucas empresas que dominam o mercado podem aumentar seus preços ou precarizar seus serviços sem se preocupar com seus consumidores buscando alternativas – elas não existem. Com isso, o setor pode muito bem estagnar, sem incentivo individual para a empresa dominante aumentar a eficiência ou gastar com investimentos em inovação: este é, enfim, o principal cenário que órgãos como o Cofece se preocupam em evitar.