Partido de Javier Milei vence eleições legislativas de 2025 na Argentina

O partido do presidente argentino Javier Milei, La Libertad Avanza, saiu vitorioso nas eleições legislativas de meio de mandato realizadas neste domingo (26). Com 40,8% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, a legenda ampliou de forma significativa sua presença no Congresso. A principal força de oposição, a coalizão Fuerza Patria, ligada ao peronismo, ficou em segundo lugar, com 24,5% dos votos.

Com mais de 90% das urnas apuradas, a projeção indica que o partido de Milei conquistará 64 das 257 cadeiras da Câmara, enquanto os peronistas devem ocupar 31. O resultado representa uma vitória expressiva para o governo, que busca consolidar maioria parlamentar e garantir apoio às reformas econômicas e políticas de austeridade defendidas pelo presidente.

Até o momento, La Libertad Avanza contava com apenas 37 deputados e 6 senadores, o que limitava sua capacidade de aprovar projetos ou manter vetos presidenciais. Com a nova composição, Milei se aproxima dos 86 votos necessários para evitar que a oposição reverta suas decisões no Congresso.

Crises e polêmicas de Javier Milei marcaram o pré-eleitoral

A votação ocorreu em meio a um ambiente político conturbado. Dias antes da eleição, Karina Milei, irmã e principal assessora do presidente, foi citada em um escândalo de corrupção envolvendo repasses irregulares a empresários aliados. Além disso, declarações do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que insinuou que o apoio financeiro americano à Argentina estaria condicionado à vitória de Milei, provocaram reações negativas entre opositores.


Ilustração mostra como ficará a composição do congresso e do senado da Argentina (Foto: reprodução/X/@DisporaEspa)

Mesmo com as polêmicas, o discurso liberal e antissistema do presidente manteve popularidade entre eleitores insatisfeitos com o legado econômico dos governos anteriores.

Participação eleitoral é a mais baixa desde a redemocratização

Apesar da vitória expressiva do governo, o pleito registrou baixa adesão popular. Apenas 68% dos argentinos compareceram às urnas, o menor índice de participação em uma eleição legislativa desde o retorno da democracia em 1983.

Analistas políticos afirmam que o resultado reforça o apoio a Milei nas grandes cidades, mas também expõe o cansaço do eleitorado diante da crise econômica prolongada e das disputas políticas intensas no país. Para o presidente, o desafio agora será converter o capital eleitoral em governabilidade e avançar nas reformas que prometeu implementar desde o início de seu mandato.