Sorteio da Copa 2026 chega com promessas de equilíbrio e expectativa global

O sorteio da Copa do Mundo 2026 está marcado para sexta-feira, dia 5 de dezembro, às 14h (horário de Brasília), no Kennedy Center, em Washington, D.C. Será a cerimônia que definirá os 12 grupos da fase inicial do torneio, com transmissão ao vivo pela Globo, SporTV e GE TV.

Nesta edição, o Mundial será o maior de sua história, com 48 seleções disputando a taça. Isso exige uma organização diferente no sorteio e um formato adaptado, para que todas as equipes tenham condições justas e o torneio conserve competitividade.

Como será a divisão de potes e os critérios adotados

Para montar os grupos, as seleções serão divididas em quatro potes com 12 equipes cada, seguindo o ranking da FIFA publicado em novembro de 2025. No Pote 1 estão os três países-sede (Estados Unidos, México e Canadá), que já têm grupo garantido, mais as nove seleções mais bem colocadas no ranking, excluídos os anfitriões.

A partir daí, os potes 2, 3 e 4 serão formados com as demais equipes classificadas, em potes crescentemente com seleções de ranking mais baixo ou ainda a definir (vagas que sairão da repescagem). Na distribuição, cada grupo (de A a L) terá uma equipe de cada pote, garantindo equilíbrio nos confrontos iniciais. Isso visa evitar desequilíbrios graves já na fase de grupos.


Postagem comenta sobre divisão de potes do sorteio (Foto: reprodução/X/@OliveiraRafa)


Regras que regem o sorteio e restrições geográficas

Há também regras claras para evitar excesso de proximidade entre seleções de uma mesma confederação. Com exceção da Europa (UEFA), que poderá ter até duas equipes por grupo, as demais confederações não poderão ter mais de uma seleção no mesmo grupo.

Os três países anfitriões já têm grupos pré-definidos: México será o cabeça de chave do Grupo A, Canadá do Grupo B e Estados Unidos do Grupo D. As demais seleções de Pote 1 serão sorteadas em posições 1 dos grupos C, E a L, e daí a alternância pros outros potes. Depois, os potes 2, 3 e 4 preenchem as outras posições, sempre respeitando as restrições geográficas e de ranking.

O que muda para seleções como o Brasil e o que esperar do sorteio

Para seleções fortes e tradicionais, como a Seleção Brasileira, o sorteio traz segurança: o Brasil figura no Pote 1, portanto, será cabeça de chave e evita confrontos complicados de início. Mas o formato com 48 equipes também amplia a presença de seleções de menor expressão, o que pode gerar surpresas, adversários subestimados, estilos de jogo variados e a chance de zebras ainda na fase de grupos. Isso torna o torneio mais imprevisível e proporcionalmente mais democrático.

Outro ponto de atenção: há seis vagas ainda pendentes, times que sairão dos playoffs internacionais e repescagens. Essas vagas serão definidas em março de 2026, o que significa que o sorteio incluirá “coringas”, e os grupos só ficarão realmente completos após esses confrontos.

Com o aumento de participantes de 32 para 48, a organização da Copa exigiu revisão completa do formato. A mudança tem o objetivo de ampliar a representatividade global, dar chance a seleções fora do eixo tradicional e estimular o crescimento do futebol mundo afora.

Mas o novo modelo também traz desafios, logísticos, esportivos e de equilíbrio. Manter a competitividade, evitar desníveis excessivos e garantir que grupos não se tornem “fáceis demais” para alguns e “seleções-ovelha” para outros será uma tarefa complexa. Há expectativa sobre como potes, sorteio e calendário vão se equilibrar.

Para o torcedor, porém, o sorteio de 5 de dezembro será o primeiro grande espetáculo da Copa: a partir dele, saberemos os adversários, o caminho para o título, e o quanto o Mundial 2026 será imprevisível.

Bolivia leva a melhor sobre Brasil na despedida das eliminatórias

A Seleção Brasileira encarou seu último desafio pelas eliminatórias da Copa de 2026 nesta terça-feira (09). O duelo foi a primeira experiência do técnico Carlo Ancelotti comandando uma equipe em campo em um cenário de altitude, e já começando com o pé direito: Encarando um país com altura de 4.100m acima do nível do mar — diante do 2° estádio mais alto no mundo do futebol.

Para o povo local, que ocupou cerca de 20 mil lugares no estádio nesta noite, era a oportunidade de ver seu país de volta à um mundial após 32 anos. Na ocasião, o time do atacante Marco “El Diablo” Etcheverry, atual treinador da seleção boliviana, se classificou para a copa dos Estados Unidos — na ocasião onde justamente provocou a primeira derrota brasileira em eliminatórias, derrotando a canarinha por 2 a 0 em La Paz.

Tiramos uma invencibilidade de mais de 40 anos do Brasil, que não perdia nem para Argentina, para o Uruguai, para ninguém. Foi uma satisfação muito grande para Etcheverry, para mim, para todos… Quando ganhamos ali, sabíamos que íamos nos classificar para a Copa. Foi uma alegria para todo um país vencer aquela partida.

Álvaro Peña

Peso da altitude

Os donos da casa dominaram a etapa inicial. Motivados pela torcida e pela altitude, os donos da casa pressionaram desde o início e abusaram dos chutes de fora da área. Foram 13 finalizações, a maioria de Miguelito, destaque do confronto e revelado na base do Santos.

O gol boliviano enfim saiu aos 45 minutos, quando o árbitro marcou pênalti de Bruno Guimarães em cima do lateral Roberto, após checagem do VAR. Miguelito assumiu a cobrança, e mesmo com o goleiro Alisson acertando o canto, o jovem do América-MG bateu com força e abriu o placar.

A seleção teve apenas três finalizações, com apenas o chute de Luiz Henrique ofereceu perigo real de gol, porém parando nas mãos de Lampe. Visivelmente afetada pela altitude, a equipe canarinha teve dificuldades para manter a posse de bola e criar chances claras.


Melhores momentos da partida (Vídeo: reprodução/YouTube/ge)

A segunda etapa começou sem alterações, e o panorama se manteve: Brasil com dificuldade para atacar, enquanto a Bolívia permanecia mais recuada, apostando em contra-ataques para matar o jogo que era um dos mais importantes de sua história.

Aos 15 minutos, Ancelotti enfim fez suas mudanças, e colocou João Pedro, Estêvão, Raphinha e Marquinhos em campo. Após as mexidas, a equipe passou a ocupar mais o campo adversário, porém ainda sem levar perigo ao gol boliviano.

No final do jogo, com um clima de tensão pura em El Alto, a Bolívia ainda criou duas chances com Miguelito e Algarañaz, em uma delas contando com uma defesa monumental de Alisson — acostumado a sofrer criticas dos torcedores por seu desempenho na selação.


Festa boliviana ao final da partida (Vídeo: reprodução/Instagram/@sportv)


Nos minutos finais, a torcida seguia apreensiva, ao ponto de até mesmo apelar para atitudes como jogar uma segunda bola em campo, a fim de atrapalhar os contra-ataques brasileiros. Quando o apito final enfim veio, começou a verdadeira apoteose boliviana, com os jogadores caindo ao chão de emoção e os torcedores celebrando a classificação para a repescagem atirando pedaços de isopor no campo.

Sorteio dos grupos

Com o fim da trajetória das seleções sul-americanas para a disputa por uma vaga na copa do próximo ano (exceto para a Bolívia, que ainda disputa a repescagem), agora os olhos dos torcedores se voltam para a próxima etapa antes do maior evento do futebol mundial: A definição dos adversários na fase de grupos da competição.

A cerimônia já tem data marcada, e será realizada no próximo dia 5 de dezembro, no Kennedy Center, em Washington — e também será um evento para divulgar outros detalhes do torneio, como: Música e mascote oficiais. Entretanto, apenas no mês de março serão definidas todas as 48 seleções participantes.


MetLife Stadium, palco da final da Copa 2026 (Foto: reprodução/Al Bello/Getty Images embed)


Agora, o caminho da nossa seleção antes da sexta tentativa na luta pelo hexacampeonato mundial será composto pelos amistosos que serão realizados nos próximos meses — oportunidades para Ancelotti seguir preparando o elenco até o início da competição, em junho.