Medidas emergenciais para as vítimas do tornado no Paraná são avaliadas

 

Waldez Góes, o ministro da integração e desenvolvimento regional, irá visitar os locais acometidos pelo tornado na última sexta-feira (7), para avaliar quais são as condições no momento, e ver o que se pode fazer para ajudar. Ele sairá de Brasília na manhã de domingo (9), junto ao secretário nacional de proteção e defesa civil, Wolnei Wolff, sua chegada está prevista para as 11:30. Já à tarde, ele irá se reunir com as defesas civis municipais e estaduais, além de técnicos da defesa civil nacional.

Calamidade pública

O governo anunciou neste sábado (8) o decreto de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu. Com esse decreto, a prefeitura da cidade pode solicitar apoio ao governo federal. Inicialmente, será focado na ajuda humanitária, visando o fornecimento de recursos, água, colchões. Conforme o ministro informa, a defesa civil nacional está autorizada a pedir tudo que for necessário. O INSS anunciou que os beneficiários poderão solicitar o benefício por antecipação. Gleise Hoffman disse que está sendo avaliado o saque do FGTS para aqueles atingidos pelo tornado.

O ministério da integração e do desenvolvimento regional informa que o impacto do desastre é tão grave, pois acaba exigindo medidas mais amplas e urgentes, afetando a administração pública. A ministra Gleise Hoffman (PT) está sendo enviada pelo governo federal para ajudar também na situação. Os municípios agora, com esse anúncio, passam a estar oficialmente aptos para receber verbas emergenciais do governo federal.


Foto de um homem enfrente a alguns locais que desabaram no Rio Bonito do Iguaçu(foto:reprodução/Daniel Castellano/Getty Images Embed)


Situação

Nos últimos dias, um ciclone, com média de 120 km a 250, passou pela cidade de Rio Bonito do Iguaçu no Paraná e deixou 750 feridos e 6 mortos. A situação é delicada e o governo está procurando tentar resolver a questão. Um hospital localizado em Laranjeiras do Sul já fez 448 atendimentos, incluindo 3 cirurgias de ortopedia e uma geral. Tiveram 52 pacientes, transferidos para outra unidade hospitalar de maior porte localizada em Guarapuava e Cascavel.

Foram 136 atendimentos entre crianças e gestantes, além da realização de cinco procedimentos cirúrgicos feitos em pacientes. Os números ainda são imprecisos quanto aos desaparecidos e aqueles que faleceram devido ao ocorrido e até mesmo os feridos.

Polícia Civil resgata 45 desaparecidos em áreas alagadas do RS

A tragédia que vem assombrando o Rio Grande do Sul desde o início das chuvas recentemente teve uma notícia boa quando a Polícia Civil informou que já conseguiu encontrar 45 pessoas com vida que antes eram tidas como desaparecidas por seus familiares. De acordo com a instituição, essas pessoas foram encontradas em abrigos oficiais em áreas ainda alagadas.

Parceria com Senasp vem ajudado na identificação de desaparecidos

De acordo com a polícia, a ação é resultado de uma parceria com a Diretoria de Operações de Inteligência da Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp), por meio do Ciberlab, que permite uma busca pelas vítimas em cooperação com as redes sociais e outros mecanismos digitais, usando a tecnologia para identificar possíveis desaparecidos.

O trabalho ainda conta com o apoio das polícias civis do Pará, de Pernambuco e de Sergipe, que vêm disponibilizando integrantes, assim como recursos e conhecimentos, para ajudar a coletar informações úteis sobre as vítimas.

Neste momento tão difícil e desafiador para todos nós, a cooperação tem sido crucial para localizar pessoas e diminuir o sofrimento das famílias

Delegado Fernando Sodré Chefe da Polícia Civil do RS

Mortes já chegam a 154

De acordo com a Defesa Civil do estado, a tragédia que vem acontecendo em razão das chuvas já deixou um total de 154 mortos e 94 desaparecidos. Além disso, 540 mil pessoas estão desalojadas e 78 mil estão em abrigos.


Enchentes destruíram o estado (Foto: reprodução/AFP/GUSTAVO GHISLENI/Getty Images Embed)


A situação vem sendo aliviada pela série de doações que o estado vem recebendo, entre elas alimentos não perecíveis e roupas, que têm ajudado a tornar a situação menos difícil para as famílias que foram abaladas pela tragédia.

Os policiais ainda destacaram a importância de registrar um boletim de ocorrência, seja presencialmente ou pela Delegacia Online, informando o nome e o local do desaparecimento, para facilitar as buscas. Informações úteis sobre pessoas desaparecidas podem ser enviadas pelo WhatsApp para o número (51) 98444-0606, ajudando a agilizar o trabalho das autoridades.

Criminosos armados afetam operações de resgate da Defesa Civil no Rio Grande do Sul


O Crime organizado detém poder sobre alguns bairros do RS, o que faz desses redutos, áreas de difícil acesso para a Defesa Civil prestar socorro às vítimas das enchentes. O coordenador do órgão, Luciano da Silva, que está no estado, relatou nesta quinta-feira (09), aquilo que está ocorrendo com a equipe de resgate, nesses locais. A ação de violência, como tiros a alvo, e furtos nas residências alagadas, fazem com que o resgate só adentre aos locais, com reforços da Polícia Civil, Polícia Militar ou o Exército.

A decisão de retomar aos resgates com o aparato de segurança, segundo a Secretaria de Segurança Pública do RS foi para evitar esses casos de furtos, roubos e delitos nos municípios.


Policiais militares em patrulhamento à equipe de resgate em Porto Alegre (Foto: reprodução/GZH Segurança)


Luciano da Silva em entrevista ao G1, relatou também que, a ação dos criminosos conta com o uso de Jet Ski, para entrar nas residências e saqueá-las. Essa atuação, segundo ele, dificulta o trabalho da equipe, visto que, “a gente levar até um tiro de graça.”

Violência e Furtos

A ação de violência por meio do crime organizado em bairros de cidades do RS, já era um alerta entre a equipe de resgate, mas, segundo o próprio coordenador do órgão, o que existe no momento, é a restrição do comparecimento da equipe, nesses perímetros, pois eles estão atirando contra o resgate. Ou seja, sem o devido policiamento à equipe, fica impossível prestar socorro às vítimas e continuar com o trabalho.

Defesa Civil faz um panorama sobre o RS

Os temporais que causaram as enchentes no RS deixam até o momento, 107 mortos, 136 desaparecidos e 374 feridos; entre o estado que conta com 497 municípios. Luciano da Silva deslocou-se de SP para o RS com a sua equipe, nessa segunda-feira (06), e deixou claro que essas não são as únicas dificuldades para operar no local. Ele aponta, por exemplo, que a cidade de Porto Alegre está 60% debaixo d’água; pessoas já perderam tudo; e não há abastecimento com água e energia elétrica.