Kamala Harris escolhe Tim Walz para ser vice-candidato à presidência dos Estados Unidos

A atual vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, divulgou um comunicado nesta terça-feira (06), que revela a indicação de Tim Walz, governador de Minnesota para ser vice candidato de Harris.

Com esta indicação a candidata a presidente pelo Democratas, busca impulsionar a campanha à presidência nesta nossa fase da campanha. O anúncio do vice acontece antes mesmo de Kamala aparecer publicamente após a confirmação de seu nome para a candidatura à presidência do Estados Unidos.

Em seu comunicado publicado em suas redes sociais, Kamala Harris declarou que “Eu estou orgulhosa em anunciar que eu pedi a Tim Walz para ser o meu companheiro de chapa”.


A vice presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, durante um discurso (Foto: reprodução/Elijah Nouvelage/AFP/Getty Image Embed)


Repercussão da indicação

A escolha para compor a chapa de Harris não havia sido decidido até pelo menos domingo a noite, neste dia ela entrevistou os nomes mais bem cotados que eram de Tim Walz, Josh Shapiro e Mark Kelly.

A demora para se ter um nome para compor a chapa demonstra como os Democratas estavam dividos em relação a esse tema. Várias partes reportaram a Kamala o seu ponto de vista e assim a candidata a presidência escolheu Tim Walz.

Uma das grandes figuras do partido democrata o presidente dos EUA, Joe Biden, se manifestou publicamente afirmou que “A chapa Harris-Walz será uma voz poderosa para os trabalhadores e a grande classe média dos Estados Unidos. Eles serão os mais fortes defensores de nossas liberdades pessoais e de nossa democracia.”

Com Waltz, Kamala Harris busca agora energizar ainda mais sua candidatura e depois de passar pela Filadélfia, passará pelos estados que podem decidir a eleição, esses estados são Wisconsin, Michigan, Carolina do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada.

Quem é Tim Walz

Tim Walz é o atual governador de Minnesota, ele tem 60 anos e antes de ser político foi treinador de futebol americano. Tim nasceu em cidade pequena de Nebraska, e assim frequentou escolas públicas e acabou se formando na universidade pública Chadron State College.

Por conta de sua formação Tim Walz foi professor em uma escola pública de Minnesota. Além disso tudo Walz também serviu a Guarda Nacional do Exército.

Kamala Harris atinge US$ 310 milhões de arrecadação em campanha eleitoral

Nesta sexta-feira (02), a vice-presidente dos Estados Unidos da América, filiada ao partido Democrata, revelou ter angariado aproximadamente o valor de 310 milhões de dólares no período do mês anterior.

Após diversas polêmicas envolvendo os democratas, como a desistência de Joe Biden como candidato a presidência dos EUA, e disputas internas entre vários membros do próprio partido, a advogada e política norte-americana Kamala Harris, de 59 anos, está sendo um dos nomes mais cotados para assumir o papel como candidata principal dos democratas na corrida presidencial.

Diante disso, a democrata tem ganhado força e acelerado a marcha durante as campanhas realizadas em período eleitoral, para conquistar o apoio popular e adquirir uma nova safra de eleitorado. E a soma de tais fatos tem proporcionado o alavancamento exponencial na aquisição de recursos financeiros para o partido dos democratas.


Kamala Harris tem conseguido grandes arrecadações para campanha do partido (Foto: reprodução/Instagram/@kamalaharris)

Ganhando apoio político e força durante as eleições

Com uma imagem fortalecida após a declaração pública de apoio do ex-presidente estadunidense Barack Obama e sua esposa Michelle Obama, Kamala tem se consolidado cada vez mais como uma forte figura política e uma grande rival para a oposição na disputa pela Casa Branca.

Aumento nas arrecadações

Desde que Kamala Harris se tornou um dos nomes mais proeminentes a assumir a liderança da campanha para eleições presidenciais, pelo partido Democrata, após Biden abandonar a disputa, segundo informações do próprio partido, foram obtidos aproximadamente 200 milhões de dólares de arrecadação.


A democrata é um nome forte contra o rival republicano (Foto: reprodução/Instagram/@kamalaharris)

Diante de tais fatos e da mudança abrupta de cenário político, com o recuo de Joe Biden, a democrata conseguiu o feito de angariar uma quantia maior do que a obtida em quase quatro meses, quando o atual presidente ainda era o candidato principal das eleições.

Enquanto isso, a campanha dos republicanos anunciou nesta semana, que já arrecadaram cerca de 139 milhões de dólares, durante o mês anterior, a qual se revelou ser uma grande quantia, contudo, um pouco menor em comparação ao arrecadado por Harris.

Mudança de cenário

Após o péssimo debate de Joe Biden, as arrecadações para a campanha democrata haviam se tornado um desastre, em pleno o período inicial do mês anterior.

Entretanto, com a saída de Biden, as novas angariações de fundos melhoraram bastante, fazendo com que assim, a campanha do partido Democrata, conseguisse, pelo segundo mês seguido, certa vantagem em relação aos republicanos.

Hillary Clinton escreve artigo apoiando a candidatura de Kamala Harris à presidência

Nesta terça-feira (23), Hillary Clinton divulgou um artigo de opinião que escreveu para o jornal The New York Times, destacando seu apoio para a candidatura de Kamala Harris para a presidência dos Estados Unidos. A ex-secretária de Estado do país discorreu no texto sobre a importância de Kamala ser escolhida como a candidata democrata e também sobre a desistência de Joe Biden. 

Palavras de Hillary Clinton

Clinton escreveu que Harris representa uma nova visão de esperança, unificação e recomeço para os americanos, destacando sua experiência como procuradora e vice-presidente. “Kamala Harris pode vencer e fazer história”, continuou ela, afirmando que a democrata pode derrotar Donald Trump nas eleições. 

A ex-primeira dama também declarou que as próximas semanas irão gerar grandes expectativas, “serão diferentes de tudo o que este país alguma vez viveu politicamente, mas não tenha dúvidas: esta é uma corrida que os democratas podem e devem vencer”. Esse período refere-se ao tempo que o partido democrata precisa para oficializar a campanha de Kamala Harris. 

Os democratas devem confirmar a escolha de Harris para as eleições até o dia 7 de agosto em uma votação online e sua nomeação é prevista para acontecer na Convenção Democrata, evento que durará de 19 a 22 de agosto. 


Post de Hillary Clinton apoiando Harris no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@hillaryclinton)


Ao falar sobre a desistência de Joe Biden das eleições, Hillary destacou o ato de coragem do atual presidente. “A decisão do presidente Biden de encerrar a sua campanha foi um ato de patriotismo tão puro quanto já vi em toda a minha vida”, escreveu a ex-secretária, afirmando que vive um sentimento agridoce em relação aos acontecimentos envolvendo seu amigo e apoiador. 

Ela reitera que Biden é um homem sábio e soube liderar o país, destacando que todos sentirão falta do espírito de luta do atual presidente. Porém, Hillary continua o artigo dizendo que, com Kamala, o país ganhou um novo campeão com um propósito renovado para seguir em frente. 

Desafios a serem enfrentados 

Hillary Clinton disputou as eleições para a presidência em 2016 contra Donald Trump, na época ela perdeu a disputa contra o republicano, e durante o artigo comparou as narrativas dela e de Harris, evidenciando os desafios que a vice-presidente deve enfrentar agora.

“Eu sei algumas coisas sobre como pode ser difícil para mulheres candidatas fortes lutarem contra o sexismo e os padrões duplos da política norte-americana. Já fui chamada de ‘bruxa’, de ‘mulher desagradável’ e coisa muito pior, fui até queimada em efígie. Como candidata, às vezes evitei falar sobre fazer história. Eu não tinha certeza se os eleitores estavam preparados para isso”

Hillary Clinton

A ex-primeira dama comentou que Harris enfrentará desafios maiores por ser a primeira mulher negra e do sul da Ásia a estar no topo da chapa de um partido grande como os democratas, mas que não é impossível atingir o progresso e o sucesso da campanha. 


Kamala Harris em discurso (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Ela encerra o artigo comentando que um segundo mandado de Trump é extremamente perigoso para os Estados Unidos, afirmando que ele está mais desequilibrado e sem medo para tomar decisões prejudiciais ao povo. 

Ainda no último domingo (21), quando Joe Biden anunciou que iria desistir das eleições e demonstrou apoio para sua vice-presidente, Hillary e o marido, o ex-presidente Bill Clinton declaram apoio para a candidatura de Kamala Harris. Os governantes dos estados de Minnesota, Maryland, Kentucky e Wisconsin também declaram apoio, além de outros integrantes do partido. 

As eleições para eleger o 47º presidente dos Estados Unidos estão marcadas para o dia 5 de novembro, em uma disputa acirrada entre republicanos e democratas. 

Barack Obama está preocupado com desempenho da campanha de Biden

Barack Obama, de 62 anos, ex-presidente dos EUA, e Nancy Pelosi, de 84 anos, filiada ao partido dos democratas, tiveram uma conversa privada acerca do desempenho do candidato Joe Biden, de 81 anos, a qual gerou grande repercussão na mídia.

Ambos demonstraram grande receio e certa dose de preocupação com relação à maneira como o representante dos democratas, tem desenvolvido sua campanha eleitoral em 2024, e como isso tem repercutido no aperto durante a corrida até a Casa Branca.

Uma disputa eleitoral acirrada

Apesar dos apoiadores ao partido Democrata estarem afoitos para vencerem o maior rival na disputa eleitoral, o republicano Donald Trump, de 78 anos, o qual já atuou como presidente no período de 2017 a 2021, Obama e Pelosi têm fortes crenças de que isso dificilmente aconteça.


Biden ao lado de Obama durante uma arrecadação de fundos em LA, 2024 (Foto: reprodução/MANDEL NGAN/Getty Images Embed)


Em razão disso, grande parte dos membros participantes do Congresso e contatos mais próximos a Barack e Nancy, afirmaram que a desistência de Biden como candidato é quase eminente, agora resta apenas saber de qual modo isso ocorrerá, segundo relatado em entrevista ao canal de notícias CNN.

Divergências e pressão entre os democratas

Muitos companheiros de partido de Nancy Pelosi, estão fazendo pressão para que a democrata resolva as divergências que vieram à tona nos últimos tempos entre os filiados do partido. Grande parte dos democratas deseja que ela incentive Joe Biden a desistir da corrida eleitoral deste ano.


Ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, discursa em cerimônia de abertura em Washington, 2024 (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Já Obama, parece seguir pelo mesmo caminho dos integrantes de seu partido quanto a incredulidade do atual presidente ganhar as eleições de 2024, apesar de não declarar explicitamente sua opinião ao público. Contudo, o parecer neutro e cauteloso de Barack em suas manifestações públicas, tem sido interpretado de modo equivocado por algumas pessoas.

Repercussões públicas e negativas

Apesar dos rumores que se espalharam pela mídia, o ex-presidente norte-americano Barack Obama e o candidato dos democratas, Joe Biden, estiveram juntos em alguns eventos para arrecadação de fundos, demonstrando aparente união.

E em uma dessas ocasiões, na cidade de LA, o ator George Clooney comentou que havia se assustado com a forma de agir de Biden, dizendo que “aquele era o mesmo homem que as pessoas haviam assistido no debate”, ao escrever para The New York Times.

Após o comentário do ator vir a público, alguns democratas acusaram Obama de estar confabulando contra Biden, somente pelo fato de Barack Obama e George Clooney serem amigos.

Joe Biden continua firme no propósito de disputar a eleição presidencial

Nesta segunda-feira (8), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden escreveu uma carta para deputados, pedindo que eles cessem a pressão por sua desistência. Na oportunidade, ele confrontou membros do Democratas, mostrando-se firme em concorrer à reeleição.


Carta do presidente Joe Biden aos deputados democratas (Reprodução: Instagram/@joebiden)


“Temos 42 dias para a Convenção Democrata e 119 dias para as eleições gerais. Qualquer enfraquecimento da determinação ou falta de clareza sobre a tarefa que temos pela frente só ajuda Trump e nos prejudica. É hora de nos unirmos, avançarmos como um partido unificado e derrotar Donald Trump.”

Joe Biden

Tudo começou com o primeiro debate

A pressão para que Biden desista de concorrer nas próximas eleições presidenciais do país começou logo após o primeiro debate com seu adversário republicano, Donald Trump. A performance do presidente foi considerada insatisfatória, inclusive por ele mesmo. Durante todo o enfrentamento, Joe se mostrou confuso, hesitante e pouco reativo.

A família do democrata o apoia amplamente e acredita que ele seja capaz de exercer o cargo de presidente por mais quatro anos, e que é a melhor opção para derrotar o candidato republicano. Quanto ao debate, os familiares acreditam que Joe não foi bem preparado pela equipe da campanha.

Os democratas têm o dever de derrotar Trump, de acordo com Biden

A idade do presidente, que já vinha sendo colocada como um obstáculo, voltou ao centro das atenções com força total. Apesar de tudo isso, o democrata resiste e insiste que está apto a concorrer com Trump, e que eles, democratas, têm o dever de derrotar o candidato republicano, Donald Trump.


Joe Biden diz que não debate mais como antes, mas sabe como dizer a verdade (Reprodução/Instagram/@joebiden)


Joe Biden também deu uma entrevista à rede de TV norte-americana NBC nesta segunda-feira. Ele enfatizou que “só Deus o tira da disputa”. O presidente diz sentir-se frustrado com as elites do Partido Democrata e incita os deputados que querem sua desistência a enfrentá-lo na convenção partidária em agosto.

Projeto para acesso a métodos contraceptivos é barrado por republicanos nos EUA 

Um projeto de lei da Casa Branca com a responsabilidade de apresentar o reconhecimento do direito legal a métodos contraceptivos foi barrado no Senado norte-americano. Com isso, persiste a batalha decisiva relacionada ao controle de natalidade da maior potência mundial.  

Controle de Natalidade

Caminhando por uma extensa e decisiva batalha relacionada à natalidade do país, os Estados Unidos passam por uma crise polarizada quando o assunto é a luta pelo direito a métodos contraceptivos para os indivíduos.  

Nesta semana, o Senado norte-americano barrou o projeto de lei da Casa Branca voltado ao reconhecimento legal de tais métodos. Os senadores do Partido Republicano são os maiores responsáveis pelo acontecimento, visto que foram maioria durante a votação, apesar da casa ser tomada por políticos do Partido Democrata. Apenas duas da oposição, mulheres, apoiaram o projeto de lei, contudo eram necessários 60 votos.  

Sabe-se que o texto transformaria o direito dos indivíduos de usarem e comprarem métodos contraceptivos em legislação federal, assim, tais meios como pílulas anticoncepcionais, também conhecida como “pílula do dia seguinte”, preservativos, DIU e outras opções disponíveis poderiam ser receitadas por profissionais de saúde e clínicas sem preocupações com a constituição estadual.  

O líder da Maioria, do Partido Democrata, Chuck Schumer, fez uma declaração no plenário:

Em um mundo ideal, não deveria ser necessário um projeto de lei dizendo que alguém pode ter acesso a métodos anticoncepcionais sem a interferência do governo […] Mas diante do retrocesso dos direitos reprodutivos nos EUA hoje em dia, o texto é absolutamente vital“.

Chuck Schumer 

Outro acontecimento referente ao assunto se trata do famoso caso “Roe vs. Wade”, de 1973. A Suprema Corte dos EUA derrubou a jurisprudência ditada no caso, onde era estabelecido o aborto como direito constitucional no país. Tal decisão foi tomada há quase dois anos, quando a maioria da corte era composta por conservadores. Os magistrados usaram como argumento que uma decisão como essa não deveria ser da União, e sim dos estados, a menos que o governo federal apresentasse ao Congresso para enfim estabelecê-la de forma nacional. 


Manifestantes a favor do direito ao aborto concentrado em frente a Suprema Corte dos EUA, Washington (reprodução/ Chip Somodevilla/ AFP)

Atualmente, pelo menos mais duas votações sobre o tema estão previstas para os meses seguintes. Enquanto alguns estados adotam medidas garantindo o direito à interrupção, outros abraçaram o controle mais estrito dos procedimentos.

De acordo com a Casa Branca, dos 50 estados estadunidenses, 21 aprovaram ações de restrição ao aborto desde a redução no número de situações previstas até no período da gestação indicado. Também houve cerca de 380 projetos de leis estaduais determinando o controle à saúde de reprodução.  

Em fevereiro, a Suprema Corte do Alabama declarou que embriões para fertilização in vitro eram seres humanos e deveriam ser protegidos pela lei, impossibilitando assim o uso de inseminação artificial. A decisão foi arduamente criticada, inclusive, por Donald Trump, que faz parte do Partido Republicano.  

Casos durante eleição

Visto que a cada dia mais se aproxima de um dos momentos mais importantes da política norte-americana e do mundo geopolítico, os casos relacionados à contraceptivos são o de maior destaque nos debates da corrida presidencial.  

Desde que a Suprema Corte decidiu derrubar o direito constitucional do aborto, em 2022, o assunto ganhou assento principal no âmbito político. Além disso, essa é uma das principais bandeiras democratas para as eleições de novembro. Devido ao último obstáculo imposto pelo Senado na recusa de acessibilidade para os meios, o atual presidente e candidato à presidência deste ano, Joe Biden, se pronunciou destacando o veto como inaceitável:  

Os senadores republicanos acabaram de se recusar a proteger o direito das mulheres ao controle de natalidade […] Meu governo, ao lado dos democratas no Congresso, continuará a lutar para proteger o acesso à saúde reprodutiva e para fortalecer o acesso a métodos contraceptivos de alta qualidade.

Joe Biden

Em pesquisa divulgada pelo Pew Research Center, em maio, 63% dos americanos concordam que o aborto deve ser legalizado seja em todos ou na maior parte dos casos. O índice chega a ser de 41% entre os republicanos e 85% entre os democratas. A respeito dos métodos contraceptivos, segundo a Gallup, em junho de 2023, 88% dos americanos dizem que o controle de natalidade é aceitável de forma moral. 

Para a CNN, a senadora Joni Ernst afirmou ter exibido outro projeto, que deixava de fora a pílula do dia seguinte. “Muitos colegas na direita consideram o método uma forma de aborto. Há uma grande distinção. Queremos evitar uma gestação, não encerrar gestação“, explicou.

Em comentários sobre o veto do projeto, republicanos do senado ressaltam que não são contra os métodos, mas sim contra a intenção mostrada no texto.  

Lei contra aborto é revogada no Arizona após 160 anos 

Após uma votação acirrada de 16 a favor à 14 contra no Senado do Arizona, a lei que impedia o procedimento de aborto sob qualquer motivação além do extremo risco de vida da gestante, foi revogada. A lei de 1864 deu lugar ao direito da realização de tal procedimento até 15ª semana de gravidez. 

Posicionamento do Senado

Nesta quarta-feira (1), ocorreu a votação pela revogação de uma lei antiabortista de 1864, século XIX, no Senado do Arizona. A lei secular, que impedia a realização do procedimento a menos que a vida da gestante estivesse em perigo deu lugar ao mantimento da legislação de 2022, sancionado pelo antigo governador Doug Ducey, onde há permissão do procedimento somente entre as 15 primeiras semanas de gravidez, com exceção de risco à vida da gestante. 


Manifestantes pró-aborto em frente ao Capitólio do Arizona, em 2023 (Foto: reprodução/ D. Franklin/ AP)

A Câmara Baixa do Estado do Arizona já havia aprovado a medida na semana passada, em fervorosa disputa que teve apoio de três republicanos moderados.  A lei do século XIX havia sido restabelecida pela Suprema Corte do estado no início de abril, sob logrado da queda da decisão Roe vs. Wade em 2022. O medida agora aguarda a sanção da governadora Katie Hobbs, democrata e pró-escolha que já disse ter altas expectativa de que assinará assim que estiver consigo.  

Mesmo com o vencimento para o movimento pró-aborto, a situação não deixou de ter caminhado por um fio muito fino considerando a votação de 16 a favor e 14 contra desta quarta-feira (1). Graças ao apoio de dois republicanos, sendo eles o presidente pro tempore — aquele que conduz audiências na ausência do vice-presidente — Thomas “T.J.” Shope e a senadora Shawnna Bolick. A senadora republicana justificou sua motivação ao votar a favor em razão de experiências pessoais: 

Essa lei do Arizona teria me permitido ter acesso a esse procedimento médico, mesmo que minha vida não estivesse em perigo na época?

 indagou Bolick, que foi vaiada várias vezes pelo público no Senado.

Durante a votação, a governadora atuante, Katies Hobbs, se pronunciou em suas redes sociais alegando que tal acontecimento era apenas o começo em consequência a luta pela proteção da saúde das mulheres. Ainda, a procuradora-geral Kris Mayes proclamou a votação como “uma vitória para a liberdade do estado”. 

O olhar conservador norte-americano

Com a maioria republicana ganhando mais espaço e força nos últimos tempos, especialmente em virtude da corrida presidencial para este ano, vários questões consideradas “democratas” estão sendo constantemente exterminadas de debates ou explicitamente rejeitadas por diversos representantes políticos. Um deles, Anthony Kerny, correligionário de Shawnna Bolick, que atacou a senadora após suas exprimir suas motivações ao equilibrar a balança na votação e influenciar o vencimento da revogação, defendeu a lei de 1864 e atacou os dois senadores que se dispuseram votar, comparando-os com autoridades da Alemanha Nazista e alegando-os a ter posição discricionária.  

Com o Arizona sendo um estado importante e quase decisório, e ainda tendo sido palco das disputa acirrada de 2020, o embate no estado se direciona para as pautas centrais debatidas e defendidas pelos candidatos. Com o aborto uma questão central da campanha de Biden e de seu rival republicano, Trump, a recente revogação da lei acaba influenciando reações no ano eleitoral. Alguns republicanos, incluindo o próprio ex-presidente Donald Trump, também candidato nas eleições de 2024, afirmaram que queriam a eliminação rápida da medida pelo Legislativo para tentar evitar essa possível reação no período eleitoral. Pode-se dizer até que a medida criou uma rachadura dentro do partido, que aflorou durante a audiência na câmara de semana passada.