Casos de dengue aumentam no Rio e governo do estado apresenta plano de combate

Nesta sexta-feira (26), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, junto da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apresentaram o Plano Estadual de Combate à Dengue. O estado vive um surto da doença, com 9.963 notificações de suspeitas da doença só nas três primeiras semanas de janeiro. O número cresceu, 587% em relação ao mesmo período do ano passado.

Plano Estadual de Combate à Dengue

Considerando o aumento preocupante de casos confirmados no estado, o governo do Rio de Janeiro lançou um plano com ações diárias de combate à doença, utilizando tecnologia, qualificação e apoio aos municípios. Das nove regiões do estado, oito aparecem com números de infectados acima da média, sendo que os municípios de Resende, Itatiaia e Rio das Ostras apresentaram um aumento significativo de casos nesta semana.

Nas cidades mais afetadas, serão montadas 80 salas de hidratação, com capacidade de atender diariamente, ao todo, até 8 mil pacientes. Outro recurso mobilizado será transformar 160 leitos de nove hospitais para tratamento exclusivo da dengue. Os profissionais da saúde serão capacitados para um diagnóstico mais preciso e com atenção para as gestantes. Tais medidas desembolsaram R$ 3,7 milhões dos cofres públicos até o momento.



Início da vacinação

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue será entregue às unidades de saúde a partir de fevereiro. O Rio de Janeiro será um dos primeiros estados a receber as doses, e o público-alvo serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que receberão duas doses em um intervalo de três meses.

Foram identificados no estado a circulação dos sorotipos 1 e 2 do vírus. O tipo 4 foi identificado em um caso, mas não é circulante. Já o tipo 3 não é identificado no estado desde 2007, mas está circulando em São Paulo e Minas Gerais. A SES está monitorando os sorotipos em circulação nas estradas que ligam o Rio de Janeiro aos outros estados do sudeste.

Casos de dengue crescem no Brasil; saiba como se proteger da doença

Subiu para  55.859 o número de casos possíveis de  dengue no Brasil nas primeiras semanas de janeiro, dobrando os valores do ano anterior, que contou com 26.801 casos e 17 óbitos durante o primeiro mês de 2023. Além disso, seis mortes pela doença já foram confirmadas, segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde.


Infecção é causada por um dos sorotipos do mosquito transmissor (Reprodução/Hully Paiva/SMCS)


Sobre sua transmissão

A transmissão é feita pela fêmea do mosquito Aedes aegypt e possui quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

A infecção, inclusive, se dá através de um dos sorotipos, gerando imunidade contra o tipo contraído, mas não aos demais.

Sintomas da doença 

A doença pode ser assintomática, mas também pode apresentar leves sintomas, como : febre alta, dores de cabeça, dores no corpo e articulações, fraqueza, dores nos olhos e manchas pelo corpo.

Quando deve haver busca por um médico 

Se o paciente apresentar sinais como dores abdominais muito fortes e frequentes, náuseas e vômito continuo, sangramento nas membranas mucosas ou tontura, um médico deve ser consultado para exames mais profundos.

A aparição e agravamento da doença pode  ocorrer  entre o quinto e sétimo dia, após começo dos sintomas. A dengue também pode se tornar hemorrágica, quando há a presença de sangramentos na urina, gengiva, no vômito e até nas fezes.

Tratamento 

O tratamento é feito através da hidratação por soro ou água. Deve-se usar  antitérmicos para tratar as dores e febres. Diclofenaco e ibuprofeno, AAS e aspirina não devem ser usados no tratamento, visto que podem causar sangramento por irritação estomacal.

Prevenção 

Para diminuir as chances de proliferação do mosquito, deve-se extinguir os possíveis locais onde a fêmea possa colocar seus ovos. Ainda, é importante cobrir lugares onde a água costuma ficar parada, e assim, a presença de mosquitos será evitada.

Não deixar acúmulos de lixo a céu aberto também é uma medida de proteção. O uso de repelentes para evitar picadas é recomendado.

Aumento dos casos de dengue no Brasil exige estratégias de prevenção e controle

A dengue, uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, representa um crescente desafio no Brasil. Dados recentes do Ministério da Saúde indicam um aumento alarmante de casos: mais de 55 mil ocorrências foram registradas nas primeiras duas semanas de 2024, o dobro do mesmo período do ano anterior, evidenciando uma preocupante situação de saúde pública.

Estratégias para o controle da dengue no cenário nacional e global

Vacina Qdenga aprovada no Brasil (Foto: divulgação/Takeda)


Análise do aumento de casos de dengue no Brasil em 2024

Os números indicam que o Brasil enfrenta um aumento significativo nos casos de dengue, com 55.859 casos prováveis e seis mortes registradas apenas nas primeiras semanas de 2024.

Esse crescimento ocorre apesar do anúncio do governo federal de que as doses da vacina contra a dengue serão suficientes para imunizar até 3 milhões de pessoas neste ano, gerando preocupações sobre a capacidade do sistema de saúde de lidar com a demanda crescente.

No Rio de Janeiro, a situação é especialmente alarmante. Mais de 4 mil casos foram contabilizados em apenas 13 dias, um aumento de 669% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Relação entre mudanças climáticas e aumento da dengue no Brasil

A infectologista Luana Araújo destaca que o panorama para 2024 é “extremamente preocupante com relação às arboviroses”. As condições climáticas, intensificadas pelo fenômeno El Niño, e caracterizadas por calor intenso e chuvas volumosas, criam um ambiente ideal para a proliferação do mosquito.

Ela enfatiza a importância da conscientização da população, ressaltando que a prevenção continua é a principal ferramenta contra a dengue.

A eliminação de locais de procriação dos mosquitos, como pratos de plantas, garrafas e outros recipientes que acumulam água, é crucial para conter a disseminação do vetor.

SUS tem desafios na implementação da vacinação contra dengue

Diante do aumento dos casos, o governo brasileiro anunciou a inclusão da vacina Qdenga no SUS. Desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, a vacina está prevista para ser aplicada a partir de fevereiro, com foco em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos.

No entanto, a quantidade limitada de doses e a necessidade de duas aplicações para a imunização completa representam desafios logísticos que precisarão ser superados.

Estratégias para o controle da dengue no cenário nacional e global

O aumento de casos de dengue no Brasil reflete uma tendência observada globalmente. Países como Singapura também estão enfrentando um aumento nos casos.

Entender a origem e evolução da dengue é fundamental para enfrentar esse desafio de forma abrangente e sustentável. Especialistas em saúde pública alertam para a necessidade de uma abordagem integrada, que envolva pesquisa científica, métodos de controle vetorial, educação pública e cooperação internacional.