Governo americano vai revogar visto de estrangeiros que viviam nos EUA

Donald Trump continua na missão contra imigrantes. Na sexta-feira (21), o governo dos EUA comunicou que irá revogar o status legal de 530 mil imigrantes latino-americanos, incluindo cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos, que estavam protegidos por um programa de asilo criado pelo governo de Biden. A medida de Donald Trump traz uma nova leva de deportações em massa e pode ser a maior desde o início do governo.

O fim do programa de asilo e as consequências

O programa iniciou em 2022, especialmente para venezuelanos e foi expandido em 2023 para cubanos, haitianos e nicaraguenses. O programa permitia que os cidadãos desses países obtivessem vistos temporários nos EUA, com a condição de ter patrocinadores norte-americanos que arcassem com a viagem.

Esse visto era válido por dois anos e possibilitava a entrada legal desses imigrantes por via aérea, uma medida que visava oferecer uma alternativa à imigração ilegal, especialmente considerando as altas taxas de deslocamento irregular para os EUA.

Contudo, a administração Trump considera esse programa uma violação das leis federais e decidiu revogá-lo. A revogação do status legal entrará em vigor no dia 24 de abril. Essa decisão coloca esses imigrantes em uma situação vulnerável, pois, sem esse status, muitos podem ser alvo de deportação se não regularizarem sua situação antes do prazo.

Trump e as deportações


Donald Trump responde perguntas sobre suas decisões contra imigrantes (Reprodução/Instagram/@abcnews)


Desde seu retorno à Casa Branca, o presidente Donald Trump implementou políticas imigratórias rigorosas que refletem sua postura firme contra imigrantes. Trump tem buscado expandir as operações de deportação.

Em janeiro, ele assinou ordens que aumentaram as deportações e suspenderam a entrada de refugiados, propôs o fim da cidadania automática para filhos de imigrantes e recentemente, o presidente chegou a tentar usar uma lei extrema utilizada apenas em guerras, para deportar venezuelanos. E em fevereiro, os brasileiros que foram deportados, desembarcaram no país acorrentados e algemados, alegando vários maus tratos durante a viagem.

Papa Francisco critica políticas de deportações em massa

O Papa Francisco criticou as políticas de deportações em massa, expressando uma profunda preocupação com as medidas do presidente dos EUA, Donald Trump. Em sua carta aos bispos norte-americanos, disse que essas ações representam uma crise que ameaça a dignidade humana. Também pediu aos fiéis que rejeitem narrativas discriminatórias contra imigrantes e refugiados.

Defesa da dignidade humana

No documento, o Papa reforçou a necessidade de ver os imigrantes e refugiados como pessoas em busca de dignidade, não como ameaças à segurança. “Nenhum ser humano deve ser reduzido a um problema a ser eliminado. Precisamos de soluções que respeitem a dignidade e os direitos de todos”, escreveu. Ele destacou que a migração é um fenômeno humano e que respostas rígidas, baseadas apenas na força, não resolvem os desafios envolvidos.


Papa Francisco preside a Missa no domingo (26), na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: reprodução/Franco Origla/Getty Images Embed)


Em outros momentos, Francisco já havia se manifestado contra barreiras físicas e políticas migratórias que fossem restritivas. Novamente o Papa Francisco critica as políticas de deportações em massa, enfatizando a importância de acolher aqueles que fogem das guerras, da fome e de perseguições.

Reações e impactos

Os debates sobre imigração continuam sendo um dos temas mais polêmicos nos EUA e a fala do Papa pode influenciar a postura de líderes religiosos e políticos ao redor do mundo. Especialistas indicam que a crítica do pontífice pode gerar impacto significativo entre os fiéis católicos que apoiam o presidente.

O posicionamento do Papa Francisco gerou uma forte reação nos círculos conservadores dos EUA. Os aliados de Trump argumentam que as políticas de deportação adotadas visam proteger os empregos de cidadãos norte-americanos e reforçar a segurança do país. O presidente Trump não se pronunciou ainda, no entanto, membros de sua administração criticaram o vaticano pelo envolvimento em questões políticas do país.