Bolsonaro é pressionado pelo STF a explicar descumprimento de medidas cautelares nesta sexta

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa responder até esta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre acusações de que teria descumprido restrições judiciais. A ordem partiu do ministro Alexandre de Moraes, que concedeu 48 horas para que os advogados apresentem explicações formais.

A investigação em andamento envolve Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e apura possíveis ações de pressão e intimidação contra autoridades ligadas ao processo sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O julgamento desse caso está marcado para setembro, e Bolsonaro é um dos principais réus.

Os fatores que a defesa de Bolsonaro deve responder

Segundo Moraes, a defesa deve se pronunciar sobre três pontos principais: o descumprimento repetido das medidas impostas pelo STF, a continuidade de atitudes consideradas ilegais e o risco de fuga do ex-presidente. A Polícia Federal afirma ter reunido indícios de que Bolsonaro seguiu ativo em redes sociais e manteve contato com outros investigados, mesmo estando proibido. Além disso, foi encontrado um documento que poderia ser utilizado para solicitar asilo político na Argentina.

Os advogados de Bolsonaro negam qualquer irregularidade. Em nota divulgada na quinta-feira (21), garantiram que vão cumprir o prazo estabelecido e rebateram as acusações: “Não houve descumprimento de nenhuma medida cautelar. Todos os pontos levantados serão devidamente esclarecidos”.


Durante a semana, a PF divulgou conversas entre Eduardo e Jair Bolsonaro, onde Eduardo estaria indignado pelas falas do pai (Foto: Reprodução/X/@SamPancher)


Essa não é a primeira vez que Alexandre de Moraes cobra explicações. Em julho, pouco depois da imposição das medidas, Bolsonaro esteve no Congresso, se reuniu com aliados e concedeu entrevistas, o que gerou novas publicações em suas redes. A defesa, naquela ocasião, também negou violações.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar após descumprimentos

No início de agosto, diante de novos episódios, Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro, que permanece em vigor até hoje. A decisão foi motivada pelo uso irregular das redes sociais.

O relatório final da Polícia Federal, divulgado em 20 de agosto, aponta que Bolsonaro e Eduardo agiram de maneira articulada para intimidar ministros do STF e parlamentares, numa tentativa de influenciar diretamente o processo penal contra o ex-presidente. Inicialmente, as investigações miravam apenas Eduardo, mas os investigadores perceberam que suas ações estavam alinhadas às do pai, o que levou à inclusão de Jair Bolsonaro nas restrições

Cíntia Chagas pede prisão de Lucas Bove por descumprimento de medidas cautelares

Na última quinta-feira (17/10), a defesa da influenciadora Cíntia Chagas protocolou um pedido de prisão preventiva contra seu ex-marido e deputado estadual, Lucas Bove (PL). A advogada Gabriela Mansur, que representa Cíntia, alega que Bove tem descumprido medidas cautelares e solicita a abertura de um inquérito policial por desobediência.

Lucas Bove, que é vice-líder do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), enfrenta acusações de agressão contra Cíntia em um caso de violência doméstica. Em resposta a esses fatos, a Justiça concedeu uma medida protetiva na semana passada, proibindo o deputado de se aproximar ou se comunicar com Cíntia e seus familiares, sob pena de prisão.

Defesa de Lucas

A defesa de Lucas, composta pelos advogados Daniel Leon Bialski e Camila Felberg, considerou o pedido de prisão “incabível”, afirmando que ele não violou nenhuma medida protetiva. No entanto, a advogada de Cíntia relatou que uma conversa entre eles foi divulgada ilegalmente, comprometendo a privacidade da vítima. O advogado de Bove negou que qualquer informação tenha sido vazada por ele ou por seu cliente, afirmando que Lucas não fez publicações ofensivas e aguarda um pedido para que Cíntia seja proibida de se manifestar sobre o caso.

Além disso, Bove enfrenta um pedido de cassação protocolado na Alesp, onde parlamentares mulheres do PSOL e do PT solicitam o fim de seu mandato devido às acusações de violência doméstica.


A influenciadora Cíntia Chagas vem sofrendo ataque nas redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@cintiachagass)


Inicio

Cíntia e Lucas estiveram juntos desde 2022 e anunciaram a separação em agosto deste ano, após três meses de casamento. Em setembro, a influenciadora pediu uma medida protetiva, relatando ter sofrido diversos ataques físicos e verbais. Ela afirmou que, em uma das agressões, Lucas arremessou uma faca em sua direção, atingindo sua perna, o que ele nega.

Matéria por Yasmin de Araújo (Lorena r7)