Dinheiro esquecido no PIS/PASEP começa a ser pago nesta sexta-feira

Nesta sexta-feira (28), a Caixa Econômica Federal começa a pagar o ressarcimento de cotas esquecidas no Repis, antigo PIS/PASEP. Têm direito ao benefício pessoas que trabalharam com carteira assinada entre 1971 e 1988 e ainda não sacaram o valor.   

A princípio, é importante lembrar que esses valores são totalmente distintos do Abono Salarial PIS, embora o método de pagamento seja o mesmo.   

Assim, o valor que o trabalhador receberá muda conforme o período trabalhado. O Ministério da Fazenda estima um valor de até R$ 2,6 mil, podendo variar segundo o salário da época.   

Mais de 26 bilhões

O Ministério da Fazenda afirma que aproximadamente 10 milhões de brasileiros receberão os benefícios. A medida injetará R$ 26,3 bilhões na economia. A CAIXA creditará os pagamentos apenas em suas contas, e os herdeiros terão direito ao saque.  

A consulta sobre valores e a solicitação de saque podem ser feitas pelo aplicativo FGTS, disponível e gratuito para dispositivos Android e iOS. Ou também nas agências da Caixa.  

A fim de agilizar a consulta, o governo lançou o REPIS Cidadão. Para verificar a disponibilidade de valores, basta acessar o site http://repiscidadao.fazenda.gov.br/ e seguir as seguintes orientações:  

  • Clique em “entrar com gov.br”;
  • Faça login com seu CPF e senha, e clique em “autorizar”;
  • Informe o NIS (Número de Identificação Social) do beneficiário. Ele pode ser encontrado na carteira de trabalho, no extrato do FGTS, no site Meu INSS e no CadÚnico;
  • Clique em “pesquisar”. E, se você tiver valores a receber, o site vai orientá-lo sobre as próximas etapas.

Calendário de saque

Além disso, a Caixa Econômica divulgou o calendário com as datas previstas para pagamento. Diferentemente do Abono Salarial, que segue o mês de nascimento, o saque exige uma solicitação prévia feita em uma agência da Caixa ou pelo aplicativo FGTS.   


Calendário de saque disponibilizado pela Caixa (Foto: reprodução/R7)

Pagamento

Logo após o beneficiário solicitar o ressarcimento, a Caixa analisará o pedido e enviará ao Ministério da Fazenda as aprovações. Isto é, ela ajustará os valores confirmados com base no IPCA-15, que antecipa a inflação oficial do Brasil. Sendo assim, a Caixa pagará diretamente na conta bancária do beneficiário ou por meio de uma poupança social digital.  

Caso o saque não seja solicitado até setembro de 2028, os valores serão definitivamente repassados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de recuperação.

Origem do valor esquecido

Primeiramente, é preciso saber que entre 1971 e 1988, o PIS (Programa de Integração Social) e o PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) eram contas distintas, portanto, valores descontados do trabalhador iam para os dois fundos, separadamente.   

Contudo, com a unificação dos fundos em outubro de 1988, e a mudança na métrica de pagamento, trabalhadores acabaram deixando valores depositados, gerando a necessidade, de hoje, o governo fazer o ressarcimento.   

Pessoas ainda tem R$ 11,2 milhões não resgatados no sistema do Banco Central

O sistema de valores a receber do Banco Central (BC) ainda tem cerca de R$ 8,6 bilhões disponíveis para resgate. Dentro desse valor, R$ 11,2 milhões pertencem a uma única pessoa física, o maior montante registrado entre os R$ 6,6 bilhões que podem ser sacados por 41,9 milhões de pessoas físicas. 

Apenas 2% da população tem mais de R$ 1.000 para sacar

Entre as empresas, o valor máximo a ser resgatado é de R$ 30,4 milhões, o que representa uma pequena parte dos R$ 1,97 bilhão devidos a 3,6 milhões de pessoas jurídicas, no entanto a maior parte dos brasileiro tem menos de 10 reais a receber, cerca de 63% das pessoas ou empresas, e cerca de menos de 2% tem mais de R$ 1.000 para sacar.


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Dinheiro “esquecido” em sua maioria esta em bancos (Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Caso o dinheiro não seja retirado em 30 dias, ele será incorporado ao Tesouro Nacional, conforme um plano do governo para usar esses valores na compensação da reoneração gradual da folha de pagamentos de 17 setores da economia sendo que até agora, a plataforma já devolveu R$ 7,7 milhões esquecidos, e desde seu lançamento em 2022, resgatou R$ 5,6 bilhões para pessoas físicas e R$ 2 bilhões para empresas.

O plataforma que vem sendo amplamente divulgada tanto na impressa normal quanto nas plataformas oficiais do governo, tem a maior parte dos valores esquecidos em bancos (R$ 4,96 bilhões), seguidos por administradoras de consórcios, cooperativas e instituições de pagamento.

Possíveis golpes

Os usuários podem consultar se têm dinheiro a receber utilizando o Sistema de Valores a Receber, por meio do CPF e data de nascimento, evitando golpes comuns que tentam cobrar para liberar esses recursos, algo que o publico geral deve ficar atento, já que recentemente vários tipos de golpe vem surgido em relação a essa recurso do governo.

Banco central divulga que ainda existe R$ 8,51 bilhões em “dinheiro esquecido”

O Banco Central divulgou que cerca de R$ 8,51 bilhões ainda estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber. Os dados repassados pelo BC são referentes ao mês de junho.

O valor, que foi de R$ 8,36 bilhões em maio e de R$ 8,15 bilhões em abril, mudou novamente com a chegada de um novo mês. Esses valores correspondem ao montante disponível para pessoas físicas, inclusive falecidas (sendo de responsabilidade de um herdeiro direto o saque), que tenham algum “dinheiro esquecido” em bancos, consórcios ou outras instituições.

Consulta e feita em site do Banco Central

Para saber como resgatar o valor, é preciso inicialmente consultar o site oficial do Banco Central, onde são solicitados o CPF/CNPJ e a data de nascimento/abertura da empresa. Caso exista um valor a ser resgatado, o próprio site orienta o cidadão nos próximos passos.


Consulta dos valores deve ser feita pelo próprio site disponibilizado pelo Banco Central (Foto: reprodução/Bloomberg/Bloomberg/Getty Images Embed)


O resgate, de acordo com o Banco Central, será feito apenas para aqueles que fornecerem uma chave PIX, permitindo assim a devolução dos valores “esquecidos”.

No entanto, caso a pessoa não tenha uma chave cadastrada, é possível entrar em contato com a instituição financeira onde o valor foi deixado para combinar uma forma alternativa de recebimento do dinheiro.

Em caso de pessoa falecida e necessária a assinatura de um termo de responsabilidade

Já no caso de pessoa falecida, é necessário que o solicitante seja um herdeiro testamentário, inventariante ou representante legal para poder consultar e retirar o valor, sendo também necessário preencher um termo de responsabilidade.

Por enquanto, a maioria das pessoas ainda não sacou os valores esquecidos, e o Banco Central vem atualizando o sistema mensalmente. Portanto, sempre existe a possibilidade de um valor que inicialmente não apareceu em um primeiro momento surgir futuramente.