São Paulo confirma primeiro caso de gripe aviária em 2025 em ave migratória

O primeiro caso de gripe aviária de 2025 em São Paulo foi confirmado nesta sexta-feira (13). A infecção ocorreu em uma ave silvestre — uma marreca-caneleira — encontrada em Diadema, na Região Metropolitana. O animal apresentava sintomas respiratórios e neurológicos, além de letargia e dificuldade para voar.

A ave foi isolada e testada, assim comprovando o resultado positivo para Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, conforme informado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP). O caso não tem relação com granjas comerciais nem com a produção de alimentos.

Estado reforça que não há riscos para consumo de carne e ovos

A Secretaria de Agricultura de São Paulo informou que o episódio não altera o status sanitário do estado nem impacta as exportações. As autoridades também afirmam que não há risco à população ou à cadeia produtiva de carne e ovos, já que se trata de uma ave silvestre.

Também não há registros da doença em humanos. As Equipes da Defesa Agropecuária farão vigilância na área e garantem que não há estabelecimentos de criação de aves num raio de 10 km do caso.


Entenda o que é a gripe aviária (Vídeo/YouTube/CNN Brasil)

Câmara reage a avanço da gripe aviária

A Câmara dos Deputados agilizou dois projetos de lei para conter a gripe aviária após o registro do primeiro caso da doença em granja comercial no Rio Grande do Sul. Logo, a votação simbólica aprovou o regime de urgência. Enquanto isso, um novo foco foi detectado em Mato Grosso, mas em criação doméstica.

O Ministério da Agricultura reforça que as exportações seguem seguras e que medidas sanitárias foram intensificadas nas áreas afetadas.

População deve evitar contato com aves doentes

O governo recomendou que ninguém toque em aves com sinais clínicos como letargia, dificuldade de locomoção ou comportamento anormal. A infecção humana ocorre principalmente por contato direto com animais contaminados.

A Secretaria Estadual da Saúde acompanha o caso com outras pastas e já ativou o plano de contingência para possíveis infecções humanas.


Doença aviária causa estado de emergência no Rio Grande do Sul

Uma portaria publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (19) pelo Ministério da Agricultura declara estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Essa decisão veio após encontrarem um foco de uma doença aviária conhecida como doença de Newcastle (DNC) em um aviário na cidade de Anta Gorda. 

Emergência zoossanitária é considerado um alto nível de alerta quando se tratam de questões sanitárias, uma vez que inclui uma vigilância epidemiológica visando maior celeridade possível em erradicar o foco da doença com procedimentos estabelecidos no Plano de Contingência para Influenza aviária e doença de Newcastle.

Doença de Newscastle (DNC)

É uma patologia extremamente contagiosa e infecta aves domésticas e selvagens com sistemas respiratórios, seguidos de manifestações no sistema neurológico, diarreia e edema na cabeça dos animais acometidos. 

O problema é que o vírus pode ser transmitido pelo ar das aves infectadas ou pelo contato com superfícies contaminadas. E, no cenário de aviários destinados a frigoríficos, a situação pode ser ainda pior devido à proximidade dos animais e a quantidade de aves por metro quadrado.


Doença de Newcastle é confirmada no Rio Grande do Sul. (Vídeo: reprodução/Youtube/Joven Pan News)

Impactos na indústria

Com a confirmação de um foco da doença de Newcastle em um estabelecimento gaúcho, as exportações de frango em âmbito nacional devem passar por alguns impedimentos temporários e/ou parciais, segundo fontes ao jornal Estadão. 

Em casos necessários, os países que adotam suspensões temporárias também tendem a embargar as demais produções de frango do estado em que se foi constatada a DNC, no caso, o Rio Grande do Sul, até se obterem mais informações à respeito da doença. 

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de frangos do Brasil, ou seja, os aviários são importantes para a economia municipal e nacional.

Plano de contingência

As informações da pasta explicam que entre as ações previstas incluem o sacrifício ou  abate de todas as aves que estavam no local onde o foco foi confirmada, bem como a limpeza e desinfecção do local, aderência de medidas de biossegurança e a vigilância para todas as propriedades em um raio de 10km. 

Em nota, o Ministério reiterou que embora tenha sido confirmado o foco da DNC, o consumo de carne de frango e até mesmo os ovos inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO), estão seguros ao consumo pela população, inclusive as do município de Anta Gorda.