Conflitos em Israel fazem bolsa fechar em alta

O aumento no valor do petróleo impulsionou uma alta na bolsa de valores de São Paulo, que fechou com um aumento de 0,94%, indo a 136.888 pontos. Outra que foi afetada positivamente pela alta foi a Petrobras, que, impulsionada pelo aumento do valor do petróleo, viu suas valorizações ocorrerem principalmente como consequência da escalada dos conflitos no Oriente Médio.

Conflitos no Oriente Médio fazem mudanças na economia

No domingo, Israel lançou um ataque “preventivo” ao sul do Líbano com o objetivo de frustrar uma ação do Hezbollah. O grupo islâmico libanês, por sua vez, respondeu com o lançamento de centenas de foguetes e drones em direção a Israel, justificando suas ações como uma retaliação pela morte de um de seus líderes em julho.


Conflito no Oriente Médio vem causando mudanças econômicas visíveis (Foto: reprodução/Moment/Anton Petrus/Getty Images Embed)


Este confronto ajudou a escalar as tensões na região e teve impacto direto nos mercados globais. Como resultado das hostilidades, o preço do petróleo atingiu seu pico máximo em uma semana, com o barril do tipo Brent encerrando o dia em alta.

Petrobras diretamente impactada

As ações da Petrobras foram diretamente impactadas pelas recentes movimentações no mercado financeiro, impulsionando o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira. Com um peso significativo de 11,86% no índice, de acordo com a Economatica, os papéis da empresa desempenharam um papel crucial na alta do mercado.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) fecharam o dia com uma alta expressiva de 8,96%, alcançando R$ 42,92. Já as ações preferenciais (PETR4) também registraram um forte ganho de 7,26%, sendo negociadas a R$ 39,57 no fechamento do pregão, conforme dados preliminares.

A tendência é que a continuidade da instabilidade no Oriente Médio continue a afetar a economia mundial, com suas consequências sendo bastante representadas pelo valor do petróleo, já que a região concentra os maiores produtores do mundo e sempre foi afetada por conflitos.

Diretor do Banco Central da Colômbia critica possível alta da Selic no Brasil

O cenário de política monetária no Brasil tem gerado preocupação internacional, com críticas vindas de autoridades estrangeiras sobre a possibilidade de aumento na taxa Selic logo após um ciclo de cortes. Mauricio Villamizar, diretor do Banco Central da Colômbia, afirmou que o Brasil se tornou “um exemplo a não seguir” em termos de política econômica. Durante um evento recente, Villamizar destacou que a reversão nas taxas de juros não é uma estratégia saudável, defendendo que o aumento das taxas após reduções recentes pode prejudicar a estabilidade econômica.

Com um PhD em economia pela Universidade Georgetown, ele argumenta que mudanças abruptas na política monetária podem criar incertezas e dificuldades para manter o crescimento econômico sustentável. Ainda criticou a possível guinada na política monetária brasileira, destacando que a expectativa de um novo aumento nas taxas, após interrupções nos cortes de juros, como ocorreu também no Peru e no México, não deve ser considerada uma medida prudente.


Villamizar disse que mudanças abruptas nas políticas monetárias não são saudáveis para a economia (Foto: reprodução/Getty Images Embed/
Eleganza)


Política monetária e sustentabilidade econômica

Villamizar enfatizou a importância de adotar estratégias monetárias que promovam o crescimento sustentável a longo prazo. Ele sugere que o foco principal das autoridades monetárias deve ser a criação de condições que permitam o crescimento econômico mais estável e prolongado. Para ele, o aumento das taxas de juros logo após um ciclo de cortes não apenas impede esse crescimento, mas também gera retrocessos que poderiam ser evitados com uma política mais consistente.

A situação no Brasil serve de alerta para outros países da região. O diretor do BC colombiano, pressionado internamente pelo presidente Gustavo Petro para acelerar cortes nas taxas de juros, vê o Brasil como um exemplo do que não fazer. Petro, que recentemente defendeu a redução da taxa básica na Colômbia para liberar recursos para o orçamento do governo, citou a postura do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que indicou uma possível mudança na política de juros nos Estados Unidos, provavelmente em setembro.

Contexto Regional e a influência internacional

As declarações de Villamizar reforçam o debate sobre a condução da política monetária na América Latina, onde os desafios econômicos variam entre países, mas os efeitos das decisões de grandes economias, como o Brasil, são amplamente sentidos. A Colômbia, que também enfrenta pressões inflacionárias, está observando de perto as decisões de seus vizinhos e as repercussões que elas podem ter em seu próprio cenário econômico.

A crítica ao Brasil, no entanto, também destaca a necessidade de maior coordenação e comunicação entre os bancos centrais da região, buscando políticas que não apenas combatam a inflação, mas que também promovam o crescimento econômico de forma sustentável e coerente. O discurso dele, portanto, não é apenas uma crítica isolada, mas parte de um diálogo mais amplo sobre as melhores práticas de política econômica na América Latina.

Silvio Santos deixa uma fortuna exorbitante para os herdeiros

Silvio Santos, que faleceu aos 93 anos, não foi apenas um dos maiores comunicadores do Brasil, mas também um empresário de sucesso com um império diversificado. O Grupo Silvio Santos, que centraliza os negócios deixados por ele, abrange desde o SBT até a Jequiti, e sua fortuna foi estimada em R$ 1,6 bilhão em 2023. Além de seu talento na televisão, o ex camelô teve uma visão empreendedora que o levou a fundar e expandir empresas em setores variados.

Ao longo de sua trajetória, Silvio Santos deixou um legado marcante não apenas como apresentador, mas como um empresário ousado. Seu grupo controla empresas que vão desde a televisão até o setor de cosméticos, cada uma com uma história única de desenvolvimento. O impacto dessas empresas segue relevante no mercado brasileiro, mantendo vivo o nome de Silvio Santos. Ele foi e continuará sendo uma grande inspiração para empreendedores brasileiros.


Silvio deixa uma fortuna para as filhas (Foto: reprodução/Getty Images Embed/MAURICIO LIMA)


SBT e Jequiti: a consolidação de marcas de sucesso

O SBT, fundado na década de 1970, é a empresa mais conhecida do Grupo Silvio Santos. Silvio começou sua trajetória na televisão com o “Programa Silvio Santos”, transmitido pela TV Paulista e, mais tarde, pela TV Globo. Em 1975, Silvio obteve sua primeira concessão para um canal de televisão próprio, o TVS, que se transformaria no SBT. A emissora estreou em 1981 e rapidamente conquistou espaço, tornando-se uma das principais redes de televisão do Brasil. Atualmente, o SBT conta com 114 emissoras e atinge mais de 103 milhões de brasileiros mensalmente, consolidando-se como uma força no entretenimento nacional.

Outro destaque é a Jequiti, fundada em 2006, que trouxe a marca de Silvio Santos para o competitivo mercado de cosméticos. A empresa aposta em parcerias com celebridades e no uso da televisão como plataforma de divulgação. Com um valor de mercado estimado em R$ 450 milhões, a Jequiti se destaca como uma das maiores empresas de cosméticos do Brasil. A marca também é reconhecida pelas 206 mil consultoras espalhadas pelo país, impulsionando suas vendas diretas e conectando ainda mais o público ao legado de Silvio.

Outras empresas: diversificação e sucesso além da televisão

Além do SBT e da Jequiti, o Grupo Silvio Santos controla a Liderança Capitalização, responsável pela famosa Tele Sena, lançada em 1991. A Tele Sena se destaca por ser um título de capitalização de pagamento único, com sorteios semanais de prêmios em dinheiro, imóveis e automóveis. Em 2023, a Liderança Capitalização registrou uma receita líquida de R$ 198,6 milhões e um lucro líquido de R$ 31,5 milhões. Já o Banco Pan, anteriormente controlado por Silvio Santos, foi vendido ao BTG Pactual por R$ 450 milhões em 2011 após um escândalo contábil. A venda fez a fortuna de Silvio disparar para R$ 2,67 bilhões na época.

O grupo também possui o Hotel Jequitimar, localizado no Guarujá, e a SiSAN, uma empresa de empreendimentos imobiliários. O hotel, inaugurado em 2006, é administrado pelo Grupo Accor, mas a operação permanece sob a supervisão dos herdeiros de Silvio Santos. Já a SiSAN, fundada em 1990, cuida dos imóveis do grupo e da família Abravanel, além de realizar a gestão patrimonial de terceiros.

Trump enfrenta queda financeira após retornar ao X

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está sentindo os efeitos de sua decisão de retornar ao X (antigo Twitter), com um impacto significativo em sua fortuna e na empresa que ele próprio fundou. Desde a última sexta-feira (9), Trump já perdeu cerca de US$ 350 milhões em dois dias e meio de pregões, segundo a revista Forbes. Sua fortuna, que era estimada em US$ 4,9 bilhões, agora está avaliada em cerca de US$ 4,5 bilhões.

A principal responsável por essa queda é a Trump Media, empresa de comunicação criada por Trump após seu banimento das principais redes sociais, como o Twitter. Suas ações caíram mais de 9% após a divulgação de resultados financeiros decepcionantes e o retorno do ex-presidente ao X, o que levou a uma possível fuga de usuários da Truth Social, plataforma concorrente do Twitter lançada por Trump. Com o ex-presidente voltando a postar ativamente no X, muitos de seus apoiadores podem deixar a Truth Social para acompanhá-lo na plataforma original.


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Donald Trump retornou ao X (Foto: Reprodução/Getty Images Embed)


Resultados financeiros decepcionam e mercado reage

A Truth Social, principal produto da Trump Media, registrou receitas de apenas US$ 837 mil no último trimestre, um valor extremamente baixo considerando a avaliação de mercado de US$ 4,7 bilhões da empresa. Além disso, a companhia apresentou um prejuízo trimestral de mais de US$ 16 milhões. A verdade é que, desde a estreia da Trump Media na bolsa de valores Nasdaq, suas ações acumulam uma queda de mais de 60%, refletindo a frustração do mercado com os resultados da empresa.

O retorno de Trump ao X agravou ainda mais a situação. Ele havia sido expulso do Twitter em janeiro de 2021, após os eventos do ataque ao Capitólio, e desde então utilizava a Truth Social como sua principal plataforma de comunicação. No entanto, com a compra do Twitter por Elon Musk e a reativação de sua conta, Trump voltou a postar na rede social, começando com uma imagem de sua prisão em agosto de 2023. A presença renovada de Trump no X pode prejudicar ainda mais a Truth Social, que já enfrentava dificuldades financeiras.

Perspectivas futuras para a Trump Media

A queda nas ações da Trump Media não é um evento isolado. A empresa já enfrentava dificuldades desde o início de suas operações. O fluxo de caixa livre da Truth Social, que mede o quanto sobra para a empresa após pagar suas despesas, foi negativo em quase US$ 24 milhões no trimestre. Esse dado alarmante indica que a empresa está gastando mais do que está ganhando, o que coloca em dúvida sua viabilidade a longo prazo.

Os especialistas apontam que, com resultados tão fracos e o retorno de Trump ao X, a Trump Media não tem grandes chances de recuperação. O mercado já demonstrou sua insatisfação com os números, e muitos investidores apostam que as ações continuarão caindo. Em um mês, as ações da empresa já acumulam uma queda de mais de 40%, e as expectativas para o futuro não são positivas.

Governo irá ampliar tarifa social de energia brasileira

O governo brasileiro planeja enviar ao Congresso, até setembro, um projeto de lei voltado à reestruturação do setor elétrico. A medida, anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante uma audiência na Câmara dos Deputados, promete promover mudanças significativas no acesso à energia elétrica. Entre as principais diretrizes, destaca-se a ampliação da tarifa social, beneficiando famílias de baixa renda, e a redistribuição dos custos dos subsídios energéticos, que devem onerar mais os grandes consumidores de energia.

O projeto inclui ainda a abertura do mercado de energia para consumidores menores, como residências e pequenos comércios, além de propor uma distribuição mais justa dos encargos setoriais. Segundo o ministro, a proposta visa corrigir distorções que sobrecarregam os consumidores de baixa renda e garantir uma distribuição mais equitativa dos custos no setor elétrico.


Com a nova lei, os consumidores poderão escolher sua companhia de energia (Foto: Reprodução/Freepik)

Expansão da tarifa social e reorganização de subsídios

Uma das principais novidades do projeto é a ampliação da faixa de consumo elegível para a tarifa social de energia elétrica. Atualmente, a tarifa beneficia famílias com consumo de até 50 kW por mês, mas o governo pretende aumentar esse limite para 80 kW, ampliando o alcance do subsídio para mais famílias. Essa iniciativa visa amenizar o impacto das contas de luz nas famílias de menor poder aquisitivo, proporcionando um alívio financeiro.

Além disso, o governo quer redistribuir os subsídios do setor, de modo que os grandes consumidores, como indústrias e comércios de grande porte, arquem com uma maior parcela dos custos. Essa mudança visa corrigir um problema existente, no qual parte significativa dos subsídios era paga por consumidores menores, enquanto grandes corporações se beneficiavam de tarifas mais acessíveis. A proposta também prevê uma revisão dos encargos setoriais, buscando uma alocação mais justa dos custos entre os diferentes segmentos de consumo.

Abertura do mercado livre e novas fontes de financiamento

Outro ponto importante do projeto é a abertura do mercado de energia elétrica para todos os consumidores, incluindo residências. Até agora, apenas grandes consumidores têm acesso ao mercado livre e podem negociar diretamente com fornecedores. Com a aprovação da nova lei, o consumidor comum poderá escolher seu próprio fornecedor de energia, o que pode aumentar a concorrência e reduzir os preços.

Para viabilizar essas mudanças, o governo também pretende buscar novas fontes de financiamento. O ministro Alexandre Silveira mencionou a possibilidade de utilizar os recursos gerados pelos leilões de petróleo da estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). A ideia é que parte das receitas obtidas com a venda de petróleo do pré-sal seja destinada ao setor elétrico, substituindo a atual forma de financiamento baseada na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que, segundo dados da Aneel, viu seus encargos mais que dobrarem entre 2013 e 2024.

Especialistas destacam ameaças para economia global

O gerenciamento de riscos tornou-se uma das tarefas mais críticas para os profissionais de investimentos. Em um cenário global que vem sendo marcado por incertezas, de eleições contenciosas a conflitos armados junto a economias fragilizadas após ciclos agressivos de aperto monetário, a busca por retornos seguros é mais desafiadora do que nunca. De acordo com informações da Bloomberg destacam que, além dos riscos evidentes, há ameaças menos visíveis que podem impactar os mercados financeiros.

No mercado especialistas renomados como Angel Ubide da Citadel, Armen Panossian da Oaktree Capital Management e Anne Walsh da Guggenheim Partners oferecem perspectivas valiosas sobre esses riscos emergentes e que podem causar grande dano no futuro.

IA pode gerar risco futuro

Panossian, por exemplo, identifica a inteligência artificial (IA) como um potencial risco futuro significativo. Embora a IA possa trazer ganhos econômicos substanciais, a automação pode causar desemprego em larga escala, resultando em possíveis agitações sociais. Panossian sugere cautela ao investir em IA, enfatizando a importância de evitar exposições excessivas e considerando oportunidades em ativos estressados caso ocorra uma desvalorização.


IAs como ChatGPT podem trazer ganhos as economias se usadas de forma correta, mais especialistas alertam para possíveis efeitos negativos (Foto: reprodução/NurPhoto/NurPhoto/Getty Images Embed)


Ubide, por sua vez, alerta sobre a fragilidade da economia europeia. Ele observa que a Europa, enquanto os EUA e a China avançam em diversas frentes, enfrenta desafios significativos devido à fragmentação econômica interna. A falta de cooperação europeia e a ausência de “campeões europeus” podem enfraquecer a posição do continente, potencialmente levando a um cenário global mais bipolar e instável.

Pandemia continua a ser fator

Anne Walsh aponta o período pós-pandemia como um fator chave de risco. O “eco da Covid” tem exacerbado a desigualdade no acesso a capital, com grandes empresas se beneficiando enquanto pequenas e médias enfrentam dificuldades. Walsh critica as políticas do Federal Reserve, especialmente a falta de ação mais rápida após a falência do Silicon Valley Bank, e alerta para os riscos de uma possível crise econômica devido ao excesso de políticas fiscais e níveis insustentáveis de endividamento, o que pode ter consequências graves um futuro não muito distante.

À medida que o cenário global continua evoluindo, investidores devem estar atentos a esses e outros riscos emergentes, ajustando suas estratégias para navegar pelas complexidades do mercado atual.

Queda na bolsa de valores afeta brasileiros mais ricos do país

Nesta última segunda-feira, a queda nas bolsas de valores ao redor do mundo foi sentida de forma bastante intensa no Brasil, com o impacto nos 10 mais ricos do país resultando em perdas de quase 10 bilhões de reais.

Eduardo Saverin foi o mais afetado

Eduardo Saverin, a pessoa mais rica do país, de acordo com ranking dos bilionários da revista Forbes, foi o mais afetado. Estima-se que o patrimônio dele encolheu em US$ 663 milhões, mais de 3 bilhões de reais na cotação atual, devido à queda das ações da Meta na bolsa.


Eduardo Saverin e conhecido por ser o cofundador do Facebook sendo ele a pessoa mais rica do Brasil (Foto: reprodução/Bloomberg/Bloomberg/Getty Images Embed)


Outro que também foi bastante afetado foi Jorge Paulo Lemann, o terceiro brasileiro mais rico segundo a revista Forbes, que teve uma perda igualmente significativa, com seu patrimônio reduzido em US$ 419 milhões. A principal razão para essa perda foi a desvalorização das ações de várias empresas em que ele possui participação, sendo a mais notável a queda nas ações do conglomerado cervejeiro AB InBev.

Vicky Safra, a segunda pessoa mais rica do Brasil, de acordo com a estimativa da Forbes, não foi afetada principalmente porque grande parte do seu patrimônio é derivado dos negócios do Banco Safra, que não é listado na bolsa de valores, e, portanto, não é tão impactado pelas variações do mercado de ações.

Bolsa de Tóquio foi grande parte da razão do temor ocorrido

As perdas financeiras ocorreram principalmente devido à bolsa de Tóquio ter sofrido, nesta última segunda-feira, sua maior queda desde 1987. Isso levantou um alerta para uma possível recessão nos Estados Unidos que poderia afetar o mundo todo. Outro alerta vermelho foi a recuada do mercado acionário europeu, que também vem sofrendo alguns impactos fortes.

No entanto, mesmo com os números sendo impressionantes no papel, eles representam um baque de apenas 1,6% na fortuna dos dez brasileiros mais ricos, que ainda desfrutam de um patrimônio de impressionantes US$ 107,1 bilhões.

Copom mantém taxa selic em 10,50% ao ano e reforça cautela diante de pressões inflacionárias

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) resolveu, nesta quarta-feira (31/07), manter a taxa básica de juros da economia estável em 10,50% ao ano. A decisão ocorre em um contexto de alta do dólar e pressões inflacionárias. A reunião da diretoria colegiada do órgão conclui que o cenário doméstico e internacional, exige uma abordagem cautelosa.

Taxa Selic em menor valor

A Taxa Selic permanece no menor nível desde fevereiro de 2022. A decisão da Copom foi unanime, repetindo a unidade da última reunião. Em comunicado oficial, o Copom justificou a manutenção da taxa de juros, destacando a incerteza do cenário global e resiliência da atividade econômica interna. Houve também uma elevação das projeções de inflação e as expectativas desancoradas que demandam acompanhamento diligente e maior cautela.


Projeções de analistas de mercado compiladas pelo BC no Boletim Focus basearam decisão do Copom (Foto: Reprodução/Banco Central)

O Comite destacou que a política monetária precisa permanecer restritiva por um período suficiente para consolidar não apenas o processo de redução da inflação, mas também a estabilização das expectativas em torno da meta. O objetivo estabelecido é manter a inflação em 3% ao ano, com uma variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Comite se manterá vigilante

Em comunicado, o Comite destacou também que irá continuar atento e informa que possíveis ajustes futuros na taxa de juros, poderão ser guiados pelo sólido compromisso de trazer a inflação para a meta. O Canco Central enfatizou que o processo de redução da inflação tende a ser mais gradual, devido à ampliação da desancoragem das expectativas inflacionárias e ao cenário global desafiador.

Esta decisão do Copom reflete a prudência necessária para enfrentar as pressões inflacionárias atuais e a volatidade externar, mantendo um compromisso firme com a estabilidade econômica a longo prazo.

Adicionalmente, o Copom destacou a importância de monitorar atentamente os desdobramentos fiscais e as políticas econômicas que possam impactar a trajetória da inflação. O comunicado ressaltou que a disciplina fiscal e reformas estruturais são cruciais para estabilizar a economia e fortalecer a confiança dos investidores.

Aumento de importação de diesel russo reduz pressão sobre preços da Petrobras

A entrada significativa de diesel russo no mercado brasileiro, vendido com desconto em relação aos preços da Bolsa de Nova York, está contribuindo para a manutenção dos preços da Petrobras (PETR4). Embora a estatal tenha realizado reajustes nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) este mês, o diesel não deve sofrer alterações tão cedo.

De acordo com as consultorias Argus e StoneX, o diesel russo vendido a preços mais baixos tem criado um amortecedor que alivia a pressão sobre os preços praticados pela Petrobras. Fontes e ex-executivos da estatal corroboram essa análise, afirmando que o impacto é perceptível.

Entidades como a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) e o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) reportam uma defasagem superior a 10% entre os preços do diesel da Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI), com um pico de 19% no início de julho. No entanto, segundo os consultores da Argus e StoneX, essa defasagem real é menor, variando entre 2% e 4%.


Importação de diesel russo faz pressão sobre a Petrobras (Foto: Reprodução/Freepik)

Diesel russo: impacto e perspectivas

A gestão atual da Petrobras, liderada por Magda Chambriard, está em uma posição confortável no que diz respeito ao diesel, cujo preço não é reajustado há 205 dias, desde 27 de dezembro de 2023, quando houve uma redução de 7,8%. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) mostram que o diesel russo representou 97,8% do total importado pelo Brasil em maio e 71,2% em junho. Outras fontes relevantes em junho foram Índia (16%), Omã (8%) e Estados Unidos (5%).

Pedro Rodrigues, diretor do CBIE, reconhece que o diesel russo, vendido abaixo do preço de mercado internacional devido aos embargos, reduz a diferença entre o preço do diesel importado e o produzido no Brasil. Mesmo assim, ainda existe uma defasagem nos preços da Petrobras. Ele destaca que as flutuações cambiais também afetam o diesel russo, negociado em dólar, e têm contribuído para a redução da pressão sobre a defasagem nos últimos dias.

Flutuações e fatores de risco

Thiago Vetter, da StoneX, prevê que o diesel russo continuará dominante no Brasil, embora os volumes possam flutuar conforme as condições do mercado doméstico e mundial. Ele considera improvável que a Petrobras ajuste os preços enquanto a defasagem real permanecer entre 2% e 4%.

Fatores de risco para os preços do diesel incluem uma temporada de furacões mais intensa, riscos às refinarias russas devido à guerra na Ucrânia e uma possível queda nas taxas de juros americanas, que pode aumentar o consumo e pressionar os preços do diesel.

Um ex-executivo da Petrobras, com acesso direto à política de preços da empresa até maio, afirmou que houve períodos entre 2023 e 2024 sem defasagem significativa em relação aos preços de importação. Ele destacou que a importação com navios próprios da Petrobras e o aumento da produção doméstica ajudaram a reduzir a pressão logística e os custos de frete.

Amance Boutin, da Argus, observa que o desconto no preço do diesel russo tem diminuído nas últimas semanas, passando de US$ 0,25 por galão para US$ 0,17, o que pode indicar uma tentativa da Rússia de aumentar suas margens ou refletir um aumento na demanda interna.

Concessões de empréstimos no Brasil sobem em junho

As concessões de empréstimos no Brasil apresentaram um crescimento de 2,4% em junho, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados pelo Banco Central na última sexta-feira, (26). Esse aumento reflete uma retomada na demanda por crédito no país, com o estoque total de crédito aumentando 1,2% no período, atingindo R$ 6,019 trilhões.

Houve um crescimento significativo no estoque de crédito tanto para empresas quanto para famílias. O crédito destinado às empresas subiu 2,2%, alcançando R$ 2,3 trilhões, enquanto o crédito para famílias aumentou 0,6%, totalizando R$ 3,7 trilhões. Esses números indicam uma confiança crescente por parte dos tomadores de crédito, seja para expansão de negócios ou para consumo pessoal.


Concessões de empréstimos sobem no Brasil (Foto: Reprodução/Pinterest/@Slade)

Inadimplência e juros

Apesar do aumento nas concessões de empréstimos, a inadimplência no segmento de recursos livres também apresentou um leve aumento, passando de 4,5% em maio para 4,6% em junho. Esse segmento é caracterizado por condições de empréstimo livremente negociadas entre bancos e tomadores. Já os juros cobrados pelas instituições financeiras nesse tipo de crédito registraram uma queda de 0,3 ponto percentual, situando-se em 39,6%.

No caso dos recursos direcionados, que seguem parâmetros estabelecidos pelo governo, a inadimplência manteve-se controlada, mas os juros tiveram um aumento de 0,2 ponto percentual, alcançando 10,6%. Esse cenário mostra uma pressão sobre as taxas de juros, possivelmente influenciada por fatores econômicos e de mercado.

Spread bancário em queda

O spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada dos clientes, apresentou uma redução significativa nos recursos livres. Em junho, o spread caiu para 28,3 pontos percentuais, comparado aos 29,0 pontos registrados em maio. Essa redução no spread pode indicar uma competição mais acirrada entre as instituições financeiras para atrair clientes, resultando em condições de crédito potencialmente mais favoráveis para os tomadores.

Em resumo, o cenário de crédito no Brasil em junho aponta para um aumento na confiança dos tomadores de empréstimos, refletido no crescimento das concessões. No entanto, o leve aumento na inadimplência e as variações nas taxas de juros sugerem que os bancos e tomadores de crédito ainda enfrentam desafios em um ambiente econômico desequilibrado.