Ex-secretária de Trump na Casa Branca declara que o republicano não tem empatia

O ex-presidente Donald Trump serviu ao seu país por quatro anos, quando venceu Hillary Clinton nas eleições de 2016. Mas o empresário não fez muitos amigos durante seu mandato, incluindo os funcionários da Casa Branca. Stephanie Grisham, ex-secretária de Trump quando ele comandava o Salão Oval, disse nesta terça-feira (20), durante a Convenção Democrata, que Trump é um ser humano sem empatia, moral ou fidelidade à verdade.

A declaração da ex-secretária

Stephanie Grisham relatou como Trump se tornou sua família e como o candidato à presidência se comporta quando não há ninguém olhando. “Passei a Páscoa, o Dia de Ação de Graças, o Natal e o Ano Novo, tudo em Mar-a-Lago. Eu o vi quando as câmeras estavam desligadas, a portas fechadas, Trump zomba de seus apoiadores — ele os chama de moradores do porão, declarou ela.

Grisham trabalhou para o governo Trump (2017-2020) nos cargos de diretora de comunicações da Ala Leste, secretária de imprensa da Casa Branca e chefe de gabinete da ex-primeira-dama Melania Trump. Ela relata estar “apavorada” com a possibilidade de um segundo mandato para Trump e afirma que não votou nele nas últimas eleições, mesmo trabalhando para a família.


A ex-secretária de Trump falou sobre a índole de Trump e declarou apoio a Kamala Harris (Foto: Reprodução/David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images Embed)


Grisham renunciou ao seu cargo após conversar com a ex-primeira-dama durante o ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021. “Perguntei a Melania se poderíamos pelo menos publicar que, embora o protesto pacífico seja um direito de todo americano, não há lugar para ilegalidade ou violência. Ela respondeu com uma palavra: ‘Não.’”, contou Stephanie. Ela também ressalta que estava na convenção “defendendo um democrata” porque ama seu país mais do que o seu partido.

“Kamala Harris diz a verdade, ela respeita o povo americano e tem meu voto”, disse Stephanie Grisham no palco da Convenção Democrata.

Convenção Democrata

Após ser confirmada pelo Partido como a candidata democrata, Kamala Harris tem uma árdua campanha à frente. A Convenção acontece no estado de Chicago, no saguão do United Center. Geralmente as reuniões atraem ex-presidentes, secretários de gabinete e assessores importantes. A convenção deste ano contará com discursos de Barack Obama e Bill Clinton. 

Uma das principais figuras democratas, o quase centenário ex-presidente Jimmy Carter, não poderá participar por questões de saúde. Mas o seu neto disse ao Atlanta-Journal Constitution que o avô quer viver um pouco mais para poder votar em Kamala nas eleições de novembro.

Kamala Harris ataca Trump em seu primeiro comício de campanha

Kamala Harris realizou nesta terça-feira (23), em Wisconsin, seu primeiro comício como candidata do Partido Democrata para as eleições presidenciais de 2024. A vice-presidente de Biden conseguiu a maioria dos delegados de seu partido e foi oficialmente indicada para substituir o presidente na corrida eleitoral na noite de segunda (22). Em seu discurso, Kamala disse que escolher Trump seria uma regressão e que as eleições são “uma escolha entre a liberdade e o caos”.

Comício em Wisconsin

A vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris discursou em Milwaukee, no Wisconsin, considerado um estado-chave para as eleições presidenciais. A candidata disse que irá vencer Trump, repetindo o feito do presidente Biden em 2020. Ela agradeceu aos delegados democratas que garantiram a sua indicação, o que ocorreu cerca de 24 horas após a desistência de Biden. Kamala Harris, recebeu o apoio de dois membros sênior do partido, os líderes Chuck Schumer e Hakeem Jeffries. Apesar de ter a maioria, Kamala ainda precisa de uma formalização por parte do comitê do partido.

Kamala voltou a atacar o candidato republicano, dizendo que durante sua época como procuradora-geral da Califórnia “lidou com muitos criminosos” e que conhecia tipos como Trump, a quem chamou de retrocesso, pois disse que o candidato está focado no passado. A frase de Kamala foi dita enquanto falava sobre o Projeto 2025, muito criticado pelos democratas e também mencionado por Biden em um evento em Las Vegas este ano. A crítica dos democratas ao Projeto atribuído à campanha de Trump é devido às mudanças no poder presidencial e às ações nele que, supostamente, prejudicariam os norte-americanos.


Kamala Harris recebeu apoio para substituir Biden na campanha presidencial (Foto: reprodução/ Loren Elliott/Getty Images embed)


A candidata lembrou ainda sobre o escândalo envolvendo a ex-atriz pornô Stormy Daniels, que recebeu pagamentos por seu silêncio como gastos de campanha de Trump em 2016. O ex-presidente foi julgado culpado por fraude e sua pena será divulgada ainda neste mês. “Prometo que coloco meu histórico à prova contra o dele em qualquer dia da semana”, comentou Kamala.
Kamala Harris também mencionou as proibições sobre o aborto, prometendo que vai voltar a colocar esse direito na Constituição americana se for eleita.“Vamos parar com as proibições contra aborto, porque acreditamos que as mulheres podem tomar decisões sobre os próprios corpos, e não ter um governo para dizer o que fazer”, disse Kamala. Atualmente, a reversão Roe versus Wade fez com que muitos estados passassem a decidir sobre o assunto.

O apoio à Kamala

Apesar de não ser considerada uma candidata muito popular, uma pesquisa da Reuters/Ipsos mostrou que a intenção de voto estava 44% para Kamala e 42% para Trump, revelando um empate técnico entre os candidatos. Um levantamento feito pela Associated Press também ouviu os delegados democratas, mostrando que Kamala alcançou a aprovação de 2.579 delegados para concorrer ao assento na Casa Branca. 

Após a desistência de Biden para a reeleição, o presidente declarou seu apoio à Kamala Harris. As lideranças democratas também falaram o mesmo. O presidente do Comitê Nacional Democrata, que coordena a estratégia para apoiar candidatos do partido em todo o país, anunciou que o nome do candidato do partido será revelado no dia 7 de agosto. Já a convenção do Partido Democrata, que oficializa quem concorrerá a eleição, está marcada para acontecer entre os dias 19 e 22 de agosto.