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No último sábado (31), um apagão afetou 942 mil imóveis na região metropolitana de São Paulo e Guarulhos. A Eletrobras informou que o incidente foi provocado por uma pipa. O instante em que o objeto acerta dois barramentos da subestação, provocando a pane, é mostrado por um vídeo.
O corpo da pipa teria atingido o primeiro barramento, provocando um curto-circuito e o desligamento pelos equipamentos de proteção. A rabiola da pipa, que possuía alumínio, teria afetado o segundo barramento. A colisão causou o desligamento do instrumento, provocando o apagão da subestação.
O incidente não é inédito
O problema não é inusitado. No ano anterior, a SE Guarulhos relatou cinco incidentes causados por pipas, de acordo com informações da Eletrobras. A construção de subestações cobertas seria uma forma de evitar esse problema, segundo a análise de especialistas.
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São Paulo capital à noite (Foto: reprodução/Carlos Alkmin/Getty Images embed)
A Enel e a EDP, concessionárias de energia elétrica, divulgaram, no domingo (1º), que 942 mil pontos ficaram sem luz, no sábado, afetados pelo apagão. Segundo a Enel, 650 mil ligações foram impactadas somente na capital paulista., representando 8% dos clientes atendidos pela concessionária. As áreas mais afetadas foram as zonas Norte e Leste.
Já Guarulhos, cidade atendida pela EDP, informou que cerca de 292 mil imóveis foram atingidos. A região de Vila Galvão, Gopouva, Vila Rosália, Macedo, Parque Continental e Parque Santo Antônio foram os bairros mais impactados, correspondendo a cerca de 13,5% de clientes.
Força tarefa restabeleceu o abastecimento de energia
O Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS) assim que identificou o ocorrido, em conjunto com os agentes, começou o trabalho para restabelecer o abastecimento de energia, por volta das 17h33.
A recomposição de carga da concessionária EDP foi finalizada às 19h37 e a da ENEL, às 19h37 .
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se pronuncioou dizendo que o ocorrido será investigado para apurar as responsabilidades. A Aneel acompanhou todo o processo de recomposição das cargas, que são de responsabilidade do ONS, transmissoras e distribuidoras envolvidas; e acrescentou que está em constante contato com as equipes das empresas responsáveis.
Foi anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta quarta-feira (07), a redução de cerca de 2,5% a 10% na conta de luz previsto para setembro deste ano. A última atualização das taxas na luz elétrica, no fim do mês de junho, explicitou bandeira amarela para o mês de julho.
Redução da conta de luz
O setor energético estava passando por momentos inoportunos desde a crise hídrica de 2021 somada a pandemia da Covid-19, contudo, graças a quitação de empréstimos feitos no mesmo período da crise e da pandemia global, isso será viabilizado.
Foto ilustrativa de uma lâmpada (Foto: reprodução/ Freepik)
Os financiamentos foram uma forma de ajustar o setor perante a série de eventos inesperados e isso resulta na cobrança das tarifas de energia. Totalizando, cerca de R$ 11,8 bilhões estão sendo pagos agora, alcançados por meio de operação financeira de antecipação de recebíveis da União no contrato com a Eletrobras.
A lei de privatização voltada a Eletrobras antevia um aporte anual da empresa na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo do setor elétrico bancado pela população brasileira durante 25 anos. Tais contribuições somariam cerca de R$ 26 bilhões a R$ 30 bilhões ao longo do tempo.
As ações do governo agora se tratam de uma antecipação da entrada destes recursos por meio de uma operação financeira (securitização).
O que diz Silveira
Conseguindo adiantar a entrada dos aportes sem que a empresa tenha que desembolsar nada além do planejado, vê-se um cenário onde ocorre a troca de uma dívida mais cara — a escassez hídrica e a pandemia — por outra mais barata.
O Ministro de Minas e Energia afirma que este é um recurso para a população e não poderia existir uma situação onde a conta de energia seria um ponto grave, pesando no bolso do povo brasileiro. Ele ainda ressaltou que os estados com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) sentirão a redução mais significativamente.
“Antes as grandes preocupações eram saúde, educação, mobilidade. Agora a conta de energia passou a ser um componente, especialmente para o mais pobre e para a classe média”.
Alexandre Silveira
O ministro ainda disse que o governo tenta precipitar mais recursos no contrato com a Eletrobras.
“Se for possível, dentro do contexto do acordo com a Eletrobras, também adiantar os demais recursos para minimizar impacto tarifário é importante para o Brasil. Porque o grande propósito de fazer o crescimento nacional, gerar emprego e renda para combater a desigualdade vai se dar se a gente conseguir impulsionar, dar musculatura a economia nacional”, afirmou.
Silveira ainda salienta que a energia é um ponto fundamental para que tudo isso aconteça.
Nesta quarta-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da entrega das casas aos moradores do programa “Minha Casa, Minha Vida” na cidade de Várzea Grande (MT) e reclamou sobre o valor da conta de energia elétrica no Brasil. Na ocasião, ele declarou que “está brigando” no Planalto para as tarifas serem diminuídas e para que a população mais pobre consiga uma maior qualidade de vida.
Conta de luz
O evento, que entregou cerca de 1.000 imóveis aos moradores de Várzea Grande, contou com a presença de Lula e do governador do estado, Mauro Mendes. O presidente destacou que é de extrema importância do país resolver o problema habitacional e econômico dos que vivem sem sua própria moradia, afirmando que muitas vezes as pessoas têm que escolher qual conta pagar no mês.
“A gente precisava resolver o problema habitacional das pessoas mais humildes, que muitas vezes não podem pagar o aluguel e, quando pagam o aluguel, não podem pagar a conta de luz, que está cara. Eu estou brigando para baixar a conta de luz nesse país para o povo pobre”.
Lula, presidente do Brasil
Lula participando da entrega das casas no MT (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)
Em abril, o presidente assinou e editou a Medida Provisória (MP) 1.212/2024, que possui o objetivo de gerar mais energia elétrica renovável e baratear o valor da conta de energia. A MP determina que os recebimentos de recursos para a Eletrobras sejam antecipados e utilizados para diminuir o preço da energia a curto prazo em até 5%.
Essa medida também busca adiantar o projeto de construção de mais usinas de energia renováveis, fazendo com que novos empregos sejam gerados para a população. Mas, no discurso, Lula garantiu que está pensando em novas formas de fazer com que o preço da eletricidade diminua.
Programa do governo e vaias
Lula utilizou o evento também para relembrar o início do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Ele destacou que lutou muito para que fossem entregues moradias de alta qualidade à população, com opções de lazer e bibliotecas para crianças.
O chefe de Estado do Brasil afirmou que as unidades entregues na quarta-feira continham espaços de lazer e prática de esportes para todos, e brincou dizendo que só faltava construir uma piscina para os moradores da cidade.
Lula participando do evento (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)
Durante o evento, o público começou a vaiar o governador Mauro Mendes como protesto após a aprovação de uma lei estadual sobre a pesca em janeiro. A nova lei do Mato Grosso impede que 12 espécies de peixes mais rentáveis do estado sejam transportadas, armazenadas e vendidas.
As espécies são: Cachara, Caparari, Dourado, Jaú, Matrinchã, Pintado, Piraíba, Piraputanga, Pirara, Pirarucu, Trairão e Tucunaré. Lula pediu para que o público não vaiasse o governador, dizendo que ele era um convidado dele e do governo, e que merecia ser tratado com respeito.
Mauro se defendeu das críticas dizendo que a lei foi aprovada e é considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, já Lula garantiu que irá tentar entender a situação envolvendo os pescadores para encontrar maneiras de ajudar a população.
Em balanço divulgado na quinta-feira (9), a Eletrobras informou que atingiu lucro líquido de R$ 331 milhões durante janeiro, fevereiro e março. Líder em geração e transmissão de energia elétrica no país, a lucratividade representa uma queda de 19% no faturamento se equiparado com comparação anual interna da companhia.
A montante somada antes de juros, impostos, depreciação e amortização registrou R$ 4,5 bilhões durante os meses de janeiro, fevereiro e março. Entretanto, aponta uma baixa de 19% ao ano de 2023.
Companhia elétrica aponta possíveis causas para redução de lucratividade
Para a companhia, a queda na receita tem relação com o faturamento não reconhecido no valor de R$ 423 milhões provenientes de uma das ex-empresas do grupo Eletrobras. A Amazonas Energia, como é conhecida, pertencia à organização, mas foi privatizada em 2018. Outro motivo diz respeito à venda da usina térmica de Candiota, responsável por R$ 149 milhões de redução na receita.
Também no mesmo relatório fornecido pelo grupo, o Ebtida, como é conhecido a lucratividade sem a inserção de impostos e demais restrições fiscais, seria de 5%, em torno de R$ 5,4 bilhões, se acrescentado o rendimento da Amazonas Energia.
Ivan Monteiro é o novo presidente da Eletrobras desde agosto de 2023 (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)
Custos como compra de energia para revenda e encargos afetaram a arrecadação em um todo. Porém, foram compensados parcialmente com redução de equipe, gerenciamento de compra de material e serviços e programas de demissões voluntárias, segundo a entidade.
As dívidas da empresa, no entanto, foram reduzidas em R$ 441 milhões mediante aos pagamentos antecipados, resultado frisado como favorável no relatório. Entretanto, o grupo Eletrobras cita ter gastado R$ 85 milhões com “decisões desfavoráveis em processos específicos”.
Eletrobras prevê rendimento com novo investimento e carteira de clientes
Entre as linhas nos quais o grupo atua, a construção do parque eólico Coxilha Negra, na região sul do país, representa um ganho significativo. Descrito como o maior projeto de geração de energia renovável em execução da empresa, teve um aumento de 1,2 bilhão de reais no primeiro trimestre.
O projeto deve gerar 1.300 empregos diretos quando for lançado e, atualmente, conta com a mobilização de mais de mil profissionais.