O Museu Victoria & Albert, em Londres, prepara em março de 2026 a primeira exposição inteiramente dedicada à icônica maison Schiaparelli no Reino Unido: “Schiaparelli: Fashion Becomes Art”. Com mais de 200 peças, entre roupas, acessórios, joias, perfumes, móveis, esculturas e obras de arquivo, a mostra celebra não apenas o legado da estilista Elsa Schiaparelli, mas também seu diálogo contínuo com grandes nomes da arte moderna. A curadoria destaca colaborações históricas com Salvador Dalí, Jean Cocteau e Man Ray, além de ícones como o vestido Skeleton e o chapéu-sapato.
Pela primeira vez, a filial londrina da maison, ativa nos anos 1930, ganha atenção especial, reforçando a relevância global e cultural da marca. A mostra se propõe a traçar a trajetória de Elsa, desde o período entre guerras até sua influência duradoura na moda contemporânea, incluindo a visão escultórica do atual diretor criativo, Daniel Roseberry.
Schiaparelli: moda que vira arte
A exposição é estruturada para colocar lado a lado peças de vestuário e objetos artísticos, evidenciando a relação intrínseca entre moda e vanguarda, característica marcante do trabalho de Schiaparelli. Expectativas incluem a presença do vestido Skeleton (1938) e do célebre chapéu-sapato, além de exemplares raros provenientes de Paris, Londres e Nova York. Esse diálogo com o surrealismo, hoje referência no design de moda, também reflete a estética editorial da marca, ressaltada pelas influências artísticas e a estética irreverente que desafia limites.
Designer italiana Elsa Schiaparelli em 1936. (Foto: reprodução/Sasha/Getty Images Embed)
Cardi B na semana de moda em Paris de 2025 vestindo Schiaparelli. (Foto: reprodução/Stephane Cardinale – Corbis/Getty Images Embed)
Filial londrina em destaque
Pela primeira vez, a sucursal criada em Londres nos anos 1930 será revisitada em detalhes na curadoria com fotos, documentos e criações oriundas desse núcleo pioneiro. Trata-se de um olhar aprofundado sobre a estratégia internacional da maison, pouco explorada em retrospectivas anteriores. O foco nessa unidade historiciza as ações comerciais da marca, evidenciando como Elsa buscava expansão e conexões culturais nos principais centros artísticos do mundo.
A curadora chefe do museu ressalta que a mostra “celebra sua influência duradoura por meio de colaborações icônicas com mestres do século XX e uma fusão pioneira de criatividade e comércio”. A presença do acervo de Daniel Roseberry estabelece um diálogo temporal entre passado e presente, mostrando como o surrealismo original renasce nas criações contemporâneas.
“Schiaparelli: Fashion Becomes Art” propõe uma reflexão sobre a moda como forma de expressão artística plena, convidando o público a compreender a moda como arte viva, capaz de dialogar com pintura, escultura, fotografia e design. Da ousadia irreverente dos anos 1930 às drásticas criações atuais, a exposição reafirma Elsa Schiaparelli como figura visionária e Daniel Roseberry como seu elo contemporâneo, mantendo a maison no centro do debate criativo global.
Por fim, a mostra oferece uma oportunidade única de revisitar a obra de uma das estilistas mais influentes de todos os tempos, enquanto expõe ao público a contínua provocação estética da Schiaparelli, sempre pronta a transformar o imaginário.
