O Flamengo voltou a mostrar força neste domingo (14) ao derrotar o Juventude por 2 a 0, no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. Os gols de Arrascaeta e Emerson Royal garantiram ao time carioca não apenas três pontos, mas também o fim de um incômodo jejum de 28 anos sem triunfar sobre o Papo em território gaúcho. O resultado mantém a equipe na ponta da tabela, agora com 50 pontos em 22 jogos, campanha semelhante à de 2019, ano em que conquistou seu penúltimo Campeonato Brasileiro.
Já o Juventude, apesar da entrega, pouco conseguiu produzir ofensivamente e segue na zona de rebaixamento, em situação delicada para o restante da competição.
Escalações e início de jogo
O técnico Thiago Carpini teve desfalques importantes: o zagueiro Abner e o meia Batalla ficaram de fora, abrindo espaço para Luan Freitas e Nenê. Rafael Bilu também iniciou como titular, enquanto Gabriel Verón foi opção no banco. Do lado rubro-negro, Filipe Luís não contou com Varela, Léo Ortiz e Jorginho, além de Bruno Henrique. Emerson Royal e Danilo entraram na defesa, com Allan e Luiz Araújo entre os titulares. De la Cruz e Plata começaram no banco.
Os primeiros minutos foram de pressão do Juventude, principalmente em cruzamentos de Nenê. No entanto, o Flamengo rapidamente tomou as rédeas da partida. A organização defensiva impediu qualquer perigo real ao goleiro Rossi, e a equipe carioca passou a ditar o ritmo com posse de bola paciente e infiltrações inteligentes.
O destaque da primeira etapa foi Saúl, que alternava funções entre a base do meio-campo e as infiltrações pela direita. Em uma dessas jogadas, ele recebeu em profundidade e cruzou para Arrascaeta, que marcou o primeiro gol do duelo. Foi o 18º do uruguaio na temporada.
Apesar do domínio, o Flamengo não conseguiu ampliar antes do intervalo. Faltou acelerar a troca de passes e buscar mais variações para romper a defesa compacta dos gaúchos. Mesmo assim, a vantagem parcial refletia a superioridade técnica e tática do time visitante.
Juventude tenta reagir, mas Flamengo amplia
Na volta para o segundo tempo, Carpini promoveu mudanças: Verón entrou na ponta-esquerda e Taliari passou para a direita. O Juventude tentou pressionar mais alto, mas deixou espaços que o Flamengo explorou bem. Luiz Araújo perdeu chance clara dentro da área, e Arrascaeta quase fez o segundo em cobrança de falta no travessão.
Os donos da casa ganharam novo fôlego com as entradas de Matheus Babi e Igor Formiga, que levaram algum perigo em chutes de média distância e lances de bola parada. Ainda assim, o Rubro-Negro manteve solidez defensiva e retomava a posse rapidamente sempre que perdia a bola.
Com mais espaço para contra-atacar, Filipe Luís acionou Plata e Carrascal no decorrer do segundo tempo. O colombiano foi decisivo ao cruzar na medida para Emerson Royal, que apareceu livre na segunda trave e marcou de cabeça, sacramentando a vitória flamenguista.
Nos minutos finais, Wallace Yan e Everton Cebolinha ainda entraram para aumentar a intensidade. O Juventude tentou esboçar pressão com bolas alçadas, mas já não havia forças para reagir. O apito final de Raphael Claus confirmou o triunfo incontestável do líder do campeonato.
Um marco na campanha e fim de tabu
O triunfo em Caxias do Sul representou mais que três pontos. Além de quebrar um tabu de quase três décadas sem vencer o Juventude na Serra Gaúcha, o Flamengo alcançou 50 pontos em 22 rodadas, número idêntico ao da campanha de 2019 — uma temporada marcada pelo título nacional e pela conquista da Libertadores.
Ainda que não haja garantias matemáticas, a pontuação atual coloca o Rubro-Negro em posição privilegiada para seguir firme na briga pela taça. O desempenho consistente, aliado ao elenco numeroso e de qualidade, reforça a condição de favorito.
Do outro lado, o Juventude amarga mais uma derrota que aprofunda a crise. A equipe se mantém no Z-4 e terá que reagir rapidamente para evitar o retorno à Série B.
Com autoridade e maturidade, o Flamengo deixou claro que está preparado para encarar a maratona decisiva do Brasileirão. O tabu ficou para trás, e a caminhada rumo a mais um título nacional segue firme.
