P. Diddy é transferido para prisão de baixa segurança

O rapper e empresário fonográfico Sean “Diddy” Combs foi deslocado do Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn (M.D.C.), em Nova Iorque, onde cumpria pena desde setembro de 2024, para o presídio Fort Dix, em Nova Jersey. A mudança acompanhou um pedido dos advogados do condenado, que argumentaram acerca das melhores condições do novo estabelecimento para recuperação do preso, sobretudo frente aos tratamentos de dependência química e facilidade de visitas familiares.

Diddy, como é conhecido, foi condenado em outubro deste ano a 50 meses de privação de liberdade pelo crime de transporte para envolvimento em prostituição. Considerando o tempo de pena já cumprido e possíveis descontos devido a bom comportamento, autoridades estadunidenses afirmam que o magnata do hip-hop deve ser libertado em maio de 2028. No início do processo, ele corria risco de prisão perpétua.

Decisão judicial atendeu a pedido da defesa do rapper

Desde sua prisão, em setembro de 2024, o artista estava detido em uma repartição especial do Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn, dividindo quarto com o empresário de criptomoedas Sam Bankman-Fried, condenado por crimes financeiros em março. 

Na época, o juiz encarregado de seu julgamento não determinou o local exato de sua reclusão, o que lhe encaminhou para o presídio federal mais próximo da área metropolitana de Nova York. O histórico de superlotação, precariedade de manutenção e violência entre presos, no entanto, fizeram com que seus advogados pedissem, poucos dias após sua condenação, em outubro de 2025, para que a transferência fosse efetivada. 

Em 2019, por exemplo, no auge do inverno, um apagão interrompeu o aquecimento do prédio, lançando os detentos no frio congelante. Já em 2024, pouco antes da entrada de Combs, um preso foi morto a facadas dentro do local. Há relatos ainda de infestação de ratos e ausência de saneamento básico.

Para que o pedido fosse acatado, a defesa do rapper se baseou também nos fatos de que Diddy se manteve sóbrio nos tempos em confinamento e criou, por iniciativa própria, um programa de ressocialização de outros presos dentro do cárcere, voltado à formação em empreendedorismo e liderança.

Combs foi condenado a mais de 4 anos de prisão

Poderoso empresário da indústria musical de Los Angeles e conhecido por festas extravagantes em mansões prestigiadas por estrelas como Jay-Z, Beyoncé e Justin Bieber, Sean Combs, o P. Diddy, viu-se envolto em uma série de denúncias por escândalos sexuais a partir do final de 2023. 

Na ocasião, sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, revelou que o então companheiro a submetia a atos sexuais forçados com outros homens enquanto era filmada. O anúncio motivou que outras mulheres abrissem denúncias contra o empresário.


Cassie Ventura e P. Diddy em 2018, no Metropolitan Museum of Art, NYC (Foto: reprodução/John Shearer/Getty Images Embed)


O rapper foi preso em Nova York em setembro de 2024 sob 5 acusações de tráfico sexual, extorsão e transporte para prostituição, que podiam lhe submeter à prisão perpétua. Ao longo do processo, porém, foi inocentado das denúncias mais graves, arriscando “apenas”, naquele momento, 20 anos de prisão.

Ainda assim, embora os promotores defendessem uma pena superior a 11 anos de prisão, o músico foi condenado a 4 anos e 2 meses, por decisão judicial de 3 de outubro deste ano. Diddy continua a declarar sua inocência e se esforça, agora, para anular o resto de seu confinamento.

Sentença de Donald Trump é adiada para setembro

De acordo com um documento judicial divulgado nesta terça-feira (2), a data que marcava o anúncio da sentença de Donald Trump no caso de suborno a atriz de filmes adultos Stormy Daniels, foi adiada para 18 de setembro.

Anteriormente a sentença seria divulgada em 11 de julho, quatro dias antes da Convenção Nacional Republicana, que acontece em 15 de julho.

Tentativa ao mérito

Em uma tentativa de anular sua condenação, os advogados do republicano pediram, na última segunda-feira (1°), ao juiz Juan Merchan, o direito de argumentar que a sentença de Trump seja anulada em função da decisão de Suprema Corte dos Estados Unidos de que os presentes possuem direito a imunidade de processo criminal por atos oficiais.

No entanto, o pedido já entra com ato falho, uma vez que os crimes pelos quais o ex-presidente é julgado ocorreram antes de seu período presidencial, não anulando a condenação, mas sim a argumentação imposta pela defesa do candidato.

O pedido de Trump foi classificado como “sem mérito” pelos integrantes do gabinete de Alvin Bragg, o promotor público de Manhattan. Mesmo com o pedido negado, os integrantes ainda concordaram em adiar a sentença para que Trump tivesse chance de defender seu caso.

Merchan pontuou que teria uma decisão para o argumento de mérito até 6 de setembro, menos de duas semanas antes da sentença ser anunciada, caso a condenação seja mantida. O juiz deu seu parecer por escrito.

A defesa de Trump deve enviar sua argumentação até 10 de julho, abrindo espaço para que os promotores respondam até 24 de julho.

O escândalo sexual

Donald Trump foi considerado culpado pelo júri de Manhattan em 30 de maio, acusado de fraude fiscal na tentativa de encobrir o escândalo sexual que foi o percursor de sua condenação.

Visando ocultar o seu envolvimento com a estrela de filmes adultos Stormy Daniels, Trump a subornou com US$ 130 mil, pagamento feito pelo até então advogado do ex-presidente, Michael Cohen. O intuito é que a atriz pornô mantivesse seu relacionamento extra-conjugal com Trump em sigilo até depois das eleições de 2016, na qual Trump derrotou Hillary Clinton.

Os promotores classificaram o suborno como parte de um esquema criminoso para a manipular as eleições. O ex-presidente, no entanto, nega ter tido relações sexuais com a estrela de filmes pornôs e pretende recorrer da condenação após sua sentença.


Stormy Daniels no Tribunal de Manhattan, em maio de 2024 (Foto: reprodução/Getty Images embed)


Como argumento, os advogados de defesa enviaram uma carta a Merchan, em que pontuaram que os promotores fizeram uso de evidências que envolviam atos oficiais do republicano como presidente, o que, teoricamente, vai contra uma decisão emitida pela Suprema Corte dos EUA, onde os promotores não podem usar evidências de ações oficiais para acusações em casos criminais com envolvimento fora dos atos presidenciais.

No entanto, os esforços não vingaram, mesmo com uma tentativa de uso do mesmo argumento para levar o caso a um tribunal federal, que foi negado. Em nota, Alvin Hellerstein, juiz distrital dos Estados Unidos, afirmou que suborno para silenciar uma estrela de filmes adultos não se relaciona com os atos oficiais de um presidente. A defesa de Trump tentou apelar, mas acabou deixando de lado outros esforços similares.