Vulcão de grande escala é descoberto em Marte e designa novos planos de estudos

Uma grande novidade para o mundo da ciência foi divulgada nesta semana! Durante a 55ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária, que teve seu início na última segunda-feira e percorrerá até sexta-feira (15), cientistas anunciaram a descoberta de um vulcão em Marte. O evento está ocorrendo um The Woodlands, localizada no Texas, nos Estados Unidos.

Com um apelido dado pelos especialistas, o vulcão está sendo chamada de “Noctis” e apresenta 9.022 metros de altura e 450 km de largura. A novidade pode alterar e despontar novas análises acerca do planeta como um todo.

Detalhes divulgados sobre o vulcão


Detalhes sobre o vulcão encontrado em Marte feito por tecnologias 3D (Foto: reprodução/Mars Express © ESA/DLR/FU Berlin CC BY-SA 3.0 IGO. Interpretação geológica e anotações de Pascal Lee e Sourabh Shubham 2024/revistagalileu.globo.com)

Ao que tudo indica, devido a sua formação e magnitude, a estrutura ficou ativa no planeta por muitos anos. Além disso, foi encontrada evidências de gelo glacial perto de sua base, o que leva a conclusão de que o vulcão pode ter sido constituído por meio do encontro entre piroclásticos, lava e gelo – tudo isso ao longo de um certo período geológico.

Essa área de Marte é conhecida por ter uma grande variedade de minerais hidratados que abrangem um longo período da história marciana. Há muito se suspeitava de um ambiente vulcânico para esses minerais. Portanto, talvez não seja tão surpreendente encontrar um vulcão aqui. De certa forma, esse grande vulcão é uma ‘arma fumegante’ há muito procurada.

Sourabh Shubham – estudante de pós-graduação do Departamento de Geologia da Universidade de Maryland e coautor do estudo

A existência do vulcão foi sinalizada por especialistas após o envio de alguns satélites para Marte a fim de outros viés de pesquisa – projetos como “Marinier 9”, “Mars Odyssey” e “Mars Express” foram alguns dos citados. No entanto, o rumo das análises foi modificado quando eles descobriram que estavam diante de uma estrutura gigantesca e erodida.

Os estudos em Marte a partir de agora

No comunicado oficial, Pascal Lee, autor do estudo e cientista dos Institutos Seti e Marte, a estrutura vulcânica é tão antiga e ampla que seria possível caminhar ou voar através dele na busca de coletar informações. Com isso, o cenário tornara-se propício e com uma aparência mais atrativa para estudos relacionados a exploração robótica e humana no planeta.

É realmente uma combinação de coisas que torna o local do vulcão Noctis excepcionalmente empolgante. Ele também tem um longo histórico de interação do calor com a água e o gelo, o que o torna um local privilegiado para a astrobiologia e nossa busca por sinais de vida.

Pascal Lee

Por fim, para além da surpresa e entusiasmo dos cientistas a partir de agora, o desenvolvimento completo do vulcão ainda é um mistério. Ademais, não foi possível saber se sua última atividade pode ser considerada recente, ou se ele poderá entrar em erupção em determinado momento futuro.

Novo satélite é lançado para medir emissores de metano na atmosfera

Apoiado pelo Google, da Alphabet Inc., e pelo grupo Environmental Defense Fund, um satélite que tem como principal missão identificar a emissões de metano do setor de petróleo e gás, foi lançado na última segunda-feira.

O satélite MethaneSAT agora se junta a uma crescente frota de satélites cuja função principal é monitorar as mudanças climáticas e ajudar a encontrar possíveis soluções.

No entanto, ele não é o único do tipo atualmente em atividade. A Agência Espacial Europeia possui outro rastreador baseado em satélite, chamado GHGSat, que já vem fornecendo dados sobre as emissões de metano. No entanto, o objetivo do MethaneSAT é disponibilizar um campo de visão mais amplo do que o fornecido pelas soluções atualmente disponíveis.

Outros satélites tem função parecida


Satélite tem como objetivo monitorar emissões (reprodução/X/@MethaneSAT)

De acordo com o fundo de defesa ambiental, os dados fornecidos poderão ajudar a trazer mais responsabilidade na hora da prestação de contas das 50 empresas de petróleo e gás que se comprometeram na COP28, cúpula climática realizada em dezembro do ano passado em Dubai. Naquela ocasião, as empresas se comprometeram a zerar as emissões de metano e eliminar a queima rotineira de gás.

O satélite foi resultado de uma colaboração entre a agência espacial da Nova Zelândia e a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Seus dados estarão disponíveis ainda este ano, com o Google Cloud fornecendo os recursos necessários para o processamento das informações.

American Petroleum Institute se pronuncia

Agora, de acordo com o American Petroleum Institute, grupo que representa o setor do petróleo, os dados emitidos por terceiros não devem ser usados para fins regulatórios. Isso vem em um momento em que os dados deste satélite podem auxiliar os Estados Unidos e a União Europeia a definir suas próximas regulamentações sobre o metano.

Agora, com o satélite em órbita, os primeiros dados não devem demorar a serem disponibilizados ao público, e podemos ter uma noção da situação.

Japão lança foguete H3 ao espaço com êxito

Com 63 metros de altura, 574 toneladas (excluindo carga útil), custo de bilhão e meio de dólares e 10 anos de desenvolvimento, o H3 deixou o Centro Espacial de Tanegashima na manhã de ontem, 21h22 (sexta-feira, no horário de Brasília). Conhecido por ser um possível concorrente do Falcon 9, da estadunidense SpaceX, o objeto alcançou a órbita planejada, além de registrar a combustão do motor de segunda fase, configurando um sucesso da Jaxa.

Entretanto, vale lembrar das falhas que antecederam o final feliz japonês. Na primeira tentativa, em fevereiro de 2023, os propulsores do foguete não foram acionados e a decolagem foi interrompida. Um mês depois, em março, o equipamento chegou a ser lançado, mas perdeu velocidade e precisou ser destruído 14 minutos após a sair do solo. A ignição do motor de segunda fase teria falhado, segundo o centro de comando da agência. Em 2022, o pequeno Epsilon também tinha decepcionado, ao não decolar.


Jaxa compartilha toda a história do Foguete H3 (Vídeo: reprodução/YouTube/Jaxa)

Novos investimentos

Agora, com o triunfo do programa especial, a ideia é transformar o Veículo H3 numa opção mais barata para o transporte de satélites ao espaço. Conforme a agência japonesa, os planos seriam lançá-lo até 6 vezes ao ano nos próximos 20 anos. Foi a segunda vitória dos japoneses. Em janeiro, o Slim, módulo de pouso lunar, fez uma viagem precisa. Dessa forma, o Japão tornou-se o quinto país a conseguir colocar uma espaçonave na Lua. O país está investindo nesta indústria, em parceria com os norte-americanos, para competir com os chineses.

Corrida aeroespacial

Completando a lista, apenas a antiga União Soviética, os Estados Unidos, a Índia e a China realizaram tal feito sem uma empresa privada. A ex-URSS, em 1961, foi a primeira a lançar um humano ao espaço. Em 1968, os EUA foram os pioneiros ao pisar a Lua, com Neil Armstrong. Christina Koch, ao final de 2024, pode ser a primeira mulher a chegar ao satélite natural da Terra.

Astronauta russo quebra recorde mundial: 878 dias no espaço

Neste domingo (4), o astronauta Oleg Kononenko quebrou um recorde mundial ao registrar mais de 878 dias e 12 horas em órbita, na Estação Espacial Internacional (ISS).

De acordo com a agência estatal russa Roscosmos, Kononenko quebrou o recorde aproximadamente às 5h30 (horário de Brasília). Contabilizando os dias, o total chega a cerca de dois anos e meio no espaço, um intervalo de tempo considerável para o homem de 59 anos.

O recorde mundial antes pertencia a Gennadi Padalka, outro astronauta russo, que atingiu o tempo em 2015, com dias acumulados no decorrer de cinco missões.

Oleg Kononenko


Kononenko durante spacewalk em 2018 (Foto: reprodução/NASA)


Eu voo para o espaço para fazer o que mais gosto, não para bater recordes,” disse Oleg à agência de notícias russa TASS. “Estou orgulhoso de todas as minhas conquistas, mas estou mais orgulhoso de que o recorde da duração total da permanência humana no espaço ainda seja detido por um astronauta russo.

Está projetado que antes de o astronauta retornar, Kononenko também deve ser o primeiro ser humano a passar 1.000 dias em órbita, um marco que deve ocorrer no dia 5 de junho. Conforme a missão divulgada, Oleg continuará na ISS, à 423 quilômetros da Terra, até o final de setembro, quando completa cerca de 1.110 dias.

O russo já sonhava em ser astronauta desde criança, e passou por um instituto de engenharia e treinamento adequado antes de realizar seu primeiro voo espacial em 2008. Agora, mais de quinze anos depois, ele cumpre pesquisas na ISS.

Relações internacionais

Entre os Estados Unidos e a Rússia, a iniciativa espacial na Estação Espacial Internacional é um dos únicos espaços onde ainda há contato e colaboração, após iniciada a invasão da Ucrânia no começo de 2022. Desde que o conflito iniciou, a relação entre os dois países se tornou muito mais tensa.

Enquanto Washington envia armas à Kiev, e Moscovo recebe sanções econômicas internacionais, a Roscomos afirmou que ainda tem um programa de voo com a Nasa para a ISS, e que em dezembro de 2023 tal chegou até a ser prorrogado para 2025.

Módulo dos Estados Unidos falha em pousar na Lua e queima na atmosfera

Na última sexta-feira (19), a NASA anunciou em uma coletiva de imprensa que a missão do módulo lunar Peregrine de pousar na Lua havia fracassado.

Após um lançamento bem-sucedido e separação do foguete em 8 de janeiro, a espaçonave enfrentou um problema de propulsão que impediu o Peregrine de pousar suavemente na Lua,” afirmou a agência estadunidense, logo após o sucesso do Japão em realizar o mesmo pouso. “Após análise e recomendações da NASA e da comunidade espacial, a Astrobotic determinou que a melhor opção para minimizar o risco e garantir o descarte responsável da espaçonave seria manter a trajetória do Peregrine em direção à Terra, onde queimou na reentrada.

De acordo com os dados divulgados até o momento, a falha principal ocorreu nos propulsores do módulo. A aeronave até chegou a sair da atmosfera terrestre, mas reentrou após a mudança de trajetória calculada e acabou queimando sobre o Sul do Oceano Pacífico, a leste da Austrália, na última quinta-feira (18).


Há mais de meio século que os EUA realizam uma missão para pousar na Lua (Foto: reprodução/Pixabay/WikiImages)


Fracasso do Peregrine

Os Estados Unidos não pousaram na Lua desde a missão Apollo 17, de 1972. Dez dias após o lançamento da sonda Peregrine no dia 8 de janeiro, a falha de um pouso bem-sucedido marca a sua ultrapassagem na corrida espacial atual por países como China, Índia, e Japão.

Não se trata de um resultado completamente inesperado, uma vez que a colaboração entre a NASA e a Astrobotic se trata mais de uma iniciativa para construir um modelo experimental de aeronave barata (para uso comercial) do que um módulo que consiga pousar na Lua com garantia robusta.

Ainda assim, o contrato para a construção custou cerca de US$ 108 milhões (mais de R$ 500 milhões). Nesse quesito, os EUA ainda não conseguiram abaixar o preço de explorações espaciais suficientemente para atender o planejado.

Outras sondas lunares

Na sexta-feira, o mesmo dia em que a NASA clarificou que o módulo Peregrine havia fracassado, a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) anunciou que a sua sonda “Moon Sniper” havia efetivamente cumprido a viagem até a Lua. É uma lembrança de que os Estados Unidos não são a única potência espacial, e de que a corrida global para avanços nesse setor pode bem continuar sem eles.

Mas ainda com a falha do Peregrine, a busca por modelos mais baratos e comerciais deve permanecer. Já esta programada para o ano de 2024 outra missão colaborativa entre a NASA e a Astrobotic com o modelo de nome ‘Griffin’, o qual deve ser um pouco maior do que o Peregrine.