Flamengo tem dois jogadores expulsos e é superado pelo Bahia na Fonte Nova

Neste domingo (5), o Flamengo, então líder do Campeonato Brasileiro, visitou o Bahia, 6º colocado, pela 27ª rodada. O rubro-negro foi surpreendido com uma expulsão aos 13 minutos de jogo do zagueiro Danilo, o que dificultou a partida do Flamengo. O Bahia se aproveitou da situação e fez, aos 44, com William José, o gol que deu os 3 pontos para o tricolor baiano.

Com o resultado, o Flamengo se manteve com 55 pontos, mas, dessa vez, perdeu a liderança do Campeonato Brasileiro, já que o Palmeiras, jogando mais cedo, venceu o São Paulo por 3 a 2 de virada no Estádio do Morumbi e atingiu os mesmos 55 pontos, porém com mais vitórias que os cariocas. O Bahia, com a grande vitória sobre o líder do campeonato, saiu da 6ª para a 5ª colocação, com 43 pontos, empatado com o Botafogo, que está em 4º por conta dos critérios de desempate.

Expulsão e desvantagem no placar

Logo aos 13 minutos da primeira etapa, o ponta Tiago Souza, do Bahia, ia saindo em velocidade para o contra-ataque, quando Danilo acertou seu rosto com um chute. O árbitro da partida não hesitou e expulsou o jogador rubro-negro, deixando o Flamengo com um a menos em campo logo no início da partida.

A partida ficou brigada e pouco técnica, mas aos 42 minutos o Flamengo teve sua chance. Após bela jogada de Jorginho, Arrascaeta tocou para Samuel Lino, que saiu cara a cara com Ronaldo; porém, o goleiro do tricolor cresceu na frente do atacante rubro-negro e fez grande defesa.

No último minuto da primeira etapa, o meia Jean Lucas brigou pela bola na entrada da área. Tiago Souza limpou e costurou a defesa do Flamengo, e a bola sobrou limpa para William José, o centroavante do Esquadrão, que não perdoou e abriu o placar para o Bahia na Arena Fonte Nova.


Bahia vence o Flamengo no Brasileirão (Foto: reprodução/X/@ecbahia)

Segunda etapa acirrada

O Bahia começou bem a 2ª etapa, com um jogador a mais, dominou a posse de bola e foi com tudo para cima, com o objetivo de marcar o 2º gol e liquidar a partida. Aos 7 minutos, o lateral direito Gilberto arriscou de fora da área. O argentino Rossi defendeu em dois tempos. Um minuto depois, foi a vez de Ademir chutar para outra boa defesa de Rossi.

O Flamengo se lançava ao ataque para tentar empatar a partida, mas sem sucesso, e como deixava a defesa com menos homens, o Bahia vinha com tudo. Em uma bola para Kayky, Michel Araújo marcou o 2º gol do tricolor na partida, matando a partida. Porém, após consulta do VAR, foi constatada posição ilegal, devolvendo o placar mínimo para a partida.

Aos 33 minutos, a polêmica da 2ª etapa: Wallace Yan chegou forte em Gilberto e tomou o 2º cartão amarelo na partida, sendo expulso com 10 minutos em campo, dificultando ainda mais a missão do Flamengo na partida.

Próximos duelos

Com a pausa da data FIFA, os clubes só voltam a jogar na semana que vem. O Flamengo irá enfrentar um clássico diante do Botafogo, 4º colocado do Campeonato, no estádio Nilton Santos, na quarta (15) às 19:30. Já o Bahia também tem um clássico pela frente, diante do Vitória, no Barradão. A equipe rubro-negra está na 17ª colocação e precisa da vitória; o Bahia, por sua vez, quer entrar no G4 do Brasileirão.

Gabriel Araújo conquista terceira medalha de ouro nas Paralimpíadas de Paris

Gabriel Araújo ganhou mais um ouro na modalidade paralímpica de natação. O brasileiro tinha feito a afirmação que isso aconteceria em julho, e cumpriu a promessa. Além de ganhar mais uma medalha nesta segunda-feira (2), Gabrielzinho terminou com o tempo de 3min58s92, com 15 segundos de diferença do segundo colocado, batendo o recorde de países da América nas Paralimpíadas de Paris. 

‘’Amassando’’ os adversários 

A Arena La Défense vibrou quando o nadador mineiro conquistou mais uma medalha para a natação, representando o esporte paralímpico do país. Gabriel subiu ao pódio mais uma vez na prova de 200m livre S2, e cumpriu sua promessa, ultrapassando Vladimir Danilenko (4min14s16) e Alberto Diaz (4min22s18), que ganharam prata e bronze, respectivamente. 


Gabrielzinho na prova de 200 metros livres na Paralimpíada de Paris 2024 (Reprodução/Adam Pretty/Getty Images Embed)


A vitória do brasileiro foi através de uma tática diferente para se adaptar ao nado livre, disparando na frente logo nos primeiros segundos de prova e alternando entre o crawl e o nado de costas. Gabriel conseguiu ultrapassar os adversários com folga. Mas, não foi só Gabriel que ganhou medalhas para o Brasil: mais cedo, Carol Santiago venceu a prova de 50m livres da classe S13, contabilizando cinco medalhas de ouro na carreira e se tornando a maior medalhista da história do Brasil. 

A história de Gabriel Araújo

O mineiro radicado em Juiz de Fora conheceu a natação através de um professor de Educação Física, Aguilar Freitas. Sem o consentimento de seus pais, o atleta mergulhou, literalmente, no esporte e se tornou um dos destaques da modalidade.  Gabriel, com 22 anos atualmente, nasceu com uma doença congênita chamada focomelia, que impede a formação de braços e pernas, mas isso não o impediu de se destacar no esporte.

O que mais me impressionou no começo foi a habilidade dele fora da piscina. Ele tem uma ótima coordenação motora e é muito inteligente, o que lhe permite superar todos esses obstáculos todos os dias. Quando o vi na água, descobri todo o seu potencial. Ele tem uma mentalidade de campeão e sabe lidar com a pressão“, comentou o atual treinador do nadador em entrevista.

Até o momento, Gabriel acumula seis medalhas no esporte paralímpico, sendo destaque de Tóquio (2021) com dois ouros e uma prata, e conquistando os três ouros em Paris na Paralimpíada deste ano. O brasileiro também foi premiado no ano passado no Prêmio Paralímpicos, junto com Bruna Alexandre, do tênis de mesa.

Famosa avenida em Paris ganha adaptação para as Paralimpíadas de 2024

As ruas antigas da Champs-Élysées receberam obras de acessibilidade para dar as boas vindas aos atletas – e aos seus moradores – e às Paralimpíadas, que começam nesta quarta-feira (28). O desfile da cerimônia de abertura percorrerá a famosa avenida e terá a participação de diversas delegações esportivas. Os atletas brasileiros que participarão desta edição têm o objetivo claro de superar campanhas anteriores, algo que é palpável, já que o país figura no top 10 do quadro de medalhas paralímpicas. 

Cerimônia de abertura na Champs-Élysées e expectativa dos brasileiros

A famosa e caótica avenida parisiense ganhou faixa de asfalto liso no lugar das pedras que pavimentam as ruas, para que os atletas paralímpicos possam transitar e desfilar livremente, especialmente os que usam cadeiras de rodas. A primeira parte da abertura da cerimônia contará com 185 delegações nacionais no desfile de apresentação. Já a segunda parte, que terá espetáculos artísticos e discursos de autoridades, acontecerá na Praça La Concorde. No entanto, a pira olímpica será acesa na Inglaterra, em um vilarejo que sediou os primeiros jogos paralímpicos da história. 

As mudanças em nome da acessibilidade ajudarão não só os atletas, mas também os moradores da cidade com dificuldades motoras. O vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Yohansson de Nascimento, comentou sobre as expectativas e projeções para a edição deste ano. A expectativa é que o país supere os recordes de 72 medalhas e 22 ouros conquistados em Tóquio, em 2021. 


Terezinha Guilhermina, atleta paralimpíca brasileira, comemorando a medalha de ouro nos Jogos Paralimpícos de Londres (Foto: reprodução/ Gareth Copley/Getty Images Embed)


“Nosso planejamento estratégico já diz que o Brasil deve atingir entre 70 e 90 medalhas no total em Paris. Eu acredito muito que vamos ficar nesse patamar, conquistando um pouco mais de 80 medalhas. Será histórico para o Brasil” , afirma Yohansson.

Uma meta pé no chão, já que desde Pequim (2008) o país soma quatro edições seguidas em posição de destaque entre os melhores nas modalidades esportivas, alcançando um posto equilibrado nos dez melhores. 

Investimento e visibilidade

São Paulo, uma das maiores capitais do Brasil, é uma das cidades que abriga um dos melhores centros paralímpicos do mundo, além de escolinhas focadas na modalidade. Todo esse investimento e trabalho por visibilidade é um pano de fundo para todas as vitórias do país nos Jogos. Com a participação nos jogos, o vice-presidente também comentou sobre os eventos escolares e campings que se dedicam à modalidade paralímpica, acolhendo futuros atletas. 

Logicamente, além dessas medalhas, eu espero que a visibilidade do esporte paralímpico cresça, como tem acontecido nos últimos anos. Eu vejo o público querendo consumir cada vez mais esporte paralímpico. Tenho certeza absoluta de que a cada ciclo, o povo brasileiro torce cada vez mais para os nossos atletas e isso, consequentemente, vai gerar um apelo maior de descoberta de novos atletas“, completou o vice-presidente. 

A cerimônia de abertura, que acontece amanhã (28), começa às 15h e será transmitida pelo SporTV2 e pelo Ge Globo, ao vivo. 

Corinthians acionará cláusula de empréstimo para manter Hugo Souza na equipe

O Corinthians está se preparando para acionar a cláusula de compra do goleiro Hugo Souza, atualmente emprestado pelo Flamengo. A cláusula, prevista no contrato, só pode ser ativada a partir de outubro, e os planos do clube são de exercer essa opção logo no início do mês previsto. O Timão quer adquirir mais que 50% dos direitos econômicos sobre o jogador previstos em contrato com o Flamengo e continuar com o goleiro nos próximos anos. 

Negociações e direitos econômicos

O investimento no contrato de empréstimo do goleiro já chegava a cerca de milhões, mas só duraria até o final deste ano. Par manter o goleiro em seu elenco, o clube precisa pagar mais 800 mil euros para adquirir ao menos 50% dos direitos econômicos do atleta. Porcentagem que a diretoria corinthiana pretende aumentar.

Inicialmente, o clube paulista já tinha investido cerca de 200 mil euros (R$1,19 milhões) no goleiro Hugo Souza, com contrato válido até o final deste ano. Para manter o goleiro na equipe, o clube precisará desembolsar 800 mil euros (cerca de R$ 4,7 milhões) para adquirir ao menos 50% dos direitos econômicos do atleta, número estipulado em contrato. Porcentagem que a diretoria pretende aumentar. 


Hugo Souza e Ryan em partida contra o Criciúma (Foto: reprodução/Alexandre Schneider/Getty Images Embed)


A expectativa é que parte desses recursos para aquisição seja fornecida pela Esportes da Sorte, patrocinadora do clube, que destinou R$ 57 milhões para contratação de um reforço de grande visibilidade. Após a saída de Cássio, Hugo tem se destacado em todos os jogos que participou, dando uma motivação maior para que o clube alvi-negro mantenha ele pelos próximos anos em seu elenco. 

Os dirigentes do clube consideram Hugo um reforço de alto impacto, tanto pelo seu desempenho em campo, quanto pelo potencial midiático que ele representa, por isso a discussão de sua permanência foi antecipada. A antecipação também foi impulsionada pela possibilidade de Corinthians e Flamengo se enfrentarem nas semifinais da Copa do Brasil em outubro. 

Atuação no Corinthians

Desde que colocou a camisa do Corinthians, Hugo Souza foi titular em todas as 11 partidas disputadas. Suas atuações foram marcadas pela liderança e decisões cruciais, especialmente em cobranças de pênaltis. Apesar do pouco tempo em atuação pelo Corinthians, já acumula elogios pelo papel de liderança assumido, indo além das quatro linhas. 

Corinthians e Flamengo se enfrentam no dia 1 de setembro, na Neo Arena. Se Hugo Souza participar da partida, o clube deverá desembolsar cerca de 500 mil para o Flamengo.

Após confusão, Palmeiras critica arbitragem e não concede entrevistas

A diplomacia durou bem pouco no último jogo do Palmeiras contra o São Paulo no Allianz Parque, na tarde do último domingo (18). Após o Verdão virar o placar, com gol de nos acréscimos, a vitória deixou de ser comemorada para dar espaço para uma confusão generalizada entre jogadores das duas equipes.

A arbitragem de Raphael Claus foi um dos agravantes para a desavença, que chegou nas vias de fato, e teve até expulsões após o apito final. Em suas redes sociais, o Palmeiras declarou em nota que lamenta a situação e que a arbitragem de Raphael Claus foi ‘’desastrosa’’. O clube não concederá entrevistas no momento. 

Sem entrevistas até a poeira abaixar

A partida que valia pela décima terceira rodada do Brasileirão virou um campo de guerra após o apito final, com as duas equipes protagonizando uma confusão generalizada. Segundo um repórter do canal Premiere, Vinicius Bueno, os jogadores Rodrigo Nester (São Paulo) e Zé Rafael (Palmeiras) chegaram a se agredir mutuamente com empurrões e socos. As comissões técnicas das equipes também se envolveram na confusão, e nem os seguranças conseguiram conter os ânimos dos jogadores. 

Em nota divulgada pelas redes sociais, o Palmeiras deixou um parecer sobre a situação, mas não concederá entrevistas para nenhum veículo. O time se prepara para jogar contra o Botafogo na Libertadores nesta semana.


Lopez, do Palmeiras, comemorando gol durante partida no Brasileirão 2024 (Reprodução/Ricardo Moreira/Getty Images Embed)


Em função das tristes cenas ocorridas após o jogo, potencializadas por mais uma arbitragem desastrosa, e para evitar que o clima de hostilidade iniciado dentro de campo se estenda para fora das quatro linhas, a direção do Palmeiras decidiu que seu treinador e seus atletas não darão entrevistas neste domingo […] O clube lamenta que mais uma importante vitória em clássico seja ofuscada por temas que não condizem com a lisura e os valores do esporte – declarou o clube em nota. 

Em contraponto, o São Paulo fez a exposição de comentários homofóbicos por parte da torcida palmeirense durante a partida. Caso que não foi incluído no documento feito pelo árbitro e divulgado pela CBF. 

O começo do conflito em campo no Allianz Parque

A faísca que acendeu o pavio do desfecho desastroso pós-partida entre ambos os times começou durante a desavença entre o auxiliar palmeirense João Martins, que foi expulso após ir para cima do árbitro. Após a expulsão no primeiro tempo, com o ânimo dos jogadores à flor da pele, a desavença com o árbitro tomou outros níveis, recaindo ao time adversário, após retardar o reinício da partida. Abel Ferreira, técnico do Verdão, também estava insatisfeito com a atuação de Claus. 


Luciano após tomar cartão vermelho e ser expulso durante partida do Brasileirão (Reprodução/icardo Moreira/Getty Images Embed)


O conflito se agravou durante o segundo tempo, com um gol anulado de Lázaro. O árbitro justificou sua análise, declarando que o jogador López estava em posição de impedimento, atrapalhando a atuação de Rafael. Luciano, do São Paulo, recebeu cartão amarelo após comemoração de gol, em que chutou a bandeira da marcação de escanteio, e acabou sendo expulso. Após o gol nos acréscimos que concedeu a vitória ao Palmeiras por 2 a 1, os jogadores levaram as desavenças as vias de fato na saída do campo e no túnel de acesso para os vestiários. 

Com a vitória na partida em casa, o Palmeiras contabiliza 41 pontos, se mantendo no G-4 do Campeonato Brasileiro, só ficando atrás do Fortaleza, com 45 pontos. O próximo jogo do Palmeiras será contra o Botafogo (21), enquanto o São Paulo enfrentará o Nacional (22), jogando pela CONMEBOL Libertadores. 

Corte Arbitral do Esporte decide a favor da Romênia na ginástica artística

Uma das questões mais repercutidas durante esta Olimpíada em Paris foi a arbitragem. Depois de recorrer após o resultado do pódio da final no solo feminino na ginástica artística, o bronze pode passar para a ginasta romena Ana Bărbosu, após a deliberação da Corte Arbitral do Esporte. A decisão foi divulgada neste sábado (10), entretanto, apesar da nota de Jordan Achiles ter caído, a deliberação final ficará nas mãos da Federação Internacional de Ginástica. 

Disputa pelo bronze

A imagem do pódio do solo feminino constituído por três mulheres negras foi simbólico, mas, mesmo após toda a cerimônia, a decisão foi contestada e a Corte Arbitral decidiu a favor da Romênia. A nota da norte-americana Jordan Chiles, que levou o bronze, caiu de 13.766 para 13.666, ficando atrás de Ana Bărbosu e Sabrina Maneca-Voinea. 


Rebeca Andrade, Simone Biles e Jordan Chiles no pódio da final do solo feminino (Reprodução/Jamie Squire/Getty Images Embed)


Tudo aconteceu por causa de um acréscimo de 0.100 pontos, incluído à nota de Jordan Chiles depois da delegação norte-americana pedir um recurso. Entretanto, esse recurso foi pedido depois do prazo estipulado em regulamento. Segundo o CAS, o acréscimo foi irregular, o que deixa Chiles na quinta posição e o bronze nas mãos de Bărbosu. Apesar da mudança nas notas, ainda não existe uma decisão final sobre a medalha. 

A Federação Internacional de Ginástica determinará a classificação final do solo e atribuirá as medalhas de acordo com a decisão acima”, confirmou a Corte Arbitral. 

O resto do pódio, com Rebeca Andrade em primeiro lugar e Simone Biles em segundo, não foi alterado e continua válido. 

Os efeitos da arbitragem incorreta

Consternada com o resultado, Chiles compartilhou em suas redes sociais que deve se afastar da exposição, visando o bem de sua saúde mental. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos chegou a soltar uma nota em que expõe a tristeza com o resultado e com os ataques sofridos pela ginasta em suas redes sociais após a decisão.  

Estamos devastados com a decisão da Corte Arbitral do Esporte. A investigação sobre o valor de dificuldade da rotina de exercícios de solo de Jordan Chiles foi apresentada de boa-fé. […] Durante todo o processo de recurso, a Jordan foi alvo de ataques consistentes, total e extremamente prejudiciais nas redes sociais. Nenhum atleta deveria ser submetido a tal tratamento”, revelou a equipe de ginástica artística dos EUA em nota. 


Jordan Chiles e Simone Biles na Olimpíada de Paris (Reprodução/Markus Gilliar -GES Sportfoto/Getty Images Embed)


Além de afetar a ginasta norte-americana, o resultado teve uma repercussão negativa na Romênia. O primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, criticou a decisão e chegou a se recusar a comparecer no encerramento da Olimpíada. Quem também criticou a arbitragem foi a ex-ginasta Nádia Comaneci, alegando que faltam critérios técnicos para a escolha de quem levou o bronze.  

Até o momento, não há informações sobre o posicionamento da Federação Internacional de Ginástica.

Simone Biles volta a elogiar desempenho de Rebeca na Olimpíada de Paris

A repercussão da ginástica artística nestes Jogos de Paris e seus desdobramentos está longe de acabar. Competidoras nas provas de ginástica artística, Rebeca e Simone Biles, continuam demonstrando o respeito que uma tem pela outra após a final da competição olímpica. Em entrevista recente à emissora norte-americana, Simone reforçou essa admiração pela colega de ofício e não poupou elogios à atuação da brasileira na Olimpíada de Paris. 

O espírito esportivo

Desde o começo da competição, o pódio da ginástica artística foi de Biles e Rebeca. A norte-americana vencendo em quase todas as provas, mostrando sua consistência e habilidades num nível que extrapolou as expectativas e a deixou em primeiro lugar em quase todas as provas. Mas Rebeca mostrou resiliência, se tornando a maior medalhista brasileira na história e só aguardando o seu momento para ficar no centro do pódio. Demorou um pouco, mas durante a prova de solo, Rebeca atingiu seu objetivo, fazendo história e fechando sua participação na modalidade com chave de ouro, literalmente. 

Além da reverência prestada pelas adversárias que foi registrada após a prova, Simone Biles levou a derrota no aparelho que mais domina na esportiva, fazendo questão de elogiar a brasileira e sua história inspiradora em entrevistas. 

A ginástica é um esporte muito difícil. A Rebeca Andrade sofreu três rupturas do ligamento cruzado colateral no joelho. Ver ela voltar e ganhar uma medalha de ouro é simplesmente fenomenal“, disse a ginasta norte-americana em entrevista à NBC. 


 Rebeca Andrade ganhando seu primeiro ouro nos Jogos de Paris e sendo reverenciada pelas adversárias. (Foto: reprodução/Elsa/Getty Images Embed)


A história do esporte é muito diferente em solo brasileiro. Enquanto nos Estados Unidos existe um incentivo maior, no Brasil, focamos no futebol, preterindo as outras modalidades esportivas.

Saindo desse contexto, as vitórias de Rebeca foram de um ouro simbólico, até que ela conquistou a medalha efetiva no solo, e pudemos ver as adversárias reverenciando a brasileira no pódio, composto interinamente por mulheres negras. Junto com Bia Souza no judô, Rebeca foi outra mulher que mostrou resiliência e habilidade nos jogos de Paris, levando o ouro de volta para casa. 

A trajetória inspiradora de Rebeca Andrade

Inspirada por Daiane dos Santos, a história de Rebeca começou com muitas dificuldades para atingir seu sonho. O treinador Chico Porath chegou a abrigar a ginasta em sua casa para que ela conseguisse participar dos treinos, já que o deslocamento até o ginásio era um empecilho. Ainda adolescente, Rebeca teve que passar por três cirurgias devido a lesões de ruptura no ligamento do joelho. O que poderia fazê-la desistir, mas não foi isso que aconteceu e pudemos presenciar toda a sua garra ao representar o país em Paris. 


Rebeca durante participação nos Jogos de Paris (Foto: reprodução/Rodolfo Buhrer/Eurasia Sport Images/Getty Images Embed)


A primeira lesão foi um agravante para a saída da competição nos Jogos Pan-Americanos em Toronto (2015). Dois anos depois, no Mundial de 2017, a ginasta teve que passar novamente por processo cirúrgico, e nos Jogos de Tóquio, em 2020. Apesar de conquistar duas medalhas, sendo uma de ouro no salto e outra de prata no individual geral, Rebeca também passou por outra cirurgia.

Mesmo exigindo muito de seu corpo, ela não decepcionou e conquistou quatro medalhas neste ano, firmando seu nome na história dos jogos olímpicos. Assim como Daiane dos Santos foi um norte para que ela seguisse em busca do sonho olímpica. Agora Rebeca é uma inspiração para as próximas gerações de ginastas brasileiras.

Vôlei masculino brasileiro não passa para as semifinais em todas as categorias

A seleção brasileira de vôlei masculino foi eliminada antes de sentir o gostinho de uma medalha, nem passando perto da de bronze na Olimpíada de Paris. Tanto na modalidade praia quanto nas quadras, os atletas passaram por derrotas sofridas, fazendo uma campanha abaixo do esperado e sendo derrotados pelos Estados Unidos na quadra, e com a eliminação de duas duplas no vôlei de praia. O país não ficava de fora da semifinal olímpica desde a Olimpíada de Atlanta, em 1996. 

Vôlei masculino fora da Olimpíada

Comandada por Bernardinho, a equipe de vôlei masculina brasileira até chegou às quartas de final, mas não atendeu às expectativas e teve uma campanha irregular, perdendo para os norte-americanos por 3 sets a 1 na última disputa. Os principais agravantes dos jogos foram os erros em bloqueios e recepção, deixando a equipe em 8º lugar. 


Equipe brasileira de vôlei masculino jogando contra os Estados Unidos na Olimpíada de Paris (Foto: reprodução/Amin Mohammad Jamali/Getty Images Embed)


Já no vôlei de praia, a eliminação da dupla André Stein e George Wanderley pelos alemães foi igualmente dolorosa. André chegou a comentar com a imprensa que está sendo muito difícil, pois era o sonho de uma vida, e apresentou uma autocrítica sincera sobre a participação nos jogos. A dupla só conseguiu uma vitória, sendo derrotada nas oitavas por 2 sets a 0. 


Evandro e Arthur durante as quartas de final do vôlei de praia na Olimpíada de Paris (Foto: reprodução/Carl de Souza/AFP/Getty Images Embed)


Após essa eliminação, as esperanças do Brasil de voltar ao pódio na modalidade foram colocadas em Evandro e Arthur, que eram oitavos no ranking, mas a eliminação veio após o jogo contra os suecos Ahman e Hallvig, considerados os melhores do mundo. 

O pódio fica para outra edição 

Não é a primeira vez que a modalidade esportiva não leva medalhas para a casa, mas, em outras ocasiões, como em Tóquio, os brasileiros conseguiram ao menos chegar na semifinal nas quadras. Isso só ocorreu em 1996, na Olimpíada de Atlanta, onde o vôlei de praia debutou nos Jogos Olímpicos. Mas as duplas Roberto Lopes/Franco Neto e Zé Marco/Emanuel foram eliminadas pela Espanha e pelos Estados Unidos na terceira rodada. Nas quadras, a equipe brasileira foi eliminada pela Iugoslávia por 3 sets a 2, ficando em quinto lugar. 

Apesar da eliminação na modalidade, o Brasil ainda tem chance de ganhar com a modalidade feminina, que teve 100% de aproveitamento e quatro vitórias. A seleção feminina de vôlei ganhou a vaga na semifinal após enfrentar a República Dominicana, com o set final de 3 a 0. Com a vitória do EUA contra a Polônia, as duas equipes se enfrentarão pela vaga final e pódio da Olimpíada de Paris na quinta-feira, às 11h. 

Judô brasileiro tem melhor desempenho na história das Olimpíadas

Parece que a alcunha de que o Brasil é o país do futebol foi ligeiramente substituída nestes Jogos Olímpicos em Paris. Neste sábado (3), o judô brasileiro subiu ao pódio mais uma vez na prova de equipes, conquistando uma medalha de bronze após derrotar a equipe italiana, por 4 a 3. 

Desempenho brasileiro

A modalidade de judô brasileira teve o melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos. Em Paris, Bia Souza brilhou, conquistando o primeiro ouro para o país, mas ainda teve mais uma prata e dois bronzes. A prata foi de William Lima, na categoria meio-leve, enquanto o bronze foi conquistado por Larissa Pimenta, também na categoria meio-leve.


Rafaela Silva e Ketleyn Quadros após ganharem o bronze (Reprodução/Sarah Stier/Getty Images Embed)


O bronze conquistado no último duelo no tatame olímpico fechou a participação do judô na Olimpíada com um número que supera a campanha feita na Olimpíada de Londres, que aconteceu em 2012. Na ocasião, o time brasileiro conseguiu quatro medalhas: um ouro e três bronzes, mas a prata de Paris fez toda a diferença segundo a Confederação Brasileira de Judô. 

5° maior resultado do mundo

Após essa participação, o Brasil figura na lista de potências do judô, deixando o país em quinto lugar em número de medalhas conquistadas, contabilizando 28 medalhas em todas as suas participações, só ficando atrás do Japão, França, Coreia do Sul e Cuba. Desde a primeira medalha em Munique (1972) com o bronze de Chiaki Ishii na modalidade meio-pesado até o bronze conquistado pelos judocas Daniel Cargnin e Mayra Aguiar, o judô brasileiro tem ganhado destaque e teve seu ápice neste ano. Com mais esses resultados, o país ganhou pelo menos uma medalha em todas as últimas edições dos Jogos desde 1984. 


Equipe de judô brasileiro durante Olimpiada em Paris (Reprodução/Jack Guez/AFP/Getty Images Embed)


Apesar do judô brasileiro se despedir de solo francês após tantas conquistas, outras modalidades esportivas ainda podem trazer mais medalhas para o país. Hoje, o futebol feminino derrotou a França em casa mesmo com o desfalque de Marta e conseguiu a vaga para a semifinal. 

Amanhã, às 10h40, Rebeca Andrade passa pela prova final de barras assimétricas e tem grande chance de ir ao pódio novamente. Além da ginástica artística, o Brasil também compete nas modalidades de atletismo, vôlei de praia, ciclismo de estrada, boxe e tênis de mesa.

Menina de Ouro: Bia Souza conquista medalha de ouro do judô em Paris 

A primeira medalha de ouro para o Brasil na Olimpíada de Paris demorou, mas quando chegou foi emocionante e simbólica. Em sua estreia nas finais dos jogos olímpicos nesta sexta-feira, a brasileira Bia Souza mostrou toda sua habilidade no tatame, desbancando sua adversária Raz Hershko, e subindo ao pódio para receber a sonhada medalha de ouro pela categoria acima de 78kg no judô. Essa é a terceira medalha do país na modalidade olímpica em Paris.

A vitória em tempo recorde 

Bia Souza fez sua estreia nos jogos olímpicos de forma impactante: além da conquista do ouro, a brasileira venceu a oponente israelense sem muita cerimônia, aplicando o golpe waza-ari logo nos primeiros segundos. Após o golpe, ela só precisava evitar que a oponente se sobressaísse e evitasse mais punições, já que ambas receberam uma durante o combate. 


Beatriz Souza junto com as outras finalistas no pódio (Reprodução/Catherine Steenkeste/Getty Images Embed)


Depois do pódio e de segurar a medalha, a judoca deu uma entrevista emocionante para a Rede Globo, enquanto conversava com sua família. Enquanto as lágrimas de felicidade rolavam, ela revelou que a vitória foi dedicada à sua avó. Para além de toda a conquista do ouro, a vitória da brasileira ainda carrega um peso simbólico e representativo, sendo uma mulher preta.

Antes dessa vitória relâmpago, Bia já vinha fazendo uma campanha consistente pela modalidade e antes mesmo de pisar em solo francês, já estava em quinto lugar do ranking mundial e relembrou a frustração de não ter ido à Tóquio. 

 “Falei pra mim mesma que eu não ia sentir aquilo que eu senti de novo, de não ir para uma Olimpíada. Foi uma chave muito importante para mim que eu virei. Desde o momento em que a chave virou, as coisas só foram sendo encaminhadas”, revelou a judoca para o Olympics. 

Nas quartas de final, ela venceu Kim Ha-Yun, mas não sem antes passar por um momento de tensão com a arbitragem. Mas o duelo decisivo foi com a francesa Romane Dicko, primeiro lugar do mundo, que ela conseguiu contornar aplicando um ippon e garantiu sua vaga para brilhar na final. 

De Peruíbe para o mundo

Foi uma longa caminhada do litoral paulistano até o tatame da maior competição esportiva do mundo. A judoca de 26 anos precisou trocar a maresia litorânea para o ar poluído da cidade grande quando ainda era adolescente para perseguir sua vocação no esporte, tendo uma rotina dupla e cansativa. Beatriz começou a se destacar um tempo depois, após o Mundial de 2017, que participou da campanha da equipe para conquistar a prata. 


Beatriz Souza e Maria Suelen Altheman no Judo World Championships de 2012 (Reprodução/Attila Kisbenedek/AFP/Getty Images Embed)


Relembrando que o esporte é além de tudo cooperação, a brasileira preza pelo profissionalismo, deixando de lado competições que só existem dentro do duelo, já que sua treinadora é sua ex-rival esportiva. Maria Suelen Altheman conseguiu a vaga na Olimpíada de Tóquio e hoje viu sua pupila deslanchar em solo francês, alcançando o ouro na Olimpíada e representando o país de forma louvável. 

Com a vitória de Bia Souza, William Lima e Larissa Pimenta, o Brasil soma 27 medalhas, sendo o 5º melhor país da história dos jogos olímpicos na modalidade esportiva.