STF encontra elementos para denunciar Bolsonaro por venda ilegal de joias

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que relatório da Polícia Federal (PF) apresenta quantidade de provas que permite a apresentação de uma denúncia a Jair Bolsonaro. O ex-presidente é indiciado por esquema de venda ilegal de joias no exterior.

O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso e responsável pelo envio do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve decidir entre oferecer a denúncia, tomar novas medidas ou pedir o arquivamento do caso.

No momento, o documento está sendo revisado pelo procurador-geral Paulo Gonet, que irá decidir os próximos passos do processo. Entre as alternativas, é possível apresentar uma única denúncia a partir da união de todas as evidências contra Bolsonaro. 

Outras denúncias

Além de venda ilegal de joias, Bolsonaro foi indiciado por fraudar seu cartão de vacinação contra a Covid-19 e há a intenção de incluir uma tentativa de golpe de Estado nessa lista.


Acusações contra Bolsonaro podem ser unificadas na mesma denúncia (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

A ideia de Paulo Gonet é unir todas essas acusações, com a intenção de reforçar as provas e evitar que o ex-presidente tente adiar a denúncia para depois das eleições municipais que irão ocorrer no dia 6 de outubro.  

Pessoas que auxiliam o procurador-geral na análise do processo afirmam que ele é muito cuidadoso e não elimina as chances de pedir novas medidas, mesmo que o STF considere o relatório apresentado pela PF suficiente para apresentar uma denúncia. 

Possível adiamento

A Polícia Federal encontrou um erro em seu próprio relatório nos valores da suposta venda das joias e pediu que o STF fizesse o devido ajuste no documento. 

Isso fez com que a atenção em relação à decisão de Gonet aumentasse, pois pessoas próximas acreditam que ele irá exigir que a PF apresente explicações para o erro.

Se o procurador-geral tomar essa atitude, há grandes chances de que a denúncia seja adiada para depois das eleições, mas fontes próximas dizem que Gonet não quer que suas ações sejam utilizadas como manobra política ou vistas como perseguição.