Astronautas da NASA enfrentam seis meses presos na Estação Espacial Internacional

Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams enfrentam uma situação desafiadora na Estação Espacial Internacional (ISS). Eles haviam sido escalados para uma missão de apenas oito dias, mas já completaram seis meses no espaço por conta de falhas na cápsula Starliner, da Boeing. A missão era um marco no Programa da Tripulação Comercial da NASA, mas devido às falhas, trouxe à tona discussões sobre a segurança das viagens espaciais e os limites da resistência humana.

Problemas técnicos e impactos

A cápsula Starliner, projetada para transportar astronautas em voos comerciais, no entanto, apresentou falhas no sistema de propulsão e nos processos de certificação impediram que a operação acontecesse de forma segura.

A NASA precisou manter os astronautas na ISS enquanto os protocolos são revisados e novas alternativas são consideradas, incluindo o uso de veículos da SpaceX para o resgate de Sunita e Barry. Enquanto isso, a equipe participa de atividades regulares na estação, mas enfrenta os desafios físicos e psicológicos associados à estadia.


Butch Wilmore e Suni Williams posam para um retrato dentro do vestíbulo entre o porto dianteiro no módulo Harmony da ISS e a nave Starliner da Boeing (Foto: Reprodução/Instagram/@iss)

Impactos na saúde e na missão

A exposição prolongada à microgravidade pode levar a perda óssea, atrofia muscular e riscos cardiovasculares, enquanto a radiação espacial aumenta a probabilidade de câncer a longo prazo. Apesar de serem treinados para lidar com esses fatores, os impactos acumulados preocupam especialistas em relação à saúde dos astronautas.

A NASA afirmou que o retorno dos astronautas ocorrerá somente em 2025, dependendo da viabilidade técnica da Starliner ou de outra solução alternativa. Essa situação ressalta a complexidade das missões espaciais e a importância de avanços robustos em tecnologia e protocolos, não apenas para explorar novos horizontes, mas também para garantir a segurança das equipes envolvidas.

Nave Dragon da SpaceX é responsável por ajudar a manter Estação Espacial em órbita

A nave Dragon, da SpaceX, realizará uma manobra inédita nesta sexta-feira (8) ao dar um “empurrãozinho” na Estação Espacial Internacional (ISS) para mantê-la em órbita. A manobra, anunciada pela NASA em coletiva de imprensa, é uma tentativa de preparar a SpaceX para assumir, até 2030, a missão de desativar a estação e trazê-la de volta à Terra de forma controlada.

Preparação para o desafio da desativação da ISS

Após acoplar-se à Estação Espacial Internacional, a nave Dragon, da empresa de Elon Musk, SpaceX, acionará seus propulsores para elevar a altitude da ISS, que lentamente perderá altura por causa do arrasto da atmosfera. Essa operação é necessária não só para manter a ISS a cerca de 400 km de altitude, mas também para que a SpaceX se prepare para uma missão ambiciosa: desorbitar e desativar a estação espacial até 2030.

A partir da próxima década, com o surgimento de estações espaciais comerciais, a ISS será desativada e guiada de volta à Terra para uma reentrada segura. A SpaceX foi a empresa escolhida para liderar essa complexa tarefa, que envolve o uso de uma nave Dragon modificada com mais de 40 propulsores, uma evolução em relação aos 16 propulsores da versão atual. De acordo com Jared Metter, diretor de confiabilidade de voo da SpaceX, essa demonstração inicial ajudará a coletar dados importantes para as futuras adaptações da Dragon para a missão de desorbitar a ISS.


A Dragon se aproximando da estação espacial internacional (Post: eprodução/X/SpaceX)

Mudança nos procedimentos e alternativas tecnológicas

A necessidade de reajustes de altitude da ISS surge porque o atrito com as moléculas da atmosfera terrestre puxa a estrutura para baixo, exigindo impulsos ocasionais. Antes, espaçonaves russas Soyuz executavam essas manobras. No entanto, a invasão da Ucrânia e o foco da Rússia em sua própria estação espacial levaram a NASA a buscar novas opções. A nave Cygnus, da Northrop Grumman, foi testada em 2022, mas o procedimento foi abortado em poucos segundos, mostrando a importância da Dragon para essa tarefa. A SpaceX encara esse desafio como uma oportunidade de aprimorar a nave Dragon e consolidar seu papel na exploração espacial, apesar de incidentes recentes com lançamentos do Falcon 9 e o sistema de paraquedas da Crew Dragon, todos resolvidos rapidamente sem impacto na segurança.

Astronautas da NASA possuem o direito de votar diretamente do espaço

Astronautas da NASA podem votar nas eleições presidenciais dos EUA enquanto estão no espaço, graças a uma legislação do Texas de 1997. Eles utilizam um sistema de votação eletrônico, com cédulas criptografadas enviadas da Terra para a Estação Espacial Internacional. Este sistema, iniciado com o astronauta David Wolf, garante que eles possam votar sem comprometer a segurança ou a confidencialidade do voto.

Em 2020, a astronauta Kate Rubins cumpriu seu dever cívico a partir do espaço, na Estação Espacial Internacional, a 400 quilômetros acima da superfície da Terra. Na ocasião, a NASA detalhou como ocorreu a transmissão dos votos e como foi realizada através da infraestrutura de Comunicações e Navegação Espacial (SCaN) da agência. Depois que Rubins preencheu sua cédula eletrônica especialmente projetada a bordo do laboratório em órbita, o documento fluiu através de um satélite de rastreamento e retransmissão de dados para uma antena terrestre no Complexo White Sands em Las Cruces, Novo México.

Do Novo México, a NASA transfere a cédula para o Centro de Controle da Missão no Centro Espacial Johnson da NASA em Houston e depois para o secretário do condado responsável por emitir a cédula. A cédula é criptografada e acessível apenas ao astronauta e ao escrivão para preservar a integridade da votação.


Legislação do Texas de 1997 permite que astronautas da NASA votem (Foto: reprodução/
GREGG NEWTON/ Getty Images Embed)


Resultado das eleições americanas

Donald Trump, do Partido Republicano, venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos e conquistou seu segundo mandato como presidente. Ele obteve 277 delegados no Colégio Eleitoral, superando a democrata Kamala Harris, conforme as projeções de diversos meios de comunicação. A vitória foi garantida após Trump conquistar o estado de Wisconsin.

Apesar da derrota, Kamala liderou em estados como Nova York, Califórnia, Illinois (onde fica Chicago) e pequenos estados do nordeste do país, como Massachussets, Nova Jersey e Maryland. Além de vencer também na Virgínia.

Modelo americano de votação

A eleição presidencial dos Estados Unidos é indireta, realizada por meio do Colégio Eleitoral. Os eleitores não votam diretamente no presidente, mas escolhem delegados, que são responsáveis por eleger o presidente. Cada estado tem um número de delegados proporcional à sua população, e o candidato que obtiver a maioria desses delegados vence. Para garantir a eleição, é necessário atingir 270 votos eleitorais. Esse sistema foi estabelecido para equilibrar o poder entre estados grandes e pequenos.

NASA envia indevidamente mensagem de emergência na Estação Espacial

Na noite desta quarta-feira (12), próximo às 19h30 (horário de Brasília), a agência espacial norte-americana (NASA), emitiu acidentalmente uma mensagem em formato de áudio ao vivo na Estação Espacial Internacional (ISS), que durou cerca de 8 minutos. O conteúdo demonstrava se tratar de uma emergência com um comandante que teria sofrido uma doença de descompressão.

Entretanto, o que aconteceu foi uma simulação onde a equipe médica instruiu os astronautas para salvarem o comandante. Entre as orientações, estava a de levar oxigênio puro até o comandante para que ele inalasse.

Mesmo fazendo parte de treinamentos habituais das equipes, o áudio disparado gerou comentários nas redes sociais do que poderia ser uma situação real de emergência.


Acompanhe o áudio enviado acidentalmente pela ISS (reprodução/YouTube/@TheLaunchPad)


O que é a doença de descompressão citada no áudio?

A doença de descompressão (DCS) ocorre quando há formação de bolhas de gases no sangue e nos tecidos, causada pela diminuição drástica de pressão no ambiente. Pode acontecer em mergulhos profundos ou durante missões espaciais.

Os sintomas da doença podem aparecer com a fadiga e dor nas articulações, até casos mais graves como paralisia ou morte. O tratamento envolve oxigenoterapia para casos mais simples e terapia de recompressão em uma câmara hiperbárica em casos mais graves, que serve para diminuir as bolhas.

Comunicado oficial da NASA

Através das redes sociais, a conta do ISS negou que tenha acontecido qualquer emergência e reitera que o áudio foi transmitido por engano:

“O áudio foi acidentalmente transmitido de uma simulação em curso, onde a tripulação e as equipes de solo treinam para diferentes cenários espaciais, e não está relacionado a uma emergência real”, declarou na postagem.

A NASA também não comentou sobre o assunto do áudio, nem se pronunciou a respeito das orientações contidas. A agência garantiu que toda a tripulação estava dormindo no momento, “saudáveis e seguros”, e que haveria uma caminhada espacial normalmente na manhã do dia 13.