A segunda parte de “Wicked” estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20) e as expectativas do público brasileiro estão elevadas. O filme confirma o entusiasmo e as críticas positivas, ao oferecer um desfecho grandioso, sensível e profundamente emocional para a história de Elphaba e Glinda.
Nesse novo filme, Jon M. Chu continua na direção e amplia o universo apresentado no primeiro longa, conduzindo as tramas com clareza narrativa e rigor estético. O cineasta se afirma como o responsável por transportar, com fidelidade e frescor, um dos musicais mais populares das últimas décadas para as telas do cinema.
Elphaba ganha profundidade e força dramática
Cynthia Erivo entrega novamente uma interpretação poderosa como Elphaba, com um ar mais maduro e consciente de seu papel em uma Oz dividida por medo e manipulação. A atriz se destaca em cenas que exploram a vulnerabilidade da personagem e a sua força, especialmente ao lado de Fiyero (Jonathan Bailey). O número “As Long as You’re Mine”, que marca a primeira noite do casal, é um dos momentos mais tocantes do longa.
Trailer de “Wicked: Parte 2” (Foto: reprodução/YouTube/Universal Pictures Brasil)
A canção original “No Place Like Home” surge como reforço à luta de Elphaba em defesa dos animais, destacando o conflito moral que impulsiona sua jornada árdua e sensível. Já “No Good Deed” representa o grande ponto de virada, um solo intenso e dramático que consolida sua transformação na Bruxa Má do Oeste. A performance coloca Erivo entre as possíveis favoritas às premiações de 2026.
Ariana Grande surpreende em uma Glinda mais complexa
Ariana Grande aprofunda Glinda e a torna mais consciente e empática com os outros personagens, já que agora enfrenta o peso da própria fama e o arrependimento por ter se afastado de Elphaba. O solo “Thank Goodness”, logo no início, evidencia a dualidade entre a imagem pública da bruxa “Boa” e sua dor íntima reprimida. Trechos da infância da personagem ajudam a compreender seu desejo de dominar a magia e encontrar seu lugar em Oz.
Uma das novidades do filme, “The Girl in the Bubble” amplia o arco de redenção de Glinda e prepara o terreno para o dueto “For Good”, que se destaca como ápice emocional da produção. Mesmo com maior carga dramática, a personagem preserva o humor característico, especialmente nas cenas em Munchkinland — um equilíbrio que reforça o talento de Ariana Grande e deve colocá-la entre as apostas de Melhor Atriz Coadjuvante.
Fiyero, Boq e Nessarose ganham momentos decisivos durante a trama
Jonathan Bailey tem maior espaço nesta segunda parte e entrega uma atuação sólida como Fiyero, com perspectiva de coragem e ambição. Sua transformação no Espantalho é construída de forma dramática e decisiva, com as cenas de tortura entrelaçadas ao solo de Elphaba em “No Good Deed”, resultando em um dos segmentos mais intensos e marcantes do longa.
Boq (Ethan Slater) e Nessarose (Marissa Bode) também vivem momentos inesperados e decisivos. O processo que leva Boq a se tornar o Homem de Lata e a fatídica cena do furacão que atinge Nessarose, provocado por Madame Morrible (Michelle Yeoh), adicionam peso trágico e inesquecível à narrativa. Dorothy aparece apenas pontualmente e sem mostrar o seu rosto, situando o enredo paralelamente aos eventos de “O Mágico de Oz”, algo que só será entendido por quem assistiu ao longa original.
Um final digno de um clássico moderno
O dueto “For Good” entre Erivo e Ariana Grande simboliza o ápice emocional da produção e resume, com perspicácia, a força da amizade que sustenta toda a história. O fim entrega um encerramento comovente, reforçando a grandiosidade do universo Wicked e confirmando sua posição como um dos maiores fenômenos recentes do cinema musical.
Com performances impecáveis, direção inspirada e narrativa envolvente, “Wicked: Parte 2” cumpre e supera as expectativas, firmando-se como um dos lançamentos mais importantes e esperados do ano.
