O presidente Donald Trump voltou a atacar publicamente o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, chamando-o de “burro” e “teimoso”, às vésperas de uma audiência do banqueiro no Congresso. Enquanto isso, a autoridade monetária mantém cautela e evita cortar os juros diante das pressões inflacionárias e da incerteza gerada pelas tarifas sobre importações.
Trump volta a pressionar Fed por cortes
Contrário à atual política de juros do banco central americano, Trump reclamou do patamar das taxas. Na última quarta-feira (18), o Fed manteve pela quarta vez seguida os juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
“Deveríamos estar pelo menos dois a três pontos abaixo”, afirmou o presidente em rede social, acrescentando que esperava que o Congresso “acabasse com essa pessoa muito burra e teimosa”, em referência a Powell.
Durante sua participação na Câmara, Powell reiterou que ainda não vê motivo para cortar os juros e que não pretende sinalizar redução nem na reunião de julho, “nem em qualquer outra”, por ora. O presidente do Fed ressaltou que o mercado de trabalho segue forte, mas a alta das tarifas pode impulsionar a inflação, exigindo cautela nas próximas decisões.
Trump volta a pressionar Fed por cortes (Foto: reprodução/Instagram/@metropoles.sp)
Guerra tarifária e recessão no horizonte
O cenário econômico americano se deteriorou desde o início da guerra tarifária promovida por Trump e das crescentes tensões no Oriente Médio. Economistas alertam para os impactos negativos das tarifas sobre parceiros comerciais, especialmente a China.
Após a imposição de tarifas de até 145% sobre produtos chineses e retaliações de até 125% por Pequim, um acordo temporário reduziu as taxas por 90 dias. No entanto, a renegociação ainda está indefinida, e a possível retomada das tarifas em julho, no chamado “Dia da Libertação”, mantém o mercado em alerta.
Embora Trump busque proteger a indústria local com as tarifas, o aumento no custo das importações eleva os preços internos e pressiona a inflação. A instabilidade nas políticas comerciais e as ameaças constantes prejudicam a confiança dos consumidores e levantam o temor de uma desaceleração ou até recessão na maior economia do mundo.
