Zayn reflete sobre racismo vivido na época de One Direction em nova música “Fuchsia Sea”

Zayn Malik chamou atenção no último sábado (5) ao divulgar trechos da letra de sua nova música, “Fuchsia Sea”. A canção, que ainda não teve data de lançamento confirmada, traz versos que muitos fãs interpretaram como um desabafo sobre os episódios de racismo que o cantor enfrentou durante os anos em que integrou o One Direction, entre 2010 e 2015.

Versos que trazem à tona feridas antigas

Em “Fuchsia Sea”, Zayn aborda com franqueza as experiências difíceis que viveu no auge da fama. Ele fala sobre o isolamento que sentia dentro do grupo, mesmo sendo parte fundamental do sucesso da banda. Em vez de receber reconhecimento, enfrentava comentários preconceituosos e atitudes discriminatórias por conta de sua origem. Ao publicar os versos nos Stories do Instagram, os seguidores notaram de imediato uma parte em que Zayn canta:

Altos e baixos / Luto contra a intimidação, a falta de imaginação em toda uma nação / De costas contra a parede / Tanto que acham que tenho uma fixação por tijolos”

Em outro trecho, ele se refere ao One Direction como uma “banda branca” e lamenta o preconceito vivido por ser o único integrante não branco:

Você se lembra de cada conversa? / Porque eu estive consciente de cada conotação / E enquanto eles se concentram na própria ascensão / Eu tenho passagem de ida e volta pra constelação / Me converti ao show / E fiz isso por dinheiro / Porque trabalhei duro numa banda branca / E ainda assim riram do asiático / Deixei uma marca azul numa bandeira branca / E usaram sangue pra fazer sua pintura”.

Em um dos momentos mais emocionantes da música, ele menciona seu pai e avô, revelando como o racismo atravessou gerações em sua família. A letra mostra como a dor se acumulou ao longo do tempo, mas também como ele encontrou força para seguir em frente, mesmo quando tudo parecia difícil. “Esses sonhos são meus, agarrei forte com essas duas mãos”, canta ele, em tom de resistência.

Do sucesso meteórico à invisibilidade

Criado no reality show “The X Factor”, o One Direction rapidamente se tornou um dos maiores grupos pop do mundo. Mas para Zayn, o caminho dentro da banda nem sempre foi fácil. Ele era o único membro não branco do grupo e, por isso, foi alvo frequente de racismo e xenofobia, especialmente nas redes sociais.

Em 2012, por exemplo, uma blogueira americana de extrema-direita acusou Zayn de “empurrar o Islã” para os fãs adolescentes, por expressar sua fé publicamente. No ano seguinte, uma paródia ofensiva chamada “Zayn Did 9/11” o associava injustamente aos atentados terroristas de 2001, um ataque claramente islamofóbico.

Já em 2014, após tuitar “#FreePalestine”, Zayn recebeu uma onda de ameaças de morte e chegou a desativar temporariamente sua conta no Twitter. Vez ou outra, ele tentava responder publicamente às agressões, mas o assédio virtual era constante e cruel.


Zayn aborda racismo vivido no One Direction em prévia de “Fuchsia Sea” (Foto: Reprodução/X/@fuchsiadreamz)

Fãs demonstram apoio nas redes

A reação dos fãs foi imediata. Muitos elogiaram Zayn por finalmente expressar de forma aberta sua dor e frustração.
“Tenho muito orgulho dele por falar de forma tão direta e aberta”, comentou um seguidor no X. “Fez muito bem em falar. Chamaram ele de coisas horríveis e nojentas”, disse outro.

Um post viral resumiu o sentimento de muitos:

“Zayn foi literalmente chamado de terrorista aos 17 anos. Ele tuitou uma oração em árabe e foi chamado de jihadista. Postou ‘Eid Mubarak’ e fãs brancos mandaram ele parar de ‘empurrar o Islã’ goela abaixo. Sempre o exotizaram, só elogiavam quando ele parecia ‘menos moreno’ e o ridicularizavam quando parecia ‘muçulmano demais’”.

Apesar de ainda não ter divulgado a data oficial de lançamento, Zayn confirmou que “Fuchsia Sea” será seu próximo single. A expectativa entre os fãs é alta, não apenas por uma nova música, mas pela mensagem pessoal e poderosa que ela carrega.