Relembre a carreira do cantor Arlindo Cruz e sua importância para a música brasileira

Morreu nesta sexta-feira (8), o sambista Arlindo Cruz. Com várias músicas escritas por ele, o artista deixou um legado para a música brasileira. A sua voz aguda e rouca era uma das características inconfundíveis do cantor, que esteve envolvido na chamada revolução do samba no Cacique de Ramos e consagrou outros artistas com as suas obras. Lançou 14 trabalhos solo, além de ter estado por 12 anos no Fundo de Quintal. Iniciou sua carreira bem jovem já aos 13 anos, tocando em bares com Candeia.

Arlindo Cruz trajetória

Nascido em Piedade, no subúrbio do Rio de Janeiro, em 14 de setembro de 1958, ele foi músico de berço, pois seu pai, que era policial, tocava cavaquinho e era do pagode. Quando Arlindo tinha cinco anos, ganhou seu primeiro instrumento, conforme relatado numa entrevista ao programa do Jô. Durante sua adolescência frequentou por três anos a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr) em Barbacena, Minas Gerais. No Rio de Janeiro prestou serviços para a Caixa Econômica Federal.

Após ter 12 composições suas gravadas por estrelas como Beth Carvalho, a quem ele nomeou como sua “madrinha”, o grupo Fundo de Quintal o chamou para assumir a função de Jorge Aragão, que estava saindo do conjunto musical na época. Em 1993 ele iniciou sua carreira solo lançando um total de 14 álbuns. Em 2012 e 2015, no prêmio da música brasileira, ele foi considerado um dos maiores sambistas da história, se consagrando como melhor cantor de samba na premiação em questão.


Arlindo Cruz em apresentação no dia 16 de outubro de 2010 (Foto: reprodução/Mauricio Santana/Getty Images Embed)


Músicas de sucesso

Enquanto fazia parte do grupo Fundo de Quintal, Arlindo Cruz escreveu canções que se tornaram sucessos, como “O Show Tem Que Continuar”, “Só Pra Contrariar” e “Sorriso Aberto”, ele ainda contribuiu para a popularização do banjo, ajudando a criar o que hoje é chamado de pagode carioca. Suas composições como “Meu Lugar” e “Meu Nome é Favela” que foi gravada por nomes do gênero no Brasil como Zeca Pagodinho e Beth Carvalho,”Camarão que Dorme a Onda Leva”.

Em março de 2017, ele teve um AVC que lhe deixou com fortes sequelas. Casado com Babi Cruz e teve que passar por 10 cirurgias desde o ocorrido. Como forma de homenagem pela sua trajetória alguns sambistas no Brasil, regravaram as composições escritas por ele.