Hospital em situação precária abriga cerca de 50 mil pessoas em Gaza

Nesta quarta-feira (31), Aurélie Godard, chefe de atividades médicas em Gaza, dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), informou que o hospital Al-Shifa, localizado no norte de Gaza, permanece em funcionamento, porém não se encontra numa situação muito funcional.

Mudança de atividades

Godard realizou no dia 22 de janeiro, sua primeira visita ao hospital Al-Shifa, desde que a organização Médicos Sem Fronteiras retirou sua equipe do local em novembro do ano passado. O MSF afirma que pouco a pouco, o hospital foi se transformando em um campo para desalojados, agregando em suas instalações atualmente cerca de 50 mil pessoas.


Entrega de suprimentos ao hospital Al-Shifa em 15/11/2023 (foto: reprodução/crusoe)

Recursos escassos

Ainda segundo a organização, os recursos no local encontram-se escassos, sendo que a falta de combustível é um dos fatores que mais impedem os profissionais de realizarem procedimentos de forma adequada à pessoas que precisam de atenciosos cuidados médicos.

Em média, são necessários diariamente três mil litros de combustível para manter em funcionamento. Felizmente, em sua visita ao local, Aurélie Godard levou consigo um comboio da ONU para entregar 19 mil litros de combustível, que serão utilizados para acionar os geradores de energia das instalações, garantindo assim, o funcionamento do hospital por pouco menos de uma semana.

Há cerca de um mês, Al-Shifa enfrentou outro problema grave de recursos em escassez, no caso a falta água potável e alimentos. Em visita ao local na ocasião, a OMS – Organização Mundial de Saúde – informou a chegada de centenas de feridos e pacientes chegando ao local a todo momento, relatando a aplicação de suturas no chão e alertando, já naquele momento, que a capacidade do hospital para prestar determinados tratamentos é limitada.

Vale lembrar também que há três meses foi realizada pelas tropas israelenses, uma operação para vasculhar o interior de Al-Shifa. Apesar do conflito com soldados durante o cerco ao lado de fora do hospital, os soldados israelenses não enfrentaram embates a partir do momento em que se encontraram dentro das instalações.

Protestantes pró Palestina manifestam durante comício de Joe Biden

Nesta terça-feira (23) protestantes pró Palestina fizeram uma manifestação durante comício realizado pelo Presidente Joe Biden em Manassas, Virgínia. Durante o debate sobre o aborto, manifestantes o acusaram de ser genocídio. Também houveram falas de ordem pedindo o cessar fogo e comentários em relação aos direitos femininos em Gaza. 


Joe Biden em um pronunciamento (Foto: reprodução/ AFP/ brasildefato) 


Sobre a guerra entre Israel e Gaza 

Há mais de 70 anos acontece a guerra entre Israel e a Palestina, causando a morte de milhares de pessoas nos dois territórios. Em 1947 a ONU decidiu criar dois estados: um judeu e outro árabe. Os judeus ficaram responsáveis por Israel enquanto os palestinos ficaram com Gaza e Cisjordânia.

Os árabes decidiram não aceitar a decisão por conta dos poucos recursos que teriam, em 1948 ocorreu a Guerra árabe- Israelense devido a revolta dos árabes. Foram realizadas diversas tentativas de paz entre os territórios, mas nenhuma foi bem sucedida.

Sobre a  união entre os Estados Unidos e Israel 

Os Estados Unidos têm uma longa relação de amizade com Israel desde o fim da segunda guerra mundial, o apoiando financeiramente, e o reconhecendo como país. Algumas potências como  a União Europeia  e os EUA consideram o Grupo radical Hamas como terrorista.

Atividades recentes dos Estados Unidos na Guerra entre Israel e Gaza

No dia 11 de Janeiro os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram ataques ao grupo Houthis no Iêmen. Rússia, China e Irã confrontaram os EUA sobre o assunto. A Rússia pediu uma reunião urgente para falar sobre o ocorrido e comentou que o país distorceu as resoluções do conselho de segurança (ONU). A China mostrou  preocupação com a tensão recente no Oriente Médio, devido a ataques no mar vermelho. O Irã condenou o acontecimento, devido ao país ser vizinho mais próximo do alvo do bombardeio.

Nesta terça-feira, os Estados Unidos direcionaram um bombardeio contra grupos pró iranianos no Iraque. Ataque levou a morte de duas pessoas. Acontecimento foi resposta ao ataque contra soldado americano no país. Acidente ocorreu nas brigadas de Hezbollah em Hashd al Shaabi, na região de Jurf al Sakhr, a 60 quilômetros de Bagdá.

Mais de meio milhão de palestinos sofrem de fome, diz a ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou, nesta terça-feira, que mais de meio milhão de pessoas que moram em Gaza enfrentam uma “fome catastrófica”. A ONU fez essa afirmação por conta do bloqueio do abastecimento de comida, água e combustível que Israel impôs desde o início dos conflitos contra o Hamas, em outubro do ano passado.

UNRWA na ONU

A agência da ONU responsável por ajudar os refugiados palestinos, a UNRWA, também estava presente na reunião desta terça-feira e fez observações sobre a situação dos palestinos. A agência disse que os hospitais de Gaza foram dizimados e fez um apelo pelo cessar-fogo para que toda ajuda necessária possa chegar até as vítimas

Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, apareceu em um vídeo, divulgado pela ONU, que foi gravado em uma região bombardeada por Israel. No vídeo, Touma mostra pessoas feridas recebendo assistência médica enquanto estão deitadas no chão de um complexo hospitalar precário. Além dessa cena, há outro momento do vídeo que pessoas aparecem em um fila para pegar comida e palestinos habitando em casas improvisadas.


Palestinos reunidos se alimentando com pão sírio (foto: reprodução/ EPA/ Haitham Imad/ Diário de Notícias)

Segundo a porta-voz, a situação é muito desesperadora. “Essas não são condições adequadas para seres humanos”, afirmou Touma. Em sua conta no X (antigo Twitter), Juliette Touma escreveu em um post que a ONU não deixará de falar sobre a crise humanitária enquanto houver um aumento de pessoas com fome em Gaza. “À medida que o risco de fome aumenta, as Nações Unidas pedem um aumento crítico no acesso humanitário“.

Mortos em Gaza

O número de mortos no conflito entre o Hamas e Israel, de acordo com autoridades de saúde palestinas, já é maior que 25 mil pessoas. Segundo a Organização das Nações Unidas, 70% dessas pessoas eram mulheres e crianças, totalizando cerca de 17.500 mortes.

O governo israelense disse que está fazendo o possível para evitar que crianças e mulheres morram na guerra contra o Hamas.

Foto destaque: tanques de guerra do exército de Israel no centro da Faixa de Gaza (reprodução/ Menahem Kahana/ AFP/ Folha de Pernambuco)

Houthis alegam ter atacado navio militar norte-americano; EUA nega

Nesta segunda-feira (22), o movimento Houthi do Iêmen, um dos maiores aliados do Irã, divulgou que suas forças efetuaram um ataque de mísseis contra um navio militar dos Estados Unidos, o cargueiro militar Ocean Jazz, na região do Golfo de Aden. No entanto, não foi informado quando ou onde o ataque foi feito, ou até mesmo se foi causado algum dano à embarcação ou aos que estavam nela. Porém, os norte-americanos se manifestaram, dizendo que o comunicado é falso, e que “manteve comunicação com o cargueiro durante todo o seu percurso”.

Grupo diz que continuará ataques contra americanos e britânicos

Apesar de terem dito inicialmente que atacariam somente navios ligados às forças israelenses, os Houthi afirmaram que irão continuar a retaliação contra “qualquer agressão americana ou britânica” contra o Iêmen, em uma área que engloba todo o Mar Vermelho e o Mar Árabe, de acordo com um comunicado divulgado por Yahya Saree, porta-voz militar do grupo.


Yahya Saree, porta-voz Houthi (Foto: reprodução/AFP/Al Mayadeen English)

Apesar da ação mal sucedida, a iniciativa dos terroristas pode ser entendida como uma tréplica em meio a troca de ataques que vem acontecendo entre o grupo e os militares britânicos e norte-americanos. Após os Houthi realizarem ofensivas contra navios dos Estados Unidos e do Reino Unido que estavam localizados no Mar Vermelho, ambos os países lançaram ataques ao Iêmen nas últimas semanas como forma de resposta. Devido a isso, os Houthi decidiram declarar oficialmente que também irão direcionar mísseis a embarcações inglesas e estadunidenses, e não apenas a navios de Israel, como havia sido informado inicialmente.

Conflitos e perdas comerciais são consequências da guerra em Gaza

O conflito entre Israel e Hamas tem envolvido mais forças do que apenas as duas partes diretamente envolvidas na guerra. Em apoio ao grupo terrorista palestino, os Houthis, que controlam a maior parte do Iêmen, têm efetuado ataqueos na região e ao redor do Mar Vermelho. Essas ações, no entanto, têm chamado a atenção de potências mundiais, visto que já afetaram o comércio entre Ásia e Europa, por interferirem no percurso de navios que precisam transportar mercadorias através deste percurso.

Netanyahu rejeita solução de dois Estados após guerra em Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (18) que rejeita a criação de um Estado Palestino em qualquer cenário pós-guerra, enfatizando a necessidade de controle total de Israel sobre a Faixa de Gaza para garantir a segurança. A declaração ocorre em meio a crescentes tensões regionais e após países árabes discutirem com os Estados Unidos uma iniciativa para encerrar o conflito, condicionada à solução de dois Estados, proposta também apoiada pelos EUA, mas rejeitada, de forma contundente, por Israel.



Desacordos com os Estados Unidos 

Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18). Netanyahu afirmou: “Em qualquer acordo futuro, Israel precisa controlar a segurança de todo o território a oeste do Jordão. Isto colide com a ideia de soberania. O primeiro-ministro precisa ser capaz de dizer não aos seus amigos”, referindo-se aos Estados Unidos.

A vitória, segundo o líder israelense, exigirá mais tempo, mas ele reiterou a determinação em alcançá-la. Netanyahu destacou objetivos, incluindo o retorno de reféns, a eliminação do Hamas e a garantia de que Gaza não representa mais uma ameaça para Israel.

A declaração de Netanyahu representa uma rejeição clara à posição oficial dos Estados Unidos, que busca um acordo que inclua a criação de um Estado palestino. O Departamento de Estado norte-americano respondeu, afirmando que não há solução duradoura e reconstrução viável para Gaza sem o estabelecimento de um Estado palestino.

Recentes ataques 

Essas tensões ocorrem em um momento crítico no Oriente Médio, com preocupações sobre a possível escalada do conflito. Os recentes ataques dos EUA a posições dos rebeldes houthis no Iêmen adicionam mais complexidade à região, intensificando os receios de uma disseminação ainda maior das hostilidades.

A situação permanece fluida, com desdobramentos iminentes nas próximas semanas, à medida que as propostas e reações moldam o cenário geopolítico delicado da região.