Corte Arbitral do Esporte decide a favor da Romênia na ginástica artística

Uma das questões mais repercutidas durante esta Olimpíada em Paris foi a arbitragem. Depois de recorrer após o resultado do pódio da final no solo feminino na ginástica artística, o bronze pode passar para a ginasta romena Ana Bărbosu, após a deliberação da Corte Arbitral do Esporte. A decisão foi divulgada neste sábado (10), entretanto, apesar da nota de Jordan Achiles ter caído, a deliberação final ficará nas mãos da Federação Internacional de Ginástica. 

Disputa pelo bronze

A imagem do pódio do solo feminino constituído por três mulheres negras foi simbólico, mas, mesmo após toda a cerimônia, a decisão foi contestada e a Corte Arbitral decidiu a favor da Romênia. A nota da norte-americana Jordan Chiles, que levou o bronze, caiu de 13.766 para 13.666, ficando atrás de Ana Bărbosu e Sabrina Maneca-Voinea. 


Rebeca Andrade, Simone Biles e Jordan Chiles no pódio da final do solo feminino (Reprodução/Jamie Squire/Getty Images Embed)


Tudo aconteceu por causa de um acréscimo de 0.100 pontos, incluído à nota de Jordan Chiles depois da delegação norte-americana pedir um recurso. Entretanto, esse recurso foi pedido depois do prazo estipulado em regulamento. Segundo o CAS, o acréscimo foi irregular, o que deixa Chiles na quinta posição e o bronze nas mãos de Bărbosu. Apesar da mudança nas notas, ainda não existe uma decisão final sobre a medalha. 

A Federação Internacional de Ginástica determinará a classificação final do solo e atribuirá as medalhas de acordo com a decisão acima”, confirmou a Corte Arbitral. 

O resto do pódio, com Rebeca Andrade em primeiro lugar e Simone Biles em segundo, não foi alterado e continua válido. 

Os efeitos da arbitragem incorreta

Consternada com o resultado, Chiles compartilhou em suas redes sociais que deve se afastar da exposição, visando o bem de sua saúde mental. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos chegou a soltar uma nota em que expõe a tristeza com o resultado e com os ataques sofridos pela ginasta em suas redes sociais após a decisão.  

Estamos devastados com a decisão da Corte Arbitral do Esporte. A investigação sobre o valor de dificuldade da rotina de exercícios de solo de Jordan Chiles foi apresentada de boa-fé. […] Durante todo o processo de recurso, a Jordan foi alvo de ataques consistentes, total e extremamente prejudiciais nas redes sociais. Nenhum atleta deveria ser submetido a tal tratamento”, revelou a equipe de ginástica artística dos EUA em nota. 


Jordan Chiles e Simone Biles na Olimpíada de Paris (Reprodução/Markus Gilliar -GES Sportfoto/Getty Images Embed)


Além de afetar a ginasta norte-americana, o resultado teve uma repercussão negativa na Romênia. O primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, criticou a decisão e chegou a se recusar a comparecer no encerramento da Olimpíada. Quem também criticou a arbitragem foi a ex-ginasta Nádia Comaneci, alegando que faltam critérios técnicos para a escolha de quem levou o bronze.  

Até o momento, não há informações sobre o posicionamento da Federação Internacional de Ginástica.

Simone Biles volta a elogiar desempenho de Rebeca na Olimpíada de Paris

A repercussão da ginástica artística nestes Jogos de Paris e seus desdobramentos está longe de acabar. Competidoras nas provas de ginástica artística, Rebeca e Simone Biles, continuam demonstrando o respeito que uma tem pela outra após a final da competição olímpica. Em entrevista recente à emissora norte-americana, Simone reforçou essa admiração pela colega de ofício e não poupou elogios à atuação da brasileira na Olimpíada de Paris. 

O espírito esportivo

Desde o começo da competição, o pódio da ginástica artística foi de Biles e Rebeca. A norte-americana vencendo em quase todas as provas, mostrando sua consistência e habilidades num nível que extrapolou as expectativas e a deixou em primeiro lugar em quase todas as provas. Mas Rebeca mostrou resiliência, se tornando a maior medalhista brasileira na história e só aguardando o seu momento para ficar no centro do pódio. Demorou um pouco, mas durante a prova de solo, Rebeca atingiu seu objetivo, fazendo história e fechando sua participação na modalidade com chave de ouro, literalmente. 

Além da reverência prestada pelas adversárias que foi registrada após a prova, Simone Biles levou a derrota no aparelho que mais domina na esportiva, fazendo questão de elogiar a brasileira e sua história inspiradora em entrevistas. 

A ginástica é um esporte muito difícil. A Rebeca Andrade sofreu três rupturas do ligamento cruzado colateral no joelho. Ver ela voltar e ganhar uma medalha de ouro é simplesmente fenomenal“, disse a ginasta norte-americana em entrevista à NBC. 


 Rebeca Andrade ganhando seu primeiro ouro nos Jogos de Paris e sendo reverenciada pelas adversárias. (Foto: reprodução/Elsa/Getty Images Embed)


A história do esporte é muito diferente em solo brasileiro. Enquanto nos Estados Unidos existe um incentivo maior, no Brasil, focamos no futebol, preterindo as outras modalidades esportivas.

Saindo desse contexto, as vitórias de Rebeca foram de um ouro simbólico, até que ela conquistou a medalha efetiva no solo, e pudemos ver as adversárias reverenciando a brasileira no pódio, composto interinamente por mulheres negras. Junto com Bia Souza no judô, Rebeca foi outra mulher que mostrou resiliência e habilidade nos jogos de Paris, levando o ouro de volta para casa. 

A trajetória inspiradora de Rebeca Andrade

Inspirada por Daiane dos Santos, a história de Rebeca começou com muitas dificuldades para atingir seu sonho. O treinador Chico Porath chegou a abrigar a ginasta em sua casa para que ela conseguisse participar dos treinos, já que o deslocamento até o ginásio era um empecilho. Ainda adolescente, Rebeca teve que passar por três cirurgias devido a lesões de ruptura no ligamento do joelho. O que poderia fazê-la desistir, mas não foi isso que aconteceu e pudemos presenciar toda a sua garra ao representar o país em Paris. 


Rebeca durante participação nos Jogos de Paris (Foto: reprodução/Rodolfo Buhrer/Eurasia Sport Images/Getty Images Embed)


A primeira lesão foi um agravante para a saída da competição nos Jogos Pan-Americanos em Toronto (2015). Dois anos depois, no Mundial de 2017, a ginasta teve que passar novamente por processo cirúrgico, e nos Jogos de Tóquio, em 2020. Apesar de conquistar duas medalhas, sendo uma de ouro no salto e outra de prata no individual geral, Rebeca também passou por outra cirurgia.

Mesmo exigindo muito de seu corpo, ela não decepcionou e conquistou quatro medalhas neste ano, firmando seu nome na história dos jogos olímpicos. Assim como Daiane dos Santos foi um norte para que ela seguisse em busca do sonho olímpica. Agora Rebeca é uma inspiração para as próximas gerações de ginastas brasileiras.

Rebeca explica fala recente de se aposentar da modalidade individual geral

A ginasta olímpica Rebeca Andrade (25), explicou sua recente fala sobre aposentadoria neste sábado (3), após ganhar a medalha de prata na final de saltos em Paris.

A fala de Rebeca

Após vencer a prata no individual geral, Rebeca Andrade falou sobre se aposentar da modalidade do esporte olímpico.

“Exige muito do meu corpo [o individual geral], principalmente das minhas pernas, dos meus joelhos e de tudo mais. Eu falo que o futuro a Deus pertence. Vai que, do nada, se der um ‘tchan’ na minha cabeça, se meu corpo melhorar, eu mude de ideia”, disse Rebeca Andrade em entrevista coletiva após ficar com a prata no individual geral.

Na modalidade, Rebeca Andrade ganhou uma medalha de prata em Tóquio, em 2020 e ganhou repetiu a cor da medalha na última quinta-feira (1), ficando apenas atrás de americana Simone Biles. 

Eu queria muito que hoje fosse uma competição especial pra mim e foi. Porque, pra mim, foi o meu último individual geral”, acrescentou Rebeca.

No individual geral, as atletas fazem uma performance em 4 aparelhos, a trave de equilíbrio, o salto, as barras e o solo.

A explicação

Neste sábado (3), Rebeca se tornou a mulher mais condecorada da história do Brasil nas Olimpíadas após ficar em segundo lugar e conquistar a medalha de prata na final de saltos em Paris.

Na entrevista pós-conquista, a ídolo da ginástica brasileira explicou sua fala sobre a aposentadoria da modalidade individual geral da ginástica artista.

“Isso foi muito engraçado, porque eu falei que não ia mais fazer o individual e as pessoas estão achando que vou sair da ginástica e não é isso. É que o individual geral tem quatro aparelhos, e pra mim é muito pesado fazer os quatro aparelhos. Mas vai que vem um tchan, e eu melhorou? Fazemos muita fisioterapia. Só Deus sabe”, explicou a atleta Rebeca Andrade em entrevista coletiva.

Rebeca Andrade abriu mão do Triplo Twist Yurchenko, que nunca foi realizado em competições de ginástica artística kficiais, caso fizesse, o movimento levaria seu nome.

Rebeca se despede das Olimpíadas de Paris se igualando aos velejadores Roberto Scheidt e Torben Granel, conquistando cinco medalhas olímpicas.



Medalhas olímpicas de Rebeca

Em Paris, Rebeca já conquistou 3 medalhas olímpicas, um bronze na competição por equipes e duas pratas, uma no individual geral e outra no salto.

Em Tóquio, a estrela da ginástica conquistou 2 medalhas, sendo uma prata no individual geral e um ouro no salto.

Rebeca encerrou sua participação em Paris, e mais uma vez sai das olimpíadas com uma referência para quem quer seguir esse caminho. A paulista de 25 anos irá chegar em Los Angeles em 2028 mais uma vez como uma das favoritas e sem dúvidas, trará mais medalhas para a ginástica brasileira.

Simone Biles se torna bicampeã olímpica após final individual nos Jogos de Paris

Se tem uma modalidade esportiva que está movimentando as redes sociais nas Olimpíadas, com vários comentários e uma torcida feroz, é a ginástica artística. As duas favoritas da modalidade, Rebeca Andrade e Simone Biles, competiram pela medalha na prova individual nesta quinta-feira (1), e foi uma disputa acirradíssima e emocionante. Apesar do sufoco de enfrentar um talento páreo para suas habilidades, Simone saiu com o ouro e voltou ao pódio da modalidade individual. 

O ouro de Simone e o ouro de Rebeca

Quando Simone Biles está no ar e fazendo suas acrobacias, não tem quem não se encante e fique perplexa com suas habilidades. Mas, nessa Olimpíada de Paris, a americana encontrou outra ginasta que estava quase ultrapassando-a. Apesar da dificuldade, Biles alcançou feitos históricos, entrando para o seleto grupo de bicampeã da modalidade, lugar só alcançado pela russa Larisa Latynina, que ganhou a medalha de ouro em Melbourne (1956) e Roma (1960), e a tcheca Vera Caslavska, que ganhou a honraria em Tóquio (1964) e Cidade do México (1968). 


Pódio da competição individual de ginástica artística nas Olimpíadas (Reprodução/Amin Mohammad Jamali/Getty Images Embed)


A expectativa era gigante, já que a disputa pela prova final individual é a mais tradicional da modalidade e a que define o primeiro lugar mundialmente. Biles contabilizou 59.131 pontos, com Rebeca logo atrás com 57.932 pontos. Apesar da brasileira conquistar a prata, a torcida brasileira vibrou e ficou emocionada, já que a ginasta também quebrou recordes da modalidade pelo seu país. Foi uma prata com gosto de ouro.

Apesar de muitos comentários incitando a rivalidade, as ginastas foram vistas se tratando em tom cordial e amigável, mostrando o profissionalismo acima de tudo. Completando o pódio, a americana Sunisa Lee ganhou o bronze, com a somatória de 56.465 pontos. 

Bicampeã e número 1 do mundo pela ginástica artística

Após dominar as Olimpíadas do Rio em 2016, Simone já era a favorita nos Jogos de Tóquio antes mesmo de chegar a final. Apesar de se classificar, a ginasta americana prezou pela sua saúde e desistiu da competição após uma lesão que tinha acontecido dias antes. Então, Paris foi uma segunda chance de conquistar o feito de se tornar bicampeã olímpica e ela não deixou essa chance passar, lutando com afinco pelo título e alcançando seu objetivo.


Simone Biles com sua medalha de ouro após prova na Olimpíada de Paris (Reprodução/Lionel Bonaventure/AFP/Getty Images Embed)


Com mais essa conquista, Simone é uma das ginastas mais condecoradas da história, contabilizando, contabilizando 30 medalhas em Mundiais, sendo 23 de ouro, e 9 em Olimpíadas, sendo 6 de ouro. 

Ainda tem outras provas pela frente, onde Simone e Rebeca competem por mais medalhas. No sábado, às 11h20, será a final do salto. Já na segunda, tem a final da trave e do solo, às 7h30 e 9h20, respectivamente. 

Brilho e pedrinhas se destacam na beleza das atletas brasileiras nas olimpíadas de Paris

As olimpíadas de Paris 2024 vem acontecendo desde a cerimônia de abertura na última sexta-feira (26). E as atletas brasileiras da ginástica artística são as que mais se destacam na probabilidade de trazer o ouro para o Brasil. Mas não somente saltos e manobras contam e se destacam na performance das atletas. Os looks e especificamente as maquiagens usadas pelas ginastas são um detalhe interessante que se destacam. E além dos uniformes cheios de pedrinhas, o glitter e pedrinhas brilhantes coladas na maquiagem também se sobressaem no visual das atletas brasileiras. Confira a seguir algumas das características da beleza das representantes da ginástica brasileira.

Muito brilho e strass

Um dos assuntos mais comentados em relação à maquiagem foi o característico delineado usando as cores da bandeira do Brasil que várias das atletas incluindo a medalhista em Tóquio Rebeca Andrade. Com a ajuda de delineadores de glitter, criando delineado duplo e vazado, fazendo um degradê entre dourado, verde e azul. As pedrinhas de strass coladas nos olhos também é um dos elementos de destaque para compor o visual das atletas. 


Maquiagem das atletas do Brasil chama a atenção pelo uso de glitter e brilho (Foto: reprodução/Instagram/@cbginastica)

Sem regras para a make

O esporte é um dos mais aguardados quando o assunto é maquiagem, tendo em vista que até mesmo de acordo com o regulamento, não existem regras para as makes das atletas ao competir, mesmo que existam diversas regras para outros aspectos do visual das atletas. De acordo com o livro de regras que foi criado pelo comitê americano de ginástica, as ginastas precisam somente se apresentar com o cabelo preso, sem cobrir o rosto para não obstruir a visão e também não podem usar esmaltes em cores fortes para não distrair os juízes. Piercings também não são permitidos, somente brincos (um em cada orelha). 

Rebeca Andrade pode ser imortalizada com salto inédito na Olimpíada de Paris

Rebeca Andrade está prestes a desafiar os limites da ginástica artística nos Jogos de Paris. A Federação anunciou nesta quinta-feira (25), que a ginasta brasileira inscreveu um salto inédito na história das competições oficiais, podendo eternizar seu nome na modalidade. Batizado como Triplo Twist Yushenko (YYT), o salto foi avaliado pelo Comitê Técnico da Federação Internacional de Ginástica com um grau de dificuldade seis. 

Triplo Twist Yushenko nas Olimpíadas

Avaliado como grau seis de dificuldade de execução, o salto que a brasileira inscreveu nunca foi executado em competições oficiais, sendo inédito na história da modalidade e podendo imortalizar o nome da ginasta, além de elevar o nível da ginástica artística mundial.


Rebeca Andrade durante ”Gymnastics World Championships” de 2022 (Foto: reprodução/Naomi Baker/Getty Images Embed)


O movimento complexo é caracterizado por três twists, ou três piruetas em torno de si, completos durante a execução do salto. Como nunca foi executado anteriormente, o salto não tem uma pontuação pré-definida, apesar de já ter sido avaliado pela sua complexidade pelo Comitê Técnico. Para essa conquista, Rebeca precisa executar o TTY em um momento da competição sem falhas graves. 

A busca por desafios

Rebeca já demonstrou sua busca por desafios nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, ao tentar inscrever uma acrobacia feita no solo chamada Tsukahara, que consiste em um mortal com dupla e meia pirueta. O movimento foi executado em outra ocasião, e mesmo inédito, não foi reconhecido pois não se tratava de uma competição oficial. 

Os treinos exibidos pelo Time Brasil no começo do mês mostravam os preparativos do salto TTY, porém, o vídeo não mostra o momento da aterrissagem. Esse aspecto crucial do salto, onde a precisão e o controle são fundamentais, continua sendo um suspense, que só será revelado neste domingo (28), com Rebeca e a equipe feminina de ginástica em ação.