Drake processa Universal e Spotify por suposta corrupção na divulgação de hit de Kendrick Lamar

O rapper Drake abriu um processo contra a gravadora Universal Music Group (UMG) e a plataforma de streaming Spotify. A ação judicial, que veio a público nesta segunda-feira (25), alega que essas empresas teriam utilizado robôs digitais para aumentar artificialmente a popularidade do hit “Not Like Us”, de Kendrick Lamar.

O processo movido na corte de Manhattan também acusa a Universal de fazer pagamentos secretos ao Spotify e a influenciadores para inflar a difusão da faixa. A Drake’s Frozen Moments LLC, empresa do cantor, afirmou no texto que a UMG “lançou uma campanha para manipular e saturar os serviços de streaming e as ondas de rádio”.

Em uma das acusações, a ação na justiça diz inclusive que a Universal pagou a Apple para que sua assistente de voz, a Siri, “desviasse intencionalmente os usuários” para a música de Kendrick.

Os advogados de Drake declararam na petição que o rapper teria tentado resolver o caso com a UMG antes de ir à corte, mas a empresa teria dito que “não tem interesse em assumir responsabilidade por essa má conduta” e, ao invés disso, começou a demitir funcionários leais a Drake. Além de “ocultar sua suposta irregularidade”, a UMG teria pedido a Drake que movesse o processo contra o próprio Kendrick Lamar, ao invés da gravadora.

A resposta da gravadora

Ainda no dia 25, a UMG deu uma declaração dizendo que as acusações de Drake são mentirosas e ofensivas:

Nós valorizamos muito a ética em nossas campanhas de marketing e promocionais. Nenhum desses argumentos inventados e absurdos neste processo pode mascarar o fato de que os fãs escolhem a música que querem ouvir.


Spotify acusada por suposta corrupção (Foto: reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)


Drake x Kendrick

O processo é consequência de uma longa batalha de “Diss Tracks” (músicas cujo objetivo é insultar ou expor algum artista), entre Drake e Kendrick Lamar. A ação chega aos tribunais uma semana após Lamar lançar seu disco “GNX”, que conta com a canção “Not Like Us”.

A rixa entre os dois artistas já é antiga, mas se intensificou no fim de março. Deste então, cada vez mais farpas são lançadas através das canções dos dois rappers.

“GNX”: Kendrick Lamar lança novo álbum

O rapper, que já conta com sete indicações ao Grammy, cinco por “Not Like Us”, e confirmado como o show do intervalo do Super Bowl LIX em fevereiro de 2025, lançou de surpresa o álbum “GNX” nas plataformas de streaming, que conta com 12 faixas, e produção de Jack Antonoff, renomado produtor musical que já trabalhou com artistas como Diana Ross, Paramore, Florence + The Machine, The 1975, Lorde, Sabrina Carpenter, dentre outros.

O lançamento de “GNX”

Há algumas horas, Lamar havia postado um vídeo no YouTube que aparentava ser uma introdução à campanha de marketing para seu novo projeto. O que fazia sentido para os fãs do rapper, visto que, no próximo ano, Kendrick participará do Super Bowl como a atração do intervalo. Todavia, o álbum foi lançado uma hora após o vídeo ter ido ao ar, sem qualquer trabalho extenso de divulgação.


Kendrick Lamar lança vídeo com nome de novo álbum, antes do lançamento deste (Vídeo: Reprodução/YouTube/@kendricklamar)

Com 12 faixas inéditas, as músicas “Luther” e “Gloria” contam com a participação de SZA, cantora e compositora norte-americana que quebrou o recorde de maior semana de streaming de todos os tempos de um álbum de R&B com “SOS”, seu último álbum, lançado em dezembro de 2022.

Artistas citados por Kendrick

Lamar menciona diversos artistas nas 12 faixas de seu novo disco, direta e indiretamente, de Lil Wayne a Drake, inclusive honrando Tupac, um dos maiores artistas de todos os tempo, utilizando o sample de “Made Niggaz” em “Reincarnated”.

Em “Wacced Out Murals”, Snoop Dogg é mencionado, referente a origem dos dois artistas da Costa Oeste, bem como sobre a postagem que Snoop fez de “Taylor Made”, a “diss” de Drake para Kendrick. Na mesma música, Lamar fala sobre o desapontamento de Lil Wayne por não ter sido selecionado para a apresentação do intervalo do Super Bowl.

Apesar de não ser mencionado diretamente no álbum, Lamar critica o uso de vocais gerados por IA em faixas de “diss”, método utilizado por Drake.