Google fecha acordo bilionário com Windsurf para impulsionar projetos de IA

Em um movimento estratégico para reforçar sua atuação no campo da inteligência artificial, o Google fechou um acordo de US$ 2,4 bilhões com a startup Windsurf, especializada em geração automatizada de códigos. O anúncio surpreendeu o mercado na última sexta-feira (11), especialmente após a tentativa recente da OpenAI de adquirir a mesma startup.

A operação não envolve a compra da Windsurf nem participação acionária por parte do Google. Em vez disso, o valor será pago como taxa de licença para utilização não exclusiva de parte da tecnologia desenvolvida pela empresa. O acordo também inclui a migração de parte da equipe da startup para o Google DeepMind, unidade voltada à pesquisa avançada em IA.

Acordo milionário garante talento e tecnologia sem aquisição direta

Diferente do que se costuma ver em grandes negociações do setor, o Google optou por uma abordagem incomum: pagar pela licença da tecnologia sem adquirir a empresa. Com isso, os atuais investidores da Windsurf continuam com suas participações e ainda ganham liquidez por meio da taxa bilionária paga pela gigante da tecnologia.

Entre os profissionais que passam a integrar o time do Google estão o CEO da Windsurf, Varun Mohan, e o cofundador Douglas Chen, além de parte da equipe técnica responsável pela ferramenta de codificação baseada em IA. Eles se juntarão ao time do DeepMind com foco em iniciativas de “codificação agêntica”, uma frente de desenvolvimento que tem crescido rapidamente dentro do ecossistema de IA.


Recepção da sede do Google DeepMind em Londres, Reino Unido (Foto: reprodução/Jose Sarmento Matos/Bloomberg/Getty Images Embed)


OpenAI ficou para trás na corrida pela Windsurf

Antes de firmar parceria com o Google, a Windsurf chegou a negociar com a OpenAI uma possível venda, em um acordo que poderia ter avaliado a empresa em cerca de US$ 3 bilhões. A movimentação evidencia a forte concorrência entre gigantes da tecnologia por startups que desenvolvem soluções em geração automática de código — um segmento que vem ganhando destaque no avanço da inteligência artificial.

Fundada com apoio de investidores como Kleiner Perkins, Greenoaks e General Catalyst, a Windsurf já havia levantado mais de US$ 240 milhões e, no ano passado, foi avaliada em US$ 1,25 bilhão, segundo a PitchBook. A nova parceria com o Google não só garante uma injeção de capital indireta aos investidores, como também posiciona a tecnologia da startup dentro de um dos laboratórios mais avançados do mundo em IA. Com a chegada dos novos talentos, o Google espera acelerar o desenvolvimento do projeto Gemini, sua principal iniciativa em IA generativa.

Google desenvolve algoritmo para identificar textos escritos por IA

Há quase um ano, uma das principais vertentes para os que compartilham e geram conteúdo, em especial para a área jornalística, cresceu exponencialmente: a checagem de conteúdo online.

A maior preocupação e crescimento da checagem de conteúdo se deu especialmente pelo aprimoramento e popularização da Inteligência Artificial generativa, a qual inicialmente ficou conhecida por gerar imagens, e mais recentemente pela criação de textos, como é feito pelo ChatGPT.

Reconhecimento de textos feitos por IA

A identificação de textos produzidos por Inteligência Artificial já era almejado por muitos, contudo, era um problema não solucionado. Agora, o Google solucionou parcialmente o problema, após gerar um algoritmo que acrescenta algo como uma marca d’água no conteúdo produzido por Inteligência Artificial generativa.

Essa solução já havia sido pensado durante certo tempo, mas não souberam como acrescentá-la sem afetar o conteúdo gerado. A criação dos pesquisadores do Google DeepMind apareceu pela primeira vez ontem (23/10), em um artigo da “Nature”.

Os pesquisadores colocaram um sistema chamado “SynthID-Text” no Gemini, IA da Mountain View, o qual realiza modificações leves no texto wur foi criado a partir de modelos de linguagem, fazendo com que seja possível verificar se o texto foi gerado por uma epssoa que não é humana.

O foco não é diminuir a qualidade para o leitor, mas os algoritmos identificam a marca d’água, a fim de identificar os textos não redigidos por seres humanos. Esse mesmo sistema já havia sido implementado para imagens, e é a primeira vez que é utilizado também para textos.


Ferramenta do Google inicia solução de identificação de texto produzido por IA (Foto: Reprodução/Freepik/@rawpixel-com)

Textos gerados por Inteligência Artificial

Os modelos de linguagem são treinados para imitar a fala humana, trabalhando com a chance de uma determinada sequência de palavras ser mais adequada para atender ao pedido do usuário. O SynthID-Text trabalha modificando pequenas partes dessa sequência, sendo basicamente imperceptível para o usuário.
Esta ferramenta não é infalível, e nem funciona para respostas factuais, como para responder a capital de um país. Ademais, não é possível informar se um texto foi gerado por IA caso tenha sido parafraseado.
Após os testes no Gemini, o Google DeepMind disponibilizou o algoritmo publicamente, a fim de que possa ser testado e adaptado em demais modelos de linguagem.