Faculdade diz nunca ter emitido diploma de técnica que assinou laudo de órgãos contaminados com HIV

A Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera informou nesta terça-feira (15) que não emitiu nenhum certificado de conclusão de curso para a técnica Jacqueline Iris Bacellar de Assis. Ela trabalhava no laboratório, como responsável por examinar os órgãos doados. Jacqueline assinou documentos afirmando que os órgãos testaram negativo para HIV.

“A Instituição não emitiu certificado de conclusão de curso de graduação, de qualquer natureza, para Jacqueline Iris Bacellar de Assis”, informou em nota a faculdade ao jornal O Globo.

Segundo o laboratório, o diploma falso apresentado por Jacqueline a credenciou para assinar os exames com falsos negativos.

Jacqueline entregou-se à polícia

Ainda nesta terça-feira, Jacqueline Iris Bacellar de Assis entregou-se à polícia. A técnica, de 36 anos, estava foragida desde segunda-feira (14), após a emissão de seu mandado de prisão temporária.

Apesar de ter sua assinatura nos documentos, Jacqueline afirmou para o jornal O Globo, não ser biomédica.


Diploma apresentado por Jacqueline Iris Barcellar de Assis (Foto: reprodução/Portal G1)

Vírus em órgãos transplantados

Na última sexta-feira (12), foi descoberto o caso de seis pessoas contaminadas pelo vírus HIV devido a órgãos transplantados contaminados que vieram do Rio de Janeiro. A principal suspeita é que a empresa que cuidava e autorizava a doação dos órgãos, o laboratório PCS Lab Saleme, liberou exames como falsos negativos. A empresa fica localizada em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e foi contratada pela Secretaria Estadual de Saúde em dezembro de 2023.

O erro foi descoberto em setembro, quando um paciente transplantado testou positivo para HIV, o mesmo não tinha o vírus anteriormente.

Dos suspeitos, foram presos o ginecologista e sócio do laboratório, Walter Vieira; o técnico de laboratório, Ivanilson Fernandes dos Santos, suspeito de ser um dos técnicos responsáveis que afirmou negativo para o HIV nos órgãos; além da técnica Jacqueline, que se apresentou hoje à polícia.

Crimes em RS causam revolta nos moradores

O primeiro alerta vermelho de volume elevado de chuva emitido pela Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) fora gerado no dia 29 de abril. Todavia, dois dias antes, Vale do Rio Pardo, uma região central do Estado, já contava com chuvas fortes e granizo.

A catástrofe afetou mais de 2,3 milhões de gaúchos, e fora divulgado um total de 155 mortes.

Diversos brasileiros comoveram-se com o estado destas pessoas, e fizeram doações, além de auxiliar como podiam: seja indo diretamente ao estado para fornecer ajuda manual, ou então, divulgar em redes sociais e doar.

Todavia, mesmo com a solidariedade de milhares de cidadãos ao redor do país, a polícia prendeu um total de 130 pessoas desde o início da calamidade.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), 48 foram presos por crimes patrimoniais (como roubos e furtos) e 49 foram presas em abrigos. É desconhecido o motivo das demais prisões.

Furto à loja

Foi divulgado em vídeo nas redes sociais, pela comerciante e empresária Marinez Silva Hauenstein, que sua loja no Arroio do Meio, fora totalmente roubada.

A unidade seria utilizada para o recomeço da família, pois, das cinco lojas de variedades da família, quatro foram completamente perdidas por conta das enchentes.

O estrago só foi notado dias depois, visto ser inviável chegar no local, por conta do nível da água.

Segundo a família, mais de R$ 20 mil em itens foram levados, somando um prejuízo de R$ 2 milhões.


Empresária mostra furto à sua loja (Vídeo/Reprodução/X/@damadanoite14)


Infelizmente, o roubo que a família de Marinez sofreu não foi um caso isolado.

Outros crimes acometidos

Abrigos

Um dos primeiros casos a serem comentados na mídia, e que fora resolvido com a criação de abrigos especificamente para mulheres e crianças, foi o de crimes sexuais cometidos nestes locais que deveriam fornecer segurança às vítimas.

O governo do estado comunicou que a segurança dos abrigos fora reforçada, com equipes fixas e rondas diárias nos locais. Estes abrigos atendem 77 mil pessoas desamparadas pelo ocorrido, e daí a importância de uma vigia tão criteriosa.

Até o momento, 49 pessoas foram presas por conta de incidentes nestes abrigos.

Drogas em doações

Na última sexta-feira (17/05), um pai e um filho, o qual estavam com comidas que seriam entregues aos desabrigados, foram presos em flagrante por tráfico de drogas pela Polícia Civil do RS, devido uma conjuntura a qual já vinha sendo vigiada pela 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).

E em Santa Catarina, foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) 1kg de crack e 52kg de cocaína, que estavam em um caminhão que levava doações para o Rio Grande do Sul.


Caminhão de doação tenta adentrar Rio Grande do Sul com mais de 50kg de drogas (Foto: Reprodução/X/@NP_Oficial)

O motorista, preso em flagrante, disse que as drogas seriam entregues em um posto de gasolina antes do local em que as doações seriam entregues.

O governo do estado persiste com as investigações dos crimes e tomada de ações para controle dos mesmos, como, por exemplo, o bloqueio de 18 perfis falsos que fingiam ser autoridades ou entidades sociais para desviar doações.

Enquanto o governo trabalha para que estes casos se cessem, e tentam ir atrás dos culpados, a população anseia para que estas situações não se repitam tão brevemente, uma vez que a sensação de impotência e desamparo é evidente em seus relatos.