Guerra da Ucrânia: Lituânia realiza simulação de evacuação em caso de expansão do conflito

O governo da Lituânia realizou na última terça-feira (7) uma atividade preparatória de evacuação em larga escala na capital, Vilnius, na intenção de realizar testes de protocolos de emergência e avaliar o nível de preparo da população diante da possibilidade de a guerra na Ucrânia se expandir para o território lituano.

Em face das instabilidades regionais na Lituânia, centenas de moradores participaram voluntariamente da simulação, que envolveu cadastros simulados e o transporte até um centro de abrigo temporário localizado em Kaunas, a cerca de 100 quilômetros de distância  da capital. Os participantes embarcaram em ônibus no centro da cidade e foram direcionados a uma estação de trem para seguirem em direção a Kaunas. No local, receberam camas improvisadas em uma arena esportiva adaptada como abrigo.

Estado de alerta diante de tensões com a Rússia

O país báltico, membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), não faz fronteira direta com a Ucrânia, mas é vizinha de Kaliningrado, o exclave russo situado entre o país e a Polônia. O território é considerado um ponto estratégico e poderia servir como rota de uma eventual invasão terrestre russa ou ataques aéreos com drones, que também estão entre os possíveis riscos.

Nos últimos meses, a OTAN está em estado de alerta após vários países europeus relatarem incidentes envolvendo drones e violações de espaço aéreo nas últimas semanas, entre eles: Polônia, Dinamarca, Alemanha, Noruega e Letônia. Apesar das acusações contra a Rússia, o país nega envolvimento nas ocorrências.

Devido ao aumento das tensões, os países bálticos e a Polônia têm fortalecido suas estratégias de defesa e de evacuação. Outras nações também elaboram defesas para lidar com um possível conflito em território europeu.

Plano emergencial

Localizada a apenas 20 quilômetros da fronteira com Belarus,  que é aliado próximo da Rússia, Vilnius tem cerca de 700 mil habitantes e está entre as áreas prioritárias para evacuação em caso de guerra.

O planejamento do governo envolve um plano emergencial, visando fornecer auxílio a cerca da metade da população em um primeiro momento. Foram estabelecidos pontos de encontro em Vilnius e em outras regiões, rotas alternativas e trens e ônibus para evacuações potenciais, e estoques de suprimentos básicos, incluindo papel higiênico, camas de campanha e alimentos não perecíveis.

Em uma eventual operação real, os veículos com evacuados devem utilizar estradas secundárias, liberando as principais vias livres para a movimentação de unidades militares.


Moradores lituanos embarcam em trem durante simulação de evacuação (Foto: Reprodução/REUTERS/Ints Kalnins)

As medidas começaram a ser estruturadas após a invasão russa da Ucrânia em 2022 e determinam que metade das pessoas que vivem até 40 quilômetros das fronteiras com a Rússia e Belarus devem ser deslocadas rapidamente em caso de ameaça.

Segundo orientações do governo, a população deve buscar manter suprimentos para alguns dias e preparar uma bolsa de emergência com documentos essenciais, como certidões de nascimento, casamento e comprovantes de propriedade.

Trump e Putin se reúnem no Alasca em nova tentativa de cessar-fogo na Ucrânia

Numa tentativa direta de pôr fim à guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu declarações a bordo do Air Force One antes de se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Anchorage, Alasca, nesta sexta-feira (15). Ele afirmou que “não ficaria feliz se Putin não aceitasse o cessar-fogo” e expressou o desejo de que “a matança parasse”, evidenciando sua postura de pressionar por uma solução imediata para o conflito.

Um encontro crucial

O encontro entre Trump e Putin ocorreu na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, com o presidente russo recebido com tapete vermelho e ao som de aplausos. O objetivo claro da reunião entre os presidentes foi abrir caminho para um cessar-fogo, ainda que modelado como uma “sessão de escuta” com fortes sensibilidades diplomáticas. O presidente americano também sinalizou interesse em se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reforçando seu papel como mediador no conflito que já dura três anos.


Trump e Putin em reunião no Alasca sobre guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Contexto e tentativas anteriores de negociação

Esta não foi a primeira iniciativa de Trump para mediar o conflito: em fevereiro de 2025, ele manteve uma chamada considerada “profunda e produtiva” com Putin, acordando que suas equipes começariam negociações imediatamente, embora preocupações sobre excluir Kiev tenham sido levantadas por líderes europeus e pelo próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Em março, avançou-se na proposta norte-americana de cessar-fogo de 30 dias, permitindo a retomada de ajuda e inteligência dos EUA a Kiev, mas Putin impôs condições duras, dificultando um acordo efetivo.

Situação atual da guerra

Enquanto isso, no campo de batalha, as forças russas continuavam ganhando terreno, especialmente no leste da Ucrânia, com avanços em locais como Dobropillia, embora os ucranianos conseguissem estabilizar certas frentes e realizar trocas de prisioneiros. Zelenskyy insiste que Kiev não pode ser excluída das negociações e alerta que soluções que desconsiderem a Ucrânia são “mortas”.

Embora o encontro em solo americano represente um passo significativo — e talvez necessário — na diplomacia para encerrar a guerra, os sinais permanecem mistos. Sem a inclusão efetiva de Kiev e com continuados avanços russos, o futuro das negociações ainda é incerto. A declaração de Trump no Air Force One deixa claro que os olhos do mundo estão voltados para esse esforço de paz, mas a estabilidade desse processo dependerá de esforços concretos e participação plena da Ucrânia.

Zelensky espera retomada da troca de prisioneiros, enquanto Rússia acusa Ucrânia de atrasos

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em um vídeo neste domingo (8), que espera que a troca de prisioneiros com a Rússia continue. A troca tinha parado devido a acusações de ataques dos dois lados.

Falas do presidente ucraniano

“Conversei hoje e ontem com o ministro da Defesa Umerov, com o chefe da HUR Budanov, com o chefe do SBU Maliuk, e a Ucrânia continua a fazer tudo o que for possível para que a libertação de nossos prisioneiros de guerra e a repatriação dos corpos dos nossos soldados caídos ocorram”, afirmou o presidente ucraniano.

Zelensky disse que as listas completas da Rússia, acordadas em Istambul, ainda não foram entregues à Ucrânia. Segundo ele, o lado russo, como de costume, está tentando fazer jogos políticos e espalhar desinformação, mesmo em questões tão sensíveis como essa.

O líder da Ucrânia afirmou que acredita na continuidade das trocas de prisioneiros e pediu que a população fique atenta aos alertas de ataques aéreos nos próximos dias, reforçando a importância de se manterem em segurança.


Matéria sobre a Turquia organizar encontro com líderes da Rússia e Ucrânia (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)

Rússia diz que troca está parada

O assessor do governo russo, Vladimir Medinsky, disse que a Ucrânia adiou de surpresa a troca de prisioneiros e a devolução dos corpos dos soldados mortos, sem dizer por quanto tempo. A Ucrânia, por sua vez, pediu que a Rússia volte a agir de forma séria.

O Ministério da Defesa da Rússia explicou que espera que as autoridades ucranianas logo tomem as decisões necessárias para a troca de prisioneiros e a devolução dos corpos dos soldados mortos.

O ministério disse que, até agora, Kiev não autorizou as ações humanitárias. Os representantes da Ucrânia não foram ao local da reunião, e o motivo do atraso ainda é desconhecido.

Ucrânia e Rússia se encontraram em Istambul na segunda-feira (2), para a segunda rodada de negociações de paz. Na reunião, decidiram trocar mais prisioneiros, dando prioridade aos mais jovens e feridos graves, e devolver os corpos dos soldados mortos.

Trump sobre Putin: “Não sei se ele realmente quer paz”

Nesta quarta-feira (28), Donald Trump expressou decepção com os bombardeios russos na Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos também afirmou que Vladimir Putin pode estar retardando propositalmente as negociações de cessar-fogo.

Em conversa com jornalistas na Casa Branca, ele disse que deu ao presidente russo duas semanas para chegar a uma decisão. “Em cerca de duas semanas, saberemos se ele está nos enrolando ou não e, se estiver, mudamos o tom da negociação”, declarou o presidente americano.

“EUA agirá de forma diferente” diz Trump

Ainda na coletiva de imprensa, Trump disse que vai tentar entender se há interesse real nas negociações, por parte de Vladimir Putin. “Se não houver acordo, se ele [Putin] permanecer indeciso, minha resposta será diferente. Não sei se ele realmente quer paz”, completou o republicano.

Além disso, o presidente dos EUA expressou profunda decepção com os acontecimentos de algumas noites atrás, quando pessoas morreram durante o que deveria ser uma negociação. Recentemente, através da rede social GETTR, ele já havia dito que o líder russo estaria “brincando com fogo“.


Trump alerta Putin sobre negociações de paz (Foto: reprodução/X/@SamPancher)

Trump e Putin discutem possível tratado de paz

No dia 19 de maio, Putin conversou por telefone com Trump e sugeriu uma colaboração para definir um tratado de paz entre Rússia e Ucrânia, além de estabelecer condições para um possível cessar-fogo.

Poucos dias antes, em 16 de maio, representantes dos dois países se reuniram em Istambul, na Turquia, marcando a primeira conversa direta em três anos. O encontro resultou em um acordo para a troca de prisioneiros, com mil detidos sendo liberados de cada lado.

Embora esse avanço tenha sido concretizado, a guerra entre os dois países se agravou nos últimos dias. As forças russas intensificaram bombardeios em Kiev e em outras cidades ucranianas, levando a uma resposta com drones e reforçando os apelos de Zelensky e dos líderes europeus por sanções mais rígidas contra Moscou.

Condições de Putin para cessar-fogo

Em contrapartida, o presidente russo exige que líderes ocidentais assumam, por escrito, o compromisso de interromper a expansão da OTAN para o leste da Europa. Além disso, a Rússia busca garantir a neutralidade da Ucrânia, obter o fim de algumas sanções e resolver o impasse dos ativos russos congelados no Ocidente.

Portanto, para aceitar o cessar-fogo, Putin quer o controle total das quatro regiões ucranianas que a Rússia reivindicou — Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia. Caso suas condições não sejam aceitas, ele pretende demonstrar força militar para pressionar a Ucrânia e os países europeus a aceitarem um acordo sob seus termos.

Alemanha impõe prazo à Rússia: cessar-fogo ou sanções severas

Chefes de estados de países da Europa, liderados pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, estiveram no último sábado (10) na Ucrânia, buscando um acordo de paz. Juntos e na presença do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, demonstraram apoio absoluto ao país e anunciaram que vão pressionar a Rússia por um “cessar-fogo completo e incondicional de 30 dias”.

Emmanuel Macron, presidente da França, Keir Starmer, premiê do Reino Unido, e Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, visitam juntos Kiev pela primeira vez. O país está em guerra desde fevereiro de 2022, após a invasão russa.

Merz tem apoio dos EUA

Dessa forma, com o apoio dos Estados Unidos, os líderes europeus pressionam o presidente russo Vladimir Putin a aceitar um cessar-fogo. O objetivo de Merz é abrir espaço para negociações que viabilizem uma paz justa e duradoura. Afinal, eles acreditam que é essencial pôr fim à invasão russa e garantir que a Ucrânia prospere como uma nação segura e soberana dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.

Entretanto, a guerra na Ucrânia já ultrapassa 1.170 dias. Estima-se que mais de 700 mil soldados russos tenham sido mortos ou feridos, enquanto as baixas ucranianas ultrapassam 400 mil militares. Além das vidas perdidas, os prejuízos econômicos são imensos, com a reconstrução do país podendo ultrapassar 500 bilhões de dólares.


Chanceler alemão Friedrich Merz defende sanções severas, caso a Rússia não aceite cessar-fogo (Reprodução/X/@bundeskanzler)

Alemanha defende sanções severas

O chanceler alemão defende o endurecimento das sanções contra a Rússia caso Putin rejeite o cessar-fogo. Entre os pontos defendidos por Friedrich Merz, estão: o congelamento de ativos russos no exterior, restrições ao setor energético, incluindo limitações na exportação de petróleo e gás, reduzindo a receita russa, além do aumento da ajuda militar à Ucrânia, com um pacote de 3 bilhões de euros para fortalecer as forças ucranianas.

Em contrapartida, Emmanuel Macron busca estabelecer um canal de diálogo direto entre Moscou e Kiev para viabilizar a trégua de 30 dias proposta por europeus, americanos e ucranianos.

Rússia rebate declarações de Merz

Por enquanto, ao responder às declarações do chanceler alemão Friedrich Merz, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou o impacto das sanções impostas pelo ocidente. Peskov alegou que a Rússia já aprendeu a driblar as restrições e reduzir seus efeitos.

Por fim, o porta-voz afirmou que, para a Rússia aceitar uma trégua de 30 dias na guerra com a Ucrânia, é essencial interromper imediatamente o fornecimento de armas para Kiev. Segundo ele, o governo ucraniano não demonstra disposição para negociações e não seria Vladimir Putin o responsável por dificultar um acordo.

Rússia multa Google em valor maior do que toda a riqueza do planeta

Um tribunal russo aplicou uma multa astronômica de US$ 20 decilhões ao Google, um valor estimado em cerca de 23 milhões de vezes maior que todo o dinheiro existente no mundo. A punição foi decretada após o banimento de canais ultranacionalistas em 2020, e ela reflete as tensões entre o governo russo e a gigante da tecnologia ocidental, especialmente após o início da Guerra na Ucrânia, quando a Rússia aumentou as sanções e restrições a empresas estrangeiras que considera hostis e que mantêm conteúdo crítico ao Kremlin ou em apoio à Ucrânia.

Sobre a multa colossal

O valor extraordinário da multa, que tem 32 zeros ao lado do “2,5”, é considerado impagável. Especialistas em economia e direito internacional apontam que não há recursos financeiros no mundo que se aproximem desse valor. Especialistas em direito internacional sugerem que o valor da multa foi definido como uma mensagem simbólica de poder. “É praticamente impossível que o Google pague algo tão absurdo” comentou Leandro Alvarenga, advogado e consultor de segurança digital. Segundo ele, a multa exorbitante serve mais como uma forma de retaliação, enquanto a falta de acordos internacionais entre a Rússia e o Ocidente dificultam a cobrança dessa dívida fora do território russo.

A dívida acumulada levou a filial da Google na Rússia á decretar falência em 2022, afirmando que os ativos locais não seriam suficientes para cobrir o valor devido, estimado em cerca de 19 bilhões de rublos. Com isso, as empresas russas tentaram buscar o pagamento em outros países, como Espanha, Turquia, África do Sul e Hungria, onde a Google também atua. Em resposta, a Google também iniciou processos nos Estados Unidos e no Reino Unido para proteger-se das cobranças.

Tensão entre Rússia e Ocidente após a guerra na Ucrânia

Desde o início da Guerra na Ucrânia em 2022, a Rússia comandada por Vladimir Putin, aumentou as multas e sanções a empresas estrangeiras, especialmente aquelas envolvidas em redes sociais e plataformas de conteúdo. A medida buscava forçar o cumprimento das exigências russas de censura e controle de informações, o que é visto como um esforço para silenciar qualquer apoio público à Ucrânia.


As tensões entre o governo Russo de Vladimir Putin e as Big Techs americanas aumentaram após a Guerra da Ucrânia (Foto:reprodução/Mikhail Metzel/Getty Images Embed)


A Google, que também é dona do YouTube, foi o principal alvo dessas punições e decisões judiciais na Rússia após manter fora do ar canais estatais e ultranacionalistas. Em 2020, o canal Tsargrad foi banido da plataforma como resposta a essas sanções internacionais, marcando o início de uma série de penalidades da Rússia contra a empresa. O valor da multa foi ajustado inúmeras vezes ao longo dos anos, dobrando semanalmente como punição por não atender à exigência de restabelecer o acesso dos canais.

Além de Tsargrad, outras redes estatais, como Sputnik, NTV e Russia 24, também foram bloqueadas. O YouTube justificou o bloqueio citando “violações de legislação sobre sanções e regras comerciais.” No entanto, o governo russo alega perseguição e exige compensação financeira, ainda que o valor seja considerado irreal. A multa estratosférica também levanta dúvidas sobre a funcionalidade de multas internacionais e o uso de multas financeiras como uma arma nas disputas geopolíticas.

Hospital pediátrico em Kiev é atacado por bombardeio russo

A Rússia voltou a atacar Kiev nesta segunda-feira (8), com um lançamento de mísseis acusado como o pior desde o início da guerra. O ataque causou a morte de mais de 30 pessoas e atingiu parte do maior hospital pediátrico da cidade, o Ohmatdyt, segundo as autoridades locais. As imagens divulgadas demonstram uma das faixadas completamente caídas e as autoridades relataram que crianças fazem parte da lista de mortos. 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que existem pessoas ainda presas sob os escombros do prédio. “Há pessoas sob os escombros e ainda não sabemos o número exato de vítimas. No momento, todos estão ajudando a retirar os escombros, tanto médicos como os cidadãos comuns“, relatou o presidente.


Hospital pediátrico Ohmatdyt de Kiev após bombardeio (Foto: reprodução/Reuters/Gleb Garanich)

Ataque à Kiev

O prefeito de Kiev apontou que este foi um dos piores ataques à cidade desde o início da guerra, há mais de dois anos. A Rússia disparou mais de 40 mísseis contra a capital, segundo o prefeito. 

Outras cidades também foram alvejadas, do centro e do leste do país, como Dnipro, Sloviansk, Kramatorsk e Kryvyi Rih. Os mísseis atingiram também três subestações de energia elétrica da cidade, informou a DTEK, operadora local. 

Ainda nesta manhã, a Rússia se pronunciou negando ter atingido alvos civis. O Ministério da Defesa russo ressaltou ter atacado apenas bases aéreas militares em território ucraniano. 

Resultado das outras cidades atingidas

A cidade-natal de Zelensky, a Kryvyi Rih, no centro do país, foi vítima do bombardeio que resultou em dez mortos. Outras 30 pessoas ficaram feridas, conforme o prefeito local. Em Dnipro, um arranha-céu e uma empresa foram danificados, afirmou Sergei Lysak, governador de Dnipropetrovsk.

A região de Donetsk, no leste da Ucrânia, onde as forças russas avançaram nas últimas semanas, cerca de três pessoas foram mortas na cidade de Pokrovsk, uma cidade que antes da guerra havia quase 60 mil habitantes. 

Zelensky irá para Washington nesta semana, nos EUA, para participar de uma cúpula da Otan. Ele insiste para que aliados enviem mais sistemas de defesa antiaérea à Ucrânia, a fim de melhorar a situação do país que está sendo devastado por mais de dois anos de guerra. 

“A Rússia não pode afirmar que ignora por onde voam os seus mísseis e deve prestar contas por todos os seus crimes“, enfatizou o presidente da Ucrânia nas redes sociais.

Líder de Belarus afirma que seu exército não participou de ataque à Ucrânia

O presidente Alexander Lukashenko, líder desde 1944 de Belarus é o principal aliado do presidente Russo Vladimir Putin. O mesmo informou a agência de notícias estatal Belta, que Belarus não permitirá quaisquer confrontos na fronteira com a Ucrânia. 

Garanto que não permitiremos nenhum conflito na fronteira com a Ucrânia. Nunca haverá nenhum.”, disse o Presidente de Belarus na coletiva. 

 Alexander Lukashenko

Na semana passada, a Rússia lançou uma grande ofensiva militar, com grandes bombardeios aéreos e disparos de mísseis contra as principais cidades ucranianas. Algumas horas mais tarde, tropas russas, apoiadas por tanques, iniciaram uma invasão terrestre à Ucrânia.

Nessa mesma semana, a Belarus anunciou que destacou forças de defesa aérea adicionais para sua fronteira com a Ucrânia para proteger suas “instalações de infraestruturas críticas” devido ao aumento da atividade de drones ucranianos na área.

O líder autocrata ainda negou que militares de seu país estejam participando da guerra iniciada pela Rússia.


Alexander Lukashenko e Vladimir Putin (Foto Destaque: Getty Images Embed)

Moscou movimenta em sua ofensiva terrestre os milhares de soldados russos que posicionou no sul de Belarus, há várias semanas, para a realização de manobras militares conjuntas. A capital ucraniana, Kiev, fica a apenas 150 quilômetros da fronteira bielorrussa.

De acordo com que diz Lukashenko, o presidente russo, Vladimir Putin, telefonou a ele para fazer “um briefing muito detalhado da situação”. “Por volta das 5h de hoje (23h de quarta-feira em Brasília), ocorreu uma conversa telefônica” entre os dois líderes, informou a presidência bielorrussa em um comunicado. O documento reitera que Putin informou Lukashenko sobre “a situação na fronteira com a Ucrânia”, ou seja, referindo-se a regiões separatistas no leste da Ucrânia.

Bielorrússia e a Ucrânia

Os serviços de fronteira da Bielorrússia asseguraram que ainda tinham encontrado material para a fabricação de bombas caseiras na mesma zona, acusando um grupo de russos Pró-Ucrânia de estar preparando operações naquela região. Mas, as acusações agora subiram ainda mais o tom e, alegam que a Ucrânia estaria mesmo  mobilizando soldados para a zona fronteiriça, falando em “sabotagem” e “atos terroristas” por parte dos ucranianos.

Já o Governo da Ucrânia anunciou que se trata apenas de uma ‘operação de informação’ feita pela Bielorrússia com o apoio de Moscou.

Não é a primeira vez que a Bielorrússia disponibiliza dados sobre ameaças e apoio ucraniano. Essa é mais uma etapa da operação de informação conduzida pela Bielorrússia com a ajuda da Rússia. Entretanto, a situação no local permanece perigosa e é necessário um número significativo de soldados ucranianos na fronteira.

Andriy Demchenko

indicou Andriy Demchenko, porta-voz da guarda fronteiriça ucraniana.

Zelensky critica governo Lula por posicionamento sobre a guerra da Ucrânia

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou em uma coletiva de imprensa com jornalistas latino-americanos, que Lula prioriza a relação com a Rússia, que de acordo com Zelensky, é um país agressor. 

De acordo com o Jornal O Globo, o presidente da Ucrânia criticou o posicionamento do governo atual em relação ao combate entre a Rússia e a Ucrânia, que já perdura há dois anos. 

Ainda de acordo com o Jornal O Globo, Volodymyr Zelensky reitera que entende que o governo brasileiro esteja ao lado da Ucrânia neste embate, porém afirma que parcerias econômicas não podem se sobressair às violências. Zelensky ainda pediu para que Lula dê um ultimato a Vladimir Putin, presidente da Rússia.

“A economia é importante até que chega uma guerra, e quando a guerra chega os valores mudam. Pesam mais as crianças, a família, a vida, só depois está o comércio com a Federação Russa”, afirma Zelensky.  Até o momento, o Palácio do Planalto não se manifestou sobre as questões apresentadas pelo presidente da Ucrânia. 

Posicionamento da Ucrânia e crítica ao governo Lula

De acordo com O Globo, os funcionários e diplomatas ucranianos acreditam que o governo brasileiro tem seu apoio à Rússia, assim como a China. Eles também acreditam que Lula não comparecerá à reunião para discussão sobre a guerra na Ucrânia, que acontecerá na Suíça em junho deste ano. 

Zelensky ainda questionou o posicionamento do Brasil em relação à reunião, já que o governo brasileiro afirmou que estariam dispostos a participar da reunião se a Rússia também fosse. “A última sinalização é de que Brasil e China estariam dispostos a participar se a Rússia participar. Mas a Rússia nos atacou. Por acaso o Brasil está mais próximo da Rússia do que da Ucrânia? A Rússia é hoje um país terrorista”.

De acordo com a Globonews, fontes da área internacional do governo afirmaram que reuniões como essa que acontecerá na Suíça, não costumam trazer grandes resultados para este tipo de embate, já que o outro país participante da guerra, neste caso a Rússia, não participará da discussão. Os representantes do governo brasileiro participaram de pelo menos cinco reuniões presenciais e virtuais para discutir assuntos relacionados à guerra da Ucrânia. 

Os representantes do governo Lula entendem que a Ucrânia está tentando conseguir mais aliados, mas reiteram que é necessário ouvir todos os lados deste embate. 

Embate entre Lula e Zelensky 

Desde 2023, o governo Lula tem tentado mediar a situação entre a Rússia e a  Ucrânia, sem qualquer sucesso para o fim da guerra. 

O presidente Lula afirmou que, durante sua viagem aos Emirados Árabes e à China, observou que a Ucrânia tinha sua responsabilidade na guerra e que a União Europeia e os Estados Unidos contribuíram para o armamento.


Presidente Lula e presidente Zelensky em Nova York para discussão sobre a guerra da Ucrânia (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert)

Após ser criticado internacionalmente, o presidente brasileiro amenizou seu discurso, afirmando que não igualou Rússia e Ucrânia e trouxe destaque para a integridade ucraniana. 

Em setembro de 2023, Lula e Zelensky se encontraram em Nova York e em outubro, o presidente do Brasil se encontrou com Vladimir Putin. Celso Amorim, chefe da assessoria especial de Lula, compareceu à Rússia e à Ucrânia para discutir o conflito entre ambos os países. 

Guerra na Ucrânia: Rússia não vê sentido em negociações de paz na Suíça

Em processo de luta pela libertação do território ucraniano do conflito armado, em parte comandado pela Rússia, negociações de paz na Suíça estão marcadas para ao mês de junho com a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Entretanto, pela visão da Rússia, tais negociações são sem sentido, especialmente com a falta da participação de Moscou. 

Quadro diplomático atual

Em declarações nesta última quinta-feira (02), o governo russo afirmou não ver sentido no encontro para discussões sobre o conflito na Ucrânia em conferência planejada pela Suíça. Em contrapartida, o governo suíço replicou que nesta fase a Rússia não está entre os países abordados, ressaltando em acréscimo declarações russas anteriormente afirmando a falta de interesse nesse tipo de negociação.  

O anúncio sobre a cúpula para a discussão do conflito foi confirmada em janeiro, pela Suíça, a pedido do presidente do país europeu em conflito. O evento acontecerá entre os dias 15 e 16 de junho, próximo a cidade suíça de Lucerna.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, salientou a incerteza da iniciativa que demonstra-se não confiável, fazendo com que a Suíça voltasse a declarar que um processo de paz com a participação do país euro asiático ainda não é possível. 

Não entendemos que tipo de marco é esta conferência de paz. De que tipo de conferência podemos falar, que tipo de conferência séria com sérias expectativas de algum tipo de resultado, sem a participação da Rússia? […] Isso é completamente impossível e está claro que se trata de algum tipo de iniciativa que não tem foco em resultados”, afirmou Peskov. 

Zelensky também comentou sobre a insistência das declarações, ressaltando o envio de convites e a razão principal para o encontro entre os países: “praticamente a primeira oportunidade real para começar a restaurar uma paz justa”, comentou o presidente. Ele acrescentou as possíveis tentativas do presidente russo, Vladimir Putin, de atrapalhar os esforços da cúpula: “com manipulação e com a força dos ataques de seus terroristas”. 


O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky  (Foto: reprodução/ Presidência da Ucrânia /AFP)

Olhar da Ucrânia

Em entrevista à revista Foreign Policy, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, evidenciou: “Sabemos que não faz sentido ter a Rússia à mesa [de negociações] se não for possível garantir que eles ajam de boa-fé”. O ministro ainda complementou dizendo que pressionar a Rússia e reunir países que compartilham dos mesmos princípios deveria ajudar no diálogo com Moscou. 

As autoridades russas argumentaram falta de credibilidade pela Suíça devido adoção de sanções da União Europeia pelo país contra Moscou, fazendo assim uma imagem negativa de confiança como intermediário neutro. Por outro lado, o governo suíço destacou que as conversas serão baseadas na fórmula de paz apresentada por Zelensky, recorrendo à retirada de tropas e responsabilização do país em questão por suas ações com base no direito internacional.

“O objetivo global da reunião é inspirar um futuro processo de paz”, reforçou o governo suíço. 

As delegações convidadas para a conferência incluem membros do G7, G20, Brics, União Europeia, organizações internacionais e dois representantes religiosos, de acordo com a Suíça.