Herança sombria: porão da Suprema Corte argentina revela acervo de propaganda nazista

Mais de 83 caixas com material nazistas foram redescobertas pela Suprema Corte argentina ontem (11), após oitenta e quatro anos guardada, funcionários do local encontraram as caixas enquanto separavam materiais para o museu da Suprema Corte.

Autoridades investigam como o acervo chegou ao local

Neste período de 1941, a Argentina ficava em neutralidade na Segunda Guerra, por isso as autoridades ficaram surpresas com o grande volume de materiais enviados ao país, visto que isso poderia comprometer o seu posicionamento diante das circunstâncias da época.

Os representantes alemães alegaram que as caixas não passavam de artigos pessoais, as autoridades alfandegárias inspecionaram cinco caixas aleatórias e nelas encontram cartões-postais, fotografias e material de propaganda do regime nazista e uma grande quantidade de cadernos usados pelo partido. Um juiz federal confiscou os materiais e enviou direto para a Suprema Corte.

Ainda não está claro o motivo que levou um país neutro a receber centenas de itens nazistas e se a Suprema Corte tomou alguma medida na época.

O Museu Do Holocausto de Buenos Aires foi convidado para participar da preservação e do inventário do arquivo. As caixas foram enviadas para uma sala de segurança reforçada onde essas pesquisas acontecerão.


Discurso nazista (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Hulton Archive)


A pressão externa e declaração de guerra

Em 1944 a Argentina rompe as relações diplomáticas com o Eixo e quase no fim da guerra ela declarou guerra à Alemanha e Japão. Isso se deve a alguns fatores como a pressão dos Estados Unidos e a chance de ser um dos membros fundadores da ONU, ser membro fundador só seria possível se o país declarasse guerra ao Eixo.

No período de pré e pós-Segunda Guerra (1933-1954), segundo o Museu do Holocausto, mais de 40 mil judeus entraram na argentina fugindo das perseguições na Europa. É a maior população judaica da América Latina.

Pedido de Impeachment de Lula chega a 113 assinaturas entre deputados federais

O pedido de impeachment do atual Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegou a 113 assinaturas na última terça-feira (20). O pedido deverá começar ser protocolado na Câmara dos Deputados em breve.


Luiz Inácio Lula da Silva em Adis-Abeba, na Etiópia (Foto: reprodução/Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/O Antagonista)


Motivo do pedido de Impeachment 

Após fala de Lula durante uma conferência internacional,  comparando ocorridos entre Israel na faixa de Gaza com o Holocausto do período da Segunda Guerra Mundial, foi realizado um pedido por mudanças. Segundo parlamentares que protocolaram o pedido, o ato é um crime de responsabilidade. Também é citado pelos mesmos o  artigo 5 da constituição federal. Alguns dos nomes que constam em lista  fazem parte  de partidos da oposição, como PL, do PP, do Republicanos, do União Brasil e do PSD.

Lista dos assinantes 

  •  Nomes dos assinantes do pedido de Impeachment do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva :
  • Carla Zambelli (PL-SP);
  • Julia Zanatta (PL-SC);
  • Delegado Caveira (PL-PA);
  • Mario Frias (PL-SP);
  • Meira (PL-PE);
  • Maurício Marcon (PODE-RS);
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP);
  • Sgt Fahur (PSD-PR);
  • Delegado Fabio Costa (PP-AL);
  • Carlos Jordy (PL-RJ);
  • Gustavo Gayer (PL-GO);
  • Sgt Gonçalves (PL-RN);
  • Kim Kataguiri (UNIAO-SP);
  • Bia Kicis (PL-DF);
  • General Girão (PL-RN);
  • Luiz Philippe (PL-SP);
  • Nikolas Ferreira (PL-MG);
  • Alfredo Gaspar (UNIAO-AL);
  • Rosangela Moro (UNIAO-SP);
  • Gilvan da Federal (PL-ES);
  • Carol de Toni (PL-SC);
  • Amália Barros (PL-MT);
  • Domingos Sávio (PL-MG);
  • Ramagem (PL-RJ);
  • Nicoletti (UNIAO-RR);
  • Messias Donato (REPUBLICANOS-ES);
  • André Fernandes (PL-CE);
  • Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG);
  • Eros Biondini (PL-MG);
  • Junio Amaral (PL-MG);
  • Coronel Telhada (PP-SP);
  • Marcel Van Hattem (NOVO-RS);
  • José Medeiros (PL-MT);
  • Zucco (PL-RS);
  • Daniel Freitas (PL-SC);
  • Zé Trovão (PL-SC);
  • Daniela Reinehr (PL-SC);
  • Capitão Alden (PL-BA);
  • Filipe Martins (PL-TO);
  • Bibo Nunes (PL-RS);
  • Adriana Ventura (NOVO-SP);
  • Gilberto  Silva (PL-PB);
  • Cel Chrisóstomo (PL-RO);
  • Sanderson (PL-RS);
  • Giovani Cherini (PL-RS);
  • Filipe Barros (PL-PR);
  • Cristiane Lopes (UNIAO-RO);
  • Capitão Augusto (PL-SP);
  • Gilson Marques (NOVO-SC);
  • Coronel Fernanda (PL-MT);
  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
  • Any Ortiz (CIDADANIA-RS);
  • Marco Feliciano (PL-SP);
  • Adilson Barroso (PL-SP);
  • Chris Tonietto (PL-RJ);
  • Silvio Antonio (PL-MA);
  • Ricardo Salles (PL-SP);
  • Silvia (PL-AP);
  • Abilio(PL-AP);
  • Marcio Alvino (PL- SP);
  • Jefferson Campos (PL- SP);
  • Rodrigo Valadares (União-SE);
  • Marcelo Moraes (PL-RS);
  • Delegado Éder Mauro (PL-PA);
  • Rodolfo Nogueira (PL-MS);
  • Dr. Frederico (PRD-MG);
  • Clarissa Tercio (PP-PE);
  • Evair Vieira de Melo (PP-ES);
  • Eli Borges (PL-TO);
  • Coronel Assis (União- MT);
  • Luiz Lima (PL-RJ);
  • Coronel Ulysses (União-AC);
  • Dr. Jaziel (PL-CE);
  • Capitão Alberto Neto (PL-AM);
  • Mariana Carvalho (Republicanos – RO);
  • Roberto Duarte (Republicanos – AC);
  • Marcos Pollon (PL-MS);
  • Magda Mofatto (PRD-GO);
  • Dayany Bittencourt (União-CE);
  • ;Maurício Souza (PL-MG);
  • Fernando Rodolfo (PL-PE);
  • Roberta Roma (PL – BA);
  • Alberto Fraga (PL –DF);
  • Reinhold Stephanes Jr (PSD – PR);
  • Lincoln Portela (PL – MG);
  • Miguel Lombardi (PL – SP);
  • Dr. Zacharias Calil (UNIÃO – GO);
  • Professor Alcides (PL-GO);
  • Rosana Valle (PL –SP);
  • Hélio Lopes (PL – RJ);
  • Pedro Lupion (PP –PR);
  • Pastor Eurico (PL-PE);
  • Delegado Palumbo (MDB -SP);
  • Zé Vitor (PL-MG)
  • Lucas Redecker (PSDB-RS);
  • Dr. Fernando Maximo (União-RO);
  • Thiago Flores (MDB-RO);
  • Dr Luiz Ovando (PP-MS);
  • Roberto Monteiro (PL-RJ);
  • General Pazuello (PL-RJ);
  • Luciano Galego (PL-MA);
  • Afonso Hamm (PP-RS);
  • Osmar Terra (MDB-RS);
  • Covatti Filho (PP-RS);
  • Pedro Westphalen (PP-RS);
  • Geovania de Sá (PSDB-SC);
  • Nelsinho Padovani (União-PR);
  • André Ferreira (PL-PE);
  • Gerlen Diniz (PP-AC);
  • Ana Paula Leão (PP-AC);
  • Dilceu Sperafico (PP-PR);
  • Vermelho Maria (PL-PR);
  • Franciane Bayer (Republicanos-RS).

Após 14 anos da visita de Lula ao Oriente Médio, ele carrega o título de “persona non grata”

No marco de ser o primeiro chefe de Estado do Brasil a visitar Israel, Lula se encontra atualmente em uma situação bem distinta da anterior, quando visitou o país em 2010, no seu segundo mandato. Considerado “persona non grata” pelo governo de Israel, Luis Inácio Lula da Silva (PT), visitou o país há 14 anos e foi recebido por Benjamin Netanyahu, que agora lidera fortes críticas ao atual presidente do Brasil após sua comparação entre o bombardeio em gaza – pelo governo israelense – e a perseguição e extermínio em massa do povo judeu por Hitler, durante a Alemanha nazista. 

14 anos atrás 

Há 14 anos, quando Lula visitou o país do oriente médio, já existia incompatibilidade de opiniões entre ele e Netanyahu em função do governo brasileiro ter se posicionado contra a adoção de sanções ao Irã pelo programa nuclear de Teerã. Na época, encontrou o clima de tensão no ar pela insistência de Benjamin Netanyahu em ampliar os assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, aborrecendo os palestinos e atritando os laços com a Casa Branca, liderada por Barack Obama, então presidente dos Estados Unidos, que era contra as construções. 


Luis Inácio Lula da Silva e Benjamin Netanyahu, em 2010 (reprodução/Governo de Israel/O Globo)

Lula também criticava o posicionamento adotado pelos iranianos, que negavam o holocausto e eram contra a existência de Israel, mas deixava claro seu bom relacionamento com Mahmoud Ahmadinejad, na época presidente do Irã.

Mesmo em meio a críticas por sua proximidade com Teerã, Lula foi bem recebido pelo governo de Netanyahu, que deu declarações a respeito da aproximação entre Lula e Ahmadinejad: “Todos adoram o Brasil, e os israelenses não são diferentes. A aproximação dele com Ahmadinejad é conhecida, mas poucos dão importância. A imagem de Lula supera esse detalhe”, comentou o porta-voz israelense Yigal Palmor. “O Brasil é e será sempre amigo de Israel”, completou o ministro de Segurança Pública, Yitzhak Aharonovitch.

O petista ainda participou de uma sessão em homenagem ao parlamento israelense, entretanto, foi boicotado pelo, na época, ministro das Relações Exteriores Avigdor Lieberman, que não compareceu à cerimônia em um ato de protesto pela proximidade de Lula com o governo iraniano. Netanyahu, diferente de Lieberman, discursou ao lado do chefe de Estado do Brasil e cobrou apoio quanto a Teerã, pedindo apoio à junta internacional contra o armamentismo do Irã. “Eles adoram a morte e o terror, vocês adoram a vida”, declarou. 

Mesmo mantendo sua posição, Lula prometeu que pressionaria o líder iraniano a reconhecer o Holocausto e aceitar a existência de Israel. O presidente do Brasil ainda afirmou ter “um vírus da paz desde que estava no útero” de sua mãe. 

Persona non grata

Com a visita de Lula a África, o presidente do Brasil exprimiu declarações que irritaram o governo israelense ao comparar o bombardeio em gaza ao Holocausto, genocídio do povo judeu por Adolf Hitler. Em uma tentativa de increpar Luis Inácio Lula da Silva, Netanyahu convocou o atual embaixador brasileiro, Frederico Meyer, para um reunião no Museu do Holocausto, um dos pontos de visita do presidente do Brasil há 14 anos. Lula foi considerado persona non grata do Oriente Médio, termo usado para manifestar a contrariedade quanto à presença de uma determinada pessoa em função diplomática ou que seja líder de outro Estado, no país. 

Em 2010, Lula ao lado de dona Marisa Letícia (1950-2017), na época esposa do presidente. O petista depositou flores nos túmulos símbolos dos seus milhões de judeus vítimas do regime nazista. Lula ainda alimentou a chama eterna, uma tocha que sempre é mantida acesa para lembrar as vítimas do Holocausto. Luis Inácio afirmou que considerava o Holocausto e a escravidão os dois maiores crimes da história e estimulou que todos os líderes mundiais visitassem o museu para evitar que a história se repetisse.