Cientistas pedem supervisão global para evitar riscos da inteligência artificial

Em uma declaração conjunta feita em 16 de setembro de 2024, cientistas pioneiros da inteligência artificial alertaram sobre os riscos catastróficos que a tecnologia pode trazer no futuro. Eles defendem criar um sistema global de supervisão para garantir que a IA não ultrapasse o controle humano e que seus possíveis impactos negativos sejam contidos.


A evolução acelerada da IA levanta questões sobre o controle humano (Foto: reprodução/cottonbro studio/Pexels)

Segundo os especialistas, que lideram o campo, pedem por uma regulamentação global, para assegurar que a IA permaneça sob controle humano, sendo usada de maneira segura e a favor do bem-estar coletivo.

Urgência de uma regulamentação global

Em uma reunião em Veneza, cientistas responsáveis por avanços no campo da inteligência artificial lançaram um alerta sério. Com a velocidade com que a tecnologia está progredindo, há uma preocupação crescente de que os sistemas de IA possam, em breve, ultrapassar o controle humano. Segundo esses especialistas, sem uma supervisão global e mecanismos claros para lidar com riscos iminentes, os perigos podem ser catastróficos.

A inteligência artificial já está profundamente enraizada em nossas vidas — de assistentes virtuais a automóveis autônomos, a IA está em praticamente tudo. No entanto, sua evolução rápida trouxe a tona questões éticas e de segurança. “Quem vai intervir se, em alguns meses, sistemas começarem a se autoaperfeiçoarem autonomamente?”, questiona a cientista Gillian Hadfield, uma das líderes do diálogo sobre segurança em IA.

Perda de controle e os perigos futuros


 IAs avançam rapidamente, levantando preocupações sobre segurança (Foto: reprodução/pratique.fr/Pinterest)


Entre as principais preocupações levantadas está a possibilidade de que a IA se desenvolva a ponto de perdermos o controle sobre ela. A criação de sistemas que poderiam se copiar ou enganar seus criadores foi citada como um dos maiores riscos. Nesse cenário, uma “perda de controle humano” sobre a tecnologia poderia gerar um impacto devastador. 

Os cientistas não estão pedindo uma parada no desenvolvimento da IA, mas sim a criação de um sistema de supervisão internacional. A ideia é que cada país tenha uma autoridade responsável por monitorar os sistemas de IA, e essas autoridades trabalharão juntas para identificar sinais de alerta que indiquem potenciais riscos, como a autonomia excessiva das máquinas.

Apelo global e o futuro da IA

Os líderes dessa iniciativa incluem nomes de peso como Yoshua Bengio, Andrew Yao e Geoffrey Hinton, todos vencedores do Prêmio Turing, equivalente ao Nobel da computação. Eles defendem que as conversas sobre os riscos da IA sejam feitas de maneira aberta e colaborativa, reunindo cientistas de diferentes partes do mundo. Durante a reunião em Veneza, foram discutidas propostas para alinhar governos e empresas a respeito da segurança no desenvolvimento da tecnologia.

A carta também contou com a assinatura de cientistas chineses, britânicos, canadenses e de outros países, destacando a importância de um esforço conjunto em um momento de tensões geopolíticas, especialmente entre os Estados Unidos e a China.

Fu Hongyu, diretor de governança de IA no instituto de pesquisa da Alibaba, destacou que, diferentemente de outras tecnologias, a inteligência artificial continua em rápida transformação. “Ninguém sabe como será o futuro da IA”, afirmou. Esse grau de incerteza torna a regulação ainda mais complexa e urgente, já que, sem uma coordenação internacional, os riscos podem ser difíceis de conter.

Inteligência artificial: cientistas questionam o futuro da comédia e do senso de humor

Cientistas e humoristas estão colaborando para decifrar se as inteligências artificiais poderão um dia replicar o senso de humor humano. Com o avanço dos algoritmos e a coleta de vastos dados de comédia, ambos questionam se as máquinas conseguirão fazer as pessoas rirem genuinamente.

A possibilidade da inteligência artificial (IA) ser capaz de replicar o senso de humor do ser humano é uma questão que intriga cientistas e especialistas no campo da tecnologia. Ao mesmo tempo em que as máquinas avançam em áreas como reconhecimento de padrões, processamento de linguagem natural e criação de conteúdos, o senso de humor permanece como uma das habilidades mais complexas de serem replicadas. 


Pesquisadores testam algoritmos de IA (Foto: reprodução/Linkedin/@Technopolis)

Para entender essa dificuldade é preciso reconhecer que o humor envolve mais do que apenas a criação de piadas. Ele é intrinsecamente ligado ao contexto cultural, às nuances da linguagem e à interpretação emocional. Essas camadas adicionais de complexidade fazem com que a tarefa de ensinar uma IA a ser verdadeiramente engraçada seja imensamente desafiadora.

Ciência e o uso das inteligências artificiais

Cientistas ao redor do mundo estão focados em desenvolver algoritmos que permitam às máquinas entenderem e reproduzirem o humor. Isso envolve a análise de vastos bancos de dados contendo piadas, esquetes de comédia e interações humanas que envolvem humor. Entretanto, mesmo com os avanços tecnológicos, muitos especialistas acreditam que o humor é tão subjetivo e ligado à experiência humana que as máquinas podem nunca ser capazes de replicá-lo plenamente.

Especialistas como Alison Powell e Les Carr discutem os desafios e os riscos que a inteligência artificial representa para os humoristas, incluindo a questão da originalidade e do plágio. A capacidade dos programas de IA de criar piadas que realmente façam o público rir ainda é limitada, especialmente em contextos em que a autenticidade e a vulnerabilidade do comediante são fundamentais.

Senso de humor e Chatgpt

Karen Hobbs, uma comediante britânica, desafiou a si mesma ao se apresentar com um roteiro escrito pelo ChatGPT, uma plataforma de IA. Em um show de stand-up em Londres, Hobbs tentou conectar-se com o público usando piadas geradas por IA, mas a experiência destacou as limitações da tecnologia.


Humorista Karen Hobbs (Foto: reprodução/Instagram/@karen_hobbs)

A IA, especialmente os grandes modelos de linguagem (LLMs) como o ChatGPT, processa vastas quantidades de texto para gerar respostas que, estatisticamente, parecem ser as mais apropriadas. No entanto, o humor, especialmente em situações de improviso, requer mais do que a reprodução de padrões pré-existentes, exige uma compreensão do contexto, da linguagem corporal e das nuances culturais, aspectos que a IA ainda não domina plenamente.

Meta revoluciona com aplicativos de IA avançado e Llama 3.1

Em um movimento para avançar o uso de inteligência artificial, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou que está lançando novos recursos em seus aplicativos, incluindo o avançado Llama 3.1. Apesar das melhorias, a Meta AI não estará disponível ainda no Brasil, levantando preocupações sobre as “questões regulatórias” que impedem a expansão.

Llama 3.1: a nova IA da Meta

Mark Zuckerberg, fez um anúncio impactante ao revelar que a empresa está intensificando o uso de inteligência artificial em seus aplicativos, introduzindo novos recursos que prometem revolucionar a experiência dos usuários. A atualização do modelo de IA já é superior ao ChatGPT em vários testes de desempenho.


Zuckerberg testando a nova interface da Llama 3.1 (Foto: reprodução/Instagram/@zuck)

De acordo com Zuckerberg, o Llama 3.1 representa um significativo avanço na capacidade de resposta e interação dos aplicativos da Meta. Esse novo modelo de IA é projetado para oferecer uma experiência de usuário mais fluida e intuitiva, superando as limitações anteriores.

Além disso, Zuckerberg confirmou que a Meta AI será expandida para 22 países. No entanto, o Brasil não está entre eles devido a “questões regulatórias“. Essa decisão surpreendeu muitos usuários, considerando o crescente mercado tecnológico brasileiro.

Brasil de fora dessa

Apesar do entusiasmo em torno do Llama 3.1, a expansão da Meta AI para Brasil levantou questões e preocupações. Especialistas sugerem que as regulamentações locais podem estar impedindo a implementação completa dessas novas tecnologias no país. Zuckerberg não detalhou quais seriam essas questões regulatórias, mas afirmou que a Meta está trabalhando para resolver esses obstáculos.


Mark Zuckerberg e sua imagem feita por IA (Foto: reprodução/Instagram/@zuck)

A expansão da Meta AI para os outros 22 países está prevista para ocorrer nos próximos meses, trazendo novas funcionalidades e melhorando significativamente a interatividade dos aplicativos da empresa. Enquanto isso, os usuários brasileiros terão que aguardar uma solução para as questões regulatórias que atualmente impedem a chegada dessas inovações ao país.

Profissões à prova de IA: carreiras seguras na era da automação

Com o avanço rápido da inteligência artificial (IA), muitas profissões enfrentam mudanças significativas ou até mesmo a extinção.

Mesmo com o avanço da IA, algumas tarefas são insubstituíveis (Foto: Reprodução/Geração Alpha/Correio Brasiliense)

À medida que a inteligência artificial (IA) avança, transformando indústrias e redefinindo funções no mercado de trabalho, surge uma preocupação legítima sobre o futuro de muitas profissões. A automação e a inteligência das máquinas prometem eficiência e inovação, mas também trazem o receio de substituição em diversas áreas.

Entender quais empregos permanecem menos vulneráveis à IA é crucial para quem deseja garantir a segurança e a relevância no futuro profissional. Essas profissões não apenas sobrevivem, mas prosperam em um ambiente onde a tecnologia continua a evoluir.  No entanto, algumas carreiras se mostram mais resistentes à automação devido à necessidade de habilidades exclusivamente humanas que a IA ainda não pode replicar:

1. Profissionais Técnicos Qualificados

Exemplo: Engenheiros de software, especialistas em cibersegurança, técnicos de manutenção. Motivo: Essas funções exigem uma compreensão profunda da tecnologia, habilidades analíticas avançadas e capacidade de resolução de problemas em situações únicas. A complexidade e a variabilidade dessas tarefas dificultam a automação completa.

2. Profissionais de Saúde

Exemplo: Médicos, enfermeiros, terapeutas. Motivo: A saúde envolve não apenas conhecimento técnico, mas também empatia, comunicação e tomada de decisões críticas em situações complexas e emocionalmente carregadas. A interação humana e a capacidade de avaliar nuances no comportamento do paciente são insubstituíveis.

3. Tomadores de Decisões Estratégicas

Exemplo: Executivos, gerentes de projetos, consultores estratégicos. Motivo: Estas posições exigem julgamento, visão de longo prazo e compreensão do contexto organizacional e do mercado, habilidades que vão além da análise de dados e algoritmos.

4. Profissões Criativas

Exemplo: Artistas, escritores, designers. Motivo: A criatividade humana, a originalidade e a capacidade de inovar são áreas onde a IA ainda está longe de alcançar a competência humana. A expressão artística e a criação de conteúdo original dependem fortemente de intuição e emoção.

5. Profissionais de Emergência

Exemplo: Bombeiros, policiais, paramédicos. Motivo: Estas carreiras exigem resposta rápida, tomada de decisões sob pressão e a capacidade de lidar com situações inesperadas e variadas. A flexibilidade e a adaptabilidade humanas são cruciais nesses contextos.


Inteligência Artificial (Foto: Reprodução/Medicina SA)

Carreiras resilientes à IA: capitalizando as qualidades dos seres humanos

Para garantir a relevância no mercado de trabalho do futuro, é essencial focar no desenvolvimento e aprimoramento de habilidades que são exclusivamente humanas. Isso inclui habilidades interpessoais, criatividade, pensamento crítico, empatia e a capacidade de adaptação. Investir em educação contínua e treinamento nas áreas que complementam as capacidades da IA é uma estratégia eficaz para se manter à frente.