Israel bombardeia Iêmen como forma de retaliação

Aviões israelenses realizaram bombardeios no Iêmen nesta sexta-feira (10), atingindo uma usina elétrica e dois portos controlados pelos Houthis. A ofensiva foi uma retaliação aos ataques de drones lançados pelos Houthis contra Israel e um porta-aviões norte-americano no Mar Vermelho nos últimos dois dias.

Portos e infraestrutura atingidos

Os ataques israelenses deixaram uma pessoa morta e nove feridas. O porto de Ras Issa foi atingido, assim como o de Hodeidah, alvo de nove bombardeios. A província de Amran também sofreu ataques. Segundo a empresa britânica Ambrey, Israel buscava atingir instalações de armazenamento de petróleo, mas nenhum navio mercante foi danificado.

Em outro ataque, 13 bombardeios foram direcionados à estação central de energia na capital do Iêmen, Sanaa. A ação deixou três pessoas gravemente feridas, destruiu casas e causou danos significativos à infraestrutura local.


Pessoas saindo de lugar devastado por bombardeios em Iêmen (Foto: reprodução/X/@g1)

Tensão crescente no Oriente Médio

O Exército israelense afirmou que os alvos atingidos são considerados fontes de energia que sustentam o “regime terrorista” dos Houthis.

Nos últimos dias, os Houthis intensificaram ataques contra Israel, disparando três drones em direção a Tel Aviv, além de alvejar um porta-aviões norte-americano na região.

O conflito entre Israel e os Houthis aumenta a tensão no Oriente Médio, já marcada por disputas geopolíticas e ações militares na região do Mar Vermelho. A escalada de violência ameaça ampliar o impacto humanitário no Iêmen, um país que já enfrenta uma grave crise humanitária devido a anos de guerra.

O cenário agrava as preocupações internacionais sobre a estabilidade na região e a segurança do comércio marítimo, especialmente em áreas estratégicas como o Mar Vermelho.

O crucial como o Mar Vermelho, um corredor estratégico para o transporte global de petróleo e mercadorias. A intensificação das hostilidades também pode atrair a participação de outras potências regionais e globais, complicando ainda mais as tentativas de mediação e resolução de conflitos.

Além disso, a comunidade internacional teme que os confrontos entre Israel e os Houthis possam desviar a atenção dos esforços para mitigar a crise humanitária no Iêmen, onde milhões de pessoas continuam a enfrentar fome, deslocamento e falta de acesso a serviços básicos. Organizações humanitárias alertam que a escalada do conflito pode dificultar a entrega de ajuda vital à população iemenita, agravando ainda mais o sofrimento das comunidades mais vulneráveis.

Houthis alegam ter atacado navio militar norte-americano; EUA nega

Nesta segunda-feira (22), o movimento Houthi do Iêmen, um dos maiores aliados do Irã, divulgou que suas forças efetuaram um ataque de mísseis contra um navio militar dos Estados Unidos, o cargueiro militar Ocean Jazz, na região do Golfo de Aden. No entanto, não foi informado quando ou onde o ataque foi feito, ou até mesmo se foi causado algum dano à embarcação ou aos que estavam nela. Porém, os norte-americanos se manifestaram, dizendo que o comunicado é falso, e que “manteve comunicação com o cargueiro durante todo o seu percurso”.

Grupo diz que continuará ataques contra americanos e britânicos

Apesar de terem dito inicialmente que atacariam somente navios ligados às forças israelenses, os Houthi afirmaram que irão continuar a retaliação contra “qualquer agressão americana ou britânica” contra o Iêmen, em uma área que engloba todo o Mar Vermelho e o Mar Árabe, de acordo com um comunicado divulgado por Yahya Saree, porta-voz militar do grupo.


Yahya Saree, porta-voz Houthi (Foto: reprodução/AFP/Al Mayadeen English)

Apesar da ação mal sucedida, a iniciativa dos terroristas pode ser entendida como uma tréplica em meio a troca de ataques que vem acontecendo entre o grupo e os militares britânicos e norte-americanos. Após os Houthi realizarem ofensivas contra navios dos Estados Unidos e do Reino Unido que estavam localizados no Mar Vermelho, ambos os países lançaram ataques ao Iêmen nas últimas semanas como forma de resposta. Devido a isso, os Houthi decidiram declarar oficialmente que também irão direcionar mísseis a embarcações inglesas e estadunidenses, e não apenas a navios de Israel, como havia sido informado inicialmente.

Conflitos e perdas comerciais são consequências da guerra em Gaza

O conflito entre Israel e Hamas tem envolvido mais forças do que apenas as duas partes diretamente envolvidas na guerra. Em apoio ao grupo terrorista palestino, os Houthis, que controlam a maior parte do Iêmen, têm efetuado ataqueos na região e ao redor do Mar Vermelho. Essas ações, no entanto, têm chamado a atenção de potências mundiais, visto que já afetaram o comércio entre Ásia e Europa, por interferirem no percurso de navios que precisam transportar mercadorias através deste percurso.