MAC anuncia Kim Petras como nova embaixadora dos batons Viva Glam

A MAC criou os batons Viva Glam em 1994 com o compromisso de tornar o mundo um lugar melhor, revertendo 100% do valor para causas sociais e dando às apaixonadas por maquiagem o poder de apoiar causas como a igualdade de direitos. Para celebrar os 30 anos dessa iniciativa, a marca anunciou a cantora alemã Kim Petras, a primeira artista trans a ganhar um Grammy, e a cantora e atriz mexicana Danna Paola como garotas-propaganda da nova fórmula do batom MACximal, que traz agora um acabamento matte sedoso.

Ampliando a missão Viva Glam

Desde o seu lançamento, o lucro gerado pelas vendas dessa linha é revertido para causas sociais em todo o mundo. No Brasil, a ação ajuda organizações como a Gerando Falcões, que atua em periferias e favelas, e o projeto Gestos, que ajuda pessoas afetadas pela AIDS/HIV.

Para comemorar as três décadas da linha, a MAC expandiu seus projetos sociais para ajudar a enfrentar os desafios da igualdade sexual e igualdade de gênero. A marca também passou a destinar fundos para apoiar organizações como a Trevor Project, que promove programas educativos e prevenção de crises para pessoas trans nos Estados Unidos.

Com o slogan “Coloque seu dinheiro onde sua boca está”, a missão agora é arrecadar o próximo meio bilhão de dólares para ajudar a cuidar, proteger ou alimentar quem precisa.

A linha Viva Glam expandiu e possui agora quatro versões, sendo três delas tons icônicos já existentes na linha e uma cor inédita. São elas o “Viva Empowered”, um marrom-ameixa dos anos 2000; “Viva Planet”, um tom de bege-rosado com brilho; “Viva Heart”, um vermelho-azulado intenso criado no lançamento da linha; e ” “Viva Equality”, novo tom de nude profundo que promete complementar todos os tons de pele.


A nova fórmula MACximal vem em quatro tons, sendo um deles inédito na linha (Foto: reprodução/ MAC Cosmetics)

A escolha da tonalidade não afeta o tipo de caridade que o Viva Glam ajuda. Os projetos dessa campanha estão voltados para alimentar mulheres e meninas, cuidar do meio ambiente, proteger a comunidade LGBTQIAP+ e financiar a justiça racial. Os batons já estão disponíveis para venda tanto no site quanto em lojas físicas por R$139 cada.

As palavras da nova embaixadora Viva Glam

A nova embaixadora, Kim Petras, falou com a Vogue americana sobre fazer parte do legado Viva Glam. A cantora se diz muito sortuda em contribuir para uma causa tão nobre, que lhe ensinou muito sobre AIDS, e ressaltou a importância de se fazer algo e ajudar quem precisa. Ela ainda acrescentou que acha incrível que a MAC ajude a espalhar conhecimento por meio da maquiagem, algo que para Kim sempre foi muito divertido e visto como uma forma de se expressar.

A cantora trans contou que aprendeu sobre maquiagem enquanto tentava descobrir como parecer mais feminina e que seu estilo envolve misturar diferentes batons até que vire algo único, o que a deixa muito feliz. As sobrancelhas também são muito importantes em seu estilo de beleza. Kim revelou que já teve sobrancelhas mais grossas e mais finas e que costumava desenhar sobre elas, mas aprendeu como deixá-las a seu gosto, com as pontas levantadas.


Kim Petras agora faz parte da história da linha Viva Glam, que ajuda a trazer mais igualdade para o mundo (Foto: reprodução/ Instagram/ @maccosmeticsbrasil)

Ao ser questionada sobre a pressão para parecer mais glamourosa por ser uma estrela pop feminina, ela respondeu que para mulheres trans e para a cultura gay a performance conta bastante.

“Eu amo quando as pessoas ficam felizes ao olhar para um look meu, mas também percebi que o mundo é o que você faz dele. Quanto mais você se sentir você mesma, mais estará no caminho certo. Não deixe que a visão de outras pessoas sobre beleza contamine a sua verdade”,

Kim Petras

Kim Petras encerra a entrevista dizendo como foi impactada pelo comentário de outras pessoas sobre sua aparência no passado, especialmente enquanto passava por momentos difíceis. A artista fala como gostaria que as pessoas falassem mais sobre o seu interior, se são generosas ou talentosas, e não apenas se são bonitas por fora. Para ela, uma grande parte da beleza vem da personalidade, e a maquiagem é uma forma de destacá-la para que o mundo possa ver quem você realmente é.

Estratégia jurídica de desqualificar mulheres vítimas de violência é invalidada pelo STF

Nesta quinta-feira (23), os magistrados do Supremo Tribunal Federal puseram fim a uma prática comum em julgamentos de crimes de violência contra a mulher: desqualificar e culpar as vítimas. A decisão vai abranger crimes sexuais, a lei Maria da Penha e violência de gênero.

“O que se pretende aqui é não permitir que, por interpretações que são dadas aos dispositivos legais, haja alguma abertura para que o próprio estado-juiz e o estado que faz a investigação revitimizem a mulher.”

Cármen Lúcia

O constrangimento começa nas delegacias

De acordo com a relatora, quando as vítimas vão à delegacia para fazerem a denúncia, são questionadas se não fizeram por merecer aquele ato de violência. Para ela, explorar a vida íntima e comportamento da vítima, no intuito de defender o agressor em crimes sexuais, viola a Constituição. Cármen Lúcia enfatizou que os procedimentos na justiça podem ser anulados, se as autoridades ou partes dos processos insistirem na prática.


Cármen Lúcia, ministra do STF (Foto: Reprodução/Andressa Anholete/AFP/Getty Images Embed)


Enquanto relatora e mulher, a ministra falou de sua própria luta pela igualdade. Segundo ela, o direito à igualdade deveria se transformar em prática social através da educação.

“Eu continuo tendo que provar que eu não pareço igual. que, para os fins profissionais, de atuação na sociedade, de ter o mesmo reconhecimento, eu sou igual. Somos diferentes fisicamente, fisiologicamente, psiquicamente, mas o direito de ser igual na dignidade de homens e mulheres há de ser preservado.

Cármen Lúcia

A magistrada enfatizou que a forma mais fácil de fragilizar o ser humano é o medo. O modelo atual gera o medo da vítima ao agressor e à instituição. A postura das autoridades revitimizam e intimidam as mulheres.


É inconstitucional desqualificar mulheres vítimas de violência (Foto: reprodução/Instagram/@stfemfoco)


PGR questiona tratamento dado pelo Poder Público às vítimas de crimes sexuais

A ação da Procuradoria Geral da República apresentada ao STF, no ano passado, espera, em primeiro lugar, que em processos de crimes contra a mulher, o pessoal da defesa seja proibido de mencionar detalhes de relacionamentos amorosos da vítima. Em segundo lugar, que o juiz seja obrigado a repudiar esse comportamento, penalizando os autores; do contrário, ele mesmo possa ser penalizado. Por fim, que informações da vida íntima da vítima não sejam usadas para fixar penas mais brandas para o autor do crime.