Estudo afirma que impactos ambientais devem aumentar a pobreza em 26 anos

Nesta quarta-feira (17), foi divulgado na revista científica Nature um estudo sobre as mudanças climáticas. Segundo os cientistas, os impactos que a Terra enfrenta diariamente podem prejudicar e aumentar muito a pobreza no mundo e trazer consequências devastadoras. 

A redução econômica global pode chegar a 19% nos próximos 26 anos, mesmo se forem feitas mudanças na emissão de resíduos, o que prejudicará muito o futuro das próximas gerações já que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo deve atingir um ganho de 3 ºC de aquecimento no próximo século. 

Impactos inevitáveis

Os cientistas afirmaram que o impacto financeiro é inevitável e que irá atingir a todos, eventos climáticos extremos que o mundo vem enfrentando como as ondas de calor, por exemplo, podem causar danos na agricultura, prejudicando a produção, a produtividade do trabalhador e também as capacidades cognitivas.


Queimadas em uma floresta (foto: reprodução/Andrew Merry/Stock/Getty Images Embed)


O estudo divulgou que os prejuízos econômicos ocasionados pelo impacto já chegam a US$ 38 trilhões de dólares, e para que as nações cumpram o Acordo de Paris, que visa diminuir esses danos, elas devem desembolsar cerca de US$ 6 trilhões de dólares até 2050. 

Entretanto, ações imediatas são capazes de reduzir possíveis perdas, o relatório informa que geralmente são feitos esforços para a diminuição de petróleo, gás ou o investimento em tecnologia verde. E os custos ocasionados por essas atividades poderiam ser suficientes para realizar adaptações simples, como a diminuição da rede elétrica em áreas florestais, evitando incêndios, economizando dinheiro e trazendo benefícios. 


Prato com restos de comida (foto: reprodução/Guido Dingemans/De Eindredactie/Stock/Getty Images Embed)


Países mais pobres irão sofrer

Para os pesquisadores, isso não afetará somente os grandes governos, os países com menos recursos sofrerão mais com o clima e a pobreza. É estimado que regiões na Ásia e África tenham uma redução de 22% na renda dos próximos anos, enquanto América do Norte e Europa apresentem 11%. 

A Nature conclui o estudo afirmando que os americanos, apesar de não sentirem tanto o impacto, verão os preços de moradia, alimentação, transporte e atendimento médico aumentarem, modificando seu estilo de vida nos próximos anos.  

Expectativa de vida global reduz em quase dois anos por causa da Covid-19

A pandemia de Covid-19 deixou uma marca na expectativa de vida global, conforme revelado por um estudo recente publicado pelo Instituto para Medição e Avaliação da Saúde (IHME). Contrariando as expectativas, a pesquisa aponta para uma queda surpreendente de 1,6 ano na média da expectativa de vida das pessoas em todo o mundo nos primeiros dois anos desde o início da pandemia.

Os resultados do estudo, publicados na revista científica The Lancet, explica o impacto devastador que a Covid-19 teve sobre a saúde e a longevidade global. De acordo com os pesquisadores do IHME, a pandemia deixou uma marca no que diz respeito à expectativa de vida, superando até mesmo eventos históricos como conflitos e desastres naturais em sua profundidade e alcance.

A realidade em números


A queda da expectativa de vida afetou não só os idosos, mas também os adultos (Foto: reprodução/Freepik)

Entre 2020 e 2021, a esperança de vida diminuiu em mais de 80% dos 204 países e territórios analisados, destacando a extensão do impacto global da pandemia. Esse declínio não afetou apenas os idosos, mas também adultos em todo o mundo, com um aumento na taxa de mortalidade entre pessoas com mais de 15 anos.

Enquanto alguns países viram uma queda na expectativa de vida, outros registraram um declínio na mortalidade infantil. Este último é um ponto positivo em meio a esse cenário, indicando um progresso contínuo em longo prazo na saúde infantil.

No entanto, os especialistas alertam que o caminho à frente está repleto de adversidade. Embora a pandemia tenha representado um retrocesso, as lições aprendidas devem preparar a sociedade para futuras emergências de saúde global e a abordagem das disparidades de saúde entre as nações.

Consequências da pandemia

O estudo revela que a Covid-19 foi responsável por aproximadamente 15,9 milhões de mortes em excesso durante os primeiros dois anos da pandemia. Essas mortes em excesso, calculadas em comparação com projeções sem a presença da pandemia, reforçam a magnitude da crise sanitária global.

Enquanto países como Barbados, Nova Zelândia e Antígua e Barbuda conseguiram manter taxas de mortalidade relativamente baixas, outros enfrentam desafios demográficos. O envelhecimento das populações em nações desenvolvidas contrasta com o crescimento populacional em países em desenvolvimento, o que levanta questões sobre mão de obra, recursos e políticas de imigração.