Jogos de Paris: protestantes criticam o evento e seu impacto negativo nas cidades francesas

As Olimpíadas de Paris já tiveram seu início apesar da abertura oficial estar para acontecer na tarde desta sexta-feira (26). Por mais que a animação e excitação pelos jogos façam parte dos sentimentos da maioria dos habitantes do mundo inteiro, críticas contra o evento seguem persistentes e, na véspera da abertura, foram consagradas em protestos com reivindicações voltadas ao impacto dos Jogos sobre pessoas pobres, meio ambiente, além de outras questões responsáveis pelo descontentamento dos protestantes.

Contra-cerimônia

É sabido por muitos que a insatisfação de uma parcela de franceses quanto as Olimpíadas na cidade de Paris existe há um tempo e se tornou uma preocupação das entidades responsáveis devido às possibilidades de haver protestos que pudessem acarretar em problemas sérios com os Jogos batendo na porta. No fim, o receio não foi em vão.

Centenas de pessoas se reuniram na cidade sede principal das Olimpíadas, Paris, nesta quinta-feira (25), véspera da abertura do evento, afim de denunciar possíveis resultados sociais dos Jogos para “os mais pobres” em uma espécie de contra-cerimônia. Equipados com fumaça colorida e cartazes, os protestantes não deixaram de ser incisivos ao levantar uma faixa com o lema “Jogos Olímpicos da exclusão: 12.500 pessoas expulsas — o outro lado da medalha — #limpeza social”.

Cerca de 300 pessoas participaram de manifestações na Praça da República a pedido de 72 organizações. Um dos manifestantes, Arthur — que não quis identificar o sobrenome — afirmou que os Jogos seriam para os residentes, promotores e patrocinadores e não para os trabalhos. O rapaz ainda vestia uma camisa com a frase “F*ck the Olympics”, traduzida por “F*dam-se os Jogos Olímpicos”.


Uma das faixas levantadas pelos protestantes (Foto: reprodução/ Olympia De Maismont/ AFP Paris)

As reclamações se resumiam ao alerta do impacto ecológico que seriam deixados pelo evento, mesmo que o Comitê Organizador tenha afirmado esforço máximo para limitar tais cenários. Outras reivindicações eram acerca do “uso abusivo de voluntários”, “ameaças ao direito à greve” e a “retirada forçada das pessoas que vivem nas ruas”.

Somos testemunhas de um número desumano de evacuações, que tiveram impacto na saúde mental dos expulsos”, contou Ginevra Caternino, da associação Watizat, responsável pela ajuda de pessoas exiladas.

Jogos Olímpicos 2024

Os Jogos Olímpicos de Paris já estão a todo vapor. Mesmo já tendo iniciado com treinos e a competição de algumas modalidades desde quarta-feira (24), a abertura oficial do evento esportivo acontecerá na tarde desta sexta-feira, às 14h30 pelo horário de Brasília.

A abertura será no Rio Sena, marcando um início histórico de mais uma edição do evento onde os melhores dos melhores desbravam novos caminhos para alcançar o topo.

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 vão até o dia 11 de agosto.

Mercado ilegal provoca prejuízo de bilhões ao Brasil

Entre as principais operações de cunho ilícito, estão registrados o contrabando, roubo, pirataria, ligações clandestinas de água e luz, fraude fiscal, furto de serviços públicos, sonegação de impostos, entre outros.

O impacto negativo que afeta a todos

Conforme identificado no estudo “Brasil Ilegal em Números”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelas federações estaduais das indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan), percebe-se o grande impacto negativo que resulta da ilegalidade. Esse tipo de mercado é um problema para a indústria e para a sociedade de forma geral, pois propicia um ambiente de perdas, danos e violência criminal.

De acordo com observações feitas no estudo: “Em suas mais variadas vertentes, o impacto é percebido na economia, com perdas equivalentes às riquezas produzidas por estados inteiros, e na sociedade, em especial nas camadas mais carentes, na redução da oferta de postos de trabalho e na piora da qualidade de bens consumidos”.

Números que corroboram os fatos

Conforme o diretor da Fiesp e da Firjan Carlos Erane de Aguiar, os números apontados no estudo são um grande “desastre nacional” que afeta diretamente cidadãos e os governos. “A cifra de R$ 453,5 bilhões é um desastre nacional, que atinge todo cidadão, governos municipais, estaduais e União. São recursos que equivalem a todo o Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina, por exemplo. A CNI, Fiesp e Firjan querem chamar a atenção para essa calamidade”, afirmou em comunicado divulgado pela CNI.

O Brasil em posição alarmante

Conforme o estudo, dados do Índice Global de Crime Organizado revelam que o Brasil se encontra na posição 171, de 193 países, em um ranking que sonda o mercado de produtos falsificadas. E entre as mercadorias mais comercializadas estão cigarros, eletroeletrônicos, veículos, vestuário, informática, bebidas, brinquedos, inseticidas, fungicidas, herbicidas, desinfetantes, calçados e perfumes.

Cigarro, um dos produtos mais contrabandeados (Reprodução/GettyImages/bymuratdeniz)


Um comércio que atravessa fronteiras

Identificado no levantamento, a Receita Federal no ano de 2023 realizou 17,6 mil operações de combate a crimes como contrabando e importação irregular de mercadorias, o que resultou na apreensão de R$ 3,78 bilhões em mercadorias, produzidas tanto no Brasil, como advindas de outros países.