OMS implementa vacina conta Mpox

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou na última sexta-feira (13) que a vacina MVA-BN, desenvolvida pela Bavarian Nordic, farmacêutica dinamarquesa, é o primeiro imunizante contra a chamada mpox a ser incluído na lista de pré-qualificação.

Vacina passou por avaliação

Esta inclusão mostra que o produto passou por uma avaliação e foi aprovado para uso em programas de saúde pública apoiados pela OMS e outras entidades internacionais. Com essa notícia, é esperado um aumento na aquisição e distribuição da vacina, isso visa a disponibilidade de doses em áreas com maior necessidade.

Yukiko Nakatani, enfatiza que a pré-qualificação é essencial para acelerar a aquisição contínua da vacina contra a mpox por governos e agências internacionais, como a Gavi (Aliança Mundial para Vacinas e Imunização) e a Unicef, fazendo o auxílio nas comunidades na linha de frente da emergência na África e em outros locais.


Gestante sendo vacinada (Foto: reprodução/SDI Productions/Getty Images Embed)


A vacina MVA-BN, é aplicada também em adultos com mais de 18 anos, em um esquema de duas doses, com um intervalo de duas semanas. Em situações de surto, a OMS recomenda o uso da vacina em gestantes, bebês e imunocomprometidos, mesmo fora das indicações originais.

Anvisa aprova vacina em casos excepcionais

No Brasil, a vacina vem sendo autorizada em caráter excepcional e temporário pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilancia Solitaria). Com a última renovação, a dispensa de registro do imunizante permanece valida até fevereiro de 2025.

A medida tomada pela OMS visa facilitar a importação da vacina contra a doença. Que voltou a configurar uma emergência de saúde global devida à disseminação da nova forma da MPXV, vírus este responsável pela enfermidade. Na África, continente onde a Variante foi reportada pela primeira vez, já consta com 24873 casos e 643 óbitos.

Já no Brasil, desde janeiro até as primeiras semanas de setembro, o número de registros é de 1015 casos, contra 853 de todo o ano de 2023, e mais 426 casos estão sob investigação.

Estudo conclui que vacina contra dengue produzida pelo Instituto Butantan tem eficácia de 79,6%

Nesta quarta-feira (31), a revista científica New England Journal of Medicine (NEJM) publicou resultados de uma pesquisa na  qual comprovou a eficácia geral de 79,6% da nova vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo.

A taxa de eficácia é semelhante ao novo imunizante produzido em laboratório japonês, Qdenga,  que recentemente entrou para a lista das vacinas que serão ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante japonês registrou 80,2% de eficácia nas pesquisas e será aplicado através de duas doses. Já no  caso da vacina brasileira, nomeada como Butantan-DV,  tem previsão de iniciar sua distribuição a partir de 2025 e sua  aplicação será em dose única. 


Imunizante Butantan-DV está sendo desenvolvido há mais de 10 anos. (foto: Reprodução/Governo de São Paulo)

Pesquisa e desenvolvimento

Liderado por Ésper Kallás e Fernanda Castro Boulos, o novo imunizante brasileiro produzido pelo Instituto Butantan está em desenvolvimento há mais de 10 anos. Com participação de diversas instituições brasileiras e norte-americanas, a vacina é financiada pela farmacêutica alemã Merck, ao lado do Governo Federal e da Fapesp, órgão estadual de fomento à pesquisa do estado de  São Paulo.

Atualmente, as pesquisas para conclusão da vacina estão em período de acompanhamento da terceira fase clínica, ou seja, os pesquisadores estão monitorando a evolução dos voluntários que tiveram contato com o imunizante. Ao todo, mais de 16 mil voluntários de 15 cidades brasileiras participaram desta fase três de testes, etapa na qual se iniciou em 2016 e foi finalizada em 2019. Dessa forma, a previsão é que todos os indivíduos completem cinco anos de acompanhamento neste ano e a etapa de monitoramento seja concluída. 

As etapas anteriores da pesquisa mostraram resultados convincentes aos pesquisadores, durante a fase um de testes, por exemplo, o imunizante do Butantan mostrou que ele induziu a geração de anticorpos em 100% dos indivíduos que já tiveram dengue e em mais de 90% naqueles que nunca haviam tido contato com o vírus.

Já o teste clínico de fase dois, mostrou que a vacina induziu a produção de anticorpos e de células de defesa em pessoas com ou sem contato prévio com todos os sorotipos da dengue. Portanto, o novo imunizante brasileiro se mostrou altamente eficaz na proteção contra todos os tipos diferentes de vírus que a doença possui. 

Resultados

Dentre os resultados obtidos através das três fases pelas quais a vacina brasileira passou, observou-se uma porcentagem superior de eficácia entre os indivíduos que já tinham tido dengue (89,2%), em relação aos voluntários que nunca tinham tido contato com o vírus (73,6%). Além disso, os estudos mostraram que a Butantan-DV  tem eficácia maior no grupo de e  adultos, entre 18 e 59 anos.

Ainda de acordo com as pesquisas, as reações adversas dos voluntários que tomaram o imunizante foram leves, 36,4% se queixaram de dores de cabeça, 22,5% apresentou vermelhidão corporal e 19,3% sentiu fraqueza muscular. Ao que tudo indica, ainda neste ano se encerrará o período de monitoramento da fase três. Assim, todos os resultados serão analisados por uma comissão independente e só então serão submetidos à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).