Bolsonaro presta depoimento à PF sobre pressão de Eduardo nos EUA contra STF

A Polícia Federal ouve nesta quinta (5) o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma apuração que envolve seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. O inquérito investiga se Eduardo articulou, nos Estados Unidos, ações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com possível apoio direto do pai.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer esclarecer se Bolsonaro incentivou as tentativas do filho de influenciar autoridades norte-americanas. Em especial, aliados de Donald Trump, para que adotassem sanções contra o STF. Bolsonaro chegou a afirmar publicamente que ajudaria a bancar a permanência de Eduardo no exterior.

Pressão internacional e possível obstrução

Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde fevereiro após anunciar licença do mandato. Segundo a PGR, ele passou a fazer declarações públicas atacando o STF e, em especial, o ministro Alexandre de Moraes. Em entrevistas e redes sociais, o filho do ex-presidente pediu abertamente que o governo norte-americano adotasse medidas punitivas contra ministros da Corte brasileira.


Bolsonaro presta depoimento à PF. (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

A Procuradoria aponta que essas ações podem configurar crimes como coação no curso do processo, tentativa de abolição do Estado de Direito e obstrução de investigações sobre organização criminosa.

Depoimentos buscam rastrear articulações políticas

Além do ex-presidente, diplomatas brasileiros e parlamentares como Lindbergh Farias (PT-RJ) serão ouvidos. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, autorizou todos os depoimentos. A investigação quer determinar até que ponto Jair Bolsonaro teve envolvimento direto nas articulações do filho.

A PGR trata o caso como parte de um esforço mais amplo para enfraquecer instituições brasileiras a partir de influência externa, o que pode ter implicações criminais e diplomáticas.

Inquérito e pedido de cassação

A PGR abriu inquérito contra Eduardo Bolsonaro por atacar instituições democráticas em viagens aos EUA. O deputado é acusado de difundir desinformação sobre o sistema eleitoral e pressionar o Judiciário via articulações internacionais. O PT pediu sua cassação, alegando quebra de decoro. Documentos reunidos por Lindbergh Farias sustentam a denúncia e reforçam a ofensiva jurídica.

Deputada Zambelli é alvo de nova investigação por tentativa de obstrução de justiça

A deputada Carla Zambelli é alvo de nova investigação judicial determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na data de ontem, quarta-feira (04), Moraes abriu inquérito a fim de investigar se a parlamentar cometeu os crimes de coação e obstrução de justiça devido suas ações em território americano, ligadas a condenação referente ao processo envolvendo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Carla Zambelli que foi condenada a 10 anos de prisão e perda de mandato no processo citado acima, está nos EUA desde o começo desta semana. E, de acordo com Alexandre de Moraes, a deputada pratica os mesmos atos que o seu correligionário, o também deputado atualmente licenciado, Eduardo Bolsonaro. Para Moraes, tanto Zambelli quanto Eduardo Bolsonaro, possuem os mesmos “modus operandi”, incitando o governo de Donald Trump a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o próprio ministro. 

Do prazo

O ministro Alexandre de Moraes determinou o prazo de 10 dias, a partir da instauração do inquérito, para que a deputada federal possa prestar esclarecimentos sobre as alegações feitas contra ela. Os esclarecimentos podem ser feitos por escrito e devem ser encaminhados à Polícia Federal brasileira (PF), uma vez que a parlamentar encontra-se fora do país. 


Publicação do STF sobre o novo inquérito aberto contra a deputada federal Carla Zambelli (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

Além do depoimento de Zambelli, a PF também fica encarregada de preservar e monitorar todo o conteúdo extraído das redes sociais da deputada ou de pessoas ligadas a ela, que tenham relação com a investigação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de resguardar o acervo complementando a investigação. 

Vale ressaltar que as redes sociais da deputada federal Carla Zambelli, de sua mãe Rita Zambelli e seu filho, João Zambelli, foram bloqueadas na tarde de ontem, quarta-feira (04), por determinação judicial. Acatada pelas principais empresas de tecnologia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil reais em caso de descumprimento.

Prisão preventiva

A parlamentar, que viajou para os EUA, segundo investigações da Polícia Federal, a partir de um voo da cidade de Buenos Aires, na Argentina, teve seu nome incluído na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), na data de ontem. O pedido de prisão preventiva foi feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) e aceito pelo ministro Alexandre de Moraes. 

Carla Zambelli afirma ser inocente e declara ser alvo de perseguição política. Antes de ter suas redes sociais bloqueadas por decisão judicial, a parlamentar informou que buscaria refúgio na Itália, por ter dupla cidadania e que somente voltaria ao Brasil, segundo ela, quando a democracia fosse instaurada novamente no país.

STJD reabre inquérito a pedido do Grêmio sobre possível interferência externa no jogo contra o Bahia

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, em sessão plenária, pela reabertura do inquérito relacionado a uma possível interferência externa na partida entre Bahia e Grêmio, realizada na Arena Fonte Nova, em abril deste ano. A decisão foi tomada após a apresentação de um recurso pelo Grêmio, que havia solicitado a reabertura do caso, inicialmente arquivado.

Pedido de reabertura

O Grêmio ingressou com um Mandado de Garantia, pedindo a reavaliação do arquivamento do inquérito. Os auditores do STJD, acompanhando o relator do caso, decidiram de forma unânime pela concessão da garantia solicitada pelo clube, resultando na reabertura do inquérito.

O caso em questão envolve a expulsão do jogador Diego Costa, do Grêmio, durante a partida. O clube gaúcho argumenta que a expulsão ocorreu devido a uma interferência de Jailson Macêdo Freitas, ex-árbitro e atual presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol da Bahia, que atuava como delegado da partida, conforme indicado pela CBF.


À esquerda, Jailson Macêdo Freitas durante o jogo (Foto: reprodução/Sportv)

Dois dias após o jogo, o Grêmio apresentou uma Notícia de Infração ao STJD. A Procuradoria do tribunal analisou o caso e recomendou a abertura de um inquérito. No entanto, o então procurador-geral do STJD optou pelo arquivamento do caso, decisão que foi posteriormente mantida por Paulo Dantas, o novo procurador-geral. Após a manutenção do arquivamento, o Grêmio recorreu ao Mandado de Garantia, que culminou na reabertura do inquérito.

Próximos passos

Com a decisão do STJD, o próximo passo será o sorteio de um novo relator. Enquanto isso, o processo disciplinar relacionado à expulsão de Diego Costa aguarda a conclusão do inquérito para ser apreciado em primeira instância.

A expulsão de Diego Costa ocorreu nos minutos finais da partida, quando o árbitro Bráulio da Silva Machado foi informado pelo quarto árbitro que o jogador teria proferido ofensas contra ele, resultando em sua expulsão. Em resposta, o técnico Renato Portaluppi ordenou que os jogadores reservas do Grêmio deixassem o campo antes do término do jogo.

Dois inquéritos envolvendo Bolsonaro estão próximos de se encerrar

O Supremo Tribunal Federal recebeu o aviso da diretoria da Polícia Federal, informando que, no máximo, até a próxima semana enviarão os relatórios sobre a fase final de dois inquéritos em andamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sobre os inquéritos

Os documentos citados envolvem os caso das jóias trazidas da Arábia Saudita pelo ex-ministro Bento Albuquerque enquanto Jair Bolsonaro esteve no poder (2019-2022) e depois pela tentativa de venda das mesmas, sendo estas omitidas do acervo da Presidência da República, o que configura crime de peculato (quando um funcionário público apropria-se ou desvia, em favor próprio, de dinheiro, valor, usando de seu cargo)  – 312 do Código Penal – dois a doze anos e multa.

Sobre o caso da fraude no cartão de vacinação (2021), configurando o crime de Associação criminosa – art.313-A do Código Penal e configurando também o crime de Inserção de dados falsos em sistema de informações – art. 288 do Código Penal – 3 a 15 anos. 

Investigadores acreditam que até sexta-feira (28) consigam encerrar os inquéritos. Membros aliados alegam perseguição política no caso. A delação de Mauro Cid, ex- auxiliar de Jair Bolsonaro, foi essencial no caso para conseguir provas concretas de que o ex-presidente, de fato, está envolvido em ambos os crimes. É de conhecimento da Polícia Federal que Cid participou ativamente nos dois casos. 


Bolsonaro nega todas as acusações e se diz inocente (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Operações começaram no ano passado

A operação “Lucas 12:2” se dá por seu significado bíblico “não há nada escondido que não venha a ser descoberto” e se iniciou em 2023. No início, apenas quatro pessoas foram alvos da operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do STJ, são elas: Mauro César Barbosa Cid, Mauro Cesar Lourena Cid, Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef, que já atuou em defesa da família de Bolsonaro.

De acordo com a Polícia Federal os crimes apurados seriam lavagem de dinheiro e peculato. Após investigações e delações de Mauro Cid, foi confirmado que o ex-presidente estava envolvido no esquema. 

A operação “Venire”, que se iniciou em maio de 2023, investigou pessoas suspeitas em um suposto esquema de inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19, Bolsonaro estava na lista das pessoas à serem investigadas, porém ele nega as acusações. 

Campo jurídico representa oposição nas ofensivas de Moraes contra Musk

A investida do ministro Alexandre de Moraes contra o proprietário do X/Twitter, Elon Musk, reacendeu um debate que já foi tema de discussão no meio jurídico em outras ocasiões. Os estudiosos do direito concordam que o assunto está no centro das discussões entre grupos de advogados.

Veja do que Musk acusa Moraes

Parte compartilhada da opinião de que o ministro possivelmente ultrapassou os limites das prerrogativas de seu cargo. No entanto, há aqueles que apoiam as ações de Moraes, argumentando que, especialmente neste caso, tolerar a insubordinação de Musk poderia até mesmo comprometer a soberania nacional.

Para os críticos, as penas severas e as decisões unilaterais minam o exercício das funções de Moraes. Eles também observam que, embora possa ser uma estratégia para impulsionar as investigações, a demora em conceder vistas aos alvos de operações ou conceder acesso parcial, apenas reforça a crítica de que os investigados nos processos relatados por Moraes não têm pleno exercício do direito de ampla defesa.

Os três principais pontos de crítica neste caso são: a exposição negativa da Justiça brasileira no âmbito internacional, a ausência de uma ação por parte do Ministério Público contra Musk e é como se Moraes estivesse caindo em uma armadilha.


Elon Musk. (Foto: reprodução/Frederic Legrand)

Alguns advogados evitam se manifestar publicamente sobre as decisões do ministro por temer retaliação. Um dos advogados consultados afirma que Moraes se tornou previsível, que todos sabem como ele irá agir, com uma resposta enérgica a qualquer provocação ou ataque.

Para alguns advogados, a polarização que permeia a política agora se estende ao setor jurídico com as ações de Moraes. No entanto, mesmo entre os críticos de direita, há aqueles que não apoiam suas ações. É um grupo mais garantista, que defende firmemente o direito à defesa, reservando a punição apenas como último recurso, e preconizam uma abordagem mais cautelosa por parte dos juízes.

Por outro lado, os juristas observam que as investidas do ministro do STF têm sido bem fundamentadas, sem enfrentar resistências significativas dentro do próprio tribunal. Isso fica evidente pelo fato de que as decisões relacionadas aos políticos presos e aos militares do 8 de janeiro não são revertidas pelos colegas de Alexandre. É como se ele tivesse total autoridade para supervisionar e punir.

Relembre o caso

No último domingo, Alexandre de Moraes ordenou a abertura de um inquérito com Musk, que estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil para o caso de a plataforma X liberar alguns perfis bloqueados judicialmente. Moraes alega que Musk iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação da Suprema Corte e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).