Protestantes podem afetar as reeleições de Joe Biden

Estudantes e professores manifestantes estão mobilizados nos campi de algumas instituições de ensino nos EUA exigindo o fim imediato da guerra. Eles alegam que Joe Biden tem participação culposa nas mortes durante o período de conflito entre Israel e Hamas, com mais de 34 mil mortes, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Tais conflitos podem afetar seriamente a campanha de reeleição do atual presidente, afastando os eleitores jovens e judeus, dois segmentos que ajudaram na sua vitória no ano eleitoral de 2020. 

Neste sábado (27), os protestos estenderam-se para a parte externa do jantar anual de Biden, na Casa Branca, em Washington, onde ocorreram casos de hostilidade aos jornalistas por parte dos manifestantes. 


Manifestação a favor dos palestinos (Foto: reprodução/Ehimetalor Akhere Unuabona/Unsplash)

Precedente histórico demonstra riscos para as eleições 

Após a reitora da Universidade de Columbia, em Nova York, pedir a intervenção de policiais para retirar os manifestantes do campus, os oficiais, em atos violentos, prenderam centenas de estudantes, atos esses que se pareciam com os protestos de 1968.

No mesmo ano, com a Guerra do Vietnã, os estudantes se posicionaram também contra o apoio dos EUA e se manifestaram no mesmo campus da Universidade de Columbia. 

Tanto a preocupações quanto as coincidências das manifestações da época e atuais, estão relacionadqs ao resultado do desaponho dos jovens ao presidente Lyndon Johnson, que liderou os estadunidenses para o maior fracasso da história do país, resultando em sua derrota em 1968 na política. 

Apesar de Biden, atual presidente dos EUA, apoiar fortemente Israel após o massacre do Hamas, ele vem manifestando divergências com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Contudo, mesmo com as declarações de Biden em estar à procura da paz e contra às mortes civis, isso não tem conquistados os estudantes indignados. Uma pesquisa da CNN mostra que o apoio à gestão de Biden, caiu cerca de 6% de janeiro até abril. 

Israel entrega nova proposta de cessar-fogo ao Hamas

Israel anunciou na terça-feira (2) que uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza foi elaborada e entregue ao Hamas, conforme confirmado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

Após a última rodada de negociações no Cairo, a delegação israelense está retornando para casa. Durante as negociações, formularam uma proposta atualizada para o Hamas, com a esperança de que os mediadores pressionem mais pela obtenção de um acordo. As conversas visam um cessar fogo e  a libertação de reféns. 

“Como parte das discussões, com a mediação útil do Egito, os mediadores elaboraram uma proposta atualizada a ser apresentada ao Hamas”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro.

Negociações entre Israel e Hamas 

As últimas negociações entre Israel e Hamas foram retomadas no Cairo no domingo (31), segundo a mídia estatal egípcia Al-Qahera News. Uma fonte egípcia confirmou o andamento das negociações, destacando os esforços conjuntos egípcio-catarianos para progredir nas conversas. 

No início de março, negociações semelhantes ocorreram em Doha, no Qatar, com a participação do primeiro-ministro israelense e do diretor da CIA, Bill Burns, visando a libertação de reféns e uma pausa humanitária. Posteriormente, uma proposta foi devolvida ao Hamas, que a rejeitou na terça-feira (26).

Contexto dos ataques

Os ataques terroristas ocorridos em Israel em 7 de outubro de 2023 foram conduzidos pelo grupo Hamas, considerado um grupo terrorista islâmico palestino. Esse evento foi classificado como o dia mais letal para os judeus desde o Holocausto.

Soldados israelenses caminham entre retratos de pessoas capturadas ou mortas por militantes do Hamas no ataque de 7 de outubro. Foto: reprodução/Foto de JACK GUEZ/AFP via Getty Imagens Embed

O conflito territorial entre Israel e Palestina, que ganhou destaque nos noticiários com os eventos de outubro de 2023, tem raízes históricas que remontam a mais de 70 anos, intensificando-se após a criação do Estado de Israel na esteira da Segunda Guerra Mundial.

Milhares de judeus de diversas localidades iniciaram uma série de movimentos migratórios sob a justificativa de encontrar um novo lar após o Holocausto na Segunda Guerra Mundial, embora os palestinos já estivessem naquele território.

Consequências do conflito Israel e Hamas

Desde que Israel iniciou sua resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro, estima-se que pelo menos 20 mil vidas tenham sido perdidas em Gaza. Dados do Ministério da Saúde na região, controlado pelo Hamas, indicam uma média alarmante de quase 300 mortes por dia desde o início do conflito, excluindo um breve cessar-fogo de sete dias.

Ataques aéreos israelenses na cidade de Gaza em 12 de outubro de 2023. Foto: reprodução/ Foto de MAHMUD HAMS/AFP via Getty Imagens Embed

Gaza é reconhecida como a maior prisão a céu aberto do mundo, com cerca de 80% da população forçada a abandonar seus lares, enquanto metade vive em extrema pobreza. O quadro é ainda mais preocupante considerando que mais da metade dos residentes são crianças.

De acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, mulheres e crianças compõem cerca de 70% dos mortos em Gaza no atual conflito. Além disso, mais de 52 mil pessoas foram feridas até o momento, segundo o ministério.

Médicos em Gaza advertem que o número oficial de mortos provavelmente subestima a realidade, dada a possibilidade de muitos corpos estarem soterrados sob os destroços de edifícios atingidos por bombardeios ou ainda não terem sido resgatados e levados para hospitais. 

Presidente da Colômbia afirma que cortará relações com Israel se o cessar-fogo não ocorrer 

Nesta terça-feira (26), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que romperá relações com Israel caso o cessar-fogo na Faixa de Gaza, aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU), não seja cumprindo.  

“Se Israel não cumprir a resolução de cessar-fogo das Nações Unidas, romperemos relações diplomáticas com Israel”, comentou o presidente em uma publicação no X, antigo Twitter, após a divulgação do documento, que foi aprovado por 14 votos a favor e somente com uma abstenção vindo dos Estados Unidos.


Comentário do presidente (Reprodução/X/@petrogustavo)

Israel Katz, ministro das relações exteriores israelenses, condenou a posição de Petro dizendo que é uma vergonha, afirmando que o colombiano apoia os terroristas do Hamas e também que Israel não cederá a pressão. O presidente replicou dizendo que a Colômbia não apoia genocídio.

Relação entre os dois países

Desde que a guerra teve seu início em outubro de 2023, os dois países encontram-sem numa tensão nas relações diplomáticas. A Colômbia foi um dos primeiros a condenar o conflito e já ameaçou cortar relações, o estado israelense interrompeu imediatamente a exportação de produtos de defesa ao país.


Prédios destruídos em Gaza (Foto: reprodução/YAHYA HASSOUNA/AFP/ Getty Images Embed)


Em fevereiro desse ano, Gustavo suspendeu a compra de armas de Israel depois que mais de 100 palestinos morreram numa investida dos soldados na Faixa de Gaza enquanto pessoas esperavam ajuda na fronteira. 

Cessar-fogo aprovado

O cessar-fogo foi aprovado na segunda-feira (25), realizada por um grupo de dez países e foi o primeiro autorizado no território palestino. A resolução determina que o conflito pare entre o mês do Ramadã, um período considerado sagrado para muçulmanos, (que se iniciou no dia 10 e termina no dia 9 de abril) e pede a libertação dos reféns e que expandam da ajuda humanitária para Gaza, além da esperança que a trégua vire permanente e a guerra acabe.

Israel oferece dinheiro a palestinos em troca de informações sobre reféns

As autoridades de Israel, através de mensagens de texto, estão oferecendo dinheiro a palestinos na Faixa de Gaza em troca de informações sobre reféns e sequestradores, segundo informações da CNN.

Um jornalista do canal de notícias recebeu uma mensagem em que as Forças de Defesa de Israel (FDI) pediam por “informações confiáveis sobre os sequestrados ou seus sequestradores”.

“Você quer acabar com a guerra? Se você tiver informações confiáveis sobre os sequestrados ou seus sequestradores, não hesite em nos contatar e você poderá receber uma valiosa recompensa em dinheiro”, dizia o texto, que vinha acompanhado de dois números de telefone e um link para um site com fotos e informações dos reféns israelenses.

Cerca de 33 reféns estão mortos


Israel realiza homenagens aos israelenses mortos durante a guerra. (Foto: Reprodução/EFE/Manuel Bruque).


No início do conflito entre Israel e Hamas, em 07 de outubro, o grupo extremista sequestrou mais de 240 pessoas no território de Israel. Já em novembro, após um acordo, cerca de 105 reféns foram liberados em troca da libertação de prisioneiros palestinos.

Estima-se que o Hamas ainda mantenha 130 reféns na Faixa de Gaza e, de acordo com autoridades israelenses, 33 destes estão mortos.

Em uma entrevista recente à BBC, o jovem Itay Regev, de 19 anos, que foi sequestrado pelo grupo extremista durante um festival de música no dia do ataque à Israel, fez um apelo sobre a necessidade de “devolver os reféns a qualquer custo.”

De acordo com Regev, as condições do cativeiro em Gaza são “horríveis” e os sequestradores são “muito, muito cruéis”. Para o jovem,tanto o governo de Israel, como a comunidade internacional deve “fazer tudo” para recuperar os sequestrados.

“Tenho certeza de que se alguém tivesse seu filho sequestrado, eles realmente não se importariam com o preço que precisava ser pago. Precisamos devolver os reféns a qualquer custo”, declarou Itav Regev.

Hamas apresenta proposta de cessar-fogo

Em 15 de março, de acordo com informações da agência Reuters, o Hamas apresentou uma nova proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que, para Israel, contém “exigências irrealistas”.

No acordo mediado pelo Egito e pelo Qatar, o grupo extremista garante a libertação de reféns israelenses – incluindo, em um primeiro momento, somente mulheres, crianças, idosos e doentes – em troca da liberdade de 700 a mil prisioneiros palestinos.

O texto apresentado pelo Hamas também inclui o envio de ajuda humanitária aos palestinos, além de um cessar-fogo permanente em Gaza e a retirada das forças armadas israelenses do território. Essas ações, no entanto, ganhariam uma data de cumprimento somente após a troca de reféns.

Secretário de Estado dos EUA afirma que 100% de Gaza é vítima da fome

Anthony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, afirmou, nesta terça-feira (19), que toda a população de Gaza sofre “em níveis graves de insegurança alimentar aguda”

Cem por cento da população afetada 

O secretário de Estado realizou uma viagem as Filipinas no intuito de saudar a ampla diplomacia entres os países, aproveitando a oportunidade para dissertar quanto a situação estreita do conflito entre Israel e Hamas.

“De acordo com as medidas mais respeitadas destas coisas, 100% da população de Gaza encontra-se em níveis graves de insegurança alimentar aguda. É a primeira vez que uma população inteira é classificada desta forma”, disse Blinken, em uma conferência de imprensa nas Filipinas, país do sudeste asiático.

Anthony Blinken ainda se estendeu, classificando o embate de Israel e a Palestina como uma situação horrível em âmbito humanitário, destacando as mulheres e crianças, e também os homens como principais vítimas da guerra. O norte-americano ainda implorou para que Israel protegesse os civis. 


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Criança palestina em fuga de hospital em meio aos bombardeios provocados por Israel (reprodução/Instagram/@cartunista_das_cavernas)

Ele continua, afirmando que é de responsabilidade dos chefes israelitas tornar uma prioridade a proteção dos civis, enquanto se defende.

“É absolutamente responsabilidade de Israel, enquanto age para se defender de 7 de outubro de que isso aconteça novamente, para tornar uma prioridade a proteção dos civis – aqueles que foram pegos em perigo, e para fornecer ajuda àqueles que precisam desesperadamente de assistência humanitária.”

Ainda na conferência, o secretário afirmou ter solicitado a existência de plano por parte de Israel para Gaza após o término da guerra, qual ele espera que seja em breve. Segundo Blinken, o plano deve ser consistente conforme as necessidades israelitas para sua defesa e garantir que o 7 de outubro se torne irreprisável.

Ainda durante esta semana, Anthony Blinken, irá visitar a Arábia Saudita e também o Egito, se reunirá com líderes governamentais para discutir quais serão os esforços necessários para chegar a um “acordo de cessar-fogo imediato” na batalha entre Israel e Hamas. 

Gaza em meio à fome 

Conforme relatório apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), as 2,2 milhões de pessoas que habitam as terras palestinas em meio a guerra travada não possuem comida suficiente, com metade da população a beira de níveis críticos da falta de alimento, e que a fome deverá chegar ao norte de Gaza “a qualquer momento entre meados de março e maio de 2024.

Em meio a fome e a insegurança alimentar rigorosa que a Faixa de Gaza enfrenta, Israel se manifestou quanto à Corte Internacional de Justiça (CIJ) e pediu para que ordens de emergência para aumento da ajuda humanitária em Gaza não fossem mais emitidas. O governo israelense ainda classificou o pedido da África do Sul para o supracitado como “moralmente repugnante“.  

Em um documento divulgado nesta segunda-feira (18), Israel alega se preocupar com a real situação humanitária e com as vidas inocentes afetadas pelas ações de guerra tomadas durante o confronto em Gaza, que causaram danos e vitimaram crianças e mulheres.

Os advogados que representam o país negam acusações quanto ao sofrimento humanitário causado de forma deliberada no território palestino, onde a fome se expande e milagres de pessoas já foram vitimadas pela guerra.

Negociações para trégua na guerra entre Israel X Hamas terminam sem acordo 

Nesta terça-feira (13), as tentativas para promover trégua na guerra entre Israel X Hamas terminaram sem avanços em uma reunião entre os Estados Unidos, Egito, Israel e Catar. No Cairo, os países se mostraram intencionados em iniciar negociações após a intensificação dos bombardeios vindos de Israel à cidade de Rafah, localizada no Sul da Faixa de Gaza. 

A reunião foi mediada pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que conduziu as tratativas com o diretor da CIA, William Burns, e com o primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani. De acordo com o site de serviço de informações do Egito, a reunião tinha como objetivo chegar a um acordo sobre uma trégua em Gaza, proteger os civis e fornecer mais ajuda ao enclave. 

Após o fim do encontro, o site publicou uma declaração do presidente egípcio em que ele cita uma “vontade de continuar a consulta e a coordenação” sobre as principais questões que envolvem a guerra, indicando que nenhum avanço foi feito.

Ataques em Rafah

Após quatro meses do início da guerra, a cidade de Rafah, localizada no Sul da Faixa de  Gaza,  abriga mais de um milhão de civis palestinos que se deslocaram para o território para se proteger dos bombardeamentos israelenses. Isso porque, no início da guerra, os ataques eram mais comuns no norte de Gaza. No entanto, nos últimos dias,  o conflito vive a intensificação da atividade militar israelense sob Rafah. 



O território, que antes abrigava cerca de 300 mil pessoas, agora é habitado pelo triplo de moradores, praticamente todos os civis que sobreviveram desde o início da guerra. Agora, com bombardeamentos em Rafah, dezenas de desabrigados passaram a deixar o território em busca de novos abrigos em Gaza. 

Mesmo fazendo fronteira com Rafah, o Egito não permitirá a entrada de imigrantes palestinos que estão fugindo do conflito.

O conflito

Até o fechamento desta reportagem, 28.478 pessoas foram mortas em decorrência da guerra, destes, 133 foram mortos nas últimas 24h, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, autoridade controlada pelo Hamas. Além disso, estima-se que sejam 68.146 feridos, número que preocupa as autoridades visto que a superlotação dos hospitais é uma realidade em Gaza desde o início da guerra, no último dia 7 de outubro.