Botafogo vacila no segundo tempo e cede empate contra o Mirassol

A equipe do Botafogo encarou a grande pedra no sapato deste Campeonato Brasileiro de 2025 nesta quarta-feira (17). Com o glorioso livre neste meio de semana por conta da realização da rodada CONMEBOL, a CBF resolveu aproveitar a agenda do clube para marcar este confronto válido pela 12ª rodada, adiado por conta da Copa do Mundo de Clubes. O duelo era um confronto direto para assumir a 4ª posição na tabela.

Para o clube do interior de São Paulo, era necessário apenas evitar a vitória alvinegra para se manter na zona de classificação direta para a próxima Libertadores — e o time de David Ancelotti, cujo cargo cada vez mais é ameaçado pela pressão da torcida, entrou em campo ciente da cautela que deveria ter ao enfrentar uma equipe que tem sido um verdadeiro incômodo para os grandes do torneio.

Equipe instável em campo

A equipe carioca entrou ligada e envolveu completamente o adversário. Com intensidade no ataque e boas triangulações, construiu a vantagem cedo: Com Savarino abrindo o placar aos 11 minutos de jogo. Chris Ramos ampliou aos 30 minutos, e . Montoro ainda marcou o terceiro aos 39, fechando a conta da primeira etapa.

Enquanto isso, o Mirassol foi tentando reagir com Reinaldo e Cristian, porém ambos os lances pararam em defesas seguras de Léo Linck, que saiu aplaudido pelos torcedores ao fim da primeira etapa. O goleiro tem sido a preferência da torcida, após atuações apáticas por parte de Neto, que desfalca o alvinegro por lesão.


Melhores momentos da partida (Vídeo: reprodução/YouTube/ge)

Entretanto, apesar do primeiro tempo tranquilo para os botafoguenses, os 45 minutos finais foram um verdadeiro pesadelo. No intervalo, técnico Rafael Guanaes mexeu na equipe e colocou Chico da Costa em campo. E a mudança surtiu efeito imediato: com apenas 35 segundos, o atacante recebeu de Negueba e descontou para os paulistas, recolocando o Leão Capira de volta na partida.

Aos 12, o zagueiro Jemmes apareceu como centroavante e fez o segundo. Três minutos depois, Lucas Ramon subiu bem de cabeça e deixou tudo igual. O empate relâmpago deixou a torcida presente no Nilton Santos furiosa, com direito a diversas vaias ao final do jogo. A brusca queda de ritmo do elenco após o intervalo não foi novidade no duelo desta noite: Uma situação semelhante havia ocorrido no confronto contra o Corinthians, em julho.

A arbitragem também foi destaque na partida em dois lances polêmicos para cada equipe. O primeiro ocorreu aos 19 minutos do segundo tempo, quando Barboza levou um pisão de João Victor dentro da área, mas o árbitro mandou seguir. Já o segundo ocorreu aos 44, após o mesmo João Victor ter sido derrubado por Cuiabano, e apesar da checagem do VAR, o pênalti mais uma vez não foi marcado, por conta da posição irregular do atacante na origem da jogada.

Davide em xeque

Diante do resultado catastrófico, a torcida aumentou o nível de impaciência em relação ao trabalho do filho de Carlo Ancelotti. O italiano chegou ao clube na mesma época que o ex-Real assumiu o comando da seleção brasileira, e foi uma aposta de Textor para organizar o elenco, após a saída amarga de Renato Paiva, por conta de divergências contra o texano.

Este foi o primeiro trabalho de Davide como profissional, visto que apenas teve experiência no meio futebolístico como auxiliar técnico do pai. Sem conseguir uma estabilidade sólida no desempenho apresentado pela equipe, o torcedor alvinegro cada vez mais protesta pedindo a saída do treinador, que falou após o jogo desta noite:

Hoje não tivemos uma reação boa e temos que melhorar isso, temos só uma competição. Temos que manter a imagem da primeira etapa, temos que saber ler dentro, quando é o momento de jogo, e não perder a cabeça quando temos dificuldade. É uma questão também da fase defensiva, de concentração, não temos a solidez que tivemos nos primeiros jogos.”

Davide Ancelotti

O técnico ainda completou rebatendo as críticas que anda sofrendo da torcida, dizendo que mudança do clube virá “com resultados e não palavras”, afirmou.