Olimpíadas de Paris podem estar alvo de extremistas se entendidas por três fatores

Os governos estão antenados as ameaças do Estado Islâmico que, intensificou solicitações para atacar eventos esportivos na Europa. A preocupação se dá em torno dos jogos olímpicos e paraolímpicos de Paris, na França. Nos últimos dias, o país tem reforçado a segurança para evitar possíveis ataques na região. Embora seja complexo fazer previsões sobre os riscos reais, fatores como a intenção, a capacidade e a oportunidade do bloco terrorista foram analisados.

Intenção

Os jogos olímpicos movem o mundo, nesse sentido, uma ação pode proporcionar um impacto global. Então, fica a pergunta: será que o Estado Islâmico alocaria recursos para essa fatalidade?

Hoje, a afiliada ao grupo califado com poder propenso a cometer ataques transnacionais é o Estado Islâmico Província de Khorasan (EI-K) onde há sede no Afeganistão. A afiliada é centrada em ataques no ocidente, apesar de priorizar atentados em países, como Afeganistão e Paquistão; seguidamente de países da Ásia Central como o Tajiquistão, o Uzbequistão e o Quirguizistão, e potências regionais como o Irã, Rússia e China.


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Estado Islâmico é um califado que atua mediante a ataques terroristas baseados em ideologias político religiosas extremistas sobre o Islamismo (Foto: reprodução/AFP Contributor/getty images embed)


O grupo califado foi responsável pelo recente massacre na sala de concertos em Moscou – Rússia, das quais morreram 140 pessoas. Atualmente, eles agitam apelos aos seus seguidores. “Recriem a glória do ataque a Paris, em 2015 e organizem cruzadas em massa”.

Para eles, tentar criar um terror em meados dos jogos olímpicos poderia ser uma estratégia para cansar seus opositores, visto que, desde 2014-15, o Estado Islâmico não está na mesma posição em que se expandia territorialmente para a Síria e Iraque. Houve uma coalizão, espécie de freio por parte do ocidente às suas tentativas, o que os levou a retaliá-los, em forma de ataques na Europa.

Essa é uma tática mecânica para esgotar os recursos dos governos ocidentais, ao levá-los a investir em medidas de segurança de alto custo, contra os possíveis ataques. Essa prática já foi identificada, quando a Al-Qaeda implantou duas impressoras-bomba em um avião. A operação falhou, porém, ela obrigou os Estados Unidos a investirem bilhões em melhorias de segurança, em companhias aéreas.

Capacidade

Apesar de haver dúvidas por parte dos governos em relação à organização de um ataque pelo Estado Islâmico, o EL-K tem histórico de potencial em realizar ataques transnacionais. Alguns aspectos devem ser relevantes, por mais que sua capacidade ainda seja uma incógnita.


O EL-K em 24 de janeiro de 2016 foi classificado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, como Organização Terrorista Estrangeira (Foto: reprodução/AFP Contributor/getty images embed)


Primeiro, o atentado suicida em um comício político no Paquistão em julho de 2023; um duplo atentado suicida ao Irã em 2024; e o massacre na sala de concertos na Rússia.

Oportunidade

As olimpíadas podem ser vistas como oportunidade promissora para um ataque. A propaganda extremista islâmica potencializa os ataques em eventos esportivos, pois segundo o Al Qaeda “são alvos fáceis”.

Em suma, a França planeja enviar 45 mil policiais, 20 mil membros da segurança privada e 15 mil militares para fazer a segurança nos dias do evento.

“Prova de fogo” Brasil debate ascensão de ódio

O Ministro Luís Roberto Barroso em evento palestrado na Universidade de Oxford, no Reino Unido, neste sábado (22), citou que o mundo vive em um momento difícil para preservar democracias diante da ascensão da extrema-direita.

“A democracia tem espaço para todas as correntes político ideológicas, mas, não há lugar para quem não se disponha a respeitar as regras do jogo e os resultados eleitorais.” disse o ministro ao colocar parâmetro nas relações.

O crescimento de discursos de ódio como estratégia de atuação política muitas das vezes capturado para o sentido religioso, aumenta em diversos países.