Chefe do Tribunal Arbitral do Esporte já havia representado a Romênia

Nesta quarta-feira (14), o caso da disputa pelo bronze no solo da ginástica artística nas Olimpíadas de Paris teve um desdobramento. De acordo com a imprensa norte-americana, o chefe do painel no Tribunal Arbitral do Esporte, que anulou a revisão dos Estados Unidos, reforçando o bronze de Ana Barbosu, representou a Romênia em outros casos. O Tribunal Arbitral do Esporte havia negado o pedido de revisão da Confederação de Ginástica Artística dos EUA, na última segunda-feira (12), alegando que as regras não permitem a reconsideração de uma sentença arbitral.

Revisão dos Estados Unidos

Segundo as informações, os novos documentos revelaram que o Dr. Hamid G. Gharavi, chefe do painel de três pessoas do Tribunal Arbitral do Esporte que anulou a revisão dos EUA, trabalhou para a Romênia em outros casos de arbitragem. Depois da repercussão da notícia, atletas e treinadores da ginástica artística apontaram conflito de interesse no caso.



A USA Gymnastics e a Federação Romena de Ginástica ainda não se pronunciaram. A Corte Arbitral do Esporte (CAS) e Gharavi também não se manifestaram.

A USA Gymnastics havia enviado um pedido de revisão depois do CAS ordenar que Jordan Chiles devolvesse a medalha à romana Ana Barbosu após a reavaliação das notas. A confederação norte-americana alegou que não existe irregularidades na nota de Jordan Chiles, e enviou um vídeo mostrando a conversa do treinador com a arbitragem depois da prova.

A confederação alegava que o pedido de reavaliação da nota de Chiles foi dentro do prazo estabelecidos pelas regras e tentou pedir uma noca revisão do Tribunal Arbitral do Esporte. Mas, nesta segunda-feira, o pedido foi negado em uma decisão final das autoridades.

Entenda o caso

Depois de uma audiência realizada pelo CAS no sábado (10), onde ouviu as partes envolvidas, o órgão considerou irregular o acréscimo de 0.100 dado à nota de Jordan Chiles após um recurso pedido pela delegação da Romênia. Este acréscimo permitiu que a ginasta americana superasse as duas romenas. Sem ele, Chiles fina na quinta posição, com 13.666, e Barbosu e Sabrina seriam as terceiras e quartas colocadas, respectivamente.

A decisão do CAS não afeta nem a vencedora Rebeca Andrade, do Brasil, nem a medalhista de prata Simone Biles, dos Estados Unidos, que marcaram 14.166 e 14.133, respectivamente.

Simone Biles revela que chorou após competição na Olimpíada de Paris

Após concluir sua participação nas Olimpíadas de 2024, a ginasta Simone Biles fez uma aparição no programa “Today in Paris” nesta terça-feira (6). Ela revelou que se emocionou ao retornar à Vila Olímpica após as finais individuais femininas no solo.

“Quando retornamos à Vila ontem, olhei para Jordan (Chiles) e comecei a chorar. Ela comentou algo como ‘Eu sabia que isso ia acontecer, só não sabia quando’. Eu estava tão tomada pela emoção e finalmente consegui liberar tudo isso.”

Simone Biles

Para quem não acompanhou os Jogos Olímpicos, as ginastas americanas Biles e Jordan conquistaram o segundo e terceiro lugar, respectivamente, na final do solo feminino. No pódio, elas se destacaram ao homenagear a campeã brasileira Rebeca Andrade, um momento que atraiu atenção do mundo inteiro.


Perfil do Museu do Louvre comenta sobre a icônica foto de Simone Biles e Jordan Chiles reverenciando Rebeca Andrade (Foto: reprodução/X/@Olympics)

No entanto, ela acredita que só conseguirá revelar plenamente a importância de suas conquistas como a ginasta olímpica feminina mais premiada dos Estados Unidos quando decidir se aposentar.

Bloqueio mental de Simone Biles

Nas Olimpíadas de Tóquio, Simone Biles enfrentou um bloqueio mental que resultou na perda da percepção espacial enquanto estava no ar, o que a impediu de participar da competição.


Simone Biles e suas medalhas olímpicas (Foto: reprodução/Instagram/@simonebiles)

Durante esse período, Simone passou por um dos maiores desafios para um atleta: o “twisties”. Essa condição mental, que causa uma desconexão com a mente e os movimentos corporais, é perigosa, especialmente em um esporte que exige a alta precisão e coordenação. Optar por priorizar sua saúde mental, com o suporte de especialistas, foi essencial para sua recuperação e sucesso futuro.

Simone Biles estava curiosa sobre o solo de Rebeca Andrade

Antes de disputar a final do solo individual nas Olimpíadas de Paris com Rebeca Andrade, Simone Biles questionou sua colega como ela executaria sua sequência, conforme Rebeca contou a Fernanda Gentil em uma entrevista para a CazéTV. Porém, a medalhista de ouro optou por desviar do assunto e surpreendeu ao ser perguntada se adotaria a mesma estratégia que a competidora norte-americana.


Entrevista de Rebeca Andrade para a CazéTV (Vídeo: reprodução/X/@luscas)

A trajetória de Simone Biles em Paris serve como um importante lembrete de que devemos cuidar da nossa saúde mental com a mesma seriedade que dedicamos à nossa saúde física. Ela demonstra que, em certos momentos, dar um passo para trás pode ser a escolha mais sensata e corajosa para alcançar nossos objetivos.