De imigrante a mentora: a história da brasileira que apoia e transforma vidas de mulheres latinas na Europa

Construir uma nova vida no exterior é o sonho de milhares de brasileiras, mas a realidade mostra que a jornada costuma vir acompanhada de barreiras como: adaptação cultural, redes de contato restritas, validação de diplomas e, muitas vezes, preconceito.

É nesse cenário que a mentora Gabriela Lodewijks, radicada há 14 anos na Holanda, tem se tornado referência ao apoiar mulheres latinas em processo de transição de vida e carreira na Europa.

Segundo levantamento da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), profissionais estrangeiros — especialmente mulheres — enfrentam taxas mais altas de subemprego e barreiras de ascensão do que cidadãos locais (OECD, 2023). Para Gabriela, o impacto emocional desse choque cultural é tão forte quanto os desafios práticos.

“Muitas mulheres chegam cheias de sonhos, mas se veem presas em inseguranças, falta de rede de apoio e sensação de não pertencimento. O meu trabalho é ajudá-las a resgatar autoconfiança e criar estratégias reais de inserção no mercado”, explica.

Entre a identidade e a adaptação

Gabriela conduz seu trabalho em duas frentes: Inteligência Emocional, para lidar com sentimentos de inadequação, e Programação Neurolinguística (PNL), para ressignificar crenças limitantes. A partir dessas ferramentas, suas clientes desenvolvem novas narrativas sobre si mesmas — fundamentais para enfrentar entrevistas de emprego, empreender em outro país ou até mudar de área profissional.

Um exemplo frequente é o da brasileira formada em áreas como direito ou saúde, que ao chegar na Europa descobre que seus diplomas não têm validade imediata. “Elas sentem como se a identidade profissional tivesse sido apagada. É nesse ponto que a mentoria ajuda a reposicionar talentos, mostrando que conhecimento não se perde, apenas precisa ser adaptado”, afirma.


Gabriela Lodewijks (Foto: reprodução/divulgação)

Histórias de superação

Sem revelar nomes, a mentora cita o caso de uma cliente que deixou o Brasil para acompanhar o marido expatriado. Após meses sem trabalhar, a sensação de dependência começou a corroer sua autoestima. Com acompanhamento e planejamento, ela transformou aquilo que mais amava fazer em um negócio digital, conquistando independência financeira.

“Essas histórias mostram que a barreira não é apenas o idioma, mas a forma como a mulher se enxerga dentro de uma nova sociedade”, reforça Gabriela.

Um mercado em expansão

Nesse contexto, Gabriela Lodewijks ocupa um espaço singular: o de mentora que alia vivência internacional, abordagem prática e um olhar sensível às nuances culturais que atravessam a vida de latinas fora de seu país de origem.

Gabriela projeta ampliar seu alcance com conteúdos digitais acessíveis. Para ela, democratizar o acesso a ferramentas de autoconhecimento é fundamental.

Todas as mulheres, independente de onde residam e das condições em que vivam, merecem ter acesso a ferramentas que podem mudar sua história. Meu objetivo de vida é empoderar verdadeiramente pessoas para conquistar seus lugares e realizar seus sonhos. Que mais mulheres descubram que podem ser protagonistas da própria vida, onde quer que estejam”, conclui.

Natação e superação: a jornada de Maike Allan, ex-BBB que transformou o esporte em lição de vida

Antes de se tornar uma figura conhecida pelo público do Big Brother Brasil, o paulistano Maike Allan já trilhava uma jornada de disciplina e superação. Sua história, no entanto, não começou nos holofotes da TV, mas nas piscinas. Durante anos, a natação foi muito mais do que um esporte para Maike: foi uma verdadeira escola de vida que moldou sua identidade e o preparou para os desafios futuros.

A rotina de treinos intensos e competições ensinou a Maike valores essenciais que ele carrega até hoje, como foco, resiliência e determinação. A prática constante o fez entender que os resultados são frutos de dedicação, um aprendizado que se tornou a base de sua trajetória.



“Foi na piscina que aprendi a lidar com vitórias e derrotas, a ter paciência com os meus processos e a acreditar no meu potencial”, conta Maike. “A natação me ensinou que resultados vêm com constância, e isso carrego em tudo que faço até hoje”.



O espírito do atleta além das piscinas

A disciplina e a mentalidade de atleta construídas na água se transformaram em ferramentas poderosas para Maike enfrentar a vida pessoal e profissional. O que começou como uma paixão pelo esporte se tornou uma filosofia de vida que o guia em novos caminhos, como a televisão e a comunicação digital.



Mesmo em áreas completamente diferentes, o espírito do atleta continua presente, reforçando sua identidade como alguém que valoriza a persistência, a superação e a busca constante por seus objetivos. A trajetória de Maike Allan é um exemplo de como as lições aprendidas no esporte podem ir muito além das raias, preparando-nos para navegar em qualquer oceano da vida.

No México, Allan Souza Lima fala sobre nova jornada no cinema

Em constante processo de reinvenção, Allan Souza Lima se lançou recentemente em uma nova jornada no México, motivada pela sede cultural e também de olho na força do mercado latino-americano e internacional. O ator se encontra no país neste momento, ainda sem data para retornar.

Nesse novo capítulo, tem se dedicado ao aprofundamento de sua carreira como ator, também investindo em cursos e aprimorando a fluência no espanhol.

A decisão coincide com um momento singular em sua carreira: o encerramento das rodagens do longa-metragem Lusco-Fusco“, obra que resgatou seu vínculo com o cinema independente, logo após protagonizar um dos papéis centrais no streaming da Amazon. A trama, que aborda temas como a força de conexões inesperadas, o fez adentrar, na pele de Matias, em um universo narrativo que ele define como “cult não por ser hermético, mas por exigir um olhar disposto a se perder e se encontrar nas entrelinhas”.


Allan Souza Lima (Foto: reprodução/divulgação)


“Há uma liberdade no cinema independente que não cabe no mainstream. É uma arte que não tem qualquer receio de causar incômodo, nem compromisso de ser rápida ou dinâmica, e nem de deixar perguntas sem respostas claras. Fazer esse filme foi como um retorno à essência de por que escolhi ser ator: pela possibilidade de abordar a experiência humana sem as amarras do mercado. No cinema independente, a narrativa não precisa ser palatável, nem seguir fórmulas; ela pode ser um reflexo das contradições da vida, um espaço onde a arte pode respirar sem pressões externas. É ali que, muitas vezes, as histórias mais subversivas e autênticas nascem, onde a liberdade criativa transcende qualquer desejo de aprovação, e o foco está no impacto emocional”, conta.

Enquanto se adapta à vida na Cidade do México, onde tem frequentado workshops e se conectado com artistas locais, Allan também aguarda a continuação de “Cangaço Novo”, série do Prime Video na qual interpreta o protagonista Ubaldo — personagem que carrega consigo parte do Brasil do século XX. O sucesso internacional da produção, baseada em fatos reais, o enche de orgulho, mas também provoca reflexões: “Ver nossa história sendo assistida e discutida pelo país afora prova que o que é genuíno transcende fronteiras. O cangaço não é só um capítulo do Nordeste brasileiro; fala de rebeldia e de condutas extremas mas também do reflexo de injustiças, de luta anti-sistêmica — temas que qualquer latino-americano reconhece, pela vivência”.


Allan Souza Lima (Foto: reprodução/divulgação)


E é essa consciência que o motiva a defender uma maior integração cultural na América Latina“Somos tantos países, mas compartilhamos várias dores e belezas parecidas. Por que não nos unimos mais? Por que não trocamos mais experiências, coproduzimos mais, criamos juntos? O México, assim como o Brasil, tem uma cultura vibrante, que resiste apesar de tudo. Estar aqui me faz reafirmar uma conexão que fica ainda mais latente através de todas as formas de expressão que envolve casa manifestação artística”, conclui.