Burberry está a procura de um novo líder para a marca de luxo

A Burberry está reformulando sua liderança e agora busca um novo presidente. A mudança ocorre pouco depois de anunciar que Joshua Schulman, ex-presidente da Coach e Jimmy Choo, substituirá o atual CEO britânico, indicando uma transformação significativa na gestão da marca de luxo.

Nova perspectiva para a marca

A marca está em uma missão de transformação, procurando um novo visionário para seu conselho de administração. Em uma movimentação estratégica revelada pela Sky News, a grife está consultando headhunters para identificar dois candidatos de alto calibre que possam substituir Gerry Murphy e trazer uma nova perspectiva para a marca. A manobra reflete a ambição em renovar e fortalecer sua liderança no competitivo mundo da moda.

Gerry Murphy tem comandado o conselho da Burberry desde 2018, e também ocupa o cargo de presidente da rede de supermercados Tesco desde 2023, uma atuação em um setor bastante distinto, em comparação com o universo da moda.


Burberry em sua nova coleção ”Spring 2025” (Foto: reprodução/Instagram/@burberry)

Líder com os princípios Burberry

A luxuosa marca está conduzindo uma busca cuidadosa e sem pressa por seu próximo líder, sem definir um prazo específico para a transição. De acordo com fontes, essa procura é mais sutil do que direta. Um especialista do setor de luxo revelou que a grife tem sido clara ao afirmar que a posição está aberta apenas para o candidato que realmente se encaixe no perfil desejado, refletindo a busca por alguém que se encaixe perfeitamente na visão e estilo da marca.

Novos caminhos

Recentemente, surgiu a notícia de que Jonathan Akeroyd deixará o cargo de CEO, sendo substituído por Joshua Schulman. Sob a liderança de Akeroyd, a Burberry continuou a sua jornada rumo ao topo do mercado de luxo, mantendo a estratégia de seu predecessor. Agora, especula-se que Schulman possa trazer uma abordagem inovadora, talvez com um novo enfoque em atrair clientes aspiracionais e expandir ainda mais o apelo da marca para novos segmentos de mercado.

Inserida em um mercado de luxo competitivo e em constante mudança, a Burberry está se reinventando em resposta a um desempenho abaixo das expectativas, com vendas e lucros em declínio e uma estratégia que não conseguiu impulsionar o crescimento desejado. Este cenário não é exclusivo da marca, pois muitas outras no mesmo seguimento de luxo estão enfrentando desafios semelhantes e lutando para se destacar e prosperar no ramo.

Entenda por que a Burberry anunciou a troca de seu CEO

Burberry é uma das maiores e mais reconhecíveis marcas da Grã-Bretanha e, nesta segunda-feira (15) declarou que teve uma queda em suas vendas, também suspendeu seus dividendos e substituiu o seu Diretor Executivo (CEO) ao enfrentar uma retração significativa nos gastos de consumo de moda de alta costura. 

A grife de luxo ainda declarou que sua receita caiu mais de 20% no último trimestre, que acabou em 29 de junho.


Coleção Inverno de 2022 por Ricardo Tisci
(Foto: reprodução/Burberry/Divulgação)

Estratégia de recuperação

Desde a saída de Christofer Bailey, ex-diretor criativo da grife, a Burberry tem tentado se reposicionar como uma marca de luxo. E, embora a entrada de Ricardo Tisci tenha sido elogiada inicialmente, os resultados foram de encontro com os códigos da marca e, financeiramente, o resultado está longe do esperado.

No mundo da moda, a sinergia entre a visão empresarial do CEO e a visão criativa do diretor é crucial para o sucesso de uma grande marca. No caso da Burberry, a estratégia passada era de consolidar a grife com coleções luxuosas e preços altos, entretanto, é possível dizer que essa estratégia não funcionou e ainda causou uma queda de 20% na receita.

Jonathan Akeroyd foi o CEO responsável pela nova estratégia de posicionamento e agora é substituído por Joshua Schulman, conhecido por passar por outras marcas como Michael Kors e Coach, tidas pelo público como “luxo acessível”.

Nova fase

Segundo a Business of Fashion, a chegada de um novo CEO significa uma mudança radical nos planos da Burberry que, agora, deve focar em uma nova estratégia com produtos que atinjam uma classe de clientes menos abastados. Estratégia essa muito similar a que Schulman utilizou com a Coach tentando seu reposicionamento.

Muitos acreditam que o maior erro de estratégia passado da grife inglesa foi tentar se posicionar como uma marca de luxo, podendo sempre seguir sua tradição utilitária e mantendo sua antiga clientela. Agora, a empresa visa retomar sua base de consumidores ao oferecer um “consumo de luxo mais cotidiano”.