Diddy não depõe e julgamento avança para fase final

O processo judicial que envolve o rapper Diddy por tráfico sexual em Nova Iorque está prestes a ser concluído, de acordo com o TMZ. Nesta terça-feira (24), a acusação federal encerrou oficialmente a exposição de seu caso, após mais de seis semanas de depoimentos. No total, 34 testemunhas foram ouvidas. A defesa, por sua vez, decidiu não apresentar testemunhas, o que também inclui a ausência do depoimento do próprio Diddy.

O julgamento de Sean “P. Diddy” Combs, preso em setembro de 2024 por diversas acusações, incluindo tráfico sexual, está prestes a alcançar sua fase decisiva. Depois de mais de seis semanas de depoimentos, a promotoria concluiu a apresentação de provas e testemunhas. Agora, o processo caminha para as alegações finais, última etapa antes da decisão do júri que pode levar o rapper à prisão perpétua.

Promotoria conclui depoimentos

A última testemunha do caso foi ouvida pela promotoria na terça-feira (24). Após esse depoimento, os promotores informaram ao juiz que concluíam a fase de apresentação de provas. Entre as 34 testemunhas ouvidas ao longo do julgamento estiveram figuras públicas como Cassie Ventura, que relatou os abusos sofridos durante o relacionamento com o acusado, e o rapper Kid Cudi, que confirmou ter sido ameaçado após manter contato com Cassie. Ex-funcionários de Diddy, namoradas, amigos próximos das vítimas e especialistas também prestaram depoimento.

A defesa, por outro lado, decidiu não chamar testemunhas. Questionado diretamente pelo juiz federal Arun Subramanian, Diddy afirmou que a escolha de não depor foi dele. Embora não tenha apresentado testemunhos em sua defesa, a equipe jurídica do artista exibiu ao júri um conjunto de provas, em uma exposição que durou menos de 30 minutos. Essa é uma prática comum nesse tipo de julgamento, já que a responsabilidade de mostrar a culpabilidade do réu cabe à acusação.


Tribunal Federal Daniel Patrick Moynihan, em Nova Iorque, onde acontece o julgamento de Diddy (Foto: reprodução/John Lamparski/Getty Images Embed)


Defesa tenta encerrar processo antes de decisão do júri

Quando o júri foi temporariamente dispensado para o almoço, os advogados de defesa de Diddy apresentaram uma moção pedindo o encerramento imediato do processo. O argumento da defesa é a falta de provas sólidas por parte da promotoria para justificar as acusações. O rapper nega todas as imputações, que incluem conspiração para extorsão, tráfico sexual sob coerção e organização de uma rede de prostituição.

Como a defesa optou por não apresentar testemunhas, o caso agora segue para a fase de alegações finais, previstas para começar na quinta-feira. Será a última chance para acusação e defesa tentarem convencer o júri. A deliberação dos jurados deve começar na próxima segunda-feira. Caso Diddy seja considerado culpado, ele pode pegar uma pena que o manteria preso pelo resto da vida.

Violência e silêncio: maquiadora detalha agressão de Diddy contra Cassie em hotel após o Grammy

A maquiadora Mylah Morales revelou, em um depoimento chocante, detalhes de um suposto episódio de violência envolvendo Sean Diddy Combs e a cantora Cassie Ventura, ocorrido após a premiação do Grammy, em 2010. Segundo ela, a artista apareceu com ferimentos graves após uma briga com o rapper em um quarto de hotel, aumentando ainda mais as denúncias de abuso que cercam o rapper no julgamento federal em andamento. 

Relato do momento de pânico 

Segundo Morales, após retornarem de uma festa na casa de Prince, em Los Angeles, Diddy entrou abruptamente no quarto de hotel onde estavam hospedadas a procura de Cassie. Ele então se dirigiu ao quarto onde Cassie estava, fechou a porta e relatou ter ouvido gritos e berros vindos do local. Pouco tempo depois, Cassie saiu do quarto com muitos e visíveis sinais de agressão, incluindo um olho inchado, lábio cortado e hematomas na cabeça.

Após o incidente, Morales levou-a para sua casa e solicitou a presença de uma amiga médica para examinar os ferimentos. A médica recomendou que Cassie fosse ao pronto-socorro cuidar dos ferimentos, mas ela recusou. Morales explicou que não contatou as autoridades por medo de mais represálias de Diddy. 


— Cassie e Diddy no Grammy de 2018. (reprodução: Jewel Samad/Getty Images Embed)


A manipulação da Defesa 

Durante o julgamento, a defesa de Diddy apresentou fotos de Cassie em eventos e sessões fotográficas para argumentar que sua carreira não foi prejudicada pelo relacionamento com o rapper. No entanto, o juiz rejeitou algumas dessas imagens, considerando-as irrelevantes para o caso. 

Além de Morales, outras testemunhas, incluindo o rapper Kid Cudi, relataram comportamentos violentos de Diddy. Cudi afirmou que seu carro foi incendiado inesperadamente após um desentendimento com o rapper. 

O julgamento de Diddy continua em andamento, com diversas testemunhas apresentando relatos de comportamentos abusivos e violentos por parte do músico.