2025 registrou o janeiro mais quente da história

O ano de 2025 começou registrando o janeiro mais quente da história. As temperaturas vêm aumentando fazendo com que o planeta esteja a 18 meses sob recordes de extremo calor. Os números são preocupantes e pegaram os especialistas de surpresa, isso porque eles esperavam uma diminuição nas temperaturas devido ao resfriamento dos oceanos causado pelo La Niña.

Recorde de extremo calor

De acordo com um levantamento feito a pedido do G1 pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), “Mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo em 2024 – um ano marcado como o mais quente da história da Terra”.

No total, 111 cidades do Brasil tiveram 5 meses de calor extremo com temperaturas que, muitas vezes, ultrapassaram os 40°C. No entanto, não apenas essas cidades foram afetadas pelas temperaturas extremas, ainda de acordo com o levantamento, todas as cidades brasileiras enfrentam ao menos um dia com temperaturas máximas extremas.

Região Norte é a mais afetada pelo calor extremo

O Norte do país foi a região mais afetada pelas altas temperaturas, enfrentando uma seca extrema no ano de 2024. Os rios da maior bacia hidrográfica do mundo, a Amazônica, secaram completamente fazendo com que a maioria dos Estados declarasse situação de emergência.


Morador de Porto Velho sentado próximo ao Rio Madeira (Foto: reprodução/G1)

La Niña

Os especialistas esperavam uma trégua nas temperaturas neste mês de janeiro devido ao resfriamento dos oceanos com o La Niña, no entanto, mesmo com o fenômeno acontecendo, os índices não foram bons. Em janeiro de 2024, mesmo com o fenômeno El Nino, que aumenta a temperatura dos oceanos, os números foram menores do que neste ano.


Temperaturas aumentam apesar do La Niña (Foto: reprodução/Estadão)

A causa desses índices extremos na temperatura é o aumento da emissão de gases do efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Com o crescente aumento das temperaturas, os pesquisadores temem que o mundo atinja um novo recorde de temperaturas.

Países aguardam chegada de Furacão Beryl que trará fortes tempestades

Desde a última sexta-feira (28), o Furacão Beryl tem ganhado força e ontem (30) virou uma caracterizada como extremamente perigosa, de categoria nível 4, em uma escala de 1 a 5. Os países do Caribe estão extremamente preocupados pois o furacão pode trazer “ventos com risco de vida”, além de fortes tempestades. Alguns dos países da região receberam um alerta do que está por vir, mesmo que numa época incomum de acontecer tal feito.


Vídeo sobre o Furacão Beryl (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Preparação dos países

Barbados, Santa Lúcia, São Vicente, Granadinas e Granada e as ilhas da Martinica e Tobago estão sob alertas de tempestades tropicais. Autoridades destes países têm pedido para que os moradores se preparem de acordo com a aproximação do furacão. Em Granada, por exemplo, é esperado que a região recebe uma chuva de três meses em 12 horas.

O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, afirmou que o estrago já seria grande com 2 polegadas de chuva, mas o dobro disso deve inundar a capital Kingstown. Um morador da região, afirmou que alguns dias atrás, o furacão e as tempestades não eram assunto de máxima preocupação entre os habitantes.

Em outros locais, como Barbados, os moradores foram aos supermercados para garantir um estoque de alimentos e mantimentos necessários para os próximos dias.

O furacão

Segundo meteorologistas, a temporada de furacões em 2024, pode ser muito mais agitada que o esperado. O número de tempestades previstas, por exemplo, é muito maior que o normal, estando entre 17 e 25.

Um dos fatores analisados por especialistas, foi o fenômeno La Niña, que ocorre com o aumento da temperatura dos oceanos e causa alterações no padrão climático mundial. Este acontecimento causa um desenvolvimento mais viável para tempestades e o fortalecimento das mesmas não é afetado por ventos, que é algo que pode complicar a formação das mesmas.

Inverno de 2024 terá temperaturas acima da média no Brasil

O inverno de 2024 começará oficialmente no dia 21 de junho, na maior parte do território brasileiro, exceto em partes do Amazonas, Pará e quase toda a extensão de Roraima e Amapá, que estão no Hemisfério Norte. Apesar disso, os meteorologistas já podem fornecer um panorama climático para a próxima estação.

De modo geral, não são esperados extremos de frio ou calor. A previsão aponta para um equilíbrio, com uma tendência para mais dias de temperaturas acima do normal, embora ainda ocorram períodos de frio ao longo da estação.

Influência do El Niño e La Niña

Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, destaca que o inverno de 2024 terá temperaturas acima da média, especialmente no final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, quando novas ondas de calor podem ocorrer.

A razão principal é o término do fenômeno climático El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, influenciando o clima em todo o país. Com o fim de El Niño, estamos na fase neutra – quando as águas do Pacífico não são influenciadas por nenhum fenômeno específico – e há expectativas para a instalação do La Niña.

Impacto dos fenômenos climáticos

A ocorrência de La Niña se verifica quando ocorre um resfriamento na faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, marcado por uma redução de 0,5°C ou mais nas temperaturas da água. Este fenômeno se manifesta a cada intervalo de 3 a 5 anos.


A expectativa é de que o inverno de 2024 apresente um aumento na frequência de dias com temperaturas até 3°C acima da média (Foto: reprodução/Tiago Queiroz/Estadão/CNN Brasil)

Lucyrio explica que, embora o El Niño tenha terminado, sua influência atmosférica ainda será sentida por algumas semanas, até cerca de junho, antes de desaparecer completamente.

Durante o final do outono, ainda estamos passando por um período de resfriamento do Oceano Atlântico, o que deve reduzir a frequência de bloqueios atmosféricos e transitar para padrões climáticos mais típicos do inverno.

Efeitos do El Niño

Durante o verão, o El Niño intensifica o calor e ameniza o rigor do inverno no Brasil, dificultando a entrada de frentes frias e causando quedas de temperatura mais suaves e de curta duração. Essa condição leva à ocorrência de períodos de seca no Norte e Nordeste, especialmente nas áreas equatoriais, enquanto no Sul e Sudeste são provocadas chuvas abundantes.

Mesmo com o término do El Niño, o outono ainda será muito impactado por sua forte influência nos meses anteriores. A partir de junho, espera-se um resfriamento mais evidente das águas do Pacífico, com o estabelecimento de La Niña previsto para o inverno.

Crise climática desencadeia maior branqueamento de corais na história

O atual fenômeno de branqueamento em massa está representando um sério desafio para os recifes de corais em todo o mundo. Este fenômeno é impulsionado pelo aumento sem precedentes das temperaturas oceânicas devido à crise climática.

De acordo com relatórios recentes da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e da Iniciativa Internacional do Recife de Coral (ICRI), mais de 54% dos recifes de corais foram afetados no ano passado, afetando mais de 53 países e territórios em áreas como o Oceano Atlântico, Pacífico e Índico.

Quando expostos a esse estresse térmico, os corais acabam expelindo as algas simbióticas que lhes conferem cor e energia. Se as temperaturas não retornarem ao normal, esse branqueamento pode levar a uma devastadora perda de corais, ameaçando toda uma série de espécies e cadeias alimentares dependentes deles.

Branqueamento mundial

O quarto branqueamento global registrado e o segundo nesta última década são representados por este evento. As áreas afetadas abrangem desde a Flórida até o Caribe, México, Brasil, Austrália e várias regiões do Pacífico, Mar Vermelho e Oceano Índico.


Em 2023 mais de 54% das áreas de recifes de corais ao redor do mundo experienciaram o branqueamento (Fotografia: Reprodução/Agência Bori/UFRN)

Os cientistas, como o professor Ove Hoegh-Guldberg, que previu esse evento há meses, expressam preocupação com a rapidez e a magnitude das mudanças de temperatura. O aumento contínuo das temperaturas do oceano é alarmante, especialmente considerando que os últimos 12 meses têm sido os mais quentes já registrados.

Efeitos do La Ninã

Esperava-se que o fenômeno climático La Niña, que geralmente resfria as temperaturas globais, pudesse oferecer alguma ajuda. Entretanto, os eventos de branqueamento persistiram mesmo durante períodos recentes de La Niña. A situação reveste-se de especial preocupação para o próximo verão no Caribe e na Flórida, onde um aquecimento adicional poderia ter consequências catastróficas.

A magnitude do impacto torna-se evidente na Grande Barreira de Corais da Austrália, onde um extenso branqueamento foi recentemente confirmado. Isso serve como um lembrete vívido de como as mudanças climáticas estão pressionando os limites de tolerância dos recifes de coral em todo o mundo.

Advertências da ONU

A urgência de ações para evitar um futuro desastroso é destacada pelas advertências das Nações Unidas sobre as emissões de carbono e os potenciais aumentos de temperatura. É crucial reduzir drasticamente as emissões de carbono, assim como realizar uma gestão eficaz dos recifes de corais em níveis local e regional.