Francesca Amfitheatrof deixa Louis Vuitton 

Na última quinta-feira (27), a Louis Vuitton anunciou a saída da diretora criativa de joias e relógios da grife. Francesca Amfitheatrof trabalhava com a marca desde 2018 e foi responsável por lançamentos de sucesso, como a linha unissex LV Volt.

Em comunicado oficial, a Louis Vuitton afirmou: “Após uma colaboração bem-sucedida de sete anos na criação de coleções de joias e alta joalheria, a Louis Vuitton e Francesca Amfitheatrof decidiram mutuamente seguir caminhos separados. Com seu talento notável e criatividade ilimitada, Amfitheatrof sem dúvida deixou uma impressão indelével no legado de joias da Louis Vuitton”.

Já Amfitheatrof disse: “Estou incrivelmente grata por ter tido a oportunidade de criar as coleções de joias e alta joalheria para a Louis Vuitton. Depois de sete anos maravilhosos e intensos, estou muito orgulhosa dessas coleções e do legado que deixo para trás ao embarcar em novos e empolgantes empreendimentos, que anunciarei em breve”.

Francesca Amfitheatrof 

Francesca Amfitheatrof nasceu em Tóquio, no Japão, em 1968. A profissional deu os primeiros passos na carreira ao estudar na Central Saint Martins e no Royal College of Art, onde se especializou em joias e metais preciosos. 


Francesca Amfitheatrof (Foto: reprodução/Instagram/@francescaamfitheatrof)

Em 2013, tornou-se diretora de design da Tiffany & Co., onde foi responsável pela modernização da marca, com lançamentos como a coleção Tiffany T.

No ano de 2018, foi convidada pela Louis Vuitton para assumir o cargo de diretora artística de joias e relógios da grife. 

Louis Vuitton

Com sede em Paris, na França, a marca foi fundada em 1854, com produção artesanal de malas e bolsas. A grife se destacou pela inovação no design dos produtos, que eram diferentes do que era costume na época.

Para evitar falsificações, a empresa criou o monograma com as letras “L” e “V” em 1896. O símbolo perdura até hoje e é um dos mais reconhecidos no mundo da moda. 

Atualmente, a Louis Vuitton também comercializa roupas, sapatos, joias, relógios e perfumes e faz parte de um dos maiores conglomerados de luxo do mundo, o LVMH.

Espetáculo viajante da Louis Vuitton fecha a Semana de Moda de Paris

Acima de uma imensa caixa espelhada, com ilustrações dos famosos caixotes bagageiros e malas, dentro Cour Carrèe du Louvre, aconteceu o desfile da nova coleção da Louis Vuitton, que encerrou com chave de ouro a temporada de verão 2025 em Paris. 

A apresentação se deu de forma comemorativa, comemorando uma década do estilista Nicolas Ghesquière a frente da maison. As peças também relembraram o legado da etiqueta, em seus primórdios, como fabricante de malas e evocaram o ímpeto do espírito viajante.


Nicolas Ghesquière no encerramento do desfile coleção primavera/verão 2025 Louis Vuitton na Paris Fashion Week
(Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

Uma coleção destacada pela fluidez, deixou para contrastar em quesitos como luzes, cores e sombras. O casamento entre alfaiataria e streetwear foi datado pela recente obsessão do diretor criativo pela década de 1980. A trilha sonora ambiental, assinada por Jamie XX, reforçou essa energia outdoor, livre e desbravadora.

Roupa com jeito de colagem

Como um arts and crafts – expressão em inglês usada para especificar trabalhos manuais, feitos de maneira despretensiosa –  Ghesquière produziu a coleção através de uma mistura de épocas, tecnologias e inspirações. Cetim e lurex, renda e seda, tricô e couro dão as caras em peças variadas. O casaco do início do desfile se repagina com mudanças de lã, veludo e tweed.


Desfile coleção primavera/verão 2025 Louis Vuitton na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

As inspirações atemporais dão continuidade até o final do desfile. Vestidos mini e midi, com estética urbana e corriqueira, às vezes combinados com legging, carregam seu peso nas partes de baixo, refletindo a moda do final da década de 1920.


Desfile coleção primavera/verão 2025 Louis Vuitton na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

Golas soltas são construídas através com organza, recriando pétalas ou plumas. Há vários bordados, além de colares, correntes e fitas reunidas, todos eles trazendo algum pequeno excesso, extremamente bem recebido, depois de tantas coleções esteticamente insuficientes.


Desfile coleção primavera/verão 2025 Louis Vuitton na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

Para os pés o utilitarismo ganha força com sapatilhas meio estação e sapatos de salto característicos do designer em sua era Balenciaga – imerso nos anos 2000.

Dualidade de um tempo suspenso

A movimentação geral do universo fashion parece, organicamente, caminhar para uma visão criativa mais relaxada – inclusive, com o grande retorno do boho. Assim, Ghesquière evidencia seu interesse em conciliar duas coisas em especial: suavidade e poder, de maneira a deixar evidente em seus trabalhos o contraste, brincando com estrutura e flexibilidade, luz e sombra, opulência e delicadeza.


Desfile coleção primavera/verão 2025 Louis Vuitton na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/FashionNetwork)

A coleção que finalizou a semana de moda mais tradicional do calendário internacional deixou o imaginário de um tempo espaço suspenso. O estilista criou uma ambiente em que não existia presente ou futuro, de estranha maneira, em que todas as épocas aconteciam ao mesmo tempo em harmonia. Um show de mágica que só a arte da moda consegue causar.