Trump considera alterar classificação da maconha em meio a disputas internas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia reclassificar a maconha para uma categoria de drogas menos controlada em território americano. Recentemente, o tema voltou ao centro das conversas políticas após o presidente garantir, segundo fontes, “várias vezes” que pretende cumprir a promessa de minimizar a pressão sobre a substância.

Durante um jantar em Nova Jersey, Trump reconheceu que a questão precisa de análise cautelosa. O presidente também indicou apoio à mudança. Desse modo, a proposta retiraria a maconha da Lista 1, a qual agrupa narcóticos como a heroína. Além disso, facilitaria pesquisas, usos medicinais e, possivelmente, a legalização em mais estados.

A pressão interna e as disputas políticas

A princípio, assessores próximos defendem uma ação imediata, alegando que a medida poderia ampliar o apoio antes das eleições de meio de mandato. No entanto, parte da equipe teme que impactos morais e jurídicos surjam e prejudiquem a agenda presidencial. A indústria da cannabis e apoiadores influentes, como Joe Rogan e Alex Bruesewitz, reforçam o apelo pela reclassificação.


— Ativistas pró-maconha em manifestação de 2021, em Washington, DC (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


Contudo, apesar das promessas, a política antidrogas oficial do governo americano ainda não inclui mudanças sobre a maconha. O novo chefe da Agência Antidrogas, Terrance Cole, rejeitou a ideia, o que acarretou olhares incompatíveis com o compromisso de campanha. Empresas ligadas ao setor, como a Scotts Miracle-Gro e a Trulieve, já investiram milhões em doações para comitês alinhados a Trump.

Cenário internacional e debate no Brasil

Nos Estados Unidos, cerca de 60% da população apoia a legalização recreativa, segundo o Pew Research Center. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal manteve a descriminalização do porte para uso pessoal, mas o Senado aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que criminaliza qualquer quantidade da substância.


EUA planeja operação contra cartéis de drogas (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Record)

Em seu último discurso sobre drogas, o Papa Francisco, falecido em 2025, condenou a legalização das drogas e afirmou que tal medida acarretaria consumos ainda maiores. Francisco chegou a classificar os traficantes como “assassinos”.

Enquanto isso, a guerra comercial do governo Trump anunciou novas tarifas contra Canadá, México e China, alegando que a medida ajuda a conter o tráfico de drogas e a imigração ilegal. Tal posicionamento mantém a pauta de segurança no centro do discurso dos EUA. Por outro lado, em solo americano o governo espera conquistar mais eleitores em 2026, sobretudo, os jovens e, deste modo, vencer as eleições presidenciais.

Crianças passam mal após consumir doces com substâncias de maconha na Holanda

A empresa alemã Haribo retirou do mercado europeu os doces “Happy Cola” após a descoberta da presença de substâncias derivadas da maconha em algumas embalagens. A decisão foi tomada depois que crianças e adultos passaram mal após consumir as balas.

A Autoridade Holandesa de Segurança Alimentar e dos Produtos de Consumo (NVWA) confirmou que a cannabis foi detectada em três pacotes, mas alertou que outras embalagens também poderiam estar contaminadas. “Há pacotes em circulação com balas que podem causar problemas de saúde, como tontura, ao serem consumidas”, informou a NVWA em nota oficial.

Segundo a porta-voz Saida Ahyad, a polícia alertou a NVWA depois de registrar casos de mal-estar. “Várias pessoas, tanto adultos quanto crianças, adoeceram”, disse. Em um dos relatos, crianças apresentaram confusão, tontura e enjoo após comer os doces durante um evento.

Balas com maconha estavam em forma de garrafinha

As substâncias estavam presentes nas balas em formato de garrafinhas de refrigerante, vendidas pela Haribo desde 1965. No slogan, a marca promete que “cada garrafinha esconde uma pequena aventura”. Agora, a promessa virou preocupação.

A empresa afirmou que a contaminação é levada a sério e que está colaborando com a polícia para entender o que aconteceu.


Haribo retira do mercado os doces “Happy Cola” (Foto: reprodução/Instagram/@presswithotborders)


Empresa emite alerta e apoia investigação

Após consultar a NVWA e como é habitual neste tipo de situações, a Haribo emitiu um aviso de segurança”, informou a empresa. O vice-presidente de marketing, Patrick Tax, disse à AFP: “A segurança dos consumidores é nossa prioridade máxima”.

A empresa garante que apoia totalmente a investigação. E segue sob pressão para esclarecer como a substância foi parar nos doces.

As balas suspeitas continuam sendo recolhidas na Europa, enquanto autoridades investigam se houve falha na produção ou contaminação intencional. A Haribo segue colaborando com a polícia e aguarda os resultados da apuração para esclarecer o caso.

Hailey Bieber afasta irmão de Justin Bieber após flagra com cigarro

Hailey Bieber foi vista em gravação enquanto afastava o irmão de 15 anos de Justin Bieber, Jaxon Bieber, do cantor em show do Coachella no último fim de semana. De acordo com o portal Page Six e o responsável por gravar o registro, o artista fumava um cigarro de maconha 

O vídeo, que viralizou nas redes sociais, deixou muitos fãs preocupados com a saúde do cantor e com seu casamento com Hailey. O episódio dividiu opiniões na internet. “Isso é tão assustador” escreveu uma internauta no X, antigo Twitter. “Assustador vê-lo aproveitando a vida. Ele está em um festival de música”, retrucou outro usuário. “Ele só está aproveitando. Não vejo problema” respondeu mais um internauta.


Jaxon Bieber, de 15 anos (Foto: reprodução/Threads/@justinbieberforeverjb)

O vídeo

No vídeo, Hailey Bieber conduz Jaxon para longe de Justin. Na ocasião, o cantor dança sem camisa enquanto assiste uma apresentação no Coachella e fuma o que o Page Six afirma ser um cigarro de maconha. Justin se aproxima do irmão e Hailey intervém ao colocar suas mãos nas costas do cunhado e o encaminhar para o outro lado do espaço.


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Hailey afasta Jaxon Bieber do ambiente (Vídeo: reprodução/X/@americanreqiuem)

No vídeo, não é possível identificar o que Justin fumou, mas no estado da Califórnia, onde acontece o Coachella, o uso medicinal e recreativo de maconha por adultos é permitido.

Representante nega boatos

O representante de Justin Bieber negou todos os boatos a respeito do cantor ter voltado a usar drogas. Em fevereiro deste ano, o artista protagonizou uma série de polêmicas e rumores sobre uma possível recaída começaram a surgir.

“Apesar da verdade óbvia, as pessoas estão empenhadas em manter vivas narrativas negativas, obscenas e prejudiciais”, disse o representante. Ele também afirmou, depois de diversas notícias a respeito de desentendimentos no relacionamento do casal, que Justin e Hailey não enfrentam problemas conjugais.

Trump apoia legalização do uso recreativo da maconha

No último domingo (8), Donald Trump, ex-presidente e atual candidato republicano à presidência americana, divulgou que apoia uma PEC, cujo teor é a legalização do uso recreativo da maconha na Flórida, para pessoas com idade superior a 21 anos.

“Como afirmei anteriormente, acredito que é hora de acabar com prisões e encarceramentos desnecessários de adultos por pequenas quantidades de maconha para uso pessoal. (…) Como morador da Flórida, votarei SIM na Emenda 3, em novembro.”

Donal Trump


Donald Trump discursa em Instituição policial na Carolina do Norte (Reprodução/ Grant Baldwin/Getty Images embed)


A PEC da maconha será votada pelos americanos

Os americanos irão às urnas em 5 de novembro para escolher o próximo presidente dos EUA, Kamala Harris ou Donald Trump, e congressistas.  Além disso, os cidadãos irão votar uma série de medidas eleitorais. Uma delas é opinar sobre a liberação da maconha.

Trump também teria comentado que as pesquisas para o uso medicinal de cannabis terão seu apoio. Acrescentou que irá trabalhar com o Congresso em prol da aprovação de leis que estão sendo analisadas acerca do assunto.


Donal Trump em campanha eleitoral (Foto: reprodução/Scott Olson/Getty Images embed)


“Como presidente, continuaremos a nos concentrar em pesquisas para desbloquear os usos medicinais da maconha (…) e trabalhar com o Congresso para aprovar leis de senso comum, incluindo serviços bancários seguros para empresas autorizadas pelo Estado, e apoiar o direito dos estados de aprovar leis, como na Flórida, que funcionam tão bem para seus cidadãos”.

Donal Trump

A opinião de Trump mudou desde seu último governo

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, durante o governo de Donald em 2018, revogou uma política que aliviara leis sobre a maconha, do governo Obama, em estados onde a droga é legalizada. O uso da maconha para fins recreativos ou medicinais é legal em cinco estados, atingindo um terço dos americanos.

Mais de 140 medidas eleitorais serão votadas em 5 de novembro. Cada estado americano tem uma legislação diferente. Portanto, as medidas eleitorais não são as mesmas em cada estado. Temas polêmicos estarão nas cédulas em todo o país: maconha, prisão perpétua, aborto…

Papa Francisco discursa contra legalização das drogas

Nesta quarta-feira (26), o Papa Francisco discursou na audiência semanal na praça de São Pedro, no Vaticano, contra a legalização das drogas, um dia depois do Supremo Tribunal Federal (STF) ter votado e aderido em maioria a favor da descriminalização do porte de maconha para uso próprio no Brasil.

Segundo o Vatican News, o discurso não aconteceu especialmente pela decisão das autoridades brasileiras, mas sim em lembrança do Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, estabelecido pela ONU em 1987.

Papa X especialistas


Encontro de Lula, presidente do Brasil, com o Papa Francisco em reunião do Gz, Junho de 2024 (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Images Embed)


O Papa Francisco não usou meios termos para o discurso antidrogas, ele chegou a definir os traficantes como “assassinos”. Francisco defende que “as drogas pisoteiam a dignidade humana. A redução da dependência de drogas não é alcançada pela legalização do uso de drogas, como algumas pessoas têm proposto ou alguns países já implementaram. Isso é uma fantasia” e que a liberação das substâncias leva a um consumo ainda maior.

Por outro lado, especialistas apontam que a liberação das drogas consideradas ilícitas, gera maiores debates sobre o assunto e volta os olhares da população para um problema de saúde público, trazendo a luz a discussão sobre tratamentos, informações sobre as substâncias, facilitação de uso medicamentoso e redução do tráfico.

Trâmite no STF

O porte individual liberado no Brasil, não quer dizer que a maconha está legalizada, quem for pego com a droga ainda será penalizado por ato ilícito e terá que cumprir medidas socioeducativas, como trabalhos comunitários e assistir aulas sobre consequências do uso de drogas.

A decisão do Supremo apenas estabelece um limite entre usuário e traficante, antes decidido pelo próprio policial. Agora, quem porta até 40g ou seis plantas fêmeas, é considerado portador para consumo individual, com uma pena menos grave do que indiciados por tráfico de drogas, que podem ter a pena de até 15 anos de cadeia.

STF estabelecerá quantia de 40g de maconha para distinguir usuários e traficantes

Nesta terça-feira (25), o Supremo Tribunal Federal colocou um fim no julgamento que durava 9 anos sobre o porte de maconha individual. Na sessão, ficou definido que, para uso pessoal, a droga será descriminalizada, mas os ministros devem voltar a discutir o assunto durante essa quarta-feira (26) para estabelecer a quantidade que irá diferenciar um traficante de um usuário. 

Quantidades discutidas

Segundo o Presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, os parlamentares devem estabelecer a quantidade de 40g permitidas para porte e, para diferenciar os usuários, esse número equivale à produção de cerca de 30 cigarros. Porém, apesar do número divulgado por Barroso ser certo para a aprovação, alguns ministros defendem que seja estabelecida outra quantia e atualmente existem três opções para votação no julgamento. 

Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Rosa Weber defendem que a quantidade permitida seja de 60g, contudo eles concordaram em aprovar a porção de 40g proposta na sessão. Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso e Nunes Marques propõem a fixação em 25g, mas também estão abertos para concordar com o número de 40 gramas.


Plantação de maconha (Foto: reprodução/NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images Embed)


Já os ministros André Mendonça, Dias Toffoli, Edson Fachin e Luiz Fux defendem que cabe ao Congresso Nacional ou ao Executivo definir qual o número exato da diferenciação. Segundo a Lei das Drogas, sancionada em 2006, é o juiz que deve definir esta questão, mas os parlamentares afirmam que essa medida permite a chance de pessoas serem condenadas por julgamentos pessoais ou preconceituosos. 

Maconha continuará não legalizada 

Apesar da decisão favorável do STF para descriminalizar a maconha, a droga não foi legalizada. A legalização se trata de normas que possibilitam a regulamentação de algumas condutas, organizando suas atividades, mas com regras e condições como, por exemplo, a venda. 

A descriminação, em tese, é não considerar mais alguma ação como crime. A punição deixa de existir, mas uma pessoa ainda pode enfrentar processos administrativos ou civis, a maconha deverá se encaixar justamente nessa sessão. 


Postagem do STF nas redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)


O uso da maconha continuará sendo considerado um ato ilícito e poderá ter como pena: advertência sobre os efeitos colaterais da droga e o comparecimento do indivíduo em programas educativos sobre o assunto.

O resultado da discussão será encerrado ainda hoje, com a divulgação de quais ministros votaram a favor ou contra o porte da droga. 

Consumo diário de maconha supera o de álcool nos EUA pela primeira vez

Pela primeira vez, os americanos que consomem maconha quase todos os dias ultrapassaram aqueles que bebem álcool com a mesma frequência. Especialistas atribuem essa mudança à legalização, que tornou a maconha mais acessível e popular, incentivando o uso recreativo ao longo das últimas décadas.

Os resultados de 2022 revelam que 17,7 milhões de pessoas relataram consumir maconha diariamente ou quase diariamente, enquanto 14,7 milhões afirmaram beber álcool todos os dias ou quase todos os dias.

Esta é a primeira vez em que os estudos apontam um consumo de maconha superior ao de álcool no país. Desde o início da pesquisa em 1992 até 2022, houve um aumento de 15 vezes na taxa per capita de consumo de maconha.

Fatores impulsionadores
Os especialistas identificam dois principais impulsionadores para esse aumento: a legalização e a maior aceitação pública do consumo. Metade dos estados americanos permite o uso de maconha para fins medicinais ou recreativos, e 25 dos 50 estados legalizaram o uso medicinal e recreativo da droga.


Pelo menos metade dos estados nos EUA têm legalização da maconha (Fotografia: Reprodução/Freepik/Freepik)

Com a legalização em diversos territórios, as pessoas se sentem mais confortáveis para admitir o consumo, o que pode ter influenciado nos resultados. Apesar do aumento no consumo diário, os dados revelam que, de maneira geral, o consumo de álcool ainda é mais frequente, embora não com a mesma intensidade que o da maconha.

Reclassificação da maconha
A Agência de Combate às Drogas dos Estados Unidos (DEA) está em processo de reclassificação da maconha, sugerindo que a droga seja enquadrada como menos nociva. Atualmente, a maconha é categorizada juntamente com substâncias como heroína e LSD. Com a reclassificação, ela seria comparada a compostos como anabolizantes e cetamina.

Regulamentações estaduais
Nos EUA, os estados têm autonomia para estabelecer suas próprias regulamentações sobre o consumo de maconha. Em metade deles, o uso recreativo e medicinal é permitido, enquanto nos demais a permissão varia entre uso medicinal exclusivamente ou nenhuma permissão.

Nesta quarta-feira (22), a DEA divulgou propostas de regras para reclassificar a maconha no Registro Federal dos EUA, abertas para comentários.

Cannabis pode ter um mercado global de R$ 290 bilhões em 2028

Na última quarta-feira (6), a principal analista e pesquisadora do mercado de cannabis, a BDS Analytics, divulgou as suas previsões para os próximos cinco anos da indústria global. Entre as várias projeções dadas, uma das principais é a de que o mercado legal mundial deverá atingir US$ 58 bilhões (R$ 290 bilhões) em vendas no ano de 2028, em geral por causa do aumento do consumo nos Estados Unidos.

Atualmente, os mercados de uso adulto nos EUA representam aproximadamente 56% das vendas globais totais de cannabis e estão preparados para reivindicar uma parcela ainda maior nos próximos anos, à medida que os mercados médicos dos EUA se contraem,” afirmou o CEO da BDSA, Roy Bingham.

As projeções da BDSA foram feitas com base nos dados de 2023, que avaliaram um total de US$ 36 bilhões, sendo US$ 29.5 bilhões somente nos Estados Unidos. No país, vários estados têm legalizado a droga para uso medicinal e recreativo, desde o ano de 2012 com a iniciativa de Washington, e hoje 18 das 50 unidades federativas possuem a maconha legalizada.

Nos Estados Unidos

A indústria de cannabis é incrivelmente dinâmica, com cada mercado enfrentando mudanças regulatórias e pressões industriais únicas,” disse Roy Bingham. “Olhando para 2028, os estados dos Estados Unidos que estão emergindo no consumo, especialmente aqueles na Costa Leste e no Centro-Oeste, devem contribuir com o aumento mais significativo para as vendas totais nos EUA e globais.

Entre os estados onde o consumo tem aumentado de modo significante, estão:

  • Connecticut;
  • Maryland;
  • Nova Jersey;
  • Nova York;
  • Illinois.

Embora Nova York tenha adotado o seu modelo atual apenas em 2021 com a assinatura do governador Andrew M. Cuomo, o crescimento rápido da indústria no estado levou a estimativas ainda mais otimistas do que as da BDSA. Há dois anos, a consultoria Grand View Research (GVR), por exemplo, estimou que o mercado de maconha superaria o de tabaco na cidade em 2025, e que o mercado global chegasse ao valor de US$ 100 bilhões em 2030.


Regiões com cannabis legalizada em azul, descriminalizada em amarelo, e ainda ilegal em vermelho (Foto: reprodução/Wikipedia Commons)

No Mundo

Em outros mercados, excluindo os Estados Unidos e o Canadá, o crescimento de vendas legais deve ser mais moderado, de acordo com as projeções.

No Brasil, ainda está sendo disputado em pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) a descriminalização do porte da maconha para uso próprio, uma discussão que foi iniciada há quase uma década, em 2015 no plenário. Em situações similares, a maior parte dos países do mundo consideram a cannabis como uma droga criminal, impedindo o crescimento do seu mercado legal.

STF adia julgamento sobre a descriminalização do porte de maconha

Nesta quarta-feira (06), o Supremo Tribunal Federal interrompeu o julgamento sobre a descriminalização do porte da maconha por pedido do ministro Dias Toffoli, que exigiu maior tempo para análise. O placar da descriminalização atualmente está com cinco a favor, três contra, e três votos ainda não decididos.

São a favor da descriminalização os ministros Gilmar Mendes (relator), Edson Fachin, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, e Alexandre de Moraes. São contra a descriminalização os ministros Cristiano Zanin, André Mendonça e Nunes Marques. Ainda restam os votos de Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Tratando-se apenas do porte da droga, várias outras considerações não estão sendo discutidas. Por exemplo, o tráfico continuará sendo crime e punido por prisão independentemente do resultado do atual julgamento, e também está fora de questão a legalização completa da cannabis, que a transformaria em uma substância como o álcool ou o tabaco.

Não se trata de legalização. O consumo de drogas ilícitas continuará a ser ilegal, drogas não estão sendo nem serão liberadas no país por definição do Supremo Tribunal Federal,” esclareceu o ministro Barroso, destacando que se trata na verdade de uma discussão sobre descriminalização. “Legalizar cabe ao Poder Legislativo.


Plenário do Supremo Tribunal Federal(Foto: reprodução/Antonio Augusto/STF)

Consequências penais

A diferença entre legalização e descriminalização pode ser vislumbrada neste caso. Atualmente, o porte de maconha já é despenalizado desde 2006, significando que não leva à prisão, mas sim a outras punições, como a contabilização de horas em palestras e cursos educativos sobre o tema.

Caso ocorra a descriminalização, um passo além da despenalização, o porte não mais vai deixar um registro na Justiça ou sujar a ficha criminal, mas ainda vão permanecer punições alternativas como a imposição de medidas educativas corretivas. Para vários registros, o porte individual então deixaria de ser um crime, embora ainda não sendo legalizado.

Isso faz a maconha, fumar a maconha, o primeiro passo para o precipício,” argumentou o ministro André Mendonça, que votou contra a descriminalização, tratando sobre como poderia abrir uma porta de entrada para o consumo de outras drogas, ainda piores.

Porte vs. tráfico

Outra importante decisão do julgamento deve ser estabelecer uma linha clara entre o porte e tráfico da droga, baseada no número de gramas encontradas com o indivíduo. Seria uma medida mais objetiva e rígida, em comparação com o cenário atual em que a divisão entre os dois crimes, um com prisão e outro não, depende do critério subjetivo do policial responsável por enquadrar cada caso.

Se um garoto branco, rico e da Zona Sul do Rio é pego com 25g de maconha, ele é classificado como usuário e é liberado,” afirmou o ministro Barroso. “No entanto, se a mesma quantidade é encontrada com um garoto preto, pobre e da periferia, ele é classificado como traficante e é preso. Isso que temos que combater e o que será julgado no Supremo.

Em contrapartida, André Mendonça argumentou por um número menor, advertindo que com dez gramas de maconha seria possível fabricar um total de 34 cigarros, número que chegou a ser confirmado pelo portal Metrópoles, mas com o tabaco, que constitui um material de diferente densidade. É esperado que os ministros em favor da descriminalização argumentem por um maior número de gramas, enquanto que os ministros contra argumentem por um número menor na discussão. Ainda não existe data para a continuação do julgamento.